Sabin Por: Sabin
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As doenças pneumocócicas continuam representando um sério desafio para a saúde pública no Brasil, afetando, em sua maioria, crianças menores de cinco anos e adultos acima de 50 anos. 

O último levantamento feito pelo Instituto Adolfo Lutz indicou que 63,2% dos casos de doença pneumocócica invasiva (DPI) em crianças estavam associados a sorotipos cobertos pela VPC13. Já a VPC20, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, amplia a cobertura de proteção, incluindo sorotipos relacionados à resistência bacteriana, além de quadros de maior gravidade. 

A Pneumo 20 traz uma solução avançada e eficaz para enfrentar esses desafios, aumentando consideravelmente a proteção em comparação à Pneumo 13 e oferecendo uma cobertura mais abrangente contra sorotipos emergentes e resistentes. Entenda melhor como a Pneumo 20 pode ampliar a prevenção das doenças pneumocócicas no país. Boa leitura!

A doença pneumocócica

As doenças pneumocócicas compreendem uma grande variedade de condições causadas pelo Streptococcus pneumoniae, uma bactéria encapsulada com alta capacidade de invadir diferentes tecidos e órgãos

Entre os quadros mais comuns, estão a otite média aguda, sinusite, pneumonia, meningite e sepse, sendo as formas invasivas associadas a altos índices de morbidade e letalidade. Apesar dos avanços nos cuidados médicos, essas doenças permanecem entre as principais causas de hospitalizações e óbitos, acometendo, de forma desproporcional, crianças pequenas, idosos e indivíduos imunocomprometidos

A transmissão do Streptococcus pneumoniae ocorre principalmente pelo contato com secreções respiratórias infectadas, o que facilita sua disseminação em ambientes comunitários e hospitalares. Ressalta-se o fato de que indivíduos assintomáticos podem ser portadores do pneumococo, com o risco de infectar outros. 

Nesse contexto, a vacinação é a ferramenta mais eficaz para prevenir infecções pneumocócicas, reduzindo expressivamente a carga individual e interrompendo a transmissão comunitária. Portanto, exerce um papel essencial na saúde pública. 

Indicações e contraindicações da vacina Pneumo 20 

A Pneumo 20 é indicada para diversas populações, com prioridade para aqueles em maior risco de desenvolver doenças pneumocócicas graves. Entre os principais grupos, estão crianças a partir de seis semanas de vida, com especial atenção para menores de cinco anos, em razão da maior vulnerabilidade às doenças pneumocócicas invasivas (DPIs). 

Adultos que apresentam condições crônicas, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência cardíaca, ou que convivem com imunossupressão também se beneficiam significativamente da vacinação. Idosos acima de 60 anos estão incluídos no grupo prioritário, considerando o risco elevado de complicações graves, como meningite e pneumonia bacterêmica.

Além disso, a Pneumo 20 é altamente recomendada para grupos especiais, como pacientes com implantes cocleares ou outras condições predisponentes, como o extravasamento de líquido cefalorraquidiano, que aumenta a suscetibilidade a infecções pneumocócicas. 

Contraindicações 

Embora a Pneumo 20 seja segura e eficaz, existem algumas contraindicações e precauções importantes que devem ser consideradas antes da administração da vacina. 

●  alergia: contraindicada para indivíduos com histórico de reação alérgica grave a qualquer componente da vacina, incluindo a proteína conjugada CRM197;

●  febre ou doença aguda grave em curso: a vacinação deve ser adiada até que o paciente esteja completamente recuperado, garantindo uma resposta imunológica ideal;

●  gestação: a vacinação deve ser avaliada individualmente, considerando os benefícios potenciais em comparação aos riscos. 

Mecanismos de ação da Pneumo 20 

A tecnologia de conjugação do imunizante com a proteína CRM197 transforma os polissacarídeos capsulares do Streptococcus pneumoniae em antígenos dependentes de células T. Esse processo é relevante para a ativação de uma resposta imunológica robusta, que promove proteção de anticorpos duradouros e memória imunológica. 

Adicionalmente, a Pneumo 20 desempenha função determinante na redução da colonização nasofaríngea, diminuindo a presença e a disseminação do Streptococcus pneumoniae na comunidade. Esse efeito contribui para a proteção coletiva, especialmente em populações não vacinadas

Posologia 

A administração da Pneumo 20 segue esquemas específicos, adaptados a diferentes grupos etários e condições clínicas, conforme detalhados abaixo.

 Crianças menores de seis meses:

  • três doses primárias, com intervalo de pelo menos quatro semanas entre elas;
  •  uma dose de reforço entre 12 e 15 meses.

Crianças de sete a 11 meses:

  • duas doses no primeiro ano de vida, com intervalo de pelo menos quatro semanas entre elas e um reforço entre 12 e 15 meses (esquema 2+1).

Crianças entre 12 e 24 meses:

  • duas doses com intervalo de dois meses (esquema 1+1).

Crianças a partir de 24 meses:

  • dose única. 

O esquema de vacinação para adultos é restrito a uma única dose, indicada tanto para indivíduos que nunca foram vacinados com vacinas pneumocócicas, quanto para aqueles previamente imunizados com a Pneumo 13 ou outras vacinas conjugadas. 

Cuidados específicos na administração 

A aplicação deve ser feita via intramuscular, em locais apropriados, como a coxa (em crianças menores) ou o músculo deltoide (em crianças maiores e adultos).

Os diferenciais da Pneumo 20 

A Pneumo 20 é uma evolução exponencial na imunização contra doenças pneumocócicas, preenchendo lacunas deixadas por vacinas anteriores, como a Pneumo 13. Estudos clínicos avaliaram a intercambialidade entre as vacinas VPC13, VPC15 e VPC20, comparando os níveis de anticorpos induzidos por esquemas completos de cada uma com aqueles gerados em esquemas mistos. 

Os resultados mostraram que, após a dose de reforço, as concentrações de anticorpos específicos nos esquemas mistos foram adequadas e comparáveis às observadas em indivíduos que seguiram esquemas completos com uma única vacina. Dessa forma, a intercambialidade é cientificamente respaldada, podendo ser aplicada em qualquer etapa do esquema vacinal. 

No caso de utilização prévia da VPC 10, recomenda-se o reinício do esquema com vacina de maior valência, preferencialmente a VPC 20. Isso visa incluir proteção contra sorotipos importantes que estão associados a casos graves no Brasil, como os sorotipos 3 e 19A. O esquema vacinal deve ser adaptado conforme a idade em que a primeira dose com a vacina de maior valência for administrada. 

Com eficácia comprovada, segurança consistente e cobertura abrangente, a Pneumo 20 torna-se um recurso imprescindível para profissionais de saúde que buscam estratégias eficazes e assertivas para proteger a saúde de seus pacientes. 

A vacinação não apenas oferece proteção individual, mas também faz total diferença na erradicação de doenças. Para se aprofundar no tema, confira nosso conteúdo sobre a importância da vacinação contra a coqueluche

Referências: 

Fitzgerald D, Waterer GW. Invasive Pneumococcal and Meningococcal Disease. Infect Dis Clin North Am. 2019 Dec;33(4):1125-1141. doi: 10.1016/j.idc.2019.08.007. 

Instituto Adolfo Lutz. (2023). Atualização epidemiológica: doenças pneumocócicas invasivas. São Paulo, Brasil. Pfizer Brasil. (2024). Prevenar 20: informações para profissionais de saúde. Recuperado de https://www.pfizer.com.br

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Vacina Pneumo 20 oferece maior proteção contra doenças pneumocócicas; As doenças pneumocócicas continuam representando um sério desafio para a saúde pública no Brasil, afetando, em sua maioria, crianças menores de cinco anos e adultos acima de 50 anos.  O último levantamento feito pelo Instituto Adolfo Lutz indicou que 63,2% dos casos de doença pneumocócica invasiva (DPI) em crianças estavam associados a sorotipos cobertos pela VPC13. Já a VPC20, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, amplia a cobertura de proteção, incluindo sorotipos relacionados à resistência bacteriana, além de quadros de maior gravidade.  A Pneumo 20 traz uma solução avançada e eficaz para enfrentar esses desafios, aumentando consideravelmente a proteção em comparação à Pneumo 13 e oferecendo uma cobertura mais abrangente contra sorotipos emergentes e resistentes. Entenda melhor como a Pneumo 20 pode ampliar a prevenção das doenças pneumocócicas no país. Boa leitura! A doença pneumocócica As doenças pneumocócicas compreendem uma grande variedade de condições causadas pelo Streptococcus pneumoniae, uma bactéria encapsulada com alta capacidade de invadir diferentes tecidos e órgãos.  Entre os quadros mais comuns, estão a otite média aguda, sinusite, pneumonia, meningite e sepse, sendo as formas invasivas associadas a altos índices de morbidade e letalidade. Apesar dos avanços nos cuidados médicos, essas doenças permanecem entre as principais causas de hospitalizações e óbitos, acometendo, de forma desproporcional, crianças pequenas, idosos e indivíduos imunocomprometidos.  A transmissão do Streptococcus pneumoniae ocorre principalmente pelo contato com secreções respiratórias infectadas, o que facilita sua disseminação em ambientes comunitários e hospitalares. Ressalta-se o fato de que indivíduos assintomáticos podem ser portadores do pneumococo, com o risco de infectar outros.  Nesse contexto, a vacinação é a ferramenta mais eficaz para prevenir infecções pneumocócicas, reduzindo expressivamente a carga individual e interrompendo a transmissão comunitária. Portanto, exerce um papel essencial na saúde pública.  Indicações e contraindicações da vacina Pneumo 20  A Pneumo 20 é indicada para diversas populações, com prioridade para aqueles em maior risco de desenvolver doenças pneumocócicas graves. Entre os principais grupos, estão crianças a partir de seis semanas de vida, com especial atenção para menores de cinco anos, em razão da maior vulnerabilidade às doenças pneumocócicas invasivas (DPIs).  Adultos que apresentam condições crônicas, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência cardíaca, ou que convivem com imunossupressão também se beneficiam significativamente da vacinação. Idosos acima de 60 anos estão incluídos no grupo prioritário, considerando o risco elevado de complicações graves, como meningite e pneumonia bacterêmica. Além disso, a Pneumo 20 é altamente recomendada para grupos especiais, como pacientes com implantes cocleares ou outras condições predisponentes, como o extravasamento de líquido cefalorraquidiano, que aumenta a suscetibilidade a infecções pneumocócicas.  Contraindicações  Embora a Pneumo 20 seja segura e eficaz, existem algumas contraindicações e precauções importantes que devem ser consideradas antes da administração da vacina.  ●  alergia: contraindicada para indivíduos com histórico de reação alérgica grave a qualquer componente da vacina, incluindo a proteína conjugada CRM197; ●  febre ou doença aguda grave em curso: a vacinação deve ser adiada até que o paciente esteja completamente recuperado, garantindo uma resposta imunológica ideal; ●  gestação: a vacinação deve ser avaliada individualmente, considerando os benefícios potenciais em comparação aos riscos.  Mecanismos de ação da Pneumo 20  A tecnologia de conjugação do imunizante com a proteína CRM197 transforma os polissacarídeos capsulares do Streptococcus pneumoniae em antígenos dependentes de células T. Esse processo é relevante para a ativação de uma resposta imunológica robusta, que promove proteção de anticorpos duradouros e memória imunológica.  Adicionalmente, a Pneumo 20 desempenha função determinante na redução da colonização nasofaríngea, diminuindo a presença e a disseminação do Streptococcus pneumoniae na comunidade. Esse efeito contribui para a proteção coletiva, especialmente em populações não vacinadas.  Posologia  A administração da Pneumo 20 segue esquemas específicos, adaptados a diferentes grupos etários e condições clínicas, conforme detalhados abaixo.  Crianças menores de seis meses: três doses primárias, com intervalo de pelo menos quatro semanas entre elas;  uma dose de reforço entre 12 e 15 meses. Crianças de sete a 11 meses: duas doses no primeiro ano de vida, com intervalo de pelo menos quatro semanas entre elas e um reforço entre 12 e 15 meses (esquema 2+1). Crianças entre 12 e 24 meses: duas doses com intervalo de dois meses (esquema 1+1). Crianças a partir de 24 meses: dose única.  O esquema de vacinação para adultos é restrito a uma única dose, indicada tanto para indivíduos que nunca foram vacinados com vacinas pneumocócicas, quanto para aqueles previamente imunizados com a Pneumo 13 ou outras vacinas conjugadas.  Cuidados específicos na administração  A aplicação deve ser feita via intramuscular, em locais apropriados, como a coxa (em crianças menores) ou o músculo deltoide (em crianças maiores e adultos). Os diferenciais da Pneumo 20  A Pneumo 20 é uma evolução exponencial na imunização contra doenças pneumocócicas, preenchendo lacunas deixadas por vacinas anteriores, como a Pneumo 13. Estudos clínicos avaliaram a intercambialidade entre as vacinas VPC13, VPC15 e VPC20, comparando os níveis de anticorpos induzidos por esquemas completos de cada uma com aqueles gerados em esquemas mistos.  Os resultados mostraram que, após a dose de reforço, as concentrações de anticorpos específicos nos esquemas mistos foram adequadas e comparáveis às observadas em indivíduos que seguiram esquemas completos com uma única vacina. Dessa forma, a intercambialidade é cientificamente respaldada, podendo ser aplicada em qualquer etapa do esquema vacinal.  No caso de utilização prévia da VPC 10, recomenda-se o reinício do esquema com vacina de maior valência, preferencialmente a VPC 20. Isso visa incluir proteção contra sorotipos importantes que estão associados a casos graves no Brasil, como os sorotipos 3 e 19A. O esquema vacinal deve ser adaptado conforme a idade em que a primeira dose com a vacina de maior valência for administrada.  Com eficácia comprovada, segurança consistente e cobertura abrangente, a Pneumo 20 torna-se um recurso imprescindível para profissionais de saúde que buscam estratégias eficazes e assertivas para proteger a saúde de seus pacientes.  A vacinação não apenas oferece proteção individual, mas também faz total diferença na erradicação de doenças. Para se aprofundar no tema, confira nosso conteúdo sobre a importância da vacinação contra a coqueluche.  Referências:  Fitzgerald D, Waterer GW. Invasive Pneumococcal and Meningococcal Disease. Infect Dis Clin North Am. 2019 Dec;33(4):1125-1141. doi: 10.1016/j.idc.2019.08.007.  Instituto Adolfo Lutz. (2023). Atualização epidemiológica: doenças pneumocócicas invasivas. São Paulo, Brasil. Pfizer Brasil. (2024). Prevenar 20: informações para profissionais de saúde. Recuperado de https://www.pfizer.com.br