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Exame antes da quimioterapia: mais cuidado e saúde para você

Exame genético antes da quimioterapia

A quimioterapia é um dos principais tratamentos contra o câncer. No entanto, devido à sua ação intensa no organismo, pode provocar reações adversas que afetam a qualidade de vida do paciente. Mas você sabia que existe um exame que pode ajudar a prevenir os efeitos colaterais mais graves, mesmo antes de o tratamento começar?

Neste conteúdo, vamos explicar de forma simples o que é o exame genético conhecido como DPYD, por que ele é importante e como traz mais segurança para quem vai iniciar a quimioterapia com medicamentos como o 5-fluorouracil (5-FU) e a capecitabina

O exame permite que o médico conheça melhor o perfil genético do paciente e escolha a dose mais adequada, evitando riscos desnecessários. Se você vai começar a quimioterapia ou conhece alguém nessa situação, vale a pena entender como a ferramenta pode fazer a diferença.

O que é quimioterapia e por que exige tanto cuidado?

A quimioterapia é um tratamento utilizado para combater o câncer, agindo diretamente sobre as células que se multiplicam rapidamente, como as células tumorais. Ela pode ser usada sozinha ou em conjunto com cirurgia, radioterapia ou terapias-alvo, dependendo do tipo e estágio da doença.

Por ser um tratamento bastante eficaz, a quimioterapia é amplamente recomendada por médicos em diversos casos. Entretanto, os medicamentos utilizados podem afetar não apenas as células doentes, mas também as células saudáveis, especialmente aquelas que se dividem de maneira rápida, como as do sistema digestivo, do sangue e dos folículos capilares. É justamente por isso que a quimioterapia pode causar efeitos colaterais.

Cada organismo reage de uma forma, e o que funciona bem para uma pessoa pode causar reações graves em outra. Assim, é fundamental que o tratamento seja acompanhado cuidadosamente e, quando possível, adaptado ao perfil individual do paciente. 

Diante desse cenário, alguns exames genéticos já permitem prever como o corpo vai reagir a determinados quimioterápicos, sendo um deles o exame do gene DPYD.

Quais são os efeitos colaterais mais comuns da quimioterapia?

Os efeitos colaterais da quimioterapia podem variar bastante entre os pacientes. Enquanto algumas pessoas apresentam sintomas leves, outras podem enfrentar complicações mais sérias, que chegam a exigir internações ou até a interrupção do tratamento.

Entre os efeitos colaterais mais comuns da quimioterapia, estão: náuseas, vômitos, diarreia, feridas na boca, queda da imunidade (neutropenia), cansaço intenso e alterações na pele ou no apetite. Em alguns casos, podem surgir inflamações mais graves no trato digestivo ou infecções pela baixa contagem de glóbulos brancos.

O que muita gente ainda não sabe é que algumas dessas reações podem estar ligadas ao funcionamento de uma enzima do organismo denominada diidropirimidina desidrogenase (DPD). Ela é responsável por metabolizar medicamentos como o 5-FU e a capecitabina. Quando seu funcionamento não está adequado, o corpo pode ter dificuldade para eliminar os quimioterápicos, o que aumenta o risco de toxicidade. E é justamente aqui que entra o exame DPYD.

O que o exame DPYD tem a ver com tudo isso?

O exame DPYD é um teste genético que detecta variantes no gene DPYD, responsável por produzir a enzima DPD. Algumas pessoas nascem com alterações nesse gene, que diminuem ou anulam a atividade da enzima. Isso significa que, ao receber certos medicamentos quimioterápicos, os pacientes têm um risco muito maior de apresentar efeitos colaterais graves.

O oncologista pode solicitar o exame antes de iniciar a quimioterapia como uma medida de precaução. Com o resultado em mãos, o médico consegue avaliar se a pessoa tem alguma dessas variantes genéticas e, portanto, ajustar a dose do medicamento ou até escolher outra estratégia de tratamento, garantindo mais segurança.

Esse exame é particularmente relevante para pacientes com câncer colorretal, gástrico ou de mama, que são os tipos mais frequentemente tratados com medicamentos que dependem da ação da enzima DPD.

Por que esse exame é importante para a sua saúde?

Cada pessoa responde de maneira diferente aos medicamentos. Por essa razão, entender como o seu corpo metaboliza os quimioterápicos pode prevenir problemas sérios antes mesmo que eles aconteçam.

O exame DPYD ajuda a identificar quem tem risco aumentado de toxicidade, permitindo que o tratamento seja personalizado. Em vez de receber a dose padrão, o paciente pode começar com uma dose reduzida ou seguir outro protocolo, de acordo com a sua constituição genética. Isso evita reações inesperadas, reduz a chance de hospitalizações e torna a quimioterapia mais eficaz e segura.

Além disso, saber dessa informação antecipadamente evita atrasos no tratamento, já que os efeitos colaterais graves podem levar à suspensão da quimioterapia. Ao adaptar o esquema desde o início, o tratamento tem mais chances de seguir conforme o planejado.

Esse exame já está disponível no Sabin, com tecnologia moderna e uma equipe qualificada. O procedimento é simples: utiliza uma amostra de sangue e tem resultados disponíveis em poucos dias. Se você está prestes a iniciar um tratamento oncológico, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar o exame e tire todas as suas dúvidas. A prevenção começa com informação.

Quer saber mais sobre como os exames genéticos podem ajudar na prevenção e no tratamento do câncer? Acesse: Dicas do Sabin: saiba mais sobre os exames genéticos para câncer.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

de Moraes, Francisco Cezar Aquino et al. “Pharmacogenetics of DPYD and treatment-related mortality on fluoropyrimidine chemotherapy for cancer patients: a meta-analysis and trial sequential analysis.” BMC cancer vol. 24,1 1210. 30 Sep. 2024, doi:10.1186/s12885-024-12981-5

Chan, Tsun Ho et al. “DPYD genetic polymorphisms in non-European patients with severe fluoropyrimidine-related toxicity: a systematic review.” British journal of cancer vol. 131,3 (2024): 498-514. doi:10.1038/s41416-024-02754-z

Botton, Mariana Rodrigues et al. “Frequency of DPYD gene variants and phenotype inference in a Southern Brazilian population.” Annals of human genetics vol. 86,2 (2022): 102-107. doi:10.1111/ahg.12453

de Baco, Lucas Silva et al. “Evaluation of chemotherapy toxicities in patients receiving treatment for gastrointestinal cancers and therapeutic monitoring of 5-fluorouracil as a clinical support tool.” Fundamental & clinical pharmacology vol. 38,6 (2024): 1190-1202. doi:10.1111/fcp.13037

Pratt, Victoria M. et al. DPYD Genotyping Recommendations. The Journal of Molecular Diagnostics, Volume 26, Issue 10, 851 – 863

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