Sabin Por: Sabin
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A hematopoiese clonal de potencial indeterminado (ou CHIP, do inglês Clonal Hematopoiesis of Indeterminate Potential) é um fenômeno hematológico caracterizado pela presença de mutações genéticas em células-tronco hematopoiéticas.

A presença dessas variantes genéticas é relativamente comum em pessoas idosas, sendo que a maioria dos pacientes que apresentam CHIP não desenvolve doenças hematológicas. Por outro lado, existem evidências que demonstram que a CHIP pode ser um potencial fator de risco para neoplasias hematológicas, como a leucemia mieloide aguda e síndromes mielodisplásicas.

Estudos têm sugerido que a identificação dessas mutações pode servir como um marcador de risco para o desenvolvimento futuro dessas doenças. Isso destaca a necessidade de uma compreensão mais profunda da biologia por trás da CHIP e sua relação com a carcinogênese.

Neste conteúdo, apresentaremos a utilidade clínica da CHIP e suas relações com neoplasias hematológicas, doenças cardiovasculares e outras patologias.

O que é a hematopoiese clonal de significado incerto?

A CHIP é um fenômeno complexo que envolve mutações genéticas em células-tronco hematopoiéticas, conferindo vantagens seletivas e resultando em expansão clonal dessas populações celulares. Conceitualmente, a CHIP é definida pela presença de mutações adquiridas em células do sangue periférico, sem evidência adicional de neoplasia hematológica.

Estudos revelam que a prevalência de CHIP é relativamente baixa em indivíduos jovens (menos de 40 anos). No entanto, essa incidência aumenta progressivamente à medida que a idade avança, atingindo mais de 10% em pessoas saudáveis com mais de 70 anos. O aumento sugere uma intrínseca relação entre a CHIP e o envelhecimento, ressaltando a importância do entendimento desse fenômeno em contextos geriátricos.

A CHIP é frequentemente associada a uma série de mutações em genes relacionados à hematopoiese. Além das implicações hematológicas, a CHIP também está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares

Pesquisas recentes identificaram uma ligação entre mutações genéticas específicas, como os genes TET2, JAK2 e Ppm1d, e o desenvolvimento da hematopoiese clonal, sugerindo uma interconexão entre a saúde hematológica e cardiovascular. A presença dessas mutações pode contribuir para a ocorrência de condições como a aterosclerose e a hipertensão arterial, contrapondo a ideia de que a CHIP está restrita ao domínio hematológico.

A identificação precoce da CHIP e o desenvolvimento de estratégias de monitoramento eficazes podem ser fundamentais para entender e mitigar os riscos associados. Adicionalmente, a busca por intervenções terapêuticas que possam prevenir ou retardar a progressão para neoplasias representa uma área de pesquisa ativa e promissora.

Qual a relação da CHIP com as neoplasias hematológicas?

A CHIP é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de neoplasias hematológicas. O risco de progressão aumenta quando há combinação da CHIP com anormalidades no hemograma e/ou padrões mutacionais específicos. Essa elevação de risco é particularmente evidente em pacientes com câncer, em que a CHIP eleva a probabilidade de desenvolver uma neoplasia mieloide relacionada à terapia, como resultado de tratamentos quimioterápicos ou radioterapia.

Na população geral, o risco de progressão para neoplasia hematológica é até dez vezes maior em portadores de CHIP quando comparado a indivíduos sem a alteração. Tanto as neoplasias mieloides quanto as linfoides podem ser sequelas da CHIP, embora as neoplasias mieloides sejam as mais frequentes.

Portadores de CHIP geralmente apresentam exames hematológicos normais, sendo que o único achado consistente está relacionado ao aumento na amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW)

Como mencionado, a CHIP pode aumentar o risco de neoplasias mieloides associadas ao tratamento em pacientes submetidos à quimioterapia e/ou radioterapia. Mutações em genes de resposta a danos no DNA, como TP53, PPM1D e CHEK2, são frequentes em pacientes com CHIP submetidos a tratamentos citotóxicos adicionais. Contudo, ainda não há evidências suficientes para modificar as diretrizes de tratamento com base na presença de CHIP.

Esses achados reforçam a ideia de que a CHIP representa uma condição pré-maligna com risco variável de progressão para neoplasias hematológicas, sendo crucial considerar fatores como padrões mutacionais, anormalidades no hemograma e a presença de condições clínicas específicas para avaliar o risco individual e orientar as decisões de tratamento.

Associação da CHIP com doenças cardiovasculares

A CHIP tem sido associada a diversas doenças não neoplásicas, como a doença cardiovascular aterosclerótica, insuficiência cardíaca isquêmica, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças autoimunes. Estudos identificaram uma ligação entre a CHIP em indivíduos saudáveis e desfechos cardiovasculares, incluindo aumento na mortalidade relacionada à doença cardíaca coronariana e ao acidente vascular cerebral isquêmico.

Análises posteriores estabeleceram uma associação entre a CHIP e a doença cardíaca coronariana, com um risco quase duas vezes maior para portadores de CHIP. Mutações no gene JAK2 representam um risco particularmente alto (aumento de até doze vezes) quando comparado a outros genes, como DNMT3A, TET2 e ASXL1.

Em indivíduos com eritrocitose inexplicada, não diagnosticada como neoplasia mieloide, a CHIP está associada a um aumento da morbidade e mortalidade cardiovascular. Em conjunto, essas evidências indicam que a CHIP pode ser um novo fator de risco cardiovascular, comparável em magnitude aos fatores tradicionais, como hiperlipidemia e tabagismo.

Os mecanismos que conectam a CHIP e doenças cardiovasculares ainda não são totalmente compreendidos, mas estudos in vitro e in vivo indicam uma ligação mecanística entre mutações CHIP, estado pró-inflamatório das células mieloides e efeitos na aterosclerose e remodelação cardíaca. Essa associação pode ser influenciada, ainda, por efeitos fisiopatológicos recíprocos, sugerindo um ciclo vicioso entre doença cardiovascular e evolução clonal do compartimento hematopoiético.

Níveis elevados de biomarcadores de inflamação, como a interleucina (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa, foram observados em portadores de CHIP, assim como biomarcadores como a proteína C-reativa (PCR). A relação entre CHIP e citocinas inflamatórias pode ser relevante, devido ao potencial terapêutico de agentes anti-inflamatórios na aterosclerose.

A questão principal sobre como reduzir o risco cardiovascular em portadores de CHIP ainda carece de resposta definitiva, porém abordagens que incluem o controle de fatores de risco convencionais, a modificação de estilo de vida e os potenciais tratamentos anti-inflamatórios específicos estão sendo considerados.

Relação da CHIP com outras doenças

Atualmente, existem também evidências que vinculam a presença dessa condição a doenças imunológicas e inflamatórias, como artrite reumatoide, esclerose sistêmica, osteoartrite com subsequente artroplastia total do quadril e lúpus eritematoso sistêmico.

Estudos sugerem que alterações cromossômicas em mosaico podem aumentar o risco de várias infecções, incluindo sepse, pneumonia e infecções dos sistemas digestivo e geniturinário. Entretanto, esses dados não podem ser diretamente extrapolados para a CHIP em geral, uma vez que as alterações cromossômicas em mosaico representam um subconjunto específico da hematopoiese clonal.

A presença de CHIP também foi observada em pacientes portadores do vírus HIV, e há indícios de que a condição poderia interferir no efeito da terapia antirretroviral.

A CHIP foi recentemente associada à doença renal crônica, com uma associação negativa com a taxa de filtração glomerular estimada a partir da cistatina C. Uma análise detalhada revelou um risco significativamente maior de insuficiência renal, um escore basal mais elevado de risco de insuficiência renal e maior probabilidade de desenvolver complicações da doença renal crônica, incluindo anemia.

É importante frisar que, apesar do grande volume de evidências científicas, mais pesquisas estão atualmente em andamento para aprofundar o conhecimento sobre a CHIP e suas implicações clínicas. Todavia, a detecção dessas alterações pode ser uma ferramenta fundamental para auxiliar o manejo clínico de pacientes que possuem fatores de risco, incluindo o monitoramento do quadro clínico e a definição de tratamentos mais eficazes e direcionados.

Para aprofundar o seu conhecimento em doenças hematológicas, sugerimos a leitura do conteúdo sobre a utilidade diagnóstica do painel genético para neoplasias mieloides. Boa leitura!

Referências:

Diplas BH, Ptashkin R, Chou JF, et al. Clinical Importance of Clonal Hematopoiesis in Metastatic Gastrointestinal Tract Cancers. JAMA Netw Open. 2023;6(2):e2254221. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2022.54221

Hoermann G. Clinical Significance of Clonal Hematopoiesis of Indeterminate Potential in Hematology and Cardiovascular Disease. Diagnostics (Basel). 2022 Jul 2;12(7):1613. doi: 10.3390/diagnostics12071613

Sikking MA, Stroeks SLVM, Waring OJ, Henkens MTHM, Riksen NP, Hoischen A, Heymans SRB, Verdonschot JAJ. Clonal Hematopoiesis of Indeterminate Potential From a Heart Failure Specialist’s Point of View. J Am Heart Assoc. 2023 Aug;12(15):e030603. doi: 10.1161/JAHA.123.030603

Uddin, M.d.M., Nguyen, N.Q.H., Yu, B. et al. Clonal hematopoiesis of indeterminate potential, DNA methylation, and risk for coronary artery disease. Nat Commun 13, 5350 (2022). Doi: 10.1038/s41467-022-33093-3

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Utilidade clínica da hematopoiese clonal de significado indeterminado; A hematopoiese clonal de potencial indeterminado (ou CHIP, do inglês Clonal Hematopoiesis of Indeterminate Potential) é um fenômeno hematológico caracterizado pela presença de mutações genéticas em células-tronco hematopoiéticas. A presença dessas variantes genéticas é relativamente comum em pessoas idosas, sendo que a maioria dos pacientes que apresentam CHIP não desenvolve doenças hematológicas. Por outro lado, existem evidências que demonstram que a CHIP pode ser um potencial fator de risco para neoplasias hematológicas, como a leucemia mieloide aguda e síndromes mielodisplásicas. Estudos têm sugerido que a identificação dessas mutações pode servir como um marcador de risco para o desenvolvimento futuro dessas doenças. Isso destaca a necessidade de uma compreensão mais profunda da biologia por trás da CHIP e sua relação com a carcinogênese. Neste conteúdo, apresentaremos a utilidade clínica da CHIP e suas relações com neoplasias hematológicas, doenças cardiovasculares e outras patologias. O que é a hematopoiese clonal de significado incerto? A CHIP é um fenômeno complexo que envolve mutações genéticas em células-tronco hematopoiéticas, conferindo vantagens seletivas e resultando em expansão clonal dessas populações celulares. Conceitualmente, a CHIP é definida pela presença de mutações adquiridas em células do sangue periférico, sem evidência adicional de neoplasia hematológica. Estudos revelam que a prevalência de CHIP é relativamente baixa em indivíduos jovens (menos de 40 anos). No entanto, essa incidência aumenta progressivamente à medida que a idade avança, atingindo mais de 10% em pessoas saudáveis com mais de 70 anos. O aumento sugere uma intrínseca relação entre a CHIP e o envelhecimento, ressaltando a importância do entendimento desse fenômeno em contextos geriátricos. A CHIP é frequentemente associada a uma série de mutações em genes relacionados à hematopoiese. Além das implicações hematológicas, a CHIP também está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares.  Pesquisas recentes identificaram uma ligação entre mutações genéticas específicas, como os genes TET2, JAK2 e Ppm1d, e o desenvolvimento da hematopoiese clonal, sugerindo uma interconexão entre a saúde hematológica e cardiovascular. A presença dessas mutações pode contribuir para a ocorrência de condições como a aterosclerose e a hipertensão arterial, contrapondo a ideia de que a CHIP está restrita ao domínio hematológico. A identificação precoce da CHIP e o desenvolvimento de estratégias de monitoramento eficazes podem ser fundamentais para entender e mitigar os riscos associados. Adicionalmente, a busca por intervenções terapêuticas que possam prevenir ou retardar a progressão para neoplasias representa uma área de pesquisa ativa e promissora. Qual a relação da CHIP com as neoplasias hematológicas? A CHIP é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de neoplasias hematológicas. O risco de progressão aumenta quando há combinação da CHIP com anormalidades no hemograma e/ou padrões mutacionais específicos. Essa elevação de risco é particularmente evidente em pacientes com câncer, em que a CHIP eleva a probabilidade de desenvolver uma neoplasia mieloide relacionada à terapia, como resultado de tratamentos quimioterápicos ou radioterapia. Na população geral, o risco de progressão para neoplasia hematológica é até dez vezes maior em portadores de CHIP quando comparado a indivíduos sem a alteração. Tanto as neoplasias mieloides quanto as linfoides podem ser sequelas da CHIP, embora as neoplasias mieloides sejam as mais frequentes. Portadores de CHIP geralmente apresentam exames hematológicos normais, sendo que o único achado consistente está relacionado ao aumento na amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW).  Como mencionado, a CHIP pode aumentar o risco de neoplasias mieloides associadas ao tratamento em pacientes submetidos à quimioterapia e/ou radioterapia. Mutações em genes de resposta a danos no DNA, como TP53, PPM1D e CHEK2, são frequentes em pacientes com CHIP submetidos a tratamentos citotóxicos adicionais. Contudo, ainda não há evidências suficientes para modificar as diretrizes de tratamento com base na presença de CHIP. Esses achados reforçam a ideia de que a CHIP representa uma condição pré-maligna com risco variável de progressão para neoplasias hematológicas, sendo crucial considerar fatores como padrões mutacionais, anormalidades no hemograma e a presença de condições clínicas específicas para avaliar o risco individual e orientar as decisões de tratamento. Associação da CHIP com doenças cardiovasculares A CHIP tem sido associada a diversas doenças não neoplásicas, como a doença cardiovascular aterosclerótica, insuficiência cardíaca isquêmica, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças autoimunes. Estudos identificaram uma ligação entre a CHIP em indivíduos saudáveis e desfechos cardiovasculares, incluindo aumento na mortalidade relacionada à doença cardíaca coronariana e ao acidente vascular cerebral isquêmico. Análises posteriores estabeleceram uma associação entre a CHIP e a doença cardíaca coronariana, com um risco quase duas vezes maior para portadores de CHIP. Mutações no gene JAK2 representam um risco particularmente alto (aumento de até doze vezes) quando comparado a outros genes, como DNMT3A, TET2 e ASXL1. Em indivíduos com eritrocitose inexplicada, não diagnosticada como neoplasia mieloide, a CHIP está associada a um aumento da morbidade e mortalidade cardiovascular. Em conjunto, essas evidências indicam que a CHIP pode ser um novo fator de risco cardiovascular, comparável em magnitude aos fatores tradicionais, como hiperlipidemia e tabagismo. Os mecanismos que conectam a CHIP e doenças cardiovasculares ainda não são totalmente compreendidos, mas estudos in vitro e in vivo indicam uma ligação mecanística entre mutações CHIP, estado pró-inflamatório das células mieloides e efeitos na aterosclerose e remodelação cardíaca. Essa associação pode ser influenciada, ainda, por efeitos fisiopatológicos recíprocos, sugerindo um ciclo vicioso entre doença cardiovascular e evolução clonal do compartimento hematopoiético. Níveis elevados de biomarcadores de inflamação, como a interleucina (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa, foram observados em portadores de CHIP, assim como biomarcadores como a proteína C-reativa (PCR). A relação entre CHIP e citocinas inflamatórias pode ser relevante, devido ao potencial terapêutico de agentes anti-inflamatórios na aterosclerose. A questão principal sobre como reduzir o risco cardiovascular em portadores de CHIP ainda carece de resposta definitiva, porém abordagens que incluem o controle de fatores de risco convencionais, a modificação de estilo de vida e os potenciais tratamentos anti-inflamatórios específicos estão sendo considerados. Relação da CHIP com outras doenças Atualmente, existem também evidências que vinculam a presença dessa condição a doenças imunológicas e inflamatórias, como artrite reumatoide, esclerose sistêmica, osteoartrite com subsequente artroplastia total do quadril e lúpus eritematoso sistêmico. Estudos sugerem que alterações cromossômicas em mosaico podem aumentar o risco de várias infecções, incluindo sepse, pneumonia e infecções dos sistemas digestivo e geniturinário. Entretanto, esses dados não podem ser diretamente extrapolados para a CHIP em geral, uma vez que as alterações cromossômicas em mosaico representam um subconjunto específico da hematopoiese clonal. A presença de CHIP também foi observada em pacientes portadores do vírus HIV, e há indícios de que a condição poderia interferir no efeito da terapia antirretroviral. A CHIP foi recentemente associada à doença renal crônica, com uma associação negativa com a taxa de filtração glomerular estimada a partir da cistatina C. Uma análise detalhada revelou um risco significativamente maior de insuficiência renal, um escore basal mais elevado de risco de insuficiência renal e maior probabilidade de desenvolver complicações da doença renal crônica, incluindo anemia. É importante frisar que, apesar do grande volume de evidências científicas, mais pesquisas estão atualmente em andamento para aprofundar o conhecimento sobre a CHIP e suas implicações clínicas. Todavia, a detecção dessas alterações pode ser uma ferramenta fundamental para auxiliar o manejo clínico de pacientes que possuem fatores de risco, incluindo o monitoramento do quadro clínico e a definição de tratamentos mais eficazes e direcionados. Para aprofundar o seu conhecimento em doenças hematológicas, sugerimos a leitura do conteúdo sobre a utilidade diagnóstica do painel genético para neoplasias mieloides. Boa leitura! Referências: Diplas BH, Ptashkin R, Chou JF, et al. Clinical Importance of Clonal Hematopoiesis in Metastatic Gastrointestinal Tract Cancers. JAMA Netw Open. 2023;6(2):e2254221. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2022.54221 Hoermann G. Clinical Significance of Clonal Hematopoiesis of Indeterminate Potential in Hematology and Cardiovascular Disease. Diagnostics (Basel). 2022 Jul 2;12(7):1613. doi: 10.3390/diagnostics12071613 Sikking MA, Stroeks SLVM, Waring OJ, Henkens MTHM, Riksen NP, Hoischen A, Heymans SRB, Verdonschot JAJ. Clonal Hematopoiesis of Indeterminate Potential From a Heart Failure Specialist's Point of View. J Am Heart Assoc. 2023 Aug;12(15):e030603. doi: 10.1161/JAHA.123.030603 Uddin, M.d.M., Nguyen, N.Q.H., Yu, B. et al. Clonal hematopoiesis of indeterminate potential, DNA methylation, and risk for coronary artery disease. Nat Commun 13, 5350 (2022). Doi: 10.1038/s41467-022-33093-3