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A vacinação deve ser feita em todas as fases da vida?

Entenda a importância da vacinação nas diferentes fases da vida

A vacina é, sem dúvida, um dos maiores avanços da ciência. Entre os inúmeros benefícios, podemos citar a diminuição da mortalidade infantil e a redução significativa do risco de adoecer e morrer de doenças que podem ser evitadas pela vacinação. As vacinas estimulam o sistema imune à produção de anticorpos, o que garante imunidade e proteção contra a agressão dos vírus e bactérias ao nosso organismo.

Na infância, é natural que os pais se preocupem em vacinar seus filhos. Durante muito tempo, acreditou-se que vacina era “coisa de criança”, mas esse conceito tem mudado, com a produção de novas vacinas e evidências clínicas que comprovam sua eficácia ao longo dos ciclos da vida — lactente, criança, adolescente, adulto, idoso — e podendo se estender à vacinação da mulher, do homem, do viajante, da saúde ocupacional, entre outros públicos.

Entenda a importância de se vacinar em todas as fases da vida e saiba o que é necessário para deixar seu cartão vacinal em dia. A gerente de imunização do Grupo Sabin, Dra. Ana Rosa dos Santos, colaborou com este material para ajudar você a cuidar da saúde.

A importância da vacinação para a prevenção de doenças 

Com o passar do tempo, as vacinas podem diminuir sua proteção. Para garantir a cobertura, são fundamentais o cumprimento dos esquemas vacinais e a atualização das doses de reforço, que têm a capacidade de estimular e relembrar o sistema imune de reconhecer a presença de agentes infecciosos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, a vacina previne de 3,5 a 5 milhões de mortes, todos os anos, por doenças imunopreveníveis — aquelas que podem ser evitadas com a administração da vacina. As principais doenças imunopreveníveis por vacina são a difteria, o tétano, a coqueluche, a influenza (gripe), o sarampo, a poliomielite, a meningite, a caxumba, a febre amarela, a hepatite B, entre outras.

Desde 1973, o Brasil conta com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que permite que as vacinas alcancem os lugares mais remotos do país. O Calendário Nacional de Vacinação dispõe de vacinas para mais de 20 doenças imunopreveníveis, contemplando pessoas de todas as idades e contribuindo para que tenham vidas mais longas e saudáveis.

Quais vacinas devemos tomar ao longo da vida?

O Brasil sempre foi conhecido por suas altas taxas de cobertura vacinal. Entretanto, nos últimos anos, os números vêm caindo de forma alarmante, gerando uma grande preocupação na saúde pública em relação ao reaparecimento de doenças até mesmo consideradas eliminadas do território nacional.

Milhões de pessoas têm deixado de se vacinar e completar o esquema vacinal. Um exemplo de baixas coberturas resultou no retorno do sarampo ao país, doença que havia sido considerada eliminada. A poliomielite é uma doença erradicada que se encontra em situação iminente, correndo o risco de reintrodução, caso o percentual de cobertura vacinal não atinja a meta de 95%, de forma homogênea, em todos os municípios brasileiros. “Precisamos desta recuperação e, para isso, esforços têm sido realizados pelo Ministério da Saúde, com a intensificação de campanhas de vacinação contra a pólio, além de ações de vigilância ambiental e epidemiológica”, alerta Dra. Ana Rosa.

Não custa reforçar que a vacinação deve ser respeitada não apenas durante a infância, mas em todas as fases da vida. Fazer os esquemas vacinais corretamente contribui para o controle e a eliminação de doenças, além de proteger toda a população.

A seguir, preparamos um compilado para que você conheça quais vacinas são indispensáveis em cada momento da vida. Salve e compartilhe com sua família e amigos.

ATENÇÃO! Para informações completas sobre cada vacina, consulte os sites do Ministério da Saúde (MS) ou da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Vacinação em crianças e adolescentes

De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, confira as principais vacinas que seu filho não pode deixar de tomar para estar protegido.

IdadeVacinaEsquema vacinalReforçoRede públicaRede privada

Ao nascer
BCGDose única (deve ser administrada ainda na maternidade)NãoSimSim

Ao nascer
Hepatite B4 doses (0, 2, 4 e 6 meses;
ou 0, 1, 2 e 6 meses)
NãoSimSim (combinada)
2 mesesPoliomielite (VIP)3 doses
(2, 4 e 6 meses)
2 reforços da VOP são recomendados
(vide abaixo, na tabela)
SimSim
2 mesesRotavírus2 doses
(2 e 4 meses)
NãoSim Sim 
2 mesesTríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche)
3 doses
(2, 4 e 6 meses)
SimSimSim
2 mesesPneumocócica 10-valente (PCV)2 doses
(2 e 4 meses)
SimSimSim
3 meses Meningocócica C2 doses
(3 e 5 meses)
SimSimSim
3 mesesMeningocócica B2 doses
(3 e 5 meses)
SimNãoSim
6 mesesInfluenza (gripe)Dose anualSimSimSim
6 mesesCovid-192 dosesSim (consultar ciclo vacinal)SimNão
9 mesesFebre amarela2 dosesNãoSimSim
12 mesesSarampo, caxumba e rubéola (SCR)2 doses
(uma SCR + uma SCRV)

Não
SimSim
15 mesesSarampo, caxumba, rubéola e varicela (SCRV)2 doses
(segunda dose de SCRV + primeira de varicela)

Não
SimSim
15 mesesPoliomielite (VOP)2 doses
(15 meses e 4 anos)
NãoSimNão
15 mesesHepatite ADose únicaNãoSimSim
4 anosVaricela (catapora)2 doses, contando a dose anterior da SCRVNãoSimSim
A partir dos 5 anosPneumocócica 23-valente (PCV)Dose única
(indígenas que não tomaram a PCV 10)

Não
SimSim
A partir dos 7 anosDifteria e tétano (dT)3 doses, contando as doses anteriores de pentavalente e DTP A cada 10 anosSimSim
Entre 9 e 14 anos (meninas)Entre 11 e 14 anos (meninos)Papilomavírus humano (HPV)2 doses
(intervalo de 6 meses)
NãoSimSim
11 ou 14 anosMeningocócica ACWYDose únicaNãoSimSim

 Fontes: Ministério da Saúde (MS) e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

Vacinação em adultos

“Na vida adulta, as vacinas protegem evitando complicações de doenças como gripes, pneumonias, além de comorbidades como doenças cardiovasculares, pulmonares, neurológicas, entre outras. Nessa fase da vida, existem profundas alterações no sistema imune a partir dos 60 anos, com a queda da imunidade — a chamada imunossenescência”, informa Dra. Ana Rosa.

É comum que muitos adultos acreditem que não precisam se imunizar, tendo em vista as vacinas que tomaram na infância. Entretanto, isso é uma inverdade. “O adulto precisa se conscientizar que estar com a vacinação em dia é estar protegido. Ao mesmo tempo, não irá transmitir e disseminar doenças às crianças, antes dos primeiros meses de vida. A vacinação dos pais, avós, irmãos, cuidadores (babás), professoras e até os profissionais de saúde (enfermeiras, médicos, etc.) está recomendada”, complementa a médica.

Por isso, é fundamental que a população adulta e idosa também faça o acompanhamento periódico de sua caderneta de vacinação, a fim de evitar que alguma dose fique de fora. Abaixo, saiba quais são as principais vacinas recomendadas para essa faixa etária.

VacinaEsquema vacinalRede públicaRede privada
Difteria e tétano (dT)A cada 10 anos, deve ser feito um reforço.SimSim
Sarampo, caxumba e rubéola (SCR)2 doses (20 a 29 anos)1 dose (30 a 59 anos)SimSim
Febre amarelaDose única para quem nunca tomou a vacinaSimSim
Influenza (gripe)AnualSimSim
HPV3 doses para adultos não imunizadosNãoSim
Pneumocócica 23Dose única, a partir de 60 anosNãoSim
Hepatite B3 doses para adultos não imunizadosSimNão
Varicela (catapora)2 doses para adultos imunossuprimidosNãoSim
Herpes-zósterDose única para a vacina atenuada e 2 doses para a vacina inativada (a partir dos 50 anos como rotina, ou a partir dos 18 anos para imunossuprimidos)NãoSim
Covid-192 doses com reforço (consultar ciclo vacinal)SimNão

Fontes: Ministério da Saúde (MS) e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

Vacinação em gestantes

Além dos exames para o controle da gestação, o pré-natal também inclui algumas vacinas primordiais para a saúde da gestante e do bebê. São elas:

VacinaRecomendaçãoRede públicaRede privada
Difteria e tétano (dT)3 doses para gestantes não vacinadas1 dose se a gestante já tiver tomado a primeiraSimSim
Difteria, tétano e coqueluche (dTpa)1 dose a partir da 20ª semana de gestaçãoSimSim
Hepatite B3 doses (0, 1 e 6 meses de gestação)SimNão
Influenza (gripe)Dose única, em qualquer idade gestacionalSimSim

Fontes: Ministério da Saúde (MS) e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

Dra. Ana Rosa aproveita para destacar: “Conforme resultados apresentados em um jornal de pediatria, a mãe é a principal fonte de infecção (33%) quando uma criança menor de dois meses, ainda desprotegida de vacinas, faz um quadro de coqueluche (tosse comprida). É muito grave a coqueluche antes dos dois meses, e a gravidade pode ser medida pelos índices de mortalidade de crianças nessa idade”.

Vacinação em viajantes

Antes de entrar em outro país, é preciso obter informações para que a viagem seja segura, especialmente em relação às doenças imunopreveníveis. E isso envolve as exigências sanitárias praticadas em cada localidade.

Os viajantes que chegam ao Brasil devem seguir algumas recomendações do Ministério da Saúde (MS), que visam garantir maior segurança à saúde e evitar o risco de transmissão de doenças. Da mesma forma, o MS orienta que brasileiros que desejam se deslocar para outro país estejam com a situação vacinal atualizada.

Se você se encontra em uma dessas situações, veja a tabela a seguir.

VacinaRecomendação
Febre amarelaPara quem está entrando no Brasil, cujo destino é um município da lista de Áreas com Recomendação de Vacinação (ACRV): 10 dias de antecedência da viagem.Para quem está saindo do Brasil: obrigatória a vacina contra febre amarela em alguns país (confira a relação aqui).
SarampoVacina indicada para estrangeiros que vêm ao Brasil
Difteria, tétano e poliomieliteEsquema completo recomendado para quem entra no Brasil

Fonte: Ministério da Saúde (MS)

Vacinação ocupacional

Você sabe o que é vacinação ocupacional? 

É a vacinação destinada a imunizar os trabalhadores de determinado local. Esse tipo de vacinação é importante sobretudo para quem deixa de completar o calendário básico de vacinação. Além de contribuir para ampliar a cobertura vacinal, combate o adoecimento e promove a qualidade de vida dos trabalhadores.

A escolha das vacinas fica a critério do médico do trabalho, que, em consonância com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), irá definir qual imunizante é adequado para cada trabalhador, de acordo com os riscos biológicos aos quais está submetido — destacando-se os profissionais de saúde.

Entre as principais vacinas utilizadas na saúde ocupacional, estão:

Esperamos que, com este artigo, você entenda que, para estar totalmente protegido, é imprescindível receber todas as doses recomendadas nas diferentes etapas de vida. Lembrando que a vacinação pode ser feita a qualquer tempo, tanto nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede privada — e isso inclui o Sabin, que oferece mais de 20 imunizantes o ano inteiro. Acesse nossa loja virtual e saiba quais vacinas você pode tomar conosco.

Outra dica bacana é que o Sabin pode ajudar você a checar se sua caderneta de vacinação está em dia. Quer saber como? Entre em nossa página dedicada exclusivamente às vacinas e atualize-se.

Fique atento! Quando se trata de vacina, existem diversas informações enganosas, que, infelizmente, são disseminadas na população. Mas não se preocupe: vacinas são seguras. Para ajudar a esclarecer ainda mais sobre a segurança das vacinas, veja como elas agem em nosso organismo.

Para finalizar, um importante lembrete da Dra. Ana Rosa: “O adulto e o adolescente desempenham um papel fundamental na cadeia de transmissão das doenças respiratórias, que se dá de pessoa a pessoa por meio da tosse, da fala e ao espirrar, através das gotículas”. 

Portanto, o ato de se vacinar significa não apenas proteger a nós mesmos, mas também a quem nos cerca. Somente com o esforço conjunto, a imunização pode ser eficiente. É uma responsabilidade que precisa ser de todos. Precisamos fazer a nossa parte para manter as doenças afastadas e, principalmente, não permitir que as erradicadas e as eliminadas voltem!

Manter a vacinação em dia é um dever de saúde e, mais do que isso, é exercer um direito à vida. E você, está fazendo sua parte?

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