No Brasil e no mundo, o número de pacientes acometidos pelas chamadas doenças crônicas cresce cada vez mais. Essas doenças se desenvolvem lentamente no decorrer da vida, persistindo por longos períodos, e sendo, muitas vezes, assintomáticas. Elas são classificadas em dois tipos: as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e as transmissíveis.
Infelizmente, a maioria dos pacientes só descobre essas enfermidades depois que os sintomas aparecem. Nesses casos, a patologia já está instalada e seus efeitos podem ser irreversíveis.
Por isso, é importante descobrir a doença em sua fase inicial e manter o acompanhamento médico para evitar suas complicações. A seguir, falaremos sobre o que define uma doença crônica, quais são os seus sintomas e como ela afeta o nosso dia a dia. É só continuar a leitura.
O que define uma doença crônica
As doenças crônicas são caracterizadas por uma progressão lenta e por uma longa duração, sendo que algumas podem se estender por cerca de três meses ou mesmo perdurar por toda a vida.
As doenças crônicas podem ser transmissíveis ou não. As transmissíveis têm em comum o fato de serem causadas por um agente infeccioso, como os vírus e as bactérias. Um exemplo de doença crônica transmissível é a aids.
Já as doenças crônicas do grupo não transmissíveis estão muitas vezes relacionadas ao estilo de vida de cada um. Assim, sedentarismo, alimentação em desequilíbrio, consumo de álcool, fumo e drogas têm sido responsáveis por um grande número de doenças crônicas. Outro fator importante é a predisposição genética, ou seja, o histórico familiar. Um exemplo clássico de doença crônica não transmissível é o diabetes mellitus.
Doenças crônicas congênitas e não congênitas
É importante fazer também a distinção das doenças crônicas em congênitas, ou seja, que está presente desde o nascimento, e não congênitas, que ocorrem depois do nascimento.
Entre as doenças congênitas, elas podem ser divididas em genéticas ou não. A fenilcetonúria (incapacidade do organismo em metabolizar um tipo específico de aminoácido, a fenilalanina) é um exemplo de doença crônica congênita genética. Já a rubéola congênita não é uma doença genética e sim, adquirida.
Quanto às doenças não congênitas, que se desenvolvem ao longo da vida, podemos citar como exemplo algumas doenças, infelizmente, comuns, como a esclerose múltipla, a hipertensão e a doença de Alzheimer. O tratamento para esses tipos de doenças pode, em alguns casos, não levar à cura — mas, melhorar a qualidade de vida e reduzir a morbimortalidade.
Três doenças crônicas não transmissíveis frequentes no Brasil
Cerca de 57 milhões de brasileiros têm ao menos uma doença crônica, sabia? A seguir, falamos de três delas!
Lúpus
O Lúpus Eritematosos Sistêmico (LES), lúpus, como costuma ser chamado, é uma doença autoimune que acomete vários órgãos, como os rins, coração, pulmões, além das articulações e pele. Ele se desenvolve quando nosso sistema imunológico não reconhece os tecidos do corpo como próprios, mas, como se fossem invasores externos.
Ainda não sabemos ao certo o que causa o LES, mas parece existir um componente familiar. Graças aos novos exames laboratoriais disponíveis, o diagnóstico precoce dessa doença está sendo cada vez mais mais fácil e seguro.
Uma grande parte dos pacientes acometidos pelo lúpus apresenta sintomas moderados, que podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles, no geral, aparecem em crises, quando a resposta imunológica se agrava durante determinado tempo, e, em seguida, se torna menos intensa. Entre os principais sinais e sintomas, destacamos:
- febre;
- dores nas articulações;
- manchas na pele;
- fadiga;
- dor no peito;
- dificuldade para respirar;
- problemas renais.
Embora ainda não exista um tratamento curativo para o lúpus, avanços científicos têm acontecido com consequentes propostas terapêuticas mais efetivas, as quais têm melhorado a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome crônica que causa uma dor intensa em diversas partes do corpo. O que acontece é que nosso corpo “entende”, anormalmente, que estamos sentindo dores quando, na verdade, não há nenhum estímulo para elas. Além de se manifestar com dor, o paciente também apresenta outros sintomas, como fadiga e distúrbios do sono.
Embora comum, a fibromialgia ainda não possui uma causa muito bem definida. Considera-se que fatores psicológicos e circulatórios estejam relacionados ao desenvolvimento da doença.
Para ajudar a restabelecer o equilíbrio dos estímulos dolorosos, é importante praticar atividades físicas e melhorar a qualidade do sono. Novas pesquisas possibilitarão o surgimento de medicações mais efetivas.
Alzheimer
A causa de demência mais comum é a doença de Alzheimer, que se manifesta pela perda progressiva de capacidades cognitivas, especialmente a memória. Em geral, a doença se inicia com problemas de memória, dificuldade na lembrança de palavras e desorientações no tempo e no espaço.
Os sintomas da doença de Alzheimer evoluem progressivamente. Ainda não existe cura — no entanto, a medicina já avançou com tratamentos eficazes para reduzir o impacto da doença na vida das pessoas.
A doença de Alzheimer é considerada multifatorial. Isso significa que várias questões podem influenciar no seu desenvolvimento, como genética e fatores externos — entre eles, o uso de alguns medicamentos (como antidepressivos e antipsicóticos).
O diagnóstico da doença em fases iniciais é primordial para que a progressão de sintomas seja mais lenta e gradual. Isso faz com que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida e, assim, reduzam as complicações associadas à doença. Tanto o Alzheimer quanto outras formas de demência estão entre as 10 principais causas de morte em todo o mundo, tendo ocupado o terceiro lugar nas Américas e na Europa em 2019, segundo relata a OMS.
A importância do acompanhamento médico nas doenças crônicas
Apesar de a maioria das doenças crônicas não ter cura, muitas delas podem ser controladas e ter suas complicações prevenidas. Nesse contexto, a ajuda médica é fundamental no diagnóstico, no tratamento e no acompanhamento, o qual é realizado por equipes multidisciplinares, nas quais estão envolvidos profissionais de psicologia, nutrição, fisioterapia, assistência social e médicos de várias especialidades.
Cabe destacar que os tratamentos não se restringem ao uso de medicamentos. É importante, também, exercitar a mente com atividades contínuas de aprendizado, e praticar atividades físicas. Existem, inclusive, terapias que podem proporcionar alívio ao paciente, e que são indicadas como formas complementares ao tratamento. Alguns exemplos muito utilizados são a hidroterapia, as massagens e a acupuntura.
Embora, como consequência do envelhecimento populacional, as doenças crônicas tenham tido um crescimento, podemos adotar autocuidados precoces. Entre eles, alimentação saudável, não fumar, atividade física regular e ter atenção aos sinais do seu corpo.
Tudo isso podem ajudar a evitar ou diminuir as complicações graves das doenças crônicas. E não se esqueça: caso você tenha algum sintoma, desconforto ou alguma dúvida sobre o assunto, é fundamental visitar um médico o quanto antes, combinado?
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