Sabin Por: Sabin
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A pneumonia atípica compreende um grupo de infecções respiratórias causadas por patógenos com comportamentos clínico e microbiológico distintos  daqueles associados às pneumonias típicas. Entre os agentes bacterianos mais frequentemente associados, estão a Mycoplasma pneumoniae, a Chlamydophila pneumoniae e a Legionella pneumophila, que compartilham apresentações clínicas inicialmente mais brandas, muitas vezes insidiosas, dificultando o diagnóstico com base apenas em sinais e sintomas. 

As infecções podem apresentar evolução grave, inclusive em pacientes saudáveis, tornando a precisão diagnóstica essencial para uma abordagem clínica segura e eficaz. Nesse contexto, os métodos moleculares, como o PCR em tempo real e o Sequenciamento de Nova Geração (NGS), têm se consolidado como estratégias diagnósticas de alta sensibilidade e especificidade. 

Continue a leitura e atualize-se sobre as principais características clínicas da pneumonia atípica e como os exames moleculares, como o MYCOPCR  e o RESPIRA (Painel Molecular para Infecções Respiratórias), podem auxiliar na acurácia diagnóstica e no manejo terapêutico dessas infecções.

O que é pneumonia atípica e por que representa um desafio diagnóstico?

A pneumonia atípica caracteriza-se por quadros clínicos de início gradual, tosse persistente, febre baixa, mal-estar e, em muitos casos, manifestações extrapulmonares. Ao contrário da pneumonia típica, usualmente causada por Streptococcus pneumoniae, os agentes atípicos não costumam gerar leucocitose acentuada ou achados radiológicos muito específicos. Essa apresentação mais leve pode retardar o diagnóstico e o início do tratamento adequado, especialmente em pacientes pediátricos, imunossuprimidos ou em surtos comunitários.

O termo “pneumonia silenciosa”, embora não reconhecido formalmente na literatura médica, em geral, é usado de maneira coloquial para descrever infecções por Mycoplasma pneumoniae e outros agentes atípicos, dada sua capacidade de cursar com sintomas leves e não específicos.

Quando suspeitar de infecção por agentes atípicos?

A suspeita de pneumonia atípica deve ser considerada diante de quadros respiratórios que não respondem ao uso de antibióticos betalactâmicos, sobretudo quando acompanhados de febre baixa, tosse seca e achados radiológicos compatíveis com padrão intersticial ou difuso. 

Essas características clínicas, habitualmente discretas, são muito observadas em infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, um dos agentes bacterianos mais comuns de pneumonia adquirida na comunidade, com predomínio em crianças.

O cenário pós-pandêmico trouxe mudanças importantes no perfil das infecções respiratórias. Com a retomada da circulação viral e bacteriana em ambientes coletivos, aumentaram os relatos de surtos de doenças respiratórias com comportamento atípico. Nessas situações, o diagnóstico de infecção por germes atípicos deve ser cogitado.

Além disso, a resistência antimicrobiana tem se consolidado como uma preocupação crescente. De acordo com relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), infecções bacterianas como a pneumonia já apresentam taxas elevadas de resistência, o que compromete a eficácia de tratamentos empíricos convencionais. No caso específico de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, há relatos de resistência crescente aos macrolídeos em diversas regiões do mundo, principalmente no continente asiático.

Assim sendo, a apresentação clínica de febre, cefaleia, mialgia, calafrios e dispneia leve, usual às infecções por Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e Legionella pneumophila, torna o diagnóstico diferencial baseado apenas em sintomas pouco acurados. Portanto, a utilização de métodos laboratoriais sensíveis, como o PCR em tempo real, é importante para identificar o agente causador e guiar a terapia antimicrobiana de forma exata, segura e eficaz.

O papel da biologia molecular no diagnóstico das pneumonias atípicas

O uso de métodos tradicionais, como cultura bacteriana e sorologia, enfrenta diversas limitações, incluindo baixa sensibilidade em fases precoces e longos prazos de resposta. A biologia molecular, por sua vez, oferece vantagens consideráveis, permitindo a detecção direta do material genético do patógeno em amostras respiratórias, mesmo com baixa carga microbiana.

Estudos recentes comprovam a superioridade do RT-PCR em diversos cenários clínicos. Em adultos com pneumonia adquirida na comunidade, o RT-qPCR para 42 agentes respiratórios aumentou substancialmente a taxa de detecção, favorecendo intervenções antimicrobianas mais eficazes

Esses dados reforçam a importância da biologia molecular na prática médica moderna.

Detecção molecular de Mycoplasma pneumoniae: o exame MYCOPCR

O exame MYCOPCR é uma ferramenta baseada em PCR em tempo real, desenvolvida para detectar Mycoplasma pneumoniae em amostras respiratórias com alta sensibilidade e especificidade. Está disponível na rotina laboratorial e pode ser realizado a partir de swab ou aspirado de nasofaringe, além de lavado broncoalveolar.

É indicado em casos de sintomas respiratórios persistentes, pneumonias com resposta terapêutica insatisfatória, surtos de doenças respiratórias em instituições de ensino e pacientes imunocomprometidos com suspeita de infecção respiratória.

A aplicação do exame contribui significativamente para o diagnóstico etiológico preciso e direciona a conduta antimicrobiana com mais segurança.

Principais indicações clínicas para a solicitação do exame

O MYCOPCR deve ser considerado diante de casos suspeitos de pneumonia atípica, em particular aqueles casos refratários ou sintomas persistentes que não respondem ao tratamento empírico inicial. 

A utilização desse exame é notadamente útil em situações de surtos de doenças respiratórias em comunidades fechadas, como escolas, creches, abrigos e instituições de longa permanência, onde a disseminação de agentes atípicos é facilitada. Pacientes imunocomprometidos também se beneficiam da testagem precoce, possibilitando intervenções mais seguras diante de infecções potencialmente graves.

Painel RESPIRA: ampliação diagnóstica para infecções respiratórias

Em adição ao MYCOPCR, outra ferramenta disponível é o Painel Molecular para Infecções Respiratórias — RESPIRA, que oportuniza uma investigação ampliada dos principais agentes envolvidos nas síndromes respiratórias agudas. 

Por meio da técnica de PCR em tempo real multiplex, o exame detecta simultaneamente 26 patógenos respiratórios (19 vírus e 7 bactérias) em uma única amostra, com alta sensibilidade e especificidade.

Entre os agentes identificáveis, estão vírus respiratórios, tais como Influenza A (inclusive subtipos H1N1 e H3N2), Influenza B, Vírus Sincicial Respiratório A e B, Adenovírus, Rinovírus, Parainfluenza 1 a 4, Metapneumovírus, Bocavírus, Enterovírus, além de coronavírus sazonais (NL63, 229E e OC43). Cabe destacar que o painel não inclui a detecção do SARS-CoV-2 (covid-19).

Entre as bactérias detectadas, o painel abrange relevantes patógenos atípicos, como Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e Legionella pneumophila, além de Bordetella pertussis, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e outros. 

O exame é especialmente útil em casos com sintomas respiratórios persistentes e quadros de difícil diferenciação clínica, permitindo o diagnóstico diferencial entre infecções virais e bacterianas e orientando condutas terapêuticas mais seguras, prioritariamente na avaliação de surtos em ambientes coletivos ou em pacientes imunocomprometidos.

A coleta pode ser realizada com swab ou aspirado de nasofaringe, em qualquer faixa etária, a partir do primeiro dia de sintomas. O RESPIRA está disponível em toda a rede Sabin.

Implicações clínicas do diagnóstico molecular

O uso de exames moleculares, a exemplo do MYCOPCR, proporciona benefícios clínicos essenciais, ressaltando-se a possibilidade de iniciar rapidamente o tratamento antimicrobiano específico, como os macrolídeos, e interromper terapias empíricas prolongadas com antibióticos de amplo espectro. Isso contribui diretamente para o controle da resistência bacteriana e para a redução de eventos adversos associados a antibióticos inadequados.

Ademais, a agilidade na obtenção do diagnóstico melhora o fluxo de decisão clínica, evita internações desnecessárias, reduz custos hospitalares e melhora o prognóstico geral do paciente. 

O painel RESPIRA surge como uma ferramenta adicional, especialmente em casos com sintomas respiratórios prolongados, surtos comunitários ou pacientes imunocomprometidos, por sua capacidade de diferenciação em uma ampla gama de vírus respiratórios e bactérias, inclusive agentes atípicos. Dessa forma, em um cenário de crescente sobreposição entre infecções virais e bacterianas, como visto em epidemias recentes, o diagnóstico molecular é um pilar da medicina baseada em evidências, garantindo segurança, resolutividade e qualidade na assistência. 

Incorporar esses recursos à prática clínica contribui para um manejo mais eficaz, racional e centrado no indivíduo. Aprofunde seu conhecimento: leia o conteúdo Benefícios do diagnóstico molecular para doenças infecciosas e conheça as aplicações clínicas dos exames moleculares na prática médica.

Referências:

Osborne CM, Ambroggio L, Langelier C, et al. Multiplex Polymerase Chain Reaction Versus Standard Bacterial Culture in Critically Ill Children With Suspected Pneumonia. Pediatr Infect Dis J. 2025;44(3):263-269. doi:10.1097/INF.0000000000004570

Dueck NP, Epstein S, Franquet T, Moore CC, Bueno J. Atypical Pneumonia: Definition, Causes, and Imaging Features. Radiographics. 2021;41(3):720-741. doi:10.1148/rg.2021200131

Parrott GL, Kinjo T, Fujita J. A Compendium for Mycoplasma pneumoniae. Front Microbiol. 2016;7:513. Published 2016 Apr 12. doi:10.3389/fmicb.2016.00513

Shi L, Zhang D, Yang Q, Yang J, Zhu H. Distinction of clinical features and microbiological methods between Chlamydia psittaci and Legionella pneumophila pneumonia confirmed by metagenomic next-generation sequencing. Ann Med. 2024;56(1):2428433. doi:10.1080/07853890.2024.2428433

Basarab M, Macrae MB, Curtis CM. Atypical pneumonia. Curr Opin Pulm Med. 2014;20(3):247-251. doi:10.1097/MCP.0000000000000048

Tan BH, Zhang Y, Gui Y, Wu S, Li YC. The possible impairment of respiratory-related neural loops may be associated with the silent pneumonia induced by SARS-CoV-2. J Med Virol. 2020;92(11):2269-2271. doi:10.1002/jmv.26158

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Avanços no diagnóstico molecular da pneumonia atípica; A pneumonia atípica compreende um grupo de infecções respiratórias causadas por patógenos com comportamentos clínico e microbiológico distintos  daqueles associados às pneumonias típicas. Entre os agentes bacterianos mais frequentemente associados, estão a Mycoplasma pneumoniae, a Chlamydophila pneumoniae e a Legionella pneumophila, que compartilham apresentações clínicas inicialmente mais brandas, muitas vezes insidiosas, dificultando o diagnóstico com base apenas em sinais e sintomas.  As infecções podem apresentar evolução grave, inclusive em pacientes saudáveis, tornando a precisão diagnóstica essencial para uma abordagem clínica segura e eficaz. Nesse contexto, os métodos moleculares, como o PCR em tempo real e o Sequenciamento de Nova Geração (NGS), têm se consolidado como estratégias diagnósticas de alta sensibilidade e especificidade.  Continue a leitura e atualize-se sobre as principais características clínicas da pneumonia atípica e como os exames moleculares, como o MYCOPCR  e o RESPIRA (Painel Molecular para Infecções Respiratórias), podem auxiliar na acurácia diagnóstica e no manejo terapêutico dessas infecções. O que é pneumonia atípica e por que representa um desafio diagnóstico? A pneumonia atípica caracteriza-se por quadros clínicos de início gradual, tosse persistente, febre baixa, mal-estar e, em muitos casos, manifestações extrapulmonares. Ao contrário da pneumonia típica, usualmente causada por Streptococcus pneumoniae, os agentes atípicos não costumam gerar leucocitose acentuada ou achados radiológicos muito específicos. Essa apresentação mais leve pode retardar o diagnóstico e o início do tratamento adequado, especialmente em pacientes pediátricos, imunossuprimidos ou em surtos comunitários. O termo “pneumonia silenciosa”, embora não reconhecido formalmente na literatura médica, em geral, é usado de maneira coloquial para descrever infecções por Mycoplasma pneumoniae e outros agentes atípicos, dada sua capacidade de cursar com sintomas leves e não específicos. Quando suspeitar de infecção por agentes atípicos? A suspeita de pneumonia atípica deve ser considerada diante de quadros respiratórios que não respondem ao uso de antibióticos betalactâmicos, sobretudo quando acompanhados de febre baixa, tosse seca e achados radiológicos compatíveis com padrão intersticial ou difuso.  Essas características clínicas, habitualmente discretas, são muito observadas em infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, um dos agentes bacterianos mais comuns de pneumonia adquirida na comunidade, com predomínio em crianças. O cenário pós-pandêmico trouxe mudanças importantes no perfil das infecções respiratórias. Com a retomada da circulação viral e bacteriana em ambientes coletivos, aumentaram os relatos de surtos de doenças respiratórias com comportamento atípico. Nessas situações, o diagnóstico de infecção por germes atípicos deve ser cogitado. Além disso, a resistência antimicrobiana tem se consolidado como uma preocupação crescente. De acordo com relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), infecções bacterianas como a pneumonia já apresentam taxas elevadas de resistência, o que compromete a eficácia de tratamentos empíricos convencionais. No caso específico de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, há relatos de resistência crescente aos macrolídeos em diversas regiões do mundo, principalmente no continente asiático. Assim sendo, a apresentação clínica de febre, cefaleia, mialgia, calafrios e dispneia leve, usual às infecções por Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e Legionella pneumophila, torna o diagnóstico diferencial baseado apenas em sintomas pouco acurados. Portanto, a utilização de métodos laboratoriais sensíveis, como o PCR em tempo real, é importante para identificar o agente causador e guiar a terapia antimicrobiana de forma exata, segura e eficaz. O papel da biologia molecular no diagnóstico das pneumonias atípicas O uso de métodos tradicionais, como cultura bacteriana e sorologia, enfrenta diversas limitações, incluindo baixa sensibilidade em fases precoces e longos prazos de resposta. A biologia molecular, por sua vez, oferece vantagens consideráveis, permitindo a detecção direta do material genético do patógeno em amostras respiratórias, mesmo com baixa carga microbiana. Estudos recentes comprovam a superioridade do RT-PCR em diversos cenários clínicos. Em adultos com pneumonia adquirida na comunidade, o RT-qPCR para 42 agentes respiratórios aumentou substancialmente a taxa de detecção, favorecendo intervenções antimicrobianas mais eficazes.  Esses dados reforçam a importância da biologia molecular na prática médica moderna. Detecção molecular de Mycoplasma pneumoniae: o exame MYCOPCR O exame MYCOPCR é uma ferramenta baseada em PCR em tempo real, desenvolvida para detectar Mycoplasma pneumoniae em amostras respiratórias com alta sensibilidade e especificidade. Está disponível na rotina laboratorial e pode ser realizado a partir de swab ou aspirado de nasofaringe, além de lavado broncoalveolar. É indicado em casos de sintomas respiratórios persistentes, pneumonias com resposta terapêutica insatisfatória, surtos de doenças respiratórias em instituições de ensino e pacientes imunocomprometidos com suspeita de infecção respiratória. A aplicação do exame contribui significativamente para o diagnóstico etiológico preciso e direciona a conduta antimicrobiana com mais segurança. Principais indicações clínicas para a solicitação do exame O MYCOPCR deve ser considerado diante de casos suspeitos de pneumonia atípica, em particular aqueles casos refratários ou sintomas persistentes que não respondem ao tratamento empírico inicial.  A utilização desse exame é notadamente útil em situações de surtos de doenças respiratórias em comunidades fechadas, como escolas, creches, abrigos e instituições de longa permanência, onde a disseminação de agentes atípicos é facilitada. Pacientes imunocomprometidos também se beneficiam da testagem precoce, possibilitando intervenções mais seguras diante de infecções potencialmente graves. Painel RESPIRA: ampliação diagnóstica para infecções respiratórias Em adição ao MYCOPCR, outra ferramenta disponível é o Painel Molecular para Infecções Respiratórias — RESPIRA, que oportuniza uma investigação ampliada dos principais agentes envolvidos nas síndromes respiratórias agudas.  Por meio da técnica de PCR em tempo real multiplex, o exame detecta simultaneamente 26 patógenos respiratórios (19 vírus e 7 bactérias) em uma única amostra, com alta sensibilidade e especificidade. Entre os agentes identificáveis, estão vírus respiratórios, tais como Influenza A (inclusive subtipos H1N1 e H3N2), Influenza B, Vírus Sincicial Respiratório A e B, Adenovírus, Rinovírus, Parainfluenza 1 a 4, Metapneumovírus, Bocavírus, Enterovírus, além de coronavírus sazonais (NL63, 229E e OC43). Cabe destacar que o painel não inclui a detecção do SARS-CoV-2 (covid-19). Entre as bactérias detectadas, o painel abrange relevantes patógenos atípicos, como Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e Legionella pneumophila, além de Bordetella pertussis, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e outros.  O exame é especialmente útil em casos com sintomas respiratórios persistentes e quadros de difícil diferenciação clínica, permitindo o diagnóstico diferencial entre infecções virais e bacterianas e orientando condutas terapêuticas mais seguras, prioritariamente na avaliação de surtos em ambientes coletivos ou em pacientes imunocomprometidos. A coleta pode ser realizada com swab ou aspirado de nasofaringe, em qualquer faixa etária, a partir do primeiro dia de sintomas. O RESPIRA está disponível em toda a rede Sabin. Implicações clínicas do diagnóstico molecular O uso de exames moleculares, a exemplo do MYCOPCR, proporciona benefícios clínicos essenciais, ressaltando-se a possibilidade de iniciar rapidamente o tratamento antimicrobiano específico, como os macrolídeos, e interromper terapias empíricas prolongadas com antibióticos de amplo espectro. Isso contribui diretamente para o controle da resistência bacteriana e para a redução de eventos adversos associados a antibióticos inadequados. Ademais, a agilidade na obtenção do diagnóstico melhora o fluxo de decisão clínica, evita internações desnecessárias, reduz custos hospitalares e melhora o prognóstico geral do paciente.  O painel RESPIRA surge como uma ferramenta adicional, especialmente em casos com sintomas respiratórios prolongados, surtos comunitários ou pacientes imunocomprometidos, por sua capacidade de diferenciação em uma ampla gama de vírus respiratórios e bactérias, inclusive agentes atípicos. Dessa forma, em um cenário de crescente sobreposição entre infecções virais e bacterianas, como visto em epidemias recentes, o diagnóstico molecular é um pilar da medicina baseada em evidências, garantindo segurança, resolutividade e qualidade na assistência.  Incorporar esses recursos à prática clínica contribui para um manejo mais eficaz, racional e centrado no indivíduo. Aprofunde seu conhecimento: leia o conteúdo Benefícios do diagnóstico molecular para doenças infecciosas e conheça as aplicações clínicas dos exames moleculares na prática médica. Referências: Osborne CM, Ambroggio L, Langelier C, et al. Multiplex Polymerase Chain Reaction Versus Standard Bacterial Culture in Critically Ill Children With Suspected Pneumonia. Pediatr Infect Dis J. 2025;44(3):263-269. doi:10.1097/INF.0000000000004570 Dueck NP, Epstein S, Franquet T, Moore CC, Bueno J. Atypical Pneumonia: Definition, Causes, and Imaging Features. Radiographics. 2021;41(3):720-741. doi:10.1148/rg.2021200131 Parrott GL, Kinjo T, Fujita J. A Compendium for Mycoplasma pneumoniae. Front Microbiol. 2016;7:513. Published 2016 Apr 12. doi:10.3389/fmicb.2016.00513 Shi L, Zhang D, Yang Q, Yang J, Zhu H. Distinction of clinical features and microbiological methods between Chlamydia psittaci and Legionella pneumophila pneumonia confirmed by metagenomic next-generation sequencing. Ann Med. 2024;56(1):2428433. doi:10.1080/07853890.2024.2428433 Basarab M, Macrae MB, Curtis CM. Atypical pneumonia. Curr Opin Pulm Med. 2014;20(3):247-251. doi:10.1097/MCP.0000000000000048 Tan BH, Zhang Y, Gui Y, Wu S, Li YC. The possible impairment of respiratory-related neural loops may be associated with the silent pneumonia induced by SARS-CoV-2. J Med Virol. 2020;92(11):2269-2271. doi:10.1002/jmv.26158