Sabin Por: Sabin
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A tuberculose (TB) continua a ser uma das principais causas de mortalidade por doenças infecciosas em todo o mundo. Com uma estimativa de um terço da população global infectada pelo Mycobacterium tuberculosis (ou bacilo de Koch), grande parte dessas infecções permanece latente, sem manifestação de sintomas imediatos. 

Entretanto, a tuberculose latente representa um reservatório significativo para o desenvolvimento de casos de tuberculose ativa, especialmente em indivíduos com sistema imunológico comprometido, o que ressalta a importância do diagnóstico precoce e preciso. Nesse sentido, o teste IGRA-QuantiFERON surge como uma ferramenta muito interessante.

Para aprofundar seu conhecimento sobre o teste IGRA-QuantiFERON e suas vantagens no diagnóstico da tuberculose, continue lendo este conteúdo.

Relevância clínica da tuberculose

A tuberculose pode se manifestar de forma ativa ou permanecer latente no organismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, cerca de 10 milhões de pessoas desenvolvem a forma ativa da doença, resultando em torno de 1,5 milhão de mortes. Esses números reforçam a relevância de uma vigilância constante e de métodos diagnósticos eficazes, sobretudo em relação à identificação da tuberculose latente, uma condição silenciosa, mas potencialmente perigosa.

A tuberculose ativa apresenta sintomas como tosse persistente, dor no peito, perda de peso, fadiga, sudorese noturna, febre baixa no final do dia e, em alguns casos, expectoração sanguinolenta. Embora a tuberculose afete predominantemente os pulmões, ela também pode comprometer outros órgãos. No entanto, a transmissão da doença ocorre apenas em casos de tuberculose pulmonar ou laríngea.

O diagnóstico da tuberculose ativa exige uma avaliação clínica que inclui exames de escarro, exames radiológicos e a investigação dos contatos próximos do paciente para detectar possíveis novas infecções. Contudo, vale destacar que apenas 5% a 10% dos indivíduos infectados pelo Mycobacterium tuberculosis desenvolvem a forma ativa da doença nos primeiros dois a cinco anos após a infecção. 

Em outros casos, a resposta imunológica inata pode eliminar o bacilo sem deixar vestígios de resposta imune ou conduzir a um estado de imunorreatividade persistente aos antígenos do M. tuberculosis, sem manifestação de sintomas clínicos de doença ativa. Mesmo que o bacilo tenha sido eliminado, esses indivíduos mantêm uma imunorreatividade associada à infecção latente por tuberculose (ILTB), tornando-se potenciais reservatórios para a reativação da doença. 

Fatores de risco como envelhecimento, desnutrição, diabetes mellitus, insuficiência renal, câncer, HIV e terapias imunossupressoras podem facilitar essa reativação, aumentando substancialmente a probabilidade do desenvolvimento da doença ativa.

Desafios no diagnóstico da tuberculose latente

Diagnosticar a tuberculose latente (TBL) é um grande desafio, uma vez que os indivíduos infectados não apresentam sintomas clínicos e não transmitem a doença, mas estão em risco de desenvolver a forma ativa, principalmente em condições de imunossupressão. Tradicionalmente, o diagnóstico da TBL era feito por meio do teste tuberculínico (PPD), que, apesar de amplamente utilizado, tem limitações consideráveis.

O PPD exige duas visitas ao profissional de saúde: uma para a aplicação da injeção intradérmica e outra para a leitura do resultado, geralmente entre 48 e 72 horas depois. Além disso, o teste pode apresentar resultados falso-positivos em indivíduos previamente vacinados com o imunizante BCG, uma prática comum em muitos países endêmicos, incluindo o Brasil. Isso ocorre porque o PPD utiliza uma mistura de antígenos que podem cruzar reatividade com o BCG, comprometendo a especificidade do teste.

Interferon-Gama (Interferon Gamma Release Assay – IGRA)

O exame de Interferon-Gama, conhecido como IGRA (Interferon Gamma Release Assay), é uma ferramenta avançada no diagnóstico da tuberculose latente (TBL), proporcionando uma alternativa mais precisa e prática, quando comparada aos métodos diagnósticos tradicionais. 

Entre as tecnologias mais inovadoras nessa área, o QuantiFERON-TB Gold destaca-se por sua crescente adoção no diagnóstico da infecção latente por tuberculose (ILTB). Essa técnica tem a vantagem significativa de eliminar a subjetividade na interpretação dos resultados, assegurando maior exatidão e confiabilidade no diagnóstico.

O teste QuantiFERON-TB é projetado para detectar a resposta imunológica específica ao M. tuberculosis, através da medição da quantidade de interferon-gama (IFN-γ) liberada pelas células T do paciente, quando são expostas a antígenos específicos do patógeno. 

O princípio básico do teste envolve a coleta de uma amostra de sangue, a qual é posteriormente incubada com antígenos que são exclusivos do M. tuberculosis e não estão presentes em outras micobactérias, como o bacilo Calmette-Guérin (BCG), usado na vacina contra a tuberculose.

Esses antígenos incluem ESAT-6, CFP-10 e TB7.7, que são altamente específicos e não são encontrados no BCG ou na maioria das micobactérias não tuberculosas. Quando os linfócitos T do paciente, que foram previamente sensibilizados pelo M. tuberculosis, entram em contato com esses antígenos, eles produzem IFN-γ, que é, então, medido quantitativamente. A presença de IFN-γ em níveis relevantes sugere uma infecção latente ou ativa pelo M. tuberculosis.

Quais as vantagens do exame?

O IGRA-QuantiFERON apresenta várias vantagens em comparação ao PPD. Primeiramente, o IGRA requer apenas uma coleta de sangue, eliminando a necessidade de múltiplas visitas ao centro de saúde, o que melhora demasiadamente a adesão do paciente na investigação. Além disso, o IGRA-QuantiFERON não sofre interferência da vacinação prévia com BCG, o que o torna uma ferramenta mais específica para o diagnóstico da tuberculose latente. 

O teste IGRA também se mostra superior na identificação de infecção latente em pacientes imunossuprimidos, como em pessoas com HIV, em tratamento imunossupressor ou que estão prestes a iniciar terapias com anti-TNF, nas quais o risco de reativação da tuberculose latente é elevado. Em tais pacientes, o PPD tende a apresentar sensibilidade reduzida, aumentando o risco de resultados falso-negativos, enquanto o IGRA proporciona uma avaliação mais confiável. Outra vantagem é sua capacidade de monitorar a resposta ao tratamento da tuberculose latente, fornecendo dados importantes sobre a eficácia terapêutica.

Como é feita a coleta?

O teste QuantiFERON é realizado com a coleta de uma amostra de sangue do paciente, com um jejum obrigatório de quatro horas para garantir a precisão dos resultados. Após a coleta, o sangue é processado e incubado com os antígenos específicos do M. tuberculosis. 

No Sabin Diagnóstico e Saúde, a coleta é realizada apenas na unidade do Brasília Shopping, no Distrito Federal, de segunda a sexta-feira, até às 13h, e o tempo necessário para a liberação dos resultados é de aproximadamente 10 dias úteis.

O teste IGRA-QuantiFERON é uma ferramenta diagnóstica altamente específica, particularmente eficaz no diagnóstico da tuberculose latente. Sua precisão e praticidade são interessantes para o manejo da tuberculose, especialmente em populações de risco. Ao permitir o diagnóstico precoce da tuberculose latente, o IGRA-QuantiFERON viabiliza intervenções clínicas mais ágeis, prevenindo a progressão para a forma ativa da doença e, consequentemente, controlando a transmissão.

Para aprofundar seu conhecimento sobre doenças infectocontagiosas, separamos um conteúdo sobre investigação molecular no diagnóstico de ISTs. Aproveite a leitura!

Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Tudo que você precisa saber sobre Tuberculose: Álbum seriado da TB. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

Carranza C, Pedraza-Sanchez S, de Oyarzabal-Mendez E, Torres M. Diagnosis for Latent Tuberculosis Infection: New Alternatives. Front Immunol. 2020 Sep 10;11:2006. doi: 10.3389/fimmu.2020.02006. PMID: 33013856; PMCID: PMC7511583.

Kanabalan RD, Lee LJ, Lee TY, Chong PP, Hassan L, Ismail R, Chin VK. Human tuberculosis and Mycobacterium tuberculosis complex: A review on genetic diversity, pathogenesis and omics approaches in host biomarkers discovery. Microbiol Res. 2021 May;246:126674. doi: 10.1016/j.micres.2020.126674. Epub 2021 Jan 29. PMID: 33549960.

Lalvani A, Pareek M. Interferon gamma release assays: principles and practice. Enferm Infecc Microbiol Clin. 2010 Apr;28(4):245-52. doi: 10.1016/j.eimc.2009.05.012. Epub 2009 Sep 24. PMID: 19783328.

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Conheça as vantagens da pesquisa do IGRA-QuantiFERON para a tuberculose; A tuberculose (TB) continua a ser uma das principais causas de mortalidade por doenças infecciosas em todo o mundo. Com uma estimativa de um terço da população global infectada pelo Mycobacterium tuberculosis (ou bacilo de Koch), grande parte dessas infecções permanece latente, sem manifestação de sintomas imediatos.  Entretanto, a tuberculose latente representa um reservatório significativo para o desenvolvimento de casos de tuberculose ativa, especialmente em indivíduos com sistema imunológico comprometido, o que ressalta a importância do diagnóstico precoce e preciso. Nesse sentido, o teste IGRA-QuantiFERON surge como uma ferramenta muito interessante. Para aprofundar seu conhecimento sobre o teste IGRA-QuantiFERON e suas vantagens no diagnóstico da tuberculose, continue lendo este conteúdo. Relevância clínica da tuberculose A tuberculose pode se manifestar de forma ativa ou permanecer latente no organismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, cerca de 10 milhões de pessoas desenvolvem a forma ativa da doença, resultando em torno de 1,5 milhão de mortes. Esses números reforçam a relevância de uma vigilância constante e de métodos diagnósticos eficazes, sobretudo em relação à identificação da tuberculose latente, uma condição silenciosa, mas potencialmente perigosa. A tuberculose ativa apresenta sintomas como tosse persistente, dor no peito, perda de peso, fadiga, sudorese noturna, febre baixa no final do dia e, em alguns casos, expectoração sanguinolenta. Embora a tuberculose afete predominantemente os pulmões, ela também pode comprometer outros órgãos. No entanto, a transmissão da doença ocorre apenas em casos de tuberculose pulmonar ou laríngea. O diagnóstico da tuberculose ativa exige uma avaliação clínica que inclui exames de escarro, exames radiológicos e a investigação dos contatos próximos do paciente para detectar possíveis novas infecções. Contudo, vale destacar que apenas 5% a 10% dos indivíduos infectados pelo Mycobacterium tuberculosis desenvolvem a forma ativa da doença nos primeiros dois a cinco anos após a infecção.  Em outros casos, a resposta imunológica inata pode eliminar o bacilo sem deixar vestígios de resposta imune ou conduzir a um estado de imunorreatividade persistente aos antígenos do M. tuberculosis, sem manifestação de sintomas clínicos de doença ativa. Mesmo que o bacilo tenha sido eliminado, esses indivíduos mantêm uma imunorreatividade associada à infecção latente por tuberculose (ILTB), tornando-se potenciais reservatórios para a reativação da doença.  Fatores de risco como envelhecimento, desnutrição, diabetes mellitus, insuficiência renal, câncer, HIV e terapias imunossupressoras podem facilitar essa reativação, aumentando substancialmente a probabilidade do desenvolvimento da doença ativa. Desafios no diagnóstico da tuberculose latente Diagnosticar a tuberculose latente (TBL) é um grande desafio, uma vez que os indivíduos infectados não apresentam sintomas clínicos e não transmitem a doença, mas estão em risco de desenvolver a forma ativa, principalmente em condições de imunossupressão. Tradicionalmente, o diagnóstico da TBL era feito por meio do teste tuberculínico (PPD), que, apesar de amplamente utilizado, tem limitações consideráveis. O PPD exige duas visitas ao profissional de saúde: uma para a aplicação da injeção intradérmica e outra para a leitura do resultado, geralmente entre 48 e 72 horas depois. Além disso, o teste pode apresentar resultados falso-positivos em indivíduos previamente vacinados com o imunizante BCG, uma prática comum em muitos países endêmicos, incluindo o Brasil. Isso ocorre porque o PPD utiliza uma mistura de antígenos que podem cruzar reatividade com o BCG, comprometendo a especificidade do teste. Interferon-Gama (Interferon Gamma Release Assay - IGRA) O exame de Interferon-Gama, conhecido como IGRA (Interferon Gamma Release Assay), é uma ferramenta avançada no diagnóstico da tuberculose latente (TBL), proporcionando uma alternativa mais precisa e prática, quando comparada aos métodos diagnósticos tradicionais.  Entre as tecnologias mais inovadoras nessa área, o QuantiFERON-TB Gold destaca-se por sua crescente adoção no diagnóstico da infecção latente por tuberculose (ILTB). Essa técnica tem a vantagem significativa de eliminar a subjetividade na interpretação dos resultados, assegurando maior exatidão e confiabilidade no diagnóstico. O teste QuantiFERON-TB é projetado para detectar a resposta imunológica específica ao M. tuberculosis, através da medição da quantidade de interferon-gama (IFN-γ) liberada pelas células T do paciente, quando são expostas a antígenos específicos do patógeno.  O princípio básico do teste envolve a coleta de uma amostra de sangue, a qual é posteriormente incubada com antígenos que são exclusivos do M. tuberculosis e não estão presentes em outras micobactérias, como o bacilo Calmette-Guérin (BCG), usado na vacina contra a tuberculose. Esses antígenos incluem ESAT-6, CFP-10 e TB7.7, que são altamente específicos e não são encontrados no BCG ou na maioria das micobactérias não tuberculosas. Quando os linfócitos T do paciente, que foram previamente sensibilizados pelo M. tuberculosis, entram em contato com esses antígenos, eles produzem IFN-γ, que é, então, medido quantitativamente. A presença de IFN-γ em níveis relevantes sugere uma infecção latente ou ativa pelo M. tuberculosis. Quais as vantagens do exame? O IGRA-QuantiFERON apresenta várias vantagens em comparação ao PPD. Primeiramente, o IGRA requer apenas uma coleta de sangue, eliminando a necessidade de múltiplas visitas ao centro de saúde, o que melhora demasiadamente a adesão do paciente na investigação. Além disso, o IGRA-QuantiFERON não sofre interferência da vacinação prévia com BCG, o que o torna uma ferramenta mais específica para o diagnóstico da tuberculose latente.  O teste IGRA também se mostra superior na identificação de infecção latente em pacientes imunossuprimidos, como em pessoas com HIV, em tratamento imunossupressor ou que estão prestes a iniciar terapias com anti-TNF, nas quais o risco de reativação da tuberculose latente é elevado. Em tais pacientes, o PPD tende a apresentar sensibilidade reduzida, aumentando o risco de resultados falso-negativos, enquanto o IGRA proporciona uma avaliação mais confiável. Outra vantagem é sua capacidade de monitorar a resposta ao tratamento da tuberculose latente, fornecendo dados importantes sobre a eficácia terapêutica. Como é feita a coleta? O teste QuantiFERON é realizado com a coleta de uma amostra de sangue do paciente, com um jejum obrigatório de quatro horas para garantir a precisão dos resultados. Após a coleta, o sangue é processado e incubado com os antígenos específicos do M. tuberculosis.  No Sabin Diagnóstico e Saúde, a coleta é realizada apenas na unidade do Brasília Shopping, no Distrito Federal, de segunda a sexta-feira, até às 13h, e o tempo necessário para a liberação dos resultados é de aproximadamente 10 dias úteis. O teste IGRA-QuantiFERON é uma ferramenta diagnóstica altamente específica, particularmente eficaz no diagnóstico da tuberculose latente. Sua precisão e praticidade são interessantes para o manejo da tuberculose, especialmente em populações de risco. Ao permitir o diagnóstico precoce da tuberculose latente, o IGRA-QuantiFERON viabiliza intervenções clínicas mais ágeis, prevenindo a progressão para a forma ativa da doença e, consequentemente, controlando a transmissão. Para aprofundar seu conhecimento sobre doenças infectocontagiosas, separamos um conteúdo sobre investigação molecular no diagnóstico de ISTs. Aproveite a leitura! Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Tudo que você precisa saber sobre Tuberculose: Álbum seriado da TB. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Carranza C, Pedraza-Sanchez S, de Oyarzabal-Mendez E, Torres M. Diagnosis for Latent Tuberculosis Infection: New Alternatives. Front Immunol. 2020 Sep 10;11:2006. doi: 10.3389/fimmu.2020.02006. PMID: 33013856; PMCID: PMC7511583. Kanabalan RD, Lee LJ, Lee TY, Chong PP, Hassan L, Ismail R, Chin VK. Human tuberculosis and Mycobacterium tuberculosis complex: A review on genetic diversity, pathogenesis and omics approaches in host biomarkers discovery. Microbiol Res. 2021 May;246:126674. doi: 10.1016/j.micres.2020.126674. Epub 2021 Jan 29. PMID: 33549960. Lalvani A, Pareek M. Interferon gamma release assays: principles and practice. Enferm Infecc Microbiol Clin. 2010 Apr;28(4):245-52. doi: 10.1016/j.eimc.2009.05.012. Epub 2009 Sep 24. PMID: 19783328.