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Investigação das linfonodomegalias

Como avaliar as linfonodomegalias e fazer o melhor diagnóstico?

O curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial”, realizado pelo Grupo Sabin com o objetivo de orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames, apresentou a aula “Investigação de linfonodomegalias”.

Dra. Maura Colturato, especialista em hematologia, ensina como fazer o reconhecimento das linfonodomegalias e identificar as possíveis causas do aumento de linfonodos, popularmente conhecidos como gânglios linfáticos.

O que é linfonodomegalia

Antes de mais nada, é preciso entender o que são os linfonodos. Nesse contexto, Dra. Maura faz uma breve revisita sobre o funcionamento do sistema linfático e demonstra como o linfonodo se configura uma parte integrante dele.

A linfonodomegalia ocorre quando os linfonodos crescem excessivamente, em decorrência do aumento da produção de linfócitos. A médica, então, explica como a linfonodomegalia se forma, mostrando que depende diretamente da circulação desses linfócitos pelos órgãos e tecidos dos sistemas vascular e linfático.

Em seguida, é feita uma exibição dos elementos estruturantes de um linfonodo, tais como o centro germinativo, a zona do manto, a zona paracortical e a zona medular. 

Como funciona a circulação dos linfócitos 

Os linfócitos (ou células linfoides) se desenvolvem dentro dos linfonodos. Para efeitos didáticos, Dra. Maura informa que essas células se localizam dentro dos linfonodos por uma simples razão: “É lá que elas vão sofrer sua diferenciação terminal. A especialização terminal de uma célula linfoide acontece nos órgãos linfoides secundários, e o linfonodo é um deles”.

Para haver a diferenciação, a célula precisa entrar em contato com o antígeno, e esse contato é feito justamente dentro dos linfonodos. Somente dessa forma, a célula se especializa, sofrendo os processos de expansão e seleção. Na aula, o aluno tem a chance de conferir cada uma das etapas desses processos.  

A professora informa que, a partir do contato entre os linfócitos e algum tipo de patógeno (bactéria ou vírus), ocorre uma grande proliferação celular, ocasionando aumento de volume dos linfonodos — a linfonodomegalia. Na sequência, ela apresenta os diversos tipos de linfomas e ressalta que é fundamental conhecer as características imunológicas e morfológicas dessa proliferação, pois podem facilitar o diagnóstico de neoplasias, por exemplo.

Em quais situações, as linfonodomegalias se formam?

Embora a explicação para que a linfonodomegalia se forme seja a mesma, as causas podem ser diversas.

Dra. Maura afirma que a linfonodomegalia pode ser causada por doenças infecciosas ou inflamatórias, hematológicas ou autoimunes, além de reações medicamentosas e metástases. As causas mais frequentes são clinicamente classificadas em “reacionais”, divididas em: infecciosas; não infecciosas e inflamatórias; doenças neoplásicas; infiltrativas não neoplásicas; e doenças de causas desconhecidas. No vídeo da aula, é possível encontrar a explicação detalhada para cada situação.

Como abordar um paciente com linfonodomegalia?

Levando em consideração alguns critérios avaliativos, a hematologista consegue inferir dados que ajudarão na abordagem clínica. Confira, a seguir, os critérios utilizados e as respectivas abordagens.

Idade do paciente

Existem algumas diferenças características que podem ser observadas em relação à idade do paciente. Por exemplo, em crianças e jovens, a incidência de doenças reacionais é, em geral, maior que 80%. Já em adultos, há grandes chances de doenças neoplásicas em pessoas a partir dos 50 anos. 

Tempo de evolução

Caso o paciente apresente uma linfonodomegalia aguda, é mais provável que sua origem seja infecciosa, inflamatória ou, ainda, uma leucemia aguda. Por outro lado, se ela for crônica, pode indicar processos granulomatosos, doenças autoimunes, linfomas ou tumores sólidos.

Sintomas apresentados

Na ocorrência de febre sem horário específico, sem nenhum outro sintoma, muito provavelmente a origem é infecciosa. Já quando a febre ocorre em horários determinados, acompanhada de sudorese intensa e perda de peso, o quadro pode ser indicativo de diagnóstico diferencial de tuberculose ou linfomas.

Aparência do linfonodo

Quando o linfonodo apresenta consistência fibrilar, com sinal de inflamação, pequeno e doloroso, as chances de ser uma doença reacional ou infecciosa são grandes. Ao formar abcessos, deve-se pensar em infecções bacterianas, tuberculose ou fungos. Contudo, se o linfonodo tem aspecto endurecido, formato grande, é indolor e não apresenta sinal de inflamação, pode ser uma metástase, linfoma ou leucemia.

Localização

É importante avaliar a região onde a linfonodomegalia se forma no organismo do paciente. Dependendo da localização, o médico consegue direcionar a melhor abordagem clínica. Na apresentação, são detalhadas todas as possíveis regiões e etiologias.

O conjunto de todos esses critérios avaliativos é vasto e essencial para a formação da hipótese diagnóstica. Entretanto, o que irá corroborar essas análises clínicas são os exames complementares (laboratoriais ou de imagem), muito bem explanados na aula.

Dra. Maura finaliza a apresentação trazendo alguns estudos de caso, que servem para elucidar, na prática, os melhores direcionamentos clínicos relacionados à linfonodomegalia. Convidamos você a assistir cada etapa para esclarecer suas dúvidas.

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