Sabin Por: Sabin
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Dados de 2025 do Ministério da Saúde (MS) sobre os casos de intoxicação por metanol reacenderam um alerta importante à população. A situação tomou uma proporção inesperada para a saúde pública, de tal maneira que o órgão montou a Sala de Situação Nacional — Intoxicação por Metanol após Consumo de Bebida Alcoólica, na qual mantém atualizado o número de casos com esse composto altamente tóxico.

Esse cenário evidencia a urgência de ampliar a informação sobre os perigos do metanol. Muitas pessoas ainda desconhecem o risco que a substância representa para o organismo humano, principalmente quando ingerida de forma acidental ou por meio de bebidas ilegais.

O objetivo deste conteúdo é esclarecer o que é o metanol, quais os sintomas de intoxicação, as formas de tratamento e, sobretudo, como se proteger. Continue a leitura para entender como reduzir riscos e identificar sinais de alerta.

O que é o metanol e por que ele é tão perigoso?

O metanol é um tipo de álcool comumente utilizado na indústria, presente em solventes, combustíveis e produtos de limpeza. Embora tenha aparência semelhante ao etanol (álcool presente nas bebidas alcoólicas), o metanol é extremamente prejudicial para o organismo humano.

Quando ingerido, o metanol passa por um processo de metabolização no fígado, sendo convertido em formaldeído e, em seguida, em ácido fórmico. Essas substâncias são responsáveis por causar danos severos ao sistema nervoso central e ao nervo óptico, podendo levar à cegueira e até à morte.

Estudos indicam que a ingestão de apenas oito gramas de metanol já pode ser letal. Em bebidas produzidas de forma clandestina, como cachaças e destilados, sem registros sanitários, a concentração da substância pode ser muito superior ao limite considerado seguro, aumentando exponencialmente o risco de intoxicação.

Casos de intoxicação por metanol no Brasil

No final de outubro de 2025, 59 casos de intoxicação foram confirmados por metanol no país. No levantamento em questão, o estado de São Paulo liderava as estatísticas, com 46 casos confirmados e nove óbitos, seguido pelo Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

Essas ocorrências estão diretamente relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, geralmente vendidas de maneira ilegal, sem rótulo ou registro nos órgãos de vigilância sanitária. Esse tipo de bebida é frequentemente mais barato, o que aumenta sua atratividade, mas também representa um risco extremo à saúde.

Quais os sintomas da intoxicação por metanol?

Os sintomas iniciais da intoxicação por metanol são, muitas vezes, inespecíficos, o que pode retardar o diagnóstico. Eles incluem:

  • náuseas;
  • vômitos;
  • dor abdominal;
  • dor de cabeça.

Com a evolução do quadro, surgem sinais mais graves:

  • visão turva ou perda total da visão (podendo ser irreversível);
  • respiração acelerada;
  • confusão mental;
  • diminuição do nível de consciência;
  • convulsões;
  • coma.

A manifestação dos sintomas visuais costuma ocorrer entre seis e 24 horas após a ingestão. No entanto, como o consumo normalmente é concomitante com outras bebidas contendo etanol, esse intervalo pode se prolongar, dificultando ainda mais o diagnóstico.

O que fazer em caso de suspeita de intoxicação?

Diante de qualquer suspeita de ingestão de bebida adulterada ou aparecimento dos sintomas citados, é necessário procurar imediatamente atendimento médico. O tratamento precoce é essencial para evitar complicações graves como cegueira permanente ou morte.

Em ambiente hospitalar, são realizados exames laboratoriais para avaliar a presença de metanol no sangue, além de testes que identificam acidose metabólica, uma das principais características laboratoriais da intoxicação.

Como é feito o tratamento da intoxicação por metanol?

Por se tratar de uma emergência médica grave, a rapidez no início do tratamento é determinante para a recuperação do paciente. Quanto mais cedo for feita a intervenção, menores as chances de sequelas neurológicas e oftalmológicas. O tratamento pode incluir algumas etapas, detalhadas a seguir.

Inibição da metabolização tóxica

O primeiro passo no tratamento é bloquear a metabolização do metanol em substâncias tóxicas. Isso é feito com medicamentos que inibem a enzima álcool desidrogenase, como o fomepizol, preferido por sua eficácia e segurança. O etanol também pode ser utilizado como alternativa, mas seu uso exige monitoramento intensivo devido aos efeitos colaterais.

Hemodiálise e suporte intensivo

Em casos graves, com sinais neurológicos ou visuais importantes, a hemodiálise é indicada para remover o metanol e seus metabólitos do organismo. Esse procedimento também corrige rapidamente a acidose metabólica e melhora a oxigenação dos tecidos.

Correção da acidose e suporte metabólico

A acidose metabólica é tratada com bicarbonato de sódio intravenoso, mantendo o pH sanguíneo em níveis seguros. Além disso, o uso de ácido folínico ou fólico ajuda a acelerar a eliminação do ácido fórmico, reduzindo a toxicidade.

Como evitar a intoxicação por metanol?

Confira dicas simples e valiosas que fazem toda a diferença na prevenção da intoxicação por metanol:

Evite bebidas de origem desconhecida

A principal medida preventiva é evitar bebidas sem procedência. Sempre verifique se o produto possui registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), rótulo original e lacre de segurança. Bebidas muito baratas ou vendidas em locais informais são mais propensas a conter substâncias ilegais.

Fique atento a adulterações

Mesmo quando a bebida aparenta estar em boas condições, a presença de metanol pode ser imperceptível. Alterações no sabor ou cheiro são pistas, porém nem sempre confiáveis. A única forma segura é consumir produtos regulamentados e fiscalizados.

Priorize hábitos saudáveis e reduza o consumo de álcool

Aproveite a oportunidade para refletir sobre o consumo de álcool em geral. Diminuir o uso, especialmente de bebidas destiladas, reduz não apenas o risco de intoxicação por metanol, como também outras complicações de saúde. 

Intoxicação por metanol é uma ameaça à saúde pública

O aumento dos casos de intoxicação ressalta um problema de saúde pública que exige ação imediata das autoridades e da população. A venda de bebidas adulteradas precisa ser denunciada e combatida com rigor, enquanto campanhas educativas devem reforçar os riscos associados ao consumo de produtos ilegais.

A intoxicação por metanol não é apenas um problema individual, mas coletivo. Quanto mais pessoas estiverem informadas, maior a chance de salvar vidas.

Atenção, informação e prevenção salvam vidas

O metanol, apesar de invisível ao olhar e ao paladar, representa um perigo real. Saber identificar os riscos, reconhecer os sintomas e agir com rapidez diante de uma suspeita são atitudes decisivas e eficazes. A prevenção começa com escolhas conscientes e informação de qualidade.

Se você conhece alguém que consome bebidas de procedência duvidosa, compartilhe este conteúdo. Prevenir intoxicações é um dever de todos. Para entender os impactos do consumo de álcool na saúde, recomendamos também a leitura do conteúdo: Alcoolismo: saiba quais os danos causados pelo consumo excessivo de álcool

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Kraut JA. Approach to the Treatment of Methanol Intoxication. Am J Kidney Dis. 2016 Jul;68(1):161-7. doi: 10.1053/j.ajkd.2016.02.058. Epub 2016 May 13. PMID: 27180631.

Desai T, Sudhalkar A, Vyas U, Khamar B. Methanol poisoning: predictors of visual outcomes. JAMA Ophthalmol. 2013 Mar;131(3):358-64. doi: 10.1001/jamaophthalmol.2013.1463. Erratum in: JAMA Ophthalmol. 2013 May;131(5):698. PMID: 23303293.

Mahdavi SA, Zamani N, McDonald R, et. al.,. A cross-sectional multicenter linkage study of hospital admissions and mortality due to methanol poisoning in Iranian adults during the COVID-19 pandemic. Sci Rep. 2022 Jun 13;12(1):9741. doi: 10.1038/s41598-022-14007-1. PMID: 35697919; PMCID: PMC9189800.

Kraut JA, Mullins ME. Toxic alcohols. N Engl J Med. 2018 Jan 17;378(3):270–280. doi:10.1056/NEJMra1615295.

Sadeghi M, Fakhar M, Hoseininejad SM, Zakariaei Z, Sadeghi A. The clinico-epidemiological, diagnostic and therapeutic aspects of methanol poisoning: A five-year retrospective study, northern Iran. Drug Alcohol Depend. 2023 Dec 1;253:111024. doi: 10.1016/j.drugalcdep.2023.111024. Epub 2023 Nov 11. PMID: 38006673.

Brent J, McMartin K, Phillips S, Aaron C, Kulig K; Methylpyrazole for Toxic Alcohols Study Group. Fomepizole for the treatment of methanol poisoning. N Engl J Med. 2001 Feb 8;344(6):424–429. doi:10.1056/NEJM200102083440605.

Pohanka M. Antidotes Against Methanol Poisoning: A Review. Mini Rev Med Chem. 2019;19(14):1126-1133. doi: 10.2174/1389557519666190312150407. PMID: 30864518.

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Intoxicação por metanol: riscos do consumo de bebidas adulteradas; Dados de 2025 do Ministério da Saúde (MS) sobre os casos de intoxicação por metanol reacenderam um alerta importante à população. A situação tomou uma proporção inesperada para a saúde pública, de tal maneira que o órgão montou a Sala de Situação Nacional — Intoxicação por Metanol após Consumo de Bebida Alcoólica, na qual mantém atualizado o número de casos com esse composto altamente tóxico. Esse cenário evidencia a urgência de ampliar a informação sobre os perigos do metanol. Muitas pessoas ainda desconhecem o risco que a substância representa para o organismo humano, principalmente quando ingerida de forma acidental ou por meio de bebidas ilegais. O objetivo deste conteúdo é esclarecer o que é o metanol, quais os sintomas de intoxicação, as formas de tratamento e, sobretudo, como se proteger. Continue a leitura para entender como reduzir riscos e identificar sinais de alerta. O que é o metanol e por que ele é tão perigoso? O metanol é um tipo de álcool comumente utilizado na indústria, presente em solventes, combustíveis e produtos de limpeza. Embora tenha aparência semelhante ao etanol (álcool presente nas bebidas alcoólicas), o metanol é extremamente prejudicial para o organismo humano. Quando ingerido, o metanol passa por um processo de metabolização no fígado, sendo convertido em formaldeído e, em seguida, em ácido fórmico. Essas substâncias são responsáveis por causar danos severos ao sistema nervoso central e ao nervo óptico, podendo levar à cegueira e até à morte. Estudos indicam que a ingestão de apenas oito gramas de metanol já pode ser letal. Em bebidas produzidas de forma clandestina, como cachaças e destilados, sem registros sanitários, a concentração da substância pode ser muito superior ao limite considerado seguro, aumentando exponencialmente o risco de intoxicação. Casos de intoxicação por metanol no Brasil No final de outubro de 2025, 59 casos de intoxicação foram confirmados por metanol no país. No levantamento em questão, o estado de São Paulo liderava as estatísticas, com 46 casos confirmados e nove óbitos, seguido pelo Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Essas ocorrências estão diretamente relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, geralmente vendidas de maneira ilegal, sem rótulo ou registro nos órgãos de vigilância sanitária. Esse tipo de bebida é frequentemente mais barato, o que aumenta sua atratividade, mas também representa um risco extremo à saúde. Quais os sintomas da intoxicação por metanol? Os sintomas iniciais da intoxicação por metanol são, muitas vezes, inespecíficos, o que pode retardar o diagnóstico. Eles incluem: náuseas; vômitos; dor abdominal; dor de cabeça. Com a evolução do quadro, surgem sinais mais graves: visão turva ou perda total da visão (podendo ser irreversível); respiração acelerada; confusão mental; diminuição do nível de consciência; convulsões; coma. A manifestação dos sintomas visuais costuma ocorrer entre seis e 24 horas após a ingestão. No entanto, como o consumo normalmente é concomitante com outras bebidas contendo etanol, esse intervalo pode se prolongar, dificultando ainda mais o diagnóstico. O que fazer em caso de suspeita de intoxicação? Diante de qualquer suspeita de ingestão de bebida adulterada ou aparecimento dos sintomas citados, é necessário procurar imediatamente atendimento médico. O tratamento precoce é essencial para evitar complicações graves como cegueira permanente ou morte. Em ambiente hospitalar, são realizados exames laboratoriais para avaliar a presença de metanol no sangue, além de testes que identificam acidose metabólica, uma das principais características laboratoriais da intoxicação. Como é feito o tratamento da intoxicação por metanol? Por se tratar de uma emergência médica grave, a rapidez no início do tratamento é determinante para a recuperação do paciente. Quanto mais cedo for feita a intervenção, menores as chances de sequelas neurológicas e oftalmológicas. O tratamento pode incluir algumas etapas, detalhadas a seguir. Inibição da metabolização tóxica O primeiro passo no tratamento é bloquear a metabolização do metanol em substâncias tóxicas. Isso é feito com medicamentos que inibem a enzima álcool desidrogenase, como o fomepizol, preferido por sua eficácia e segurança. O etanol também pode ser utilizado como alternativa, mas seu uso exige monitoramento intensivo devido aos efeitos colaterais. Hemodiálise e suporte intensivo Em casos graves, com sinais neurológicos ou visuais importantes, a hemodiálise é indicada para remover o metanol e seus metabólitos do organismo. Esse procedimento também corrige rapidamente a acidose metabólica e melhora a oxigenação dos tecidos. Correção da acidose e suporte metabólico A acidose metabólica é tratada com bicarbonato de sódio intravenoso, mantendo o pH sanguíneo em níveis seguros. Além disso, o uso de ácido folínico ou fólico ajuda a acelerar a eliminação do ácido fórmico, reduzindo a toxicidade. Como evitar a intoxicação por metanol? Confira dicas simples e valiosas que fazem toda a diferença na prevenção da intoxicação por metanol: Evite bebidas de origem desconhecida A principal medida preventiva é evitar bebidas sem procedência. Sempre verifique se o produto possui registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), rótulo original e lacre de segurança. Bebidas muito baratas ou vendidas em locais informais são mais propensas a conter substâncias ilegais. Fique atento a adulterações Mesmo quando a bebida aparenta estar em boas condições, a presença de metanol pode ser imperceptível. Alterações no sabor ou cheiro são pistas, porém nem sempre confiáveis. A única forma segura é consumir produtos regulamentados e fiscalizados. Priorize hábitos saudáveis e reduza o consumo de álcool Aproveite a oportunidade para refletir sobre o consumo de álcool em geral. Diminuir o uso, especialmente de bebidas destiladas, reduz não apenas o risco de intoxicação por metanol, como também outras complicações de saúde.  Intoxicação por metanol é uma ameaça à saúde pública O aumento dos casos de intoxicação ressalta um problema de saúde pública que exige ação imediata das autoridades e da população. A venda de bebidas adulteradas precisa ser denunciada e combatida com rigor, enquanto campanhas educativas devem reforçar os riscos associados ao consumo de produtos ilegais. A intoxicação por metanol não é apenas um problema individual, mas coletivo. Quanto mais pessoas estiverem informadas, maior a chance de salvar vidas. Atenção, informação e prevenção salvam vidas O metanol, apesar de invisível ao olhar e ao paladar, representa um perigo real. Saber identificar os riscos, reconhecer os sintomas e agir com rapidez diante de uma suspeita são atitudes decisivas e eficazes. A prevenção começa com escolhas conscientes e informação de qualidade. Se você conhece alguém que consome bebidas de procedência duvidosa, compartilhe este conteúdo. Prevenir intoxicações é um dever de todos. Para entender os impactos do consumo de álcool na saúde, recomendamos também a leitura do conteúdo: Alcoolismo: saiba quais os danos causados pelo consumo excessivo de álcool.  Sabin avisa: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial. Referências: Kraut JA. Approach to the Treatment of Methanol Intoxication. Am J Kidney Dis. 2016 Jul;68(1):161-7. doi: 10.1053/j.ajkd.2016.02.058. Epub 2016 May 13. PMID: 27180631.Desai T, Sudhalkar A, Vyas U, Khamar B. Methanol poisoning: predictors of visual outcomes. JAMA Ophthalmol. 2013 Mar;131(3):358-64. doi: 10.1001/jamaophthalmol.2013.1463. Erratum in: JAMA Ophthalmol. 2013 May;131(5):698. PMID: 23303293.Mahdavi SA, Zamani N, McDonald R, et. al.,. A cross-sectional multicenter linkage study of hospital admissions and mortality due to methanol poisoning in Iranian adults during the COVID-19 pandemic. Sci Rep. 2022 Jun 13;12(1):9741. doi: 10.1038/s41598-022-14007-1. PMID: 35697919; PMCID: PMC9189800.Kraut JA, Mullins ME. Toxic alcohols. N Engl J Med. 2018 Jan 17;378(3):270–280. doi:10.1056/NEJMra1615295.Sadeghi M, Fakhar M, Hoseininejad SM, Zakariaei Z, Sadeghi A. The clinico-epidemiological, diagnostic and therapeutic aspects of methanol poisoning: A five-year retrospective study, northern Iran. Drug Alcohol Depend. 2023 Dec 1;253:111024. doi: 10.1016/j.drugalcdep.2023.111024. Epub 2023 Nov 11. PMID: 38006673.Brent J, McMartin K, Phillips S, Aaron C, Kulig K; Methylpyrazole for Toxic Alcohols Study Group. Fomepizole for the treatment of methanol poisoning. N Engl J Med. 2001 Feb 8;344(6):424–429. doi:10.1056/NEJM200102083440605.Pohanka M. Antidotes Against Methanol Poisoning: A Review. Mini Rev Med Chem. 2019;19(14):1126-1133. doi: 10.2174/1389557519666190312150407. PMID: 30864518.