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Saiba como se proteger da dengue e conheça a nova vacina Qdenga®

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Embora as campanhas contra a dengue sejam continuamente realizadas, ainda parecem existir muitos questionamentos sobre o assunto, o que talvez se reflita na dificuldade de controle dessa doença no Brasil.

Dados epidemiológicos do Ministério da Saúde (MS) demonstram a grave situação do país, revelando um aumento significativo de casos de dengue em 2024. Além do maior volume de notificações e casos confirmados, um dos grandes diferenciais em relação aos anos anteriores é o ressurgimento dos tipos 3 e 4 do vírus, sendo que o 3 não era detectado desde 2008. Diante disso, o cenário atual aponta que os quatro tipos do vírus da dengue estão circulando entre a população ao mesmo tempo, fato incomum no país e que redobra a preocupação quanto às medidas de prevenção.

Para entender melhor, reunimos informações importantes sobre o tema e esclarecemos como a dengue é transmitida, seus principais tipos e como se proteger dela. Acompanhe!

O que é a dengue?

A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos, classificada como uma arbovirose urbana existente em todos os países tropicais, especialmente no Brasil. É considerada uma doença febril, semelhante à gripe, e, às vezes, causa uma complicação potencialmente letal chamada dengue grave.

Podendo ocorrer ao longo de todo o ano, a incidência maior de dengue é nas épocas mais chuvosas de cada região. Pessoas de qualquer idade estão suscetíveis à infecção pelo vírus, no entanto, crianças, idosos, pessoas imunossuprimidas, com comorbidades ou doenças crônicas apresentam maiores chances de manifestar sintomas mais graves.

Como a dengue é transmitida?

O vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado no ciclo urbano (humano-vetor-humano). Apenas as fêmeas do mosquito são responsáveis pela transmissão, já que necessitam do sangue para o desenvolvimento dos ovos, ao passo que os machos se alimentam apenas de seiva vegetal e não representam risco de picada aos humanos.

O ciclo tem início quando uma fêmea se infecta ao se alimentar do sangue de uma pessoa que está na fase aguda da doença (doença ativa). Posteriormente, esse mesmo mosquito infectado pode disseminar o vírus ao picar outras pessoas saudáveis, iniciando, assim, o ciclo de transmissão.

Uma característica crucial desse ciclo é que, uma vez infectado, o mosquito permanece capaz de transmitir o vírus ao longo de toda sua vida. Considerando que a vida média de uma fêmea é de aproximadamente uma semana, podendo se estender até duas semanas, torna-se essencial eliminar os criadouros do mosquito para interromper a propagação da doença. Áreas com água parada são ambientes propícios para a reprodução do Aedes aegypti, tendo em vista que as fêmeas depositam seus ovos nesses locais.

Quais são os sintomas?

Ao ser infectada pelo vírus, uma pequena parcela da população pode ser assintomática. Mas, comumente, a pessoa apresenta, pelo menos, dois sintomas. Os mais comuns são:

Os sintomas da dengue aparecem após um período de incubação, que costuma variar de quatro a dez dias. Em geral, o primeiro sintoma a se manifestar é a febre alta e constante, seguida de dores nas articulações e de outros sintomas.

Na dengue grave, os sintomas observados incluem dores abdominais, sangramento nas gengivas, vômito com sangue, respiração rápida, fadiga ou inquietação e diminuição da febre.

Para diagnosticar a dengue, além da identificação dos sintomas, é fundamental a realização de exames laboratoriais. Atualmente, existem diferentes exames com excelente sensibilidade e precisão para auxiliar no diagnóstico. Para entender mais profundamente sobre esses testes, acesse o conteúdo sobre como é feito o diagnóstico da dengue.

Quais tipos de dengue existem?

Diferentemente do que muitos acreditam, a dengue não é uma doença de vírus único. Existem quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Todos têm o mesmo modo de transmissão predominante — pela picada de um mosquito.

Devido à variação de tipos do vírus, uma pessoa pode ter até quatro vezes a doença, sendo infectada, cada vez, por um dos tipos. Portanto, pessoas infectadas com um deles não ficam imunes aos outros.

Qual tipo de dengue é mais “letal”?

Não existe um tipo de dengue mais “letal” do que outro. O que pode ocorrer é que, na primeira contaminação, a pessoa tem geralmente a chamada “dengue clássica”, com sintomas mais leves, como febre e dor no corpo. Os sintomas podem se agravar a partir de uma nova infecção, exigindo maior atenção se o paciente já tiver tido mais do que duas infecções.

Desenvolvimento da dengue grave

Como mencionado, a pessoa infectada pela primeira vez adquire imunidade para o tipo de vírus ao qual entrou em contato, mas não para os demais. Caso se infecte uma segunda vez, existe a possibilidade do desenvolvimento da dengue grave.

A dengue grave é uma complicação potencialmente fatal, decorrente principalmente do vazamento de plasma dos vasos sanguíneos, acúmulo de líquido, queda significativa da pressão arterial, disfunção renal, edema pulmonar, dificuldade respiratória, sangramento grave (hemorragia) ou comprometimento de órgãos. 

Anteriormente conhecida como “dengue hemorrágica”, a dengue grave teve sua denominação modificada, pois o termo “hemorrágica” acaba restringindo as possíveis formas graves da dengue.

De fato, a dengue grave pode se manifestar com hemorragia, contudo, nem sempre isso acontece. Sendo assim, não se aconselha mais a utilização do termo “dengue hemorrágica”.

Quais são as medidas de prevenção para todos os tipos de dengue?

As medidas de prevenção contra a dengue são de responsabilidade dos gestores de saúde. Dessa forma, o Sistema Único de Saúde (SUS) busca fornecer a estados e municípios melhores condições para enfrentar esse problema e realizar a vigilância epidemiológica. Aproveite e conheça a campanha do Governo Federal de combate ao mosquito da dengue.

Por outro lado, também é papel da população adotar ações para combater a disseminação do mosquito transmissor. As principais a serem aplicadas são:

Existe vacina para a dengue?

Sim! Já existe, no Brasil, desde 2016, a vacina Denguevaxia®, para a prevenção da dengue entre pessoas de seis a 45 anos. Em março de 2023, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um imunizante considerado ainda mais eficaz, a vacina Qdenga®.

Conheça a nova vacina Qdenga®

A Qdenga® é uma vacina recentemente desenvolvida, altamente eficaz contra os quatro tipos de vírus da dengue. A seguir, reunimos as principais informações sobre a nova vacina para que você esclareça suas dúvidas.

Idade

A vacina Qdenga® é indicada para pessoas na faixa etária entre quatro e 60 anos.

Eficácia

A vacina apresenta 80,2% de eficácia geral. Segundo estudos, o imunizante pode fornecer até 90,4% de eficácia geral na prevenção de hospitalizações por dengue.

Indicação

A Qdenga® é indicada para evitar casos graves e reduzir internações causadas pelos sorotipos 1, 2, 3 e 4 do vírus. A indicação da vacina inclui também pessoas que nunca tiveram a doença.

Esquema

O esquema vacinal da Qdenga® é feito em duas doses, com intervalo de três meses (0 – 3 meses).

Administração

Via subcutânea.

Contraindicações

A vacina é contraindicada para pessoas imunodeprimidas, que apresentam alergia grave a algum dos componentes do imunizante ou à dose anterior (histórico de anafilaxia) e para mulheres grávidas ou amamentando.

Quais as diferenças entre as vacinas Qdenga® e Denguevaxia®?

Ampliação do público

A vacina Qdenga® estende a faixa etária para quatro a 60 anos, enquanto a Denguevaxia® é indicada para pessoas entre seis e 45 anos.

Aumento da proteção

A Denguevaxia® previne cerca de 65,5% dos casos de dengue, já a Qdenga® previne 80,2% e diminui em 90% as chances de internação hospitalar.

Esquema reduzido

Antes com três doses, a nova vacina passa a ter somente duas doses.

Disponibilidade no SUS

Apenas a vacina Qdenga® está disponível gratuitamente na rede pública, a partir de 2024.

Além disso, a nova vacina pode ser aplicada independentemente da exposição anterior à dengue e sem necessidade de teste pré-vacinação (sorologia).

Como tratar a dengue?

Não existe um medicamento ou tratamento específico para a dengue. Por isso, os cuidados variam de acordo com a apresentação clínica da doença.

Em casos mais leves, medidas como repouso, hidratação e uso de analgésicos estão indicadas. Entretanto, é indispensável obter orientação médica sobre os exames laboratoriais de controle e as medicações contraindicadas (alguns medicamentos de rotina não devem ser tomados pelo risco de aumentar o sangramento). Em casos mais graves da doença, pode haver necessidade de cuidados intensivos e, até mesmo, da internação do paciente.

Agora que você entendeu o que é a dengue, chegou a hora de fazer a diferença para combater essa importante doença. Comece pela sua residência, eliminando locais que possam servir como criadouros do Aedes aegypti. Desse modo, você ajuda diretamente a controlar a proliferação do mosquito e, com isso, a transmissão da doença.

Sabemos que a dengue é uma doença que, muitas vezes, pode ser confundida com outras arboviroses. Para não restar mais dúvidas, sugerimos a leitura do conteúdo sobre as diferenças entre dengue, zika e chikungunya.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Guzman MG, Gubler DJ, Izquierdo A, Martinez E, Halstead SB. Dengue infection. Nat Rev Dis Primers. 2016 Aug 18;2:16055. doi: 10.1038/nrdp.2016.55

Ministério da Saúde. Dengue. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue Acesso em: 04/04/2024

WHO. Dengue and severe dengue. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dengue-and-severe-dengue Acesso em: 04/04/2024

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