Sabin Por: Sabin
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O curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial”, realizado pelo Grupo Sabin com o objetivo de orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames, dedicou este módulo ao tema “O laboratório de imuno-hematologia na prática clínica”.

Aula ministrada pela Dra. Ana Teresa Neri, médica hematologista, que propõe uma dinâmica baseada em enquetes interativas. Por meio de perguntas e respostas sobre o que é imuno-hematologia e qual sua atuação na prática clínica, ela instiga o aluno a aprender, de maneira simples, um assunto mais complexo de ser absorvido. 

Ao final da aula, no intuito de sintetizar os conhecimentos teóricos sobre os testes imuno-hematológicos, a médica traz casos clínicos de medicina transfusional e convida o aluno a estudar minuciosamente cada aplicação. 

O que é imuno-hematologia?

Para melhor compreender sobre como a prática clínica é feita, Dra. Ana Teresa considera interessante, primeiramente, discorrer sobre os fundamentos da imuno-hematologia. Dessa forma, ela consegue trazer uma dimensão maior da temática abordada. “Todos os médicos, em algum momento da vida profissional, vão ter que prescrever uma transfusão de sangue”, destaca.

Parte da hematologia, a imuno-hematologia compreende estudos sobre imunologia, genética, biologia molecular e bioquímica. Conhecer a imuno-hematologia laboratorial permite ao médico interpretar corretamente o resultado dos testes imuno‑hematológicos, tomando a melhor decisão frente aos bancos de sangue.

Conceitos essenciais de imuno-hematologia clínica

A interpretação adequada dos testes imuno-hematológicos implica em conhecer alguns importantes pilares que compõem a imuno-hematologia. Veja, a seguir, os principais conceitos a serem estudados.

Imunidade humoral

É basicamente o estudo dos anticorpos produzidos pelos linfócitos B diferenciados. 

Para fins ilustrativos, Dra. Ana Teresa apresenta os plasmócitos — células derivadas dos linfócitos B — e demonstra também como analisar a atividade do sistema humoral in vitro, através do processo de hemaglutinação. 

Imunoglobulinas

Proteína responsável pelo equilíbrio do sistema imunológico, a imunoglobulina age como receptora de antígenos, neutralizando-os e ativando os fatores de complemento, entre diversas outras funções. As principais imunoglobulinas estudadas na imuno-hematologia são as imunoglobulinas G (IgG) e M (IgM).

IgG

A imunoglobulina G é o principal anticorpo circulante em nosso sangue e desempenha importantes funções no organismo. Aqui, destacam-se as principais: favorecer a fagocitose de patógenos; e mediar a opsonização de células-alvo, amplificando a resposta inflamatória.

Na apresentação, são trazidos exemplos da molécula IgG para que o aluno tenha uma visão geral sobre como funciona a atuação da imunoglobulina e o sistema de complemento.

IgM

Embora esteja presente em menor quantidade do que a IgG, a imunoglobulina M também favorece a destruição de patógenos e células-alvo, sobretudo por sua grande capacidade de ativação do sistema de complemento. 

Não deixe de conferir a explicação rica dos conceitos acima e demais explicações deste tema tão interessante. O vídeo da aula completa está disponível abaixo.

Como fazer o teste imuno-hematológico

A aula mostra as diferentes maneiras de se fazer um teste imuno-hematológico, bem como as etapas do processo de hemaglutinação. 

Principal metodologia utilizada nos testes imuno-hematológicos, a hemaglutinação pode ser visualizada com mais facilidade nas moléculas de IgM do que nas de IgG. Isso se deve ao fato de que o IgM possui vários epítopos antigênicos e o IgG, não. Tanto que, quando se pretende procurar o IgG, é necessário usar um agente facilitador. Vale ressaltar que, para não haver comprometimento no resultado dos testes, é muito importante atentar-se à concentração correta de anticorpos e reagentes.

A hematologista traz alguns exemplos de testes laboratoriais feitos em tubos de ensaio, placas e cartões, explicando como funcionam os graus de hemaglutinação e as respectivas reações. Além disso, ela indica para qual finalidade cada teste é recomendado. Não deixe de conferir!

Os principais tipos de teste imuno-hematológico

Na imuno-hematologia, existem três testes básicos que o médico deve ter em mente: fenotipagem eritrocitária; pesquisa de anticorpos irregulares; e teste de antiglobulina direto.

Fenotipagem eritrocitária

O teste de fenotipagem eritrocitária visa caracterizar quais antígenos estão presentes nas hemácias, desde seus sistemas mais essenciais (ABO ou RhD) até a identificação de outros diversos sistemas eritrocitários existentes (e menos conhecidos), a depender da necessidade (Kell, Kidd, Duffy, MNSs, etc.).

Pesquisa de anticorpos irregulares

Também conhecido pela sigla PAI (Pesquisa de Anticorpos Irregulares), o objetivo é identificar a presença de anticorpos eritrocitários não esperados no plasma sanguíneo. 

Teste de antiglobulina direto

O TAD (Teste da Antiglobulina Direto) é caracterizado pela busca de anticorpos ou frações do complemento aderidas nas hemácias. Deve ser interpretado com cautela, sempre em conjunto com o histórico do paciente, seus sinais e sintomas.

Quer ver o passo a passo para realização de cada teste? Assista à explicação completa e tire suas dúvidas.

Desejamos que a presente aula tenha elucidado os principais questionamentos sobre imuno-hematologia. O estudo dessa área é importante para contribuir com a qualidade na execução dos exames imuno-hematológicos, garantindo boas práticas de segurança e conduzindo a diagnósticos assertivos.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus colegas médicos. E não deixe de acompanhar as outras aulas do curso de Medicina Diagnóstica do Sabin! Confira os temas:

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O laboratório de imuno-hematologia na prática clínica; O curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial”, realizado pelo Grupo Sabin com o objetivo de orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames, dedicou este módulo ao tema “O laboratório de imuno-hematologia na prática clínica”. Aula ministrada pela Dra. Ana Teresa Neri, médica hematologista, que propõe uma dinâmica baseada em enquetes interativas. Por meio de perguntas e respostas sobre o que é imuno-hematologia e qual sua atuação na prática clínica, ela instiga o aluno a aprender, de maneira simples, um assunto mais complexo de ser absorvido.  Ao final da aula, no intuito de sintetizar os conhecimentos teóricos sobre os testes imuno-hematológicos, a médica traz casos clínicos de medicina transfusional e convida o aluno a estudar minuciosamente cada aplicação.  O que é imuno-hematologia? Para melhor compreender sobre como a prática clínica é feita, Dra. Ana Teresa considera interessante, primeiramente, discorrer sobre os fundamentos da imuno-hematologia. Dessa forma, ela consegue trazer uma dimensão maior da temática abordada. “Todos os médicos, em algum momento da vida profissional, vão ter que prescrever uma transfusão de sangue”, destaca. Parte da hematologia, a imuno-hematologia compreende estudos sobre imunologia, genética, biologia molecular e bioquímica. Conhecer a imuno-hematologia laboratorial permite ao médico interpretar corretamente o resultado dos testes imuno‑hematológicos, tomando a melhor decisão frente aos bancos de sangue. Conceitos essenciais de imuno-hematologia clínica A interpretação adequada dos testes imuno-hematológicos implica em conhecer alguns importantes pilares que compõem a imuno-hematologia. Veja, a seguir, os principais conceitos a serem estudados. Imunidade humoral É basicamente o estudo dos anticorpos produzidos pelos linfócitos B diferenciados.  Para fins ilustrativos, Dra. Ana Teresa apresenta os plasmócitos — células derivadas dos linfócitos B — e demonstra também como analisar a atividade do sistema humoral in vitro, através do processo de hemaglutinação.  Imunoglobulinas Proteína responsável pelo equilíbrio do sistema imunológico, a imunoglobulina age como receptora de antígenos, neutralizando-os e ativando os fatores de complemento, entre diversas outras funções. As principais imunoglobulinas estudadas na imuno-hematologia são as imunoglobulinas G (IgG) e M (IgM). IgG A imunoglobulina G é o principal anticorpo circulante em nosso sangue e desempenha importantes funções no organismo. Aqui, destacam-se as principais: favorecer a fagocitose de patógenos; e mediar a opsonização de células-alvo, amplificando a resposta inflamatória. Na apresentação, são trazidos exemplos da molécula IgG para que o aluno tenha uma visão geral sobre como funciona a atuação da imunoglobulina e o sistema de complemento. IgM Embora esteja presente em menor quantidade do que a IgG, a imunoglobulina M também favorece a destruição de patógenos e células-alvo, sobretudo por sua grande capacidade de ativação do sistema de complemento.  Não deixe de conferir a explicação rica dos conceitos acima e demais explicações deste tema tão interessante. O vídeo da aula completa está disponível abaixo. https://youtu.be/hZ-DPBUKn_4 Como fazer o teste imuno-hematológico A aula mostra as diferentes maneiras de se fazer um teste imuno-hematológico, bem como as etapas do processo de hemaglutinação.  Principal metodologia utilizada nos testes imuno-hematológicos, a hemaglutinação pode ser visualizada com mais facilidade nas moléculas de IgM do que nas de IgG. Isso se deve ao fato de que o IgM possui vários epítopos antigênicos e o IgG, não. Tanto que, quando se pretende procurar o IgG, é necessário usar um agente facilitador. Vale ressaltar que, para não haver comprometimento no resultado dos testes, é muito importante atentar-se à concentração correta de anticorpos e reagentes. A hematologista traz alguns exemplos de testes laboratoriais feitos em tubos de ensaio, placas e cartões, explicando como funcionam os graus de hemaglutinação e as respectivas reações. Além disso, ela indica para qual finalidade cada teste é recomendado. Não deixe de conferir! Os principais tipos de teste imuno-hematológico Na imuno-hematologia, existem três testes básicos que o médico deve ter em mente: fenotipagem eritrocitária; pesquisa de anticorpos irregulares; e teste de antiglobulina direto. Fenotipagem eritrocitária O teste de fenotipagem eritrocitária visa caracterizar quais antígenos estão presentes nas hemácias, desde seus sistemas mais essenciais (ABO ou RhD) até a identificação de outros diversos sistemas eritrocitários existentes (e menos conhecidos), a depender da necessidade (Kell, Kidd, Duffy, MNSs, etc.). Pesquisa de anticorpos irregulares Também conhecido pela sigla PAI (Pesquisa de Anticorpos Irregulares), o objetivo é identificar a presença de anticorpos eritrocitários não esperados no plasma sanguíneo.  Teste de antiglobulina direto O TAD (Teste da Antiglobulina Direto) é caracterizado pela busca de anticorpos ou frações do complemento aderidas nas hemácias. Deve ser interpretado com cautela, sempre em conjunto com o histórico do paciente, seus sinais e sintomas. Quer ver o passo a passo para realização de cada teste? Assista à explicação completa e tire suas dúvidas. Desejamos que a presente aula tenha elucidado os principais questionamentos sobre imuno-hematologia. O estudo dessa área é importante para contribuir com a qualidade na execução dos exames imuno-hematológicos, garantindo boas práticas de segurança e conduzindo a diagnósticos assertivos. Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus colegas médicos. E não deixe de acompanhar as outras aulas do curso de Medicina Diagnóstica do Sabin! Confira os temas: Tirando o máximo proveito das sorologiasDra. Luciana CamposInvestigação das linfonodomegaliasDra. Maura ColturatoInvestigação laboratorial de anemiaDra. Maria do Carmo FavarinMarcadores tumorais. O screening deve ser solicitado?Dr. Alex GaloroEndocrinopatias após Covid-19. Quando suspeitar e como investigar?Dra. Luciana NavesDiabetes: avaliação laboratorial diagnóstica e seguimentoDra. Cristina SchreiberInterpretação do hemograma na prática médicaDra. 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