Sabin Por: Sabin
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A escarlatina é uma doença bacteriana associada a infecções de garganta, que vem apresentando um aumento significativo de casos no Brasil, preocupando autoridades sanitárias.

A ocorrência da escarlatina abrange todas as faixas etárias, entretanto, observa-se uma prevalência em crianças de cinco a 15 anos. Esse predomínio é atribuído à facilidade de propagação em ambientes escolares e creches, além da ausência de imunidade contra estreptococos do grupo A.

Felizmente, existem medicamentos eficazes no combate à escarlatina, tornando-a uma doença bem menos ameaçadora atualmente. Por outro lado, é preciso reforçar a importância do diagnóstico precoce e da rápida intervenção terapêutica, para prevenir desfechos graves da doença.

Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre o que é a escarlatina, como é transmitida, sintomas e como é feito o tratamento.

O que é a escarlatina?

A escarlatina é uma doença bacteriana que pode se desenvolver após um episódio de amigdalite e/ou faringite causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, também conhecida como estreptococo do grupo A. 

Apenas 10% das faringites causadas por Streptococcus pyogenes evoluem para escarlatina, pois nem todas as pessoas apresentam sensibilidade às toxinas produzidas pela bactéria. É comum haver, em uma mesma residência, uma pessoa que desenvolve escarlatina e outra que teve apenas um quadro simples de amigdalite. Tudo depende da forma que o sistema imunológico de cada indivíduo reage à presença das toxinas produzidas pelo estreptococo. Nas pessoas sensíveis, ocorre uma reação inflamatória na pele, que manifesta-se tipicamente como uma erupção cutânea avermelhada, cobrindo grande parte do corpo, geralmente acompanhada de dor de garganta e febre alta. 

Embora, no passado, a escarlatina tenha sido considerada uma doença infantil grave, os tratamentos modernos com antibióticos a tornaram menos ameaçadora. Porém, se a infecção estreptocócica não for tratada adequadamente, pode resultar em complicações mais sérias, afetando órgãos vitais como o coração e os rins.

Como a escarlatina é transmitida?

A transmissão do agente infeccioso ocorre na fase inicial da doença, principalmente através do contato direto com uma pessoa infectada, especialmente pela inalação de secreções respiratórias, como gotículas de tosse.

O contato com a saliva é outra via de transmissão muito comum, como durante a fala, quando pequenas gotículas podem ser liberadas, espalhando a bactéria no ambiente. O compartilhamento de objetos pessoais (copos e talheres, por exemplo) também deve ser considerado uma fonte de transmissão. Esses fatores podem explicar a facilidade com que a infecção se propaga em ambientes escolares.

A compreensão sobre a proliferação dessas bactérias permite adotar medidas preventivas simples no cotidiano. Práticas como lavar as mãos regularmente, evitar tocar o rosto sem necessidade e manter a higiene pessoal podem fazer toda a diferença.

Quais os sintomas da escarlatina?

O quadro da doença se manifesta, normalmente, após sete dias de um episódio de amigdalite ou faringite, evoluindo com febre elevada (acima de 38,5ºC), calafrios, dores corporais, sensação de fraqueza e dor de garganta. Aumento dos gânglios do pescoço, dor de cabeça, dor abdominal, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

No segundo dia, surgem manchas vermelhas por todo o corpo (rash cutâneo), inicialmente na cabeça e no pescoço, espalhando-se rapidamente para o peito e restante do tronco e membros. As erupções avermelhadas apresentam-se como lesões de 1 a 2 milímetros, com discreto relevo, que podem dar à pele uma textura áspera.

A face também fica avermelhada, mas apresentando palidez ao redor dos lábios (sinal de Filatov), um sinal bastante característico da escarlatina. Em geral, as palmas das mãos e dos pés são poupadas do rash cutâneo.

Nas dobras da pele, como punhos, axilas, cotovelos, quadris e região posterior dos joelhos, podem ser observadas faixas mais escuras e bordô (linhas de Pastia). A língua adquire uma aparência vermelha e áspera, frequentemente comparada a uma framboesa ou morango (língua de framboesa). As manchas atingem sua máxima intensidade cerca de 24 horas após o seu surgimento.

Em casos tratados adequadamente, as manchas tendem a desaparecer rapidamente. Na última fase da escarlatina, a pele passa pelo processo de descamação, começando com pequenas escamas no tronco e rosto e, posteriormente, tornando-se generalizada.

É importante salientar que, embora a erupção cutânea associada à escarlatina não represente uma preocupação grave, ela serve como indicador de uma infecção pelo estreptococo do grupo A. Essa condição tem o potencial de evoluir para formas invasivas, como a fasceíte necrosante ou a síndrome do choque tóxico, que podem ser fatais, se não tratadas adequadamente.

A escarlatina também pode desencadear a febre reumática, uma doença inflamatória séria capaz de afetar o coração, as articulações, o sistema nervoso e a pele. Quando não tratada, a escarlatina pode apresentar complicações que incluem a formação de abscesso na garganta ou infecções nos pulmões, rins, coração, ouvidos e sistema nervoso.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da escarlatina geralmente começa no consultório médico. Os médicos utilizam o exame físico, observando a história de dor de garganta associada ao rash característico (manchas vermelhas na pele). Essa combinação de sintomas é, muitas vezes, suficiente para confirmar o diagnóstico de escarlatina.

Em situações em que há dúvidas, o médico pode optar por realizar exames adicionais. Uma abordagem comum é a coleta de amostras da orofaringe, a região da garganta. Essas amostras são analisadas em laboratório para detectar a presença da bactéria Streptococcus pyogenes, responsável pela escarlatina. 

O exame ASLO também pode ser solicitado para verificar o anticorpo antiestreptolisina, produzido pelo organismo para combater o estreptococo do grupo A. O exame é utilizado para definir se a criança teve infecção por essa bactéria ou não. Os valores se elevam uma semana após a infecção aguda, alcançam pico no período de duas a quatro semanas e se normalizam depois de seis a 12 meses.

Como é realizado o tratamento para a escarlatina?

O tratamento da escarlatina é realizado com o uso de antibióticos, sendo a prescrição de penicilina e a amoxicilina opções de primeira escolha.

O objetivo principal do tratamento é eliminar a infecção pelo estreptococo, interrompendo, assim, a produção das toxinas que desencadeiam as reações na pele e no organismo, aliviando os sintomas e acelerando a recuperação. Além de tratar a infecção, o uso de antibióticos reduz o risco de transmissão da bactéria para outras pessoas, o que contribui para interromper a propagação da doença.

Se você ou alguém de sua família apresentar sintomas de escarlatina, é importante buscar ajuda médica, para que o profissional de saúde avalie a situação e prescreva o tratamento adequado. Agora que você entendeu sobre a escarlatina e os cuidados que devem ser tomados, leia também o conteúdo sobre quais são as doenças mais comuns na infância e continue cuidando da saúde de quem você mais ama.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

American Society for Microbiology. Scarlet Fever: A Deadly History and How it Prevails. Disponível em: https://asm.org/articles/2023/january/scarlet-fever-a-deadly-history-and-how-it-prevails. Acesso em: 20/12/2023.

Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Escarlatina. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/escarlatina/. Acesso em: 20/12/2023.

Mayo Clinic. Scarlet Fever. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/scarlet-fever/symptoms-causes/syc-20377406. Acesso em: 20/12/2023.

National Library of Medicine. Scarlet Fever. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK507889/. Acesso em: 20/12/2023.

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Você sabe o que é escarlatina? Entenda a doença; A escarlatina é uma doença bacteriana associada a infecções de garganta, que vem apresentando um aumento significativo de casos no Brasil, preocupando autoridades sanitárias. A ocorrência da escarlatina abrange todas as faixas etárias, entretanto, observa-se uma prevalência em crianças de cinco a 15 anos. Esse predomínio é atribuído à facilidade de propagação em ambientes escolares e creches, além da ausência de imunidade contra estreptococos do grupo A. Felizmente, existem medicamentos eficazes no combate à escarlatina, tornando-a uma doença bem menos ameaçadora atualmente. Por outro lado, é preciso reforçar a importância do diagnóstico precoce e da rápida intervenção terapêutica, para prevenir desfechos graves da doença. Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre o que é a escarlatina, como é transmitida, sintomas e como é feito o tratamento. O que é a escarlatina? A escarlatina é uma doença bacteriana que pode se desenvolver após um episódio de amigdalite e/ou faringite causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, também conhecida como estreptococo do grupo A.  Apenas 10% das faringites causadas por Streptococcus pyogenes evoluem para escarlatina, pois nem todas as pessoas apresentam sensibilidade às toxinas produzidas pela bactéria. É comum haver, em uma mesma residência, uma pessoa que desenvolve escarlatina e outra que teve apenas um quadro simples de amigdalite. Tudo depende da forma que o sistema imunológico de cada indivíduo reage à presença das toxinas produzidas pelo estreptococo. Nas pessoas sensíveis, ocorre uma reação inflamatória na pele, que manifesta-se tipicamente como uma erupção cutânea avermelhada, cobrindo grande parte do corpo, geralmente acompanhada de dor de garganta e febre alta.  Embora, no passado, a escarlatina tenha sido considerada uma doença infantil grave, os tratamentos modernos com antibióticos a tornaram menos ameaçadora. Porém, se a infecção estreptocócica não for tratada adequadamente, pode resultar em complicações mais sérias, afetando órgãos vitais como o coração e os rins. Como a escarlatina é transmitida? A transmissão do agente infeccioso ocorre na fase inicial da doença, principalmente através do contato direto com uma pessoa infectada, especialmente pela inalação de secreções respiratórias, como gotículas de tosse. O contato com a saliva é outra via de transmissão muito comum, como durante a fala, quando pequenas gotículas podem ser liberadas, espalhando a bactéria no ambiente. O compartilhamento de objetos pessoais (copos e talheres, por exemplo) também deve ser considerado uma fonte de transmissão. Esses fatores podem explicar a facilidade com que a infecção se propaga em ambientes escolares. A compreensão sobre a proliferação dessas bactérias permite adotar medidas preventivas simples no cotidiano. Práticas como lavar as mãos regularmente, evitar tocar o rosto sem necessidade e manter a higiene pessoal podem fazer toda a diferença. Quais os sintomas da escarlatina? O quadro da doença se manifesta, normalmente, após sete dias de um episódio de amigdalite ou faringite, evoluindo com febre elevada (acima de 38,5ºC), calafrios, dores corporais, sensação de fraqueza e dor de garganta. Aumento dos gânglios do pescoço, dor de cabeça, dor abdominal, náuseas e vômitos também podem estar presentes. No segundo dia, surgem manchas vermelhas por todo o corpo (rash cutâneo), inicialmente na cabeça e no pescoço, espalhando-se rapidamente para o peito e restante do tronco e membros. As erupções avermelhadas apresentam-se como lesões de 1 a 2 milímetros, com discreto relevo, que podem dar à pele uma textura áspera. A face também fica avermelhada, mas apresentando palidez ao redor dos lábios (sinal de Filatov), um sinal bastante característico da escarlatina. Em geral, as palmas das mãos e dos pés são poupadas do rash cutâneo. Nas dobras da pele, como punhos, axilas, cotovelos, quadris e região posterior dos joelhos, podem ser observadas faixas mais escuras e bordô (linhas de Pastia). A língua adquire uma aparência vermelha e áspera, frequentemente comparada a uma framboesa ou morango (língua de framboesa). As manchas atingem sua máxima intensidade cerca de 24 horas após o seu surgimento. Em casos tratados adequadamente, as manchas tendem a desaparecer rapidamente. Na última fase da escarlatina, a pele passa pelo processo de descamação, começando com pequenas escamas no tronco e rosto e, posteriormente, tornando-se generalizada. É importante salientar que, embora a erupção cutânea associada à escarlatina não represente uma preocupação grave, ela serve como indicador de uma infecção pelo estreptococo do grupo A. Essa condição tem o potencial de evoluir para formas invasivas, como a fasceíte necrosante ou a síndrome do choque tóxico, que podem ser fatais, se não tratadas adequadamente. A escarlatina também pode desencadear a febre reumática, uma doença inflamatória séria capaz de afetar o coração, as articulações, o sistema nervoso e a pele. Quando não tratada, a escarlatina pode apresentar complicações que incluem a formação de abscesso na garganta ou infecções nos pulmões, rins, coração, ouvidos e sistema nervoso. Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico da escarlatina geralmente começa no consultório médico. Os médicos utilizam o exame físico, observando a história de dor de garganta associada ao rash característico (manchas vermelhas na pele). Essa combinação de sintomas é, muitas vezes, suficiente para confirmar o diagnóstico de escarlatina. Em situações em que há dúvidas, o médico pode optar por realizar exames adicionais. Uma abordagem comum é a coleta de amostras da orofaringe, a região da garganta. Essas amostras são analisadas em laboratório para detectar a presença da bactéria Streptococcus pyogenes, responsável pela escarlatina.  O exame ASLO também pode ser solicitado para verificar o anticorpo antiestreptolisina, produzido pelo organismo para combater o estreptococo do grupo A. O exame é utilizado para definir se a criança teve infecção por essa bactéria ou não. Os valores se elevam uma semana após a infecção aguda, alcançam pico no período de duas a quatro semanas e se normalizam depois de seis a 12 meses. Como é realizado o tratamento para a escarlatina? O tratamento da escarlatina é realizado com o uso de antibióticos, sendo a prescrição de penicilina e a amoxicilina opções de primeira escolha. O objetivo principal do tratamento é eliminar a infecção pelo estreptococo, interrompendo, assim, a produção das toxinas que desencadeiam as reações na pele e no organismo, aliviando os sintomas e acelerando a recuperação. Além de tratar a infecção, o uso de antibióticos reduz o risco de transmissão da bactéria para outras pessoas, o que contribui para interromper a propagação da doença. Se você ou alguém de sua família apresentar sintomas de escarlatina, é importante buscar ajuda médica, para que o profissional de saúde avalie a situação e prescreva o tratamento adequado. Agora que você entendeu sobre a escarlatina e os cuidados que devem ser tomados, leia também o conteúdo sobre quais são as doenças mais comuns na infância e continue cuidando da saúde de quem você mais ama. Sabin avisa: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial. Referências: American Society for Microbiology. Scarlet Fever: A Deadly History and How it Prevails. Disponível em: https://asm.org/articles/2023/january/scarlet-fever-a-deadly-history-and-how-it-prevails. Acesso em: 20/12/2023. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Escarlatina. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/escarlatina/. Acesso em: 20/12/2023. Mayo Clinic. Scarlet Fever. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/scarlet-fever/symptoms-causes/syc-20377406. Acesso em: 20/12/2023. National Library of Medicine. Scarlet Fever. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK507889/. Acesso em: 20/12/2023.