Dizem que “o passado sempre volta para nos assombrar”, não é mesmo? No que diz respeito aos cuidados com o nosso bem-estar, nunca devemos nos descuidar. E é por descuido que doenças erradicadas, que já estiveram controladas, têm voltado a assombrar os profissionais da saúde e as pessoas que ficaram doentes com problemas que há muito não eram vistos no Brasil.
E então, o que são doenças erradicadas? Por que elas estão voltando e o que devemos fazer para nos cuidar? Continue a leitura e confira o conteúdo produzido especialmente para você. Acompanhe!
O que é a erradicação de uma doença?
A erradicação de uma doença ocorre quando ela deixa de existir em todo o planeta. Esse é um processo difícil de ser obtido, mas não impossível.
Um bom exemplo de erradicação — e, até hoje, o único no mundo — diz respeito à doença conhecida como varíola. Sua vacina foi a primeira criada em todo o planeta, o que permitiu com que a enfermidade literalmente sumisse do mapa mundial.
De acordo com os entrevistados, há a esperança de que a próxima doença a ser erradicada seja a hepatite B. Os casos de complicações por essa enfermidade têm diminuído globalmente e tudo indica que ela é uma ótima candidata ao segundo lugar na lista de vitórias da ciência!
Qual é a diferença entre doenças erradicadas e eliminadas?
Os termos podem até parecer iguais, mas a verdade é que eles não significam a mesma coisa. Como vimos, doenças erradicadas são aquelas que desapareceram em todo o mundo e que, portanto, não têm casos ativos há muitos e muitos anos.
As doenças eliminadas, por sua vez, podem até não ter casos ativos em uma determinada região, mas continuam acontecendo em outros pontos do planeta. Por isso, podem voltar a circular caso os devidos cuidados não sejam tomados.
Um bom exemplo é a poliomielite (paralisia infantil), que foi eliminada das Américas, mas ainda existe em outros continentes.
Quais doenças eliminadas no Brasil voltaram a ameaçar a população?
Confira, agora, alguns exemplos de doenças eliminadas no Brasil que têm voltado a ser uma ameaça para a nossa população.
Poliomielite
A poliomielite começou a ser eliminada em 1988, a partir de campanhas de vacinação mais intensas promovidas pelos governos de vários países. Afinal, quem nunca ouviu falar no Zé Gotinha, não é mesmo?
Por volta de 1994, já não havia mais casos de pólio nas Américas. No entanto, ainda há casos no sudeste asiático e na África. O continente africano chegou a declarar a eliminação da doença há cerca de 2 anos, mas, recentemente, voltou a registrar novos casos.
No Brasil, a cobertura vacinal da poliomielite caiu com a pandemia de coronavírus, o que deixa as crianças sob risco de contraírem a doença com o vírus trazido por um viajante, por exemplo.
Sarampo
Agora, vamos falar sobre o sarampo. Por vários anos, essa foi uma das principais causas de mortalidade infantil em nosso país, devido a complicações graves da doença, como a pneumonia. Com a vacinação, o sarampo foi eliminado e controlado durante muito tempo, mas voltou a aparecer.
No Boletim Epidemiológico de 2022, por exemplo, foram registrados 2.306 casos suspeitos da doença no Brasil. A cobertura vacinal desejada para essa doença é de 95%, mas o Brasil conta com apenas 64% das crianças vacinadas atualmente.
Esse é um grande problema, considerando que os riscos de contaminação com o sarampo são ainda maiores do que os vistos com a pólio. Isso acontece porque a doença ainda está ativa em continentes como a Europa, além de ter uma disseminação bem expressiva (uma pessoa pode contaminar dez indivíduos). A critério de comparação, temos a covid-19, na qual uma pessoa contamina três ou quatro.
Além desses dois exemplos, que são os mais comuns, há outras doenças já praticamente eliminadas do cenário brasileiro, mas que podem voltar caso o calendário de vacinação não seja seguido, incluindo as doses de reforço. Tétano, difteria e tuberculose são algumas delas. É preciso ficar de olho!
Por que doenças eliminadas estão voltando e qual a importância da vacinação?
Um dos maiores passos dados pela humanidade foi, justamente, a elaboração das vacinas. Temos acompanhado nos noticiários, em 2022, o avanço da variante de uma doença há muito tempo esquecida: a varíola.
Foi com ela que a vacinação começou a ser produzida, evitando a morte de milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que, infelizmente, outras milhões já tinham perdido suas vidas para a enfermidade.
Apesar disso, doenças eliminadas têm voltado a aparecer nos noticiários, nos boletins médicos e, principalmente, nos hospitais. Isso se deve a três fatores principais:
- o fato de que as pessoas acham que as doenças não existem mais, já que a vacinação é efetiva e não há casos entre as pessoas próximas (parentes, vizinhos, etc.);
- a falta de informação e a ausência de boas campanhas de vacinação em nosso país, principalmente nos últimos anos;
- a desinformação, com a disseminação de fake news sobre as vacinas e os seus riscos em potencial.
Agora, um ponto importante, que merece ser ressaltado: as vacinas são completamente seguras. Nas últimas décadas, milhões de pessoas foram imunizadas e o resultado disso é que muitas vidas foram salvas e várias doenças erradicadas.
As únicas contraindicações da vacina, segundo os médicos, são a presença de imunossupressão (devido a doenças ou tratamentos que prejudicam fortemente o sistema imunológico) ou alergia grave a um dos componentes do imunizante. Em ambos os casos, o profissional responsável pelo seu acompanhamento falará sobre isso com você.
As reações vacinais são, em sua imensa maioria, leves e transitórias. Assim, não se comparam em nada às possíveis complicações da doença, que podem gerar problemas graves de saúde.
Como podemos perceber, as doenças erradicadas têm dado as caras novamente em nossa sociedade. Para interromper sua disseminação e voltar a fazer com que elas fiquem no passado, é preciso que toda a população se engaje em cuidados básicos, como a vacinação.
Sendo assim, aproveite e amplie os seus conhecimentos com mais uma postagem do blog Sabin! Veja a importância da vacinação para o bem-estar individual e coletivo, e saiba os motivos pelos quais se imunizar é fundamental.