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Investigação laboratorial das anemias

Como investigar anemias para aplicação clínica?

O principal objetivo do curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial”, realizado pelo Grupo Sabin, foi orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames. Nesse sentido, uma das temáticas apresentadas, a “Investigação laboratorial das anemias”, visa auxiliar na identificação das possíveis causas e os tratamentos indicados para essa síndrome.

Dra. Maria do Carmo Favarin, médica hematologista e hemoterapeuta, inicia a apresentação com um caso clínico para melhor interação com o aluno. No estudo, é possível acompanhar o atendimento completo de uma paciente com anemia, desde a anamnese, passando pelo exame físico e chegando à análise investigativa dos exames laboratoriais. 

O caso clínico é explanado minuciosamente ao longo de toda a apresentação e muito bem detalhado entre as explicações. Excelente oportunidade de aprender como fazer uma boa investigação laboratorial de anemia!

O que é anemia e como ela atinge a população?

A anemia caracteriza-se pela baixa concentração de hemoglobina no sangue. Dra. Maria do Carmo aproveita para informar a tabela de valores de referência das taxas consideradas normais para hemoglobina. 

Estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que aproximadamente um terço da população mundial apresenta deficiência de hemoglobina. O público mais atingido pela anemia é o de mulheres — gestantes, em especial — e crianças.

Cansaço, indisposição, falta de ar e dor nas pernas são alguns dos sintomas mais comuns provocados pela anemia.

Causas e consequências gerais da anemia

Consideradas as três principais causas de anemia no mundo, estão as deficiências nutricionais, as doenças infecciosas e as hemoglobinopatias.

Principal tipo de deficiência nutricional, a deficiência de ferro é mais prevalente em adolescentes, mulheres em idade reprodutiva, gestantes e crianças. A segunda causa principal de anemia é atribuída à associação com doenças crônicas, muito comum na população de baixa renda. A terceira causa mais frequente é a presença de hemoglobinopatias, representando 5% da população mundial. 

Cabe ressaltar que as causas da anemia variam de acordo com o ambiente em que o paciente está inserido, sendo pautada como um problema significativo de saúde pública.

Como a anemia está classificada?

Para entender a origem da anemia, precisamos conhecer os principais mecanismos existentes.

Critério fisiopatológico

Aqui, existem alguns aspectos importantes a serem considerados, tais como:

Critério morfológico

Outra maneira utilizada para classificar a anemia e identificar sua causa é buscar as características das hemácias, como tamanho, formato e coloração. Para isso, Dra. Maria do Carmo traz os valores de referência utilizados na análise dos hemogramas.

Esses dados irão contribuir para determinar se há alguma deficiência de nutrientes ou hemoglobinopatia, por exemplo, e direcionar o médico no momento de solicitar testes de screening.

A médica ressalta, ainda, a importância da avaliação do esfregaço do sangue periférico, que pode trazer muitas informações adicionais, cujas particularidades são mostradas na aula. Ela enfatiza que sempre que há algum quadro de alteração hematológica, é imprescindível essa análise para que se possa entender qual tipo de deficiência aquele paciente apresenta ou quais condições levaram ao aumento das hemácias, entre outros parâmetros. Assim, é possível diagnosticar o tipo de doença hemolítica, como a síndrome mielodisplásica, que afeta a medula óssea. Essa e outras doenças hemolíticas podem ser visualizadas nas diversas análises de hemácias abordadas no vídeo. Assista!

Analisando um paciente com anemia

Segundo a hematologista, o hemograma é o ponto de partida da análise completa do paciente com anemia, pois é ele que vai direcionar a etiologia e ajudar a determinar possíveis alterações ou outras doenças associadas. 

A médica reforça que é fundamental realizar a investigação etiológica, uma vez que os sinais de alerta indicados no hemograma serão decisivos para a solicitação (ou não) de exames complementares. Ela chama atenção para a avaliação de determinados grupos de pacientes, como aqueles submetidos a cirurgias bariátricas ou idosos. Destaca também que, caso não se consiga chegar à causa da anemia para algum paciente, o mais indicado é o encaminhamento para um hematologista. 

Anemia pode ser considerada um diagnóstico final?

A resposta direta é não. A anemia não é um diagnóstico, mas sim a manifestação de um problema que pode ser ainda maior. 

É imperativo que, ao assistir o paciente com anemia, seja feita uma investigação clínica criteriosa, já que essa condição pode ser o indicador de alguma patologia preexistente. A partir dessa investigação, o médico poderá descobrir o que essa anemia está refletindo. 

Esperamos que você, jovem médico, tenha conseguido absorver os conhecimentos desta aula. As informações aqui apresentadas são muito úteis na rotina dos pronto atendimentos e consultórios. Estudar a origem das anemias é um dos conceitos essenciais na medicina e pode ajudar substancialmente na abordagem prática ao paciente. Sempre lembrando da importância de se investigar a anemia para que o problema primário seja diagnosticado e tratado devidamente.

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