A trombose é uma doença que afeta os vasos sanguíneos e que pode causar sérias complicações de saúde. É decorrente da formação de um coágulo em um vaso, o qual pode bloquear o fluxo de sangue. É uma doença que pode afetar homens e mulheres, mas que possui maior incidência no público feminino, principalmente na faixa etária dos 20 aos 40 anos.
Dependendo do local acometido, as consequências da trombose podem ser graves. Caso o coágulo se desprenda, ele pode se movimentar na corrente sanguínea e chegar a órgãos importantes, como pulmões, coração e cérebro, com a possibilidade de causar lesões importantes.
As causas da trombose são diversas e, em parte, estão relacionadas com o estilo de vida. Felizmente, ela pode ser prevenida ao adotar hábitos de vida saudáveis, especialmente em relação à alimentação e à prática de atividade física.
Neste conteúdo, explicaremos em maiores detalhes o que é a trombose, quais as suas causas, principais sintomas, como diagnosticar e como realizar a sua prevenção.
O que é a trombose?
A trombose é uma condição médica caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo no interior de um vaso, o que pode levar à sua obstrução parcial ou total. Isso pode ocorrer tanto nas veias como nas artérias do corpo. A trombose pode ter diferentes localizações e gravidades, o que influencia os sintomas e tratamentos associados.
Um coágulo sanguíneo é formado a partir da agregação de plaquetas, proteínas do sangue (fibrina) e outros elementos celulares. Esses coágulos normalmente se formam como parte do processo de coagulação, que é uma resposta natural do corpo para interromper sangramentos após lesões nos vasos sanguíneos.
Naturalmente, nosso corpo “desfaz” os coágulos após a cicatrização da lesão. No entanto, em determinadas condições e em decorrência de diferentes causas, esses coágulos podem se formar de maneira inadequada ou não se dissolvem após a lesão. Um coágulo sanguíneo que se forma e permanece em um vaso sanguíneo é conhecido como trombo.
O grande problema é quando os trombos se desprendem do seu local de origem e atingem outras partes do corpo e órgãos. Isso pode causar diferentes condições bastante danosas, a depender da região afetada, conforme descrevemos a seguir.
Trombose venosa profunda
A trombose venosa profunda ocorre quando um trombo se forma nas veias profundas do corpo, geralmente nas pernas. É o tipo mais comum de trombose e pode causar sintomas como inchaço, dor intensa e vermelhidão na região afetada. Conforme mencionado, se um desses trombos se desprender e alcançar órgãos como pulmões e cérebro, pode desencadear processos potencialmente fatais.
Trombose pulmonar
A trombose pulmonar é uma condição em que um coágulo de sangue que, em geral, origina-se nas veias das pernas, migra para os pulmões, bloqueando uma artéria pulmonar — processo chamado de embolia pulmonar.
Esse processo pode causar falta de ar súbita, dor torácica (que costuma piorar com o movimento respiratório) e até mesmo levar ao colapso respiratório. A trombose pulmonar requer atenção médica imediata.
Trombose arterial
A trombose arterial é menos comum que a venosa e ocorre quando um coágulo bloqueia uma artéria, prejudicando o fluxo sanguíneo para os tecidos e órgãos. Se isso acontecer no cérebro, é chamado de trombose cerebral, um tipo de acidente vascular cerebral (AVC).
Um AVC pode ter consequências graves, como paralisia, dificuldades na fala e comprometimento das funções cognitivas. Coágulos que se formam nas artérias coronárias podem levar a um ataque cardíaco, resultando em dor no peito ou braço, suor excessivo e sensação de desmaio.
Quais os principais sintomas da trombose?
A trombose pode ser assintomática em muitos casos, o que significa que uma pessoa pode estar desenvolvendo um trombo sem perceber. Quando os sintomas ocorrem, os mais comuns incluem:
- sensação de dor, desconforto ou pressão na área afetada, como nas pernas ou nos braços;
- inchaço no membro afetado;
- a região afetada pode ficar mais quente do que o normal;
- alteração na cor da pele;
- rigidez muscular;
- fadiga.
O que causa a trombose?
A trombose é uma doença multifatorial, ou seja, existem diferentes causas e fatores de risco associados ao seu desenvolvimento. Entre eles, estão os fatores genéticos, idade e estilo de vida.
À medida que envelhecemos, a coagulação sanguínea pode se tornar mais propensa a disfunções, aumentando o risco de formação de coágulos. Ter familiares de primeiro grau com histórico de trombose ou condições de coagulação anormal também pode aumentar a predisposição ao desenvolvimento da doença.
A obesidade está associada a alterações no sistema circulatório e na coagulação sanguínea e, consequentemente, maior risco para a doença. Fumar também é um fator preponderante. O tabagismo prejudica a função dos vasos sanguíneos, tornando-os mais propensos à formação de coágulos.
Cirurgias nas extremidades inferiores do corpo, como nos pés e nas pernas, podem resultar em lesões nos vasos sanguíneos e aumentar o risco. Ficar imóvel por longos períodos, como durante viagens longas ou hospitalizações, pode diminuir o fluxo sanguíneo, favorecendo a formação de coágulos.
Outros fatores de risco incluem sedentarismo, doenças cardiovasculares, uso de certos anticoncepcionais, traumas e lesões, presença de varizes e varicosas e mudanças hormonais durante a gravidez ou no pós-parto.
Como diagnosticar a trombose?
A avaliação clínica é o primeiro passo no diagnóstico da trombose, na qual o médico coleta informações sobre os sintomas, histórico médico e hábitos de vida do paciente. A avaliação clínica inicial é importante para direcionar a necessidade de exames diagnósticos complementares.
Os exames de sangue podem incluir a mensuração dos níveis de D-dímero, uma substância liberada quando ocorre a degradação de um coágulo. Níveis elevados de D-dímero podem sugerir a presença de trombose, mas é importante destacar que este é um exame triagem e não define o diagnóstico.
Exames de imagem, como a ultrassonografia com Doppler, são frequentemente utilizados para avaliar o fluxo sanguíneo nas veias. Eles podem identificar a presença de coágulos e determinar a extensão do bloqueio no fluxo sanguíneo. É particularmente útil para diagnosticar trombose venosa profunda nas pernas.
A venografia é um exame realizado através da injeção de um contraste nas veias, a fim de torná-las visíveis em raios X. Embora seja menos comum, devido à disponibilidade de técnicas menos invasivas como a ultrassonografia, ainda pode ser usada para obter imagens detalhadas das veias e confirmar o diagnóstico.
Para a avaliação de áreas mais profundas e na suspeita de tromboembolismo pulmonar, é realizada a angiotomografia. O exame permite identificar a extensão do bloqueio do fluxo sanguíneo e avaliar o risco de coágulos migrarem para outros órgãos.
Cabe ressaltar que o diagnóstico da trombose é um processo colaborativo entre o paciente e os profissionais de saúde. Na presença de sintomas suspeitos ou fatores de risco, é fundamental buscar avaliação médica o mais rápido possível para determinar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.
Existe cura para a trombose?
Sim, existe, e é fundamental que a intervenção seja feita imediatamente para evitar complicações graves. O tratamento visa dissolver os coágulos existentes, prevenir a formação de novos e melhorar a circulação sanguínea.
Conforme a localização, gravidade e características do coágulo, diferentes abordagens terapêuticas podem ser adotadas. Uma das intervenções mais comuns é o uso de medicamentos, sobretudo anticoagulantes, que diminuem a capacidade de coagulação do sangue.
Em casos mais graves, em que os coágulos são grandes ou estão causando obstruções significativas, podem ser utilizados trombolíticos ou, se necessário, procedimentos cirúrgicos.
Como prevenir a trombose?
Mais do que diagnosticar e iniciar o tratamento rapidamente, é importante destacar que a maioria dos casos de trombose pode ser prevenida por meio da adoção de um estilo de vida saudável.
Introduza em sua rotina uma dieta equilibrada e rica em frutas, vegetais, fibras e grãos integrais, além de reduzir o consumo de alimentos à base de gorduras saturadas, sal, açúcar e ultraprocessados. Beber água e manter-se hidratado também são medidas importantes.
Procure manter um peso corporal saudável e pratique atividade física regularmente, pelo menos três vezes na semana. O sedentarismo é um dos principais fatores para o desenvolvimento de obesidade e problemas cardiovasculares. Adicionalmente, não fume e consuma bebidas alcoólicas com moderação, hábitos que podem impactar negativamente a coagulação sanguínea e a saúde do seu coração.
Outra dica importante inclui evitar a utilização de roupas apertadas e ficar na mesma posição de forma prolongada. Caso o seu trabalho exija um longo período na posição sentada, alterne com pausas para se movimentar. Essas são dicas essenciais que podem ajudar você a se prevenir não somente da trombose, mas de diversas outras doenças cardiovasculares e metabólicas, como o diabetes.
E lembre-se: cada pessoa é única e as medidas de prevenção podem variar de acordo com o histórico médico e os fatores de risco individuais. Portanto, não deixe de manter suas consultas médicas e exames de rotina sempre em dia.
Agora que você já sabe o que é a trombose e quais os seus principais sintomas, sugerimos a leitura sobre como cuidar da saúde do coração, para que você mantenha sua saúde sempre em dia.
Referências:
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