Sabin Por: Sabin
Leitura
8min 50s
OUVIR 00:00
AAA

Com a rotina corrida que muitas pessoas mantêm atualmente, há momentos em que é necessário focalizar a atenção, voltando-a para si mesmo, a fim de regular todo o corpo. Diante dessa realidade, uma técnica cuja procura tem crescido nos últimos anos — especialmente, a partir do período pandêmico — é a meditação.

A prática, em um primeiro momento, até pode parecer complexa para alguns, já que requer muita concentração e atenção. No entanto, aprendê-la não implica grandes dificuldades e, ao torná-la parte da rotina, “mergulhar” nessa conexão consigo mesmo e com o presente passa a ser cada vez mais fácil.

A seguir, vamos elencar alguns dos principais benefícios da meditação e explicar de que forma colocá-la em prática. Continue a leitura e descubra como ela pode promover saúde e equilíbrio!

O que é meditação?

A meditação, de acordo com o artigo científico “Os efeitos da meditação à luz da investigação científica em psicologia: revisão de literatura”, pode ser entendida como uma prática de regulação da mente e do corpo, caracterizada por técnicas que, de maneira conjunta, treinam a focalização da atenção.

Inclusive, pesquisas relativamente recentes apontam uma estreita associação entre a frequência das práticas meditativas e o aumento dos níveis de consciência plena.

O estudo “Meditation and happiness: mindfulness and self-compassion may mediate the meditation–happiness relationship” é um grande exemplo, que observou como a autocompaixão e o mindfulness podem mediar a relação que existe entre a felicidade e a meditação.

Quais são os benefícios da meditação?

Ao alcançar o estado meditativo, torna-se possível atingir uma clareza maior — tanto emocional quanto mental —, gerando uma série de benefícios para o organismo, como podemos ver abaixo.

Redução da insônia

A qualidade do sono é um dos aspectos positivamente impactados pela prática regular da meditação. Em um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, seus efeitos foram avaliados a partir da formação de dois grupos compostos por adultos de 55 anos, que tinham transtornos do sono de gravidade moderada.

Ao longo do processo, os grupos foram submetidos a duas diferentes intervenções:

  • a meditação (colocada em prática por 24 participantes);
  • um programa de higiene do sono (adotado por 25 participantes).

Ao final, comparando os resultados, o estudo constatou que as pessoas que colocaram a meditação em prática apresentaram melhoras em quadros de depressão, fadiga e insônia.

Melhoria nos sintomas da depressão

No que diz respeito à depressão, um estudo conduzido em um ambiente escolar, por meio da aplicação da meditação mindfulness (“atenção plena”, em tradução livre para português), mostrou que a prática diminui a probabilidade do surgimento dos sintomas comumente associados à condição. Nesse caso, 400 estudantes de cinco instituições de ensino diferentes da Bélgica, em Flanders, na faixa etária entre 13 e 20 anos, foram divididos em grupos, um de controle e outro de teste.

Antes que o processo de análise fosse iniciado, ambos responderam a um questionário que continha questões indicativas de sintomas de ansiedade, estresse e depressão. O mesmo documento foi preenchido logo após a conclusão do treinamento e, mais uma vez, depois de seis meses.

No primeiro momento, 24% dos participantes do grupo de controle reportaram evidências de depressão e, no grupo de teste, 21%. Após o treinamento de meditação, no grupo de teste, o percentual caiu para 15%, enquanto no grupo de controle, houve um aumento para 27%. Após seis meses, os resultados foram:

  • no grupo de teste, uma média de 16% reportou os sintomas inicialmente indicados;
  • no grupo de controle, a média foi de 36%.

Diante disso, os pesquisadores concluíram que os resultados revelaram que a meditação não só diminui os sinais de depressão, mas também previne o surgimento posterior.

Diminuição da pressão arterial

Um conjunto de 12 estudos — envolvendo, aproximadamente, 1.000 participantes — concluiu que a meditação auxilia na redução da pressão arterial, com resultados mais eficazes entre voluntários com faixa etária mais avançada e participantes que já apresentavam pressão arterial mais elevada antes do estudo.

Na prática, foi possível observar que a técnica ajuda no controle da pressão sanguínea. Ocorre, então, o relaxamento dos sinais nervosos responsáveis pela coordenação da tensão dos vasos sanguíneos e da função cardíaca.

Controle da ansiedade

Esse efeito foi observado por pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Georgetown, nos EUA, conforme artigo publicado pelo Jama Psychiatry

No início, a análise envolveu 276 participantes, em três grandes cidades do país — Nova York, Washington DC e Boston. Todos eles haviam recebido, recentemente, um diagnóstico de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), agorafobia ou pânico.

Houve, então, uma divisão dos voluntários, de forma aleatória, em grupos de controle. Assim, ao longo de 24 semanas, parte deles adotou a prática da meditação ou a técnica mindfulness para a redução do estresse, enquanto os demais fizeram uso de medicamentos. Ao fim do período, ambos os grupos demonstraram uma redução bastante significativa dos sintomas da ansiedade.

Os especialistas concluíram que, estatisticamente, os resultados se mostraram bem próximos e poderiam ser considerados equivalentes.

Melhora da memória

Os benefícios da meditação sobre a memória foram observados a partir de um estudo conduzido por pesquisadores de Santa Bárbara, do Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro, na Universidade da Califórnia. 

No processo, a análise se voltou aos efeitos da prática na capacidade de impedir que os pensamentos vagos dominassem a mente durante a realização das tarefas e na atenção plena.

Os 48 participantes foram submetidos a uma avaliação dos níveis de memória, de desempenho e de distração, em um exame de admissão de mestrado. Posteriormente, os mesmos indivíduos foram divididos em grupos, de modo que um fez parte de um programa nutricional direcionado à educação alimentar e o outro iniciou um treinamento de meditação.

Após duas semanas, todos refizeram o exame e, embora o grupo que não praticou a meditação não tenha alcançado resultados diferentes, o que adotou a técnica teve resultados mais positivos em testes de compreensão de leitura e de memória.

Como começar a meditar?

Como mencionamos na introdução, aprender a meditar não envolve grandes dificuldades, mas, para ajudar você, listamos alguns passos-chave que podem fazer toda a diferença:

  • escolha um local silencioso e calmo, evitando ambientes em que haja distrações;
  • reserve um tempo para a prática no intuito de torná-la parte da sua rotina;
  • encontre a posição ideal para você, mantendo-se confortável e, de preferência, com o pescoço alinhado, os ombros relaxados e a coluna ereta;
  • tente controlar a respiração;
  • foque sua mente no processo de inspirar e expirar; para isso, demore o tempo que desejar, podendo ser apenas alguns minutos no começo; depois, você conseguirá manter a prática em uma duração cada vez maior.

Como vimos, os benefícios da meditação são diversos (e já comprovados por meio de pesquisas e estudos). Então, vale a pena adotar essa técnica ancestral, no seu cotidiano, para promover mais bem-estar, trabalhando o equilíbrio entre corpo e mente e aproveitando os seus impactos positivos sobre a saúde de forma geral.

Agora, aproveite para seguir as nossas redes sociais e acompanhar as próximas publicações: Instagram, Facebook, YouTube, LinkedIn e Twitter.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Quais são os benefícios da meditação e como praticar?; Com a rotina corrida que muitas pessoas mantêm atualmente, há momentos em que é necessário focalizar a atenção, voltando-a para si mesmo, a fim de regular todo o corpo. Diante dessa realidade, uma técnica cuja procura tem crescido nos últimos anos — especialmente, a partir do período pandêmico — é a meditação. A prática, em um primeiro momento, até pode parecer complexa para alguns, já que requer muita concentração e atenção. No entanto, aprendê-la não implica grandes dificuldades e, ao torná-la parte da rotina, "mergulhar" nessa conexão consigo mesmo e com o presente passa a ser cada vez mais fácil. A seguir, vamos elencar alguns dos principais benefícios da meditação e explicar de que forma colocá-la em prática. Continue a leitura e descubra como ela pode promover saúde e equilíbrio! O que é meditação? A meditação, de acordo com o artigo científico "Os efeitos da meditação à luz da investigação científica em psicologia: revisão de literatura", pode ser entendida como uma prática de regulação da mente e do corpo, caracterizada por técnicas que, de maneira conjunta, treinam a focalização da atenção. Inclusive, pesquisas relativamente recentes apontam uma estreita associação entre a frequência das práticas meditativas e o aumento dos níveis de consciência plena. O estudo "Meditation and happiness: mindfulness and self-compassion may mediate the meditation–happiness relationship" é um grande exemplo, que observou como a autocompaixão e o mindfulness podem mediar a relação que existe entre a felicidade e a meditação. Quais são os benefícios da meditação? Ao alcançar o estado meditativo, torna-se possível atingir uma clareza maior — tanto emocional quanto mental —, gerando uma série de benefícios para o organismo, como podemos ver abaixo. Redução da insônia A qualidade do sono é um dos aspectos positivamente impactados pela prática regular da meditação. Em um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, seus efeitos foram avaliados a partir da formação de dois grupos compostos por adultos de 55 anos, que tinham transtornos do sono de gravidade moderada. Ao longo do processo, os grupos foram submetidos a duas diferentes intervenções: a meditação (colocada em prática por 24 participantes);um programa de higiene do sono (adotado por 25 participantes). Ao final, comparando os resultados, o estudo constatou que as pessoas que colocaram a meditação em prática apresentaram melhoras em quadros de depressão, fadiga e insônia. Melhoria nos sintomas da depressão No que diz respeito à depressão, um estudo conduzido em um ambiente escolar, por meio da aplicação da meditação mindfulness ("atenção plena", em tradução livre para português), mostrou que a prática diminui a probabilidade do surgimento dos sintomas comumente associados à condição. Nesse caso, 400 estudantes de cinco instituições de ensino diferentes da Bélgica, em Flanders, na faixa etária entre 13 e 20 anos, foram divididos em grupos, um de controle e outro de teste. Antes que o processo de análise fosse iniciado, ambos responderam a um questionário que continha questões indicativas de sintomas de ansiedade, estresse e depressão. O mesmo documento foi preenchido logo após a conclusão do treinamento e, mais uma vez, depois de seis meses. No primeiro momento, 24% dos participantes do grupo de controle reportaram evidências de depressão e, no grupo de teste, 21%. Após o treinamento de meditação, no grupo de teste, o percentual caiu para 15%, enquanto no grupo de controle, houve um aumento para 27%. Após seis meses, os resultados foram: no grupo de teste, uma média de 16% reportou os sintomas inicialmente indicados;no grupo de controle, a média foi de 36%. Diante disso, os pesquisadores concluíram que os resultados revelaram que a meditação não só diminui os sinais de depressão, mas também previne o surgimento posterior. Diminuição da pressão arterial Um conjunto de 12 estudos — envolvendo, aproximadamente, 1.000 participantes — concluiu que a meditação auxilia na redução da pressão arterial, com resultados mais eficazes entre voluntários com faixa etária mais avançada e participantes que já apresentavam pressão arterial mais elevada antes do estudo. Na prática, foi possível observar que a técnica ajuda no controle da pressão sanguínea. Ocorre, então, o relaxamento dos sinais nervosos responsáveis pela coordenação da tensão dos vasos sanguíneos e da função cardíaca. Controle da ansiedade Esse efeito foi observado por pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Georgetown, nos EUA, conforme artigo publicado pelo Jama Psychiatry.  No início, a análise envolveu 276 participantes, em três grandes cidades do país — Nova York, Washington DC e Boston. Todos eles haviam recebido, recentemente, um diagnóstico de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), agorafobia ou pânico. Houve, então, uma divisão dos voluntários, de forma aleatória, em grupos de controle. Assim, ao longo de 24 semanas, parte deles adotou a prática da meditação ou a técnica mindfulness para a redução do estresse, enquanto os demais fizeram uso de medicamentos. Ao fim do período, ambos os grupos demonstraram uma redução bastante significativa dos sintomas da ansiedade. Os especialistas concluíram que, estatisticamente, os resultados se mostraram bem próximos e poderiam ser considerados equivalentes. Melhora da memória Os benefícios da meditação sobre a memória foram observados a partir de um estudo conduzido por pesquisadores de Santa Bárbara, do Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro, na Universidade da Califórnia.  No processo, a análise se voltou aos efeitos da prática na capacidade de impedir que os pensamentos vagos dominassem a mente durante a realização das tarefas e na atenção plena. Os 48 participantes foram submetidos a uma avaliação dos níveis de memória, de desempenho e de distração, em um exame de admissão de mestrado. Posteriormente, os mesmos indivíduos foram divididos em grupos, de modo que um fez parte de um programa nutricional direcionado à educação alimentar e o outro iniciou um treinamento de meditação. Após duas semanas, todos refizeram o exame e, embora o grupo que não praticou a meditação não tenha alcançado resultados diferentes, o que adotou a técnica teve resultados mais positivos em testes de compreensão de leitura e de memória. Como começar a meditar? Como mencionamos na introdução, aprender a meditar não envolve grandes dificuldades, mas, para ajudar você, listamos alguns passos-chave que podem fazer toda a diferença: escolha um local silencioso e calmo, evitando ambientes em que haja distrações;reserve um tempo para a prática no intuito de torná-la parte da sua rotina;encontre a posição ideal para você, mantendo-se confortável e, de preferência, com o pescoço alinhado, os ombros relaxados e a coluna ereta;tente controlar a respiração;foque sua mente no processo de inspirar e expirar; para isso, demore o tempo que desejar, podendo ser apenas alguns minutos no começo; depois, você conseguirá manter a prática em uma duração cada vez maior. Como vimos, os benefícios da meditação são diversos (e já comprovados por meio de pesquisas e estudos). Então, vale a pena adotar essa técnica ancestral, no seu cotidiano, para promover mais bem-estar, trabalhando o equilíbrio entre corpo e mente e aproveitando os seus impactos positivos sobre a saúde de forma geral. Agora, aproveite para seguir as nossas redes sociais e acompanhar as próximas publicações: Instagram, Facebook, YouTube, LinkedIn e Twitter.