Ícone do site Blog Sabin

Saiba quais são os sintomas de lúpus

como-identificar-os-sintomas-de-lupus

Os sintomas de lúpus podem gerar diversas dúvidas. Afinal de contas, manchas vermelhas pelo corpo são sinais preocupantes? Ou precisam estar acompanhadas de outros tipos de incômodos? Saiba que não existe uma resposta exata, e cada quadro se desenvolve de maneira particular. 

Para entender melhor como o lúpus se manifesta, vamos mostrar, neste artigo, quais os principais sintomas e outras questões relacionadas a essa doença. Para isso, contamos com a colaboração do Dr. Wilton Ferreira Silva Santos, reumatologista e médico do Grupo Sabin. Acompanhe!

O que é lúpus?

O lúpus é um distúrbio crônico que faz com que o sistema imunológico passe a produzir anticorpos contra estruturas do próprio indivíduo. Assim, esses anticorpos começam a atacar o próprio organismo, causando inflamação e diversos tipos de danos nos locais afetados.

O lúpus eritematoso sistêmico compromete múltiplos órgãos por ser uma doença inflamatória sistêmica. Trata-se, portanto, de uma doença crônica inflamatória, na qual o sistema imunológico passa a atacar as estruturas saudáveis do organismo.

É considerada mais comum em pacientes jovens do sexo feminino, porém, também é diagnosticada em homens. Pode afetar sistemas do corpo inteiro de maneira rápida e progressiva, mas quadros de evolução lenta e indolor também são descritos. Além disso, a doença apresenta um curso evolutivo cíclico, alternando entre fases de exacerbação e remissão. 

Quais fatores contribuem para desencadear a doença?

O lúpus não tem uma causa definida, mas alguns fatores podem contribuir para seu aparecimento ou, até mesmo, para seu agravamento.

Entre os principais, estão o componente genético — que traz maior suscetibilidade a desenvolver o lúpus —, os fatores hormonais e ambientais. Entenda a seguir!

Fatores genéticos

Os casos de lúpus são mais frequentes em famílias que apresentam histórico de doenças autoimunes. Alterações significativas nos genes envolvidos na regulação do sistema imunológico podem ser responsáveis pela predisposição à doença. Um dos principais exemplos são os genes ligados aos antígenos leucocitários humanos, conhecidos pela sigla HLA, sabidamente implicados em maior risco de desenvolvimento do lúpus.

Fatores ambientais

Fatores ambientais têm papel no desencadeamento do lúpus, em função de seus efeitos no sistema imune. Sabe-se, por exemplo, que a exposição aos raios ultravioleta está ligada à reativação da doença, na maioria dos pacientes portadores de lúpus. 

Acredita-se que infecções por determinados vírus e bactérias podem funcionar como gatilho para quadros de lúpus ou, ainda, estarem implicadas nas exacerbações da doença. Exposição à fumaça de cigarro e outros poluentes também aumentam o risco de lúpus em determinadas populações. Além disso, alguns medicamentos para convulsões, pressão alta, antibióticos, entre outros, têm seu uso associado a quadros de autoimunidade, incluindo o lúpus. 

Fatores hormonais

A maior predominância da doença em mulheres é fortemente indicativa de que fatores hormonais estejam implicados na gênese ou piora dos casos de lúpus. O uso de anticoncepcional, por exemplo, é conhecido por aumentar o risco de desenvolver lúpus. Isso porque os hormônios exercem influência no sistema imune.

Quais são os principais sintomas de lúpus?

Por ser uma doença sistêmica, afeta diversos órgãos, mas tem preferência por alguns deles. A pele e as articulações são sistemas frequentemente afetados pelo lúpus. Classicamente, o lúpus costuma se manifestar entre os 20 e 40 anos, com manchas na pele que podem ser características da doença, chamando atenção para o diagnóstico. 

Manchas fotossensíveis

As manchas que surgem na pele são fotossensíveis. Isso significa que pioram com a luz solar, afetando principalmente áreas expostas ao sol. Chama a atenção a lesão avermelhada, em formato de asa de borboleta, que afeta o rosto, cobrindo o nariz e a região das bochechas bilateralmente — tida como característica do lúpus.

Comprometimento das articulações 

A doença também se manifesta com quadro de inflamação nas juntas, chamadas de artrites. Dor, inchaço e sensação de rigidez, em uma ou mais articulações, estão entre os principais exemplos dessas manifestações. Além desses, podem ocorrer dificuldade de movimentos, fadiga e sensação de calor nas regiões afetadas.

Os sintomas podem variar conforme a fase em que a doença está. Ademais, pode aparecer de maneira intensa ao longo de dias ou semanas, e depois desaparecer.

O envolvimento de outros sistemas

Como dito previamente, o lúpus é uma doença sistêmica. Dessa forma, além de envolver a pele e as articulações, cursa com envolvimento de outros órgãos. Assim sendo, a doença pode acometer os rins, o coração, o pulmão, o sistema nervoso e as células do sangue. É muito importante, portanto, atentar-se a outras manifestações, como inchaço no corpo, redução da quantidade de urina durante o dia, falta de ar, convulsões, queda de cabelo, anemia, sangramentos, principalmente quando em associação com manchas no corpo e inflamação nas juntas. 

Os sintomas de lúpus podem aparecer em combinações e formas diversas, variando muito de indivíduo para indivíduo. Além disso, podem sofrer modificações conforme o tempo passa. Essa multiplicidade e combinação de sintomas causam confusão diagnóstica com diversas doenças, tornando o diagnóstico e, muitas vezes, a condução dos casos de lúpus tarefas desafiadoras.

Como é feito o diagnóstico?

Como se trata de uma inflamação sistêmica, deve-se investigar e documentar o estado clínico e imunológico do paciente. Quando o médico trabalha com a hipótese de doença imunológica, existem alguns caminhos a serem seguidos até o diagnóstico.

Podem ser solicitados exames, que indiquem algum processo inflamatório em curso, ou pode ser preciso avaliar o sistema imune, por meio de marcadores imunológicos associados à doença. Isso é feito mediante pesquisa de alguns anticorpos e dosagem de determinados marcadores inflamatórios.

Para a doença ser classificada como lúpus, é necessária a presença de alguns critérios definidos pela Associação de Reumatismo Americana e adotados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia. A combinação de critérios clínicos e laboratoriais permite embasar o diagnóstico da doença. 

“Com esses anticorpos estando presentes, é possível fundamentar melhor a hipótese diagnóstica de lúpus”, destaca Dr. Wilton. Vale ressaltar que o diagnóstico de lúpus não é um processo simples. 

Quais as possibilidades de tratamento para lúpus?

Apesar de a doença não ter cura, há tratamentos eficientes capazes de reduzir os sintomas e mantê-la controlada. A escolha depende dos órgãos e dos sistemas que foram comprometidos pela doença. 

O envolvimento dos rins e dos sistemas nervoso central e hematológico tende a um pior prognóstico dos casos de lúpus, exigindo tratamento precoce e, por vezes, mais agressivo.

O mais importante é ressaltar que não existe um único tratamento para a doença. O tratamento deve ser individualizado para cada paciente, de acordo com as suas próprias manifestações clínicas, suas expectativas com relação ao tratamento, a experiência do médico e as evidências de efetividade disponíveis na literatura. 

Medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, corticoides, imunomoduladores, imunossupressores, antimaláricos e imunobiológicos fazem parte do arsenal terapêutico do lúpus. O uso combinado ou isolado dessas medicações deve ser definido caso a caso. 

Algumas vacinas podem ser usadas por quem tem lúpus, para aumentar as defesas. Exemplos são a vacina que combate a pneumonia pneumocócica e a vacina da gripe.

Lúpus é uma doença crônica que compromete o sistema imune e os pacientes ficam mais vulneráveis a infecções, como pneumonias, tuberculose, herpes-zóster. Dessa forma, não é incomum que os pacientes necessitem de tratamentos para infecções, sejam elas bacterianas, virais ou fúngicas. 

Relação médico e paciente

Conviver com uma doença crônica e incurável pode desenvolver alterações psíquicas. Segundo a cartilha da Sociedade Brasileira de Reumatologia, 90% dos pacientes reumáticos apresentam dores e inchaços, que trazem bastante desconforto e comprometem sobremaneira a qualidade de vida. Assim, muitos deles requerem uma atenção multidisciplinar, envolvendo profissionais que possam cuidar das múltiplas dimensões existentes no adoecimento reumático. É recomendável que os pacientes possam ter acesso a suportes psíquico, nutricional, fisioterápico, bem como terapias ocupacional e social, conforme o caso.

“É preciso aprender a conviver com a doença, pois não há cura. Esse aprendizado de conviver com a doença, ao longo da vida, precisa estar no horizonte desses dois protagonistas: o médico e o paciente”, avalia o reumatologista.

Por fim, ficou claro para você quais são os principais sintomas de lúpus? Como, até o momento, não existe um único teste ou exame capaz de dar o diagnóstico de certeza da doença, é importante descrever bem os sintomas clínicos para o médico, com a maior brevidade possível. Isso viabiliza o início precoce do tratamento adequado, com foco na remissão da doença e na melhora da qualidade de vida de seus portadores. 

As informações deste artigo foram úteis para você? Então, leia também sobre o que é reumatismo e como identificar os sintomas.

Sair da versão mobile