Sabin Por: Sabin
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O curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial” foi realizado pelo Grupo Sabin, entre agosto e setembro de 2022, com o objetivo de orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames.

Neste módulo do curso, a geneticista Dra. Beatriz Versiani apresenta o tema “Exames de citogenética – cariótipo, array e MLPA. Como usá-los na prática médica”. A aula faz a introdução dos exames de citogenética convencional e molecular, bem como orienta sobre quando solicitá-los e como interpretá-los na prática clínica.

Acompanhe, a seguir, as principais explanações abordadas na aula. Ao longo deste blog post, disponibilizamos a gravação completa para você assistir.

A relação da estrutura do DNA e dos cromossomos com os exames genéticos

Para dar início à apresentação, Dra Beatriz achou pertinente fazer um review pelo estudo do DNA e dos cromossomos. Nesse sentido, a médica traz uma ilustração, onde é possível observar os elementos que compõem o DNA até a formação dos cromossomos.

Didaticamente, as alterações genéticas se dividem em dois tipos: as cromossômicas e as gênicas. Os exames genéticos, por sua vez, acabam se dividindo de acordo com a tipificação dessas alterações. Esta aula vai focar tão somente nos exames que avaliam as alterações cromossômicas. Já os exames de alteração gênica podem ser vistos nesta aula. Não deixe de conferir!

Para ajudar a interpretar o resultado do exame, é fundamental conhecer a anatomia do cromossomo, dividido por uma estrutura denominada centrômero, em braço curto e braço longo. São os braços dos cromossomos — divididos em regiões, bandas e sub-bandas — que vão indicar em qual segmento está localizada a anormalidade, por exemplo. Por isso, é extremamente necessário o domínio do conhecimento dessas estruturas.

Quais os tipos de exames genéticos cromossômicos?

Conforme mencionado anteriormente, este conteúdo tem como foco explicar sobre os exames genéticos que avaliam as alterações dos cromossomos. Desse modo, serão abordados os seguintes exames: cariótipo, análise cromossômica por microarray e MLPA.

Cariótipo

Estudo dos cromossomos que pode ser realizado em sangue periférico, em qualquer tecido do corpo, no líquido amniótico, na placenta ou na medula óssea. 

Considerado um exame mais artesanal e criterioso, o cariótipo precisa passar por algumas etapas. Primeiramente, a amostra sanguínea do paciente deve ser deixada em meio de cultura, entre 24 e 72 horas. Após esse período, devem ser feitas a interrupção da multiplicação das células e a coloração dos cromossomos para posterior bandamento.

O cariótipo permite analisar as alterações numéricas ou estruturais. Conheça melhor como funcionam essas alterações, além de exemplos clínicos muito bem descritos pela Dra. Beatriz, assistindo ao vídeo abaixo. 

Em geral, na prática médica, o cariótipo é indicado nas seguintes situações: quando o paciente apresenta duas ou mais malformações congênitas maiores; na presença de uma malformação maior e duas malformações menores; e na ocorrência de déficit intelectual sindrômico. Atualmente, a tendência é solicitar o exame de cariótipo para situações específicas, tais como: suspeita de síndromes específicas de alterações cromossômicas conhecidas; histórico de abortamento de repetição ou infertilidade; e histórico familiar de alteração cromossômica. 

Identificar os casos em que se deve solicitar o cariótipo é tão importante quanto conhecer os casos em que não se deve solicitar. A geneticista aponta os principais deles: suspeita de alteração gênica; no caso de deficiência intelectual não sindrômica e transtorno do espectro autista, a tendência é a utilização de outras metodologias, que serão discutidas a seguir.

Análise cromossômica por microarray

Capaz de analisar perdas e ganhos cromossômicos que o cariótipo não permite, o microarray utiliza a técnica de biologia molecular e pode apresentar nomenclaturas diferentes, mas com a mesma finalidade. São elas:

  • CMA (Chromosomal Microarray Analysis);
  • CGH-array (Comparative Genomic Hybridization);
  • SNP-array (Single Nucleotide Polymorphism).

Se você ainda não viu no vídeo, volte na explicação imperdível que a Dra. Beatriz faz sobre como cada tipo de análise é realizada!

Os parâmetros utilizados para a análise cromossômica por microarray ajudam a determinar a existência de alterações numéricas, microdeleções e microduplicações, bem como alterações estruturais não balanceadas e perda de heterozigose.

Ocasiões comuns em que o microarray deve ser solicitado: malformações congênitas múltiplas; Retardo do Desenvolvimento Neuropsicomotor (RDNPM) ou deficiência intelectual sindrômica; transtorno do espectro autista; síndromes epilépticas; distúrbios de diferenciação sexual; algumas doenças psiquiátricas e neuromusculares; entre outras.

Em relação às principais situações clínicas que o microarray não detecta, estão: translocações equilibradas; variantes gênicas; expansão de trinucleotídeos; alterações de imprinting; e alterações cromossômicas em mosaico baixo.

Um ponto interessante da apresentação é o quadro comparativo mostrado pela médica, em que é possível ver claramente a diferença entre os limites de resolução entre o cariótipo e o array.

MLPA

O exame MLPA (Multiplex Ligation-Dependent Probe Amplification) também é uma técnica de biologia molecular que pesquisa alterações no número de cópias em regiões genômicas específicas. 

É utilizado para diagnosticar doenças genéticas causadas por deleções ou duplicações de sequências genéticas específicas. Além disso, é capaz de detectar alterações de imprinting.

Quando solicitar o MLPA? 

  • Síndromes de microdeleções e microduplicações. Exemplos: síndromes de Williams, de DiGeorge, de Smith-Magenis;
  • Síndromes predominantemente gênicas, mas que podem se apresentar com microdeleções ou duplicações. Exemplos: neurofibromatose tipo 1; síndromes de predisposição a câncer (genes BRCA1 e BRCA2);
  • Alterações no processo de imprinting. Exemplos: síndromes de Angelman, de Prader-Willi, de Silver-Russel.

Assim como fez acima, Dra. Beatriz também compara as indicações clínicas do array e do MLPA, e aproveita para exemplificar com alguns estudos de caso. Não perca!

Encerramos a aula reforçando acerca da relevância do tema apresentado. A citogenética tem, cada vez mais, feito parte do cenário médico. Principalmente para quem está se formando em medicina, independentemente da área escolhida, é muito importante ter conhecimento sobre os exames genéticos e seus desdobramentos. As informações aqui fornecidas vão enriquecer sobremaneira seu dia a dia clínico.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus colegas médicos. E não deixe de acompanhar as outras aulas do curso de Medicina Diagnóstica do Sabin! Confira os temas:

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Exames de citogenética – cariótipo, array e MLPA. Como usá-los na prática médica; O curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial” foi realizado pelo Grupo Sabin, entre agosto e setembro de 2022, com o objetivo de orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames. Neste módulo do curso, a geneticista Dra. Beatriz Versiani apresenta o tema “Exames de citogenética - cariótipo, array e MLPA. Como usá-los na prática médica”. A aula faz a introdução dos exames de citogenética convencional e molecular, bem como orienta sobre quando solicitá-los e como interpretá-los na prática clínica. Acompanhe, a seguir, as principais explanações abordadas na aula. Ao longo deste blog post, disponibilizamos a gravação completa para você assistir. A relação da estrutura do DNA e dos cromossomos com os exames genéticos Para dar início à apresentação, Dra Beatriz achou pertinente fazer um review pelo estudo do DNA e dos cromossomos. Nesse sentido, a médica traz uma ilustração, onde é possível observar os elementos que compõem o DNA até a formação dos cromossomos. Didaticamente, as alterações genéticas se dividem em dois tipos: as cromossômicas e as gênicas. Os exames genéticos, por sua vez, acabam se dividindo de acordo com a tipificação dessas alterações. Esta aula vai focar tão somente nos exames que avaliam as alterações cromossômicas. Já os exames de alteração gênica podem ser vistos nesta aula. Não deixe de conferir! Para ajudar a interpretar o resultado do exame, é fundamental conhecer a anatomia do cromossomo, dividido por uma estrutura denominada centrômero, em braço curto e braço longo. São os braços dos cromossomos — divididos em regiões, bandas e sub-bandas — que vão indicar em qual segmento está localizada a anormalidade, por exemplo. Por isso, é extremamente necessário o domínio do conhecimento dessas estruturas. Quais os tipos de exames genéticos cromossômicos? Conforme mencionado anteriormente, este conteúdo tem como foco explicar sobre os exames genéticos que avaliam as alterações dos cromossomos. Desse modo, serão abordados os seguintes exames: cariótipo, análise cromossômica por microarray e MLPA. Cariótipo Estudo dos cromossomos que pode ser realizado em sangue periférico, em qualquer tecido do corpo, no líquido amniótico, na placenta ou na medula óssea.  Considerado um exame mais artesanal e criterioso, o cariótipo precisa passar por algumas etapas. Primeiramente, a amostra sanguínea do paciente deve ser deixada em meio de cultura, entre 24 e 72 horas. Após esse período, devem ser feitas a interrupção da multiplicação das células e a coloração dos cromossomos para posterior bandamento. O cariótipo permite analisar as alterações numéricas ou estruturais. Conheça melhor como funcionam essas alterações, além de exemplos clínicos muito bem descritos pela Dra. Beatriz, assistindo ao vídeo abaixo.  https://youtu.be/sLczGTBsJ4k Em geral, na prática médica, o cariótipo é indicado nas seguintes situações: quando o paciente apresenta duas ou mais malformações congênitas maiores; na presença de uma malformação maior e duas malformações menores; e na ocorrência de déficit intelectual sindrômico. Atualmente, a tendência é solicitar o exame de cariótipo para situações específicas, tais como: suspeita de síndromes específicas de alterações cromossômicas conhecidas; histórico de abortamento de repetição ou infertilidade; e histórico familiar de alteração cromossômica.  Identificar os casos em que se deve solicitar o cariótipo é tão importante quanto conhecer os casos em que não se deve solicitar. A geneticista aponta os principais deles: suspeita de alteração gênica; no caso de deficiência intelectual não sindrômica e transtorno do espectro autista, a tendência é a utilização de outras metodologias, que serão discutidas a seguir. Análise cromossômica por microarray Capaz de analisar perdas e ganhos cromossômicos que o cariótipo não permite, o microarray utiliza a técnica de biologia molecular e pode apresentar nomenclaturas diferentes, mas com a mesma finalidade. São elas: CMA (Chromosomal Microarray Analysis);CGH-array (Comparative Genomic Hybridization);SNP-array (Single Nucleotide Polymorphism). Se você ainda não viu no vídeo, volte na explicação imperdível que a Dra. Beatriz faz sobre como cada tipo de análise é realizada! Os parâmetros utilizados para a análise cromossômica por microarray ajudam a determinar a existência de alterações numéricas, microdeleções e microduplicações, bem como alterações estruturais não balanceadas e perda de heterozigose. Ocasiões comuns em que o microarray deve ser solicitado: malformações congênitas múltiplas; Retardo do Desenvolvimento Neuropsicomotor (RDNPM) ou deficiência intelectual sindrômica; transtorno do espectro autista; síndromes epilépticas; distúrbios de diferenciação sexual; algumas doenças psiquiátricas e neuromusculares; entre outras. Em relação às principais situações clínicas que o microarray não detecta, estão: translocações equilibradas; variantes gênicas; expansão de trinucleotídeos; alterações de imprinting; e alterações cromossômicas em mosaico baixo. Um ponto interessante da apresentação é o quadro comparativo mostrado pela médica, em que é possível ver claramente a diferença entre os limites de resolução entre o cariótipo e o array. MLPA O exame MLPA (Multiplex Ligation-Dependent Probe Amplification) também é uma técnica de biologia molecular que pesquisa alterações no número de cópias em regiões genômicas específicas.  É utilizado para diagnosticar doenças genéticas causadas por deleções ou duplicações de sequências genéticas específicas. Além disso, é capaz de detectar alterações de imprinting. Quando solicitar o MLPA?  Síndromes de microdeleções e microduplicações. Exemplos: síndromes de Williams, de DiGeorge, de Smith-Magenis;Síndromes predominantemente gênicas, mas que podem se apresentar com microdeleções ou duplicações. Exemplos: neurofibromatose tipo 1; síndromes de predisposição a câncer (genes BRCA1 e BRCA2);Alterações no processo de imprinting. Exemplos: síndromes de Angelman, de Prader-Willi, de Silver-Russel. Assim como fez acima, Dra. Beatriz também compara as indicações clínicas do array e do MLPA, e aproveita para exemplificar com alguns estudos de caso. Não perca! Encerramos a aula reforçando acerca da relevância do tema apresentado. A citogenética tem, cada vez mais, feito parte do cenário médico. Principalmente para quem está se formando em medicina, independentemente da área escolhida, é muito importante ter conhecimento sobre os exames genéticos e seus desdobramentos. As informações aqui fornecidas vão enriquecer sobremaneira seu dia a dia clínico. Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus colegas médicos. 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