O hormônio cortisol deve ser gerenciado com frequência para evitar problemas de saúde e garantir qualidade de vida. De fato, por estar diretamente ligado aos níveis de estresse no organismo, os problemas com o excesso de cortisol estão, cada vez mais, presentes no dia a dia das pessoas e podem desencadear doenças graves em algumas situações.
Quer saber mais sobre o assunto? Vamos mostrar aqui o que é o hormônio cortisol, como ele atua no organismo e como evitar o aumento dos seus níveis. Acompanhe!
O que é o hormônio cortisol?
O cortisol é um hormônio esteroide que regula o humor, a motivação e o medo. Produzido nas glândulas adrenais, também é chamado popularmente de hormônio do estresse. Na prática, o cortisol pode afetar diversas partes do corpo, já que a maioria das células presentes em nosso organismo apresentam receptores do hormônio.
Os níveis de açúcar no sangue e no metabolismo também são regulados pelo cortisol. Isso possibilita a redução de inflamações e o controle de como o corpo usa as gorduras, os carboidratos e as proteínas. De modo geral, a produção de cortisol é influenciada por três fatores:
- as glândulas adrenais;
- a glândula pituitária;
- o hipotálamo.
Quando os níveis de cortisol no sangue estão baixos, é liberado o hormônio secretor da corticotrofina (o CRH) e o adrenocorticotrófico. A partir disso, as glândulas adrenais percebem a quantidade de adrenocorticotrófico no sangue, o que representa a produção de cortisol.
Quando passamos por situações de estresse, realizamos atividades físicas ou após acordar, a glândula pituitária reage, e o cortisol é liberado nesse processo.
Vale ressaltar que os receptores de cortisol agem de formas diferentes no organismo. Por exemplo, em situações de alerta, o hormônio tende a alterar o desempenho normal de algumas funções, como a digestão, o sistema reprodutor e a imunidade.
Por que ele é conhecido como o hormônio do estresse?
O hormônio do cortisol está diretamente relacionado ao estresse porque ele é liberado para preparar nosso organismo a fim de enfrentarmos momentos de perigo. Além disso, o cortisol é responsável por manter a pressão arterial e reduzir a queima calórica, para que seja possível poupar energia em momentos considerados como ameaçadores ao indivíduo.
No entanto, na maioria das vezes, nosso corpo não sabe a diferença entre situações de risco reais e imaginárias. Quando estamos, por exemplo, em eventos desafiadores no trabalho, que causam forte estresse por conta de prazos apertados e o alto volume de trabalho, o organismo entende o recado como uma possibilidade de ameaça. Assim, o cortisol é liberado na corrente sanguínea e seus níveis ficam acima do normal. Em casos em que acontece o estresse crônico ou transtorno de ansiedade, há uma hiperestimulação de produção do cortisol no organismo.
Como o cortisol ajuda a regular o corpo?
Quando a saúde está em dia, o cortisol funciona como um regulador de humor, da pressão arterial e da quantidade de açúcar no sangue. O hormônio também fortalece a musculatura do coração, atua no fortalecimento do sistema imunológico e na resistência à dor em níveis baixos.
O cortisol age, ainda, no fornecimento de energia ao corpo, sendo responsável por manejar carboidratos, gorduras e proteínas. Um bom exemplo é que, quando a pessoa está com os níveis de estresse elevados, não sente vontade de conversar com ninguém e prefere não ter interações sociais. É como se o organismo recomendasse a economia de energia intelectual e física. A falta de motivação, nesse caso, é uma forma de guardar energia para um perigo imaginário que está por vir.
Tal contexto mostra o quanto o cortisol é importante no fornecimento de energia e interfere diretamente no humor de maneira geral, na disposição e na motivação para as atividades rotineiras.
Quais são as consequências quando o cortisol está elevado?
Quando há um aumento desse hormônio na corrente sanguínea, uma série de complicações aparece no organismo. Níveis altos podem ajudar a desencadear doenças e transtornos, como hipertensão arterial, diabetes e depressão. Em situações graves, o infarto do miocárdio e a síndrome de Cushing, que pode levar à atrofia muscular, são possibilidades extremamente preocupantes.
Além disso, é possível que o cortisol contribua para gerar o acúmulo de gordura abdominal. Isso porque o hormônio interfere no organismo, que passa a estocar energia proveniente do glicogênio (um tipo de açúcar), visando lidar com a situação de perigo que o indivíduo acredita enfrentar. Como o risco não é verdadeiro, essa energia não é usada e fica acumulada na forma de gordura no abdômen.
Nas horas de tensão excessiva, as glândulas suprarrenais atuam com a elevação de produção dos hormônios cortisol, adrenalina e noradrenalina. Essa combinação de fatores traz algumas consequências ao organismo:
- aumento do nível de açúcar no sangue;
- redução da produção de insulina;
- constrição dos vasos sanguíneos;
- aceleração da frequência cardíaca.
Tal combinação no organismo aumenta as chances de quadros de obesidade, imunossupressão, dores musculares, alteração do sono e queda de cabelo. Existem alguns sinais que ajudam a identificar o excesso de cortisol e pedem atenção especial, como manchas avermelhadas na pele, pressão alta, fraqueza muscular, estrias e cicatrização mais demorada que o normal.
Para ter um diagnóstico completo, o médico responsável pelo atendimento indica a realização de exames importantes, tais como:
- de sangue;
- de urina;
- de saliva;
- tomografia;
- cintilografia;
- ressonâncias magnéticas do abdômen e do cérebro.
Colesterol alto
Níveis de colesterol elevado são uma das consequências do aumento do cortisol e também precisam ser levados em consideração.
Com a alteração dos níveis do hormônio no organismo, acontece um crescimento significativo na produção de gordura no fígado, que é liberada na circulação sanguínea. Em função disso, o fluxo de sangue é limitado, o que pode ocasionar acidente vascular cerebral, além de ataques cardíacos.
O que fazer para equilibrar os níveis de cortisol?
Para diminuir o estresse e equilibrar os níveis de cortisol, existem diversos tipos de tratamentos e outras medidas que devem ser colocadas em prática. Quando é necessário o uso de medicamentos, eles devem ser adotados apenas com prescrição médica e pelo tempo recomendado no tratamento.
Como outras medidas, é possível realizar mudanças no estilo de vida, adotar uma alimentação saudável e cuidar da saúde mental, no intuito de reduzir os gatilhos ligados aos níveis de estresse. Acompanhe, a seguir, algumas dicas que ajudam a equilibrar o cortisol no organismo.
Sono de qualidade
Durante o sono, os níveis de cortisol diminuem. Por isso, dormir bem é um dos segredos para equilibrar a quantidade de produção do hormônio.
Quando uma pessoa tem uma noite maldormida, o desempenho em atividades, no dia seguinte, é bem abaixo do rendimento padrão, com a sensação de um cansaço extremo. Por outro lado, ao dormir o tempo necessário, a sensação, na manhã seguinte, é de sono restaurador.
A qualidade do sono é crucial para conseguir recuperar as energias e consolidar na memória novas informações apreendidas durante o dia. Problemas de insônia diminuem a comunicação entre os neurônios, o que pode aumentar a irritação e produzir a sensação constante de precisar reagir para enfrentar ameaças.
Prática de exercícios físicos
Os exercícios físicos são aliados essenciais para controlar a obesidade e ter mais qualidade de vida. Em quadros diagnosticados de cortisol alto, de acordo com a recomendação médica, a intensidade da atividade física deve ser de leve a moderada.
Também é preciso monitorar a frequência cardíaca, por meio de um sensor para garantir que os exercícios regulares não tragam esforço demasiado ao organismo.
Padrões de pensamento
Reduzir os níveis de estresse está diretamente relacionado a mudar também os pensamentos. Muitas pessoas, quando se deparam com um problema, pensam nele 24 horas por dia, mesmo que não possam tomar nenhuma atitude naquele momento. Essa sobrecarga emocional é cansativa psicologicamente e estressante, além de contribuir com o aumento da ansiedade.
Então, os padrões de pensamento devem ser alterados com foco no que pode ser feito em cada situação e em que momento as atitudes devem ser colocadas em prática. Se você tem um problema no trabalho para solucionar às 11 horas da manhã, de nada vai adiantar ficar refletindo sobre ele durante a madrugada.
Questionar-se sobre os pensamentos negativos é outro ponto muito interessante para ter inteligência emocional. Nem tudo o que nosso cérebro nos apresenta é verdade. Existem pensamentos negativos que apenas trazem angústias e despertam gatilhos internos.
Dessa forma, toda vez que você se deparar com algo aflitivo em sua mente, procure se autoquestionar para identificar até que ponto é real ou se a lente da perspectiva pessoal está aumentada na sua interpretação.
Hobby e lazer
Aproveitar os momentos de lazer e ter um hobby prazeroso são excelentes formas de relaxar a mente, se desligar de preocupações e pensamentos negativos.
Nesse contexto, busque ter em sua agenda momentos para desfrutar com a família. Encontre também um hobby que lhe traga não apenas distração, mas que se transforme em uma paixão a longo prazo. E comprometa-se a não deixar sua saúde de lado por conta de afazeres do trabalho.
Conhecer o funcionamento do hormônio cortisol é importante para cuidar de sua saúde. É válido lembrar que níveis elevados de estresse podem se tornar um ciclo vicioso com o potencial de trazer doenças graves. Portanto, desenvolver hábitos saudáveis e eliminar o padrão negativo de pensamentos representam o primeiro passo na busca de mais qualidade de vida.
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