Sabin Por: Sabin
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Devido a se tornar um problema sério de saúde pública e ao número de casos por ano entre as mulheres, o câncer de colo de útero é um assunto que deve ser amplamente discutido.

Isso porque, com medidas preventivas e abordagens eficazes, como a vacinação contra HPV e realização de exames periódicos, é possível detectar a doença em seu estágio inicial, começar o tratamento adequado o mais rápido possível e aumentar as chances de cura.

Por isso, elaboramos este conteúdo para explicar os principais pontos sobre o assunto. Por exemplo, o que é o câncer de colo de útero, suas causas, incidência, sintomas, tratamentos, entre outras informações. Continue sua leitura!

O que é o câncer de colo de útero?

Também conhecido como câncer cervical, ele é um dos tumores malignos mais frequentes na população feminina. Está associado à infecção genital persistente de alguns subtipos do papilomavírus humano (HPV), em que alterações celulares acontecem e evoluem para o câncer, entre outros fatores ligados a imunidade, genética e comportamento sexual. Pode ser detectado facilmente no exame preventivo, popularmente chamado de Papanicolau, apresentando boas chances de cura ao passar por um tratamento precoce e apropriado.

Como o câncer de colo de útero se manifesta em diferentes idades?

Geralmente, a doença se manifesta em mulheres com idade superior a 25 anos, mas é mais comum em pessoas entre os 40 e 60 anos.

Por ser de progressão lenta, grande parte das pacientes apresentam fases pré-clínicas que podem ser identificadas de maneira precoce por meio da realização de exames e também tratadas com a realização de um tratamento eficaz.

A expectativa de número de casos novos de câncer do colo do útero no Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, é de 16.710, sendo o risco estimado em 16.35 casos a cada 100 mil mulheres. Esse número corresponde a 7,5% dos tipos mais comuns.

Em relação à faixa etária, tal câncer é raro em mulheres até 30 anos. Seu pico de incidência ocorre na faixa etária de 45 a 50 anos. A mortalidade tem um aumento progressivo a partir dos 40 anos de idade.

Apesar de a manifestação da doença ser baixa entre os 15 e 29 anos, a exposição precoce a mais de um tipo de papilomavírus e a elevada prevalência do vírus em pessoas jovens são fatores associados ao câncer de colo de útero em mulheres de tal idade. Ou seja, entre as principais causas, nesse tipo de situação, está a falta de prevenção.

Tal número pode apontar que as jovens dessa idade estão deixando de realizar a prevenção por meio da vacina contra o HPV e exames ginecológicos adequados (Papanicolau) e, também, apostando em hábitos de vida que as expõem a mais riscos, por exemplo, relação sexual sem camisinha e higiene inapropriada.

Isso porque existem mais de 150 subtipos de vírus HPV que aumentam a ameaça de desenvolvimento da doença, sendo os mais comuns:

  • HPV-16;
  • HPV-18;
  • HPV-31;
  • HPV-35;
  • HPV-39;
  • HPV-45;
  • HPV-51;
  • HPV-52;
  • HPV-58.

A transmissão é feita, principalmente, na relação sexual, então, quando alguém manifesta o câncer de colo de útero aos 30 anos, o motivo pode ser a presença do HPV no organismo da paciente por, em média, 10 anos antes, e este foi se desenvolvendo até gerar modificações que provocaram lesões pré-malignas e, posteriormente, malignas.

Quais são as suas principais causas?

A seguir, você vai conhecer as principais causas do câncer de colo de útero.

Papilomavírus humano (HPV)

A maioria dos casos de câncer de colo e útero se manifesta em mulheres já anteriormente infectadas pelo HPV, o que pode acontecer no decorrer da relação sexual ou demais tipos de atividade sexual, por exemplo, contato pele a pele das regiões genitais ou a utilização de brinquedos sexuais.

Alguns tipos de HPV não geram sintomas perceptíveis, e a infecção vai ser identificada por meio de exames e passará por tratamento. No entanto, há alguns subtipos de HPV denominados de alto risco para o câncer cervical, como o HPV-16 e o HPV-18, e eles constituem a maioria dos casos.

Pelo fato de os tipos de HPV não provocarem sintomas tão alarmantes, é possível que uma pessoa esteja infectada pelo vírus e fique por meses ou anos sem saber. Por isso, é fundamental conhecer seus principais sinais e formas de prevenção. O adequado é realizar consultas periódicas com o médico ginecologistas e passar pelos procedimentos de prevenção, já que essas práticas são fundamentais para a minimização das possibilidades de desenvolver uma infecção pelo HPV.

Anomalias cervicais pré-cancerosas

Como já foi dito, o câncer de colo de útero normalmente leva muitos anos para se manifestar. Antes disso, as células dessa região do corpo apresentam algumas alterações e condições pré-cancerosas, conhecidas como neoplasia intraepitelial cervical (CIN), o que é uma ameaça à saúde da mulher.

Contudo, mesmo que a paciente desenvolva CIN, são pequenas as chances de se transformar em um câncer cervical, desde que seja identificada e tratada adequadamente e o mais breve possível. Isso acontece pelo fato de ser muito lenta a progressão dessas anormalidades para o câncer de colo de útero, demorando, muitas vezes, em torno de 10 a 20 anos.

Demais fatores de riscos

Além das causas já mencionadas, existem outros fatores de risco que podem tornar a mulher mais vulnerável e fazer com que ela possa desenvolver o câncer de colo de útero com o passar do tempo. Entre os principais podemos apontar:

  • ter um sistema imunológico enfraquecido;
  • ser tabagista, pois as mulheres que fumam apresentam duas vezes mais probabilidades de ter o câncer cervical manifestado em seu organismo do que aquelas não fumantes. Isso ocorre devido aos danos causados pelos produtos químicos do tabaco nas células do colo de útero;
  • ter mais de 5 filhos, ou ter engravidado em idade precoce (abaixo dos 17 anos);
  • tomar a pílula anticoncepcional oral por tempo superior a 5 anos.

Como prevenir o câncer de colo de útero?

A identificação precoce da doença é uma prática imprescindível para encontrar o tumor em sua fase inicial e, dessa forma, proporcionar mais chances de sucesso no tratamento. Ela pode ser realizada por meio da investigação com exames clínicos, radiológicos ou laboratoriais em pacientes com sinais sugestivos da doença. Também pode ser detectado com exames periódicos em pessoas que não apresentam nenhum sintoma, mas que fazem parte dos grupos com maiores incidências de ter a doença.

Afinal, existe uma fase pré-clínica na qual não há sintomas do câncer de colo de útero, e a detecção de lesões que antecedem o surgimento da enfermidade pode ser realizada no exame preventivo (Papanicolau). Quando o diagnóstico é feito de maneira precoce, o câncer cervical tem boas chances de cura. Como a doença é silenciosa, é importante estar atento a qualquer sinal, já que dores e sangramentos podem acontecer em um estágio mais avançado da enfermidade.

Fazer o exame preventivo

O exame preventivo, também conhecido como Papanicolau, é um dos principais cuidados a serem tomados para a identificação de lesões precursoras e realizar o diagnóstico breve da doença. Ele pode ser feito em unidades ou postos de saúde da rede pública, e sua execução periódica viabiliza a diminuição da ocorrência e mortalidade desse tipo de câncer.

Trata-se de um exame simples, que pode gerar, no máximo, um certo desconforto. Para assegurar um resultado preciso, é importante tomar alguns cuidados antes de realizá-lo, como não ter relações sexuais no dia anterior (mesmo com camisinha), não utilizar medicamentos vaginais, evitar o uso de duchas, entre outros. O ideal é que a mulher também não esteja menstruada, já que a presença de sangue pode provocar alterações nos resultados.

As mulheres grávidas também podem fazer o exame, sem que isso gere qualquer prejuízo para a saúde dela ou a do bebê.

O exame funciona da seguinte maneira:

  • para o início da coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento conhecido como espéculo, ou bico de pato, devido ao seu formato;
  • então, o profissional de saúde realiza a inspeção visual do interior da vagina e do colo de útero;
  • o responsável pelo exame faz a escamação da superfície externa e interna do colo de útero com uma escovinha ou espátula de madeira;
  • para finalizar, as células recolhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório especializado em citopatologia.

É importante ressaltar que o exame deve ser feito por quaisquer mulheres que sejam ou já tenham sido sexualmente ativas. Para aumentar a confiança no diagnóstico, o ginecologista poderá requisitar que os primeiros exames sejam feitos anualmente. Então, se os resultados forem normais, os próximos poderão ser realizados em um período maior.

Tomar a vacina contra HPV

Já existem vacinas desenvolvidas com o intuito de proteger os jovens de certas infecções provocadas pelo HPV. Nesse caso, agem contra os subtipos de vírus mais comuns e ligados ao câncer de colo de útero, bem como alguns que podem causar verrugas genitais e anais.

É preciso ressaltar que as vacinas servem somente para prevenir a infecção pelo HPV, sendo assim, não tratam uma infecção já existente. Por esse motivo, para que os efeitos do imunizante sejam mais eficazes, é essencial que as vacinas contra o HPV sejam administradas antes de a pessoa ser exposta ao vírus por meio de relações sexuais.

Além disso, é preciso deixar claro que apenas a vacina não consegue oferecer a proteção total contra todos os tipos de HPV causadores de câncer. Por isso, é fundamental realizar o rastreamento completo da doença por meio de consultas regulares ao ginecologista e exames apropriados.

Não se expor ao HPV

O HPV é transmitido de uma pessoa para outra no decorrer do toque pele a pele com uma região infectada do corpo. Apesar de o vírus se espalhar durante esse contanto, inclusive no sexo oral, vaginal ou anal, as relações sexuais não precisam acontecer para que o HPV se dissemine. Ou seja, a contaminação pode ocorrer sem sexo e, ainda, infectar de uma parte do corpo para outra.

Dessa forma, a contaminação pode dar início no colo do útero e, após, se espalhar para a vagina e vulva, por exemplo. Sendo assim, restringir a quantidade de parceiros sexuais e evitar sexo com indivíduos que tiveram muitos parceiros sexuais pode minimizar o risco de exposição ao HPV. Não se esqueça que uma pessoa pode ter HPV há anos e não apresentar qualquer tipo de sintoma. Portanto, é tranquilamente possível ter o vírus e transmiti-lo sem a menor ideia disso.

Os uso de preservativos está entre as formas de proteção contra o HPV, no entanto, é importante compreender que eles não previnem completamente contra o contato com o vírus. Isso porque são itens que não cobrem todas as partes possíveis do corpo infectadas pelo HPV, como a pele da área anal. Mesmo assim, é essencial usá-los já que são meios de segurança eficazes e capazes de proteger contra outros tipos de infecções sexualmente transmissíveis.

Evitar o tabagismo

Não fumar é outra medida que pode ser aplicada quando se busca minimizar os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. Isso porque, como explicamos anteriormente, as mulheres que fumam apresentam têm a probabilidade de desenvolver o câncer cervical duplicada, devido aos danos causados pelos produtos químicos do tabaco nas células do colo de útero.

Quais são os 9 principais sintomas do câncer de colo de útero?

Você já sabe que o desenvolvimento do câncer de colo de útero ocorre de forma silenciosa, sendo comum que nos estágios iniciais não surja nenhum tipo de sinais ou sintomas. Por isso é tão importante a realização do exame preventivo, o Papanicolau. É através dele que se dá a identificação de lesões que antecedem o surgimento da doença, possibilitando seu diagnóstico e tratamento precoce, aumentando as chances de cura.

As principais alterações começam a ser percebidas somente a partir do momento em que a doença se torna invasiva e atinge os tecidos mais próximos. A seguir, vamos apresentar as principais às quais é preciso estar atenta.

1. Sangramento incomum

Em grande parte dos casos, o sangramento vaginal anormal é o primeiro sintoma identificável quando o assunto é o câncer de colo de útero. Isso abrange sangramentos:

  • no decorrer e depois do sexo;
  • entre os ciclos menstruais;
  • depois que a mulher passou pela menopausa.

Dessa forma, a qualquer sinal desse tipo, é importante visitar o ginecologista para analisar e verificar as causas desse sangramento.

2. Verrugas genitais

As verrugas genitais são sintomas relevantes quando falamos da infecção provocada pelo papilomavírus humano, que é o grande responsável pelo surgimento do câncer de colo de útero no organismo. Essas pequenas alterações na pele não só causam uma percepção antiestética, como podem se disseminar de maneira bem fácil.

3. Perda de peso sem motivo aparente

A perda de peso sem qualquer tipo de explicação, por exemplo, sem a prática de dietas ou atividades físicas, também é um sintoma que não deve ser ignorado. Afinal, é um problema que pode ser provocado por vários fatores.

No caso do câncer cervical, surge devido à falta de apetite ou pela ausência de uma alimentação saudável, além de deficiências nutricionais, pois o desenvolvimento anormal das células gera consequências bastante negativas para o sistema digestivo, e, assim, o corpo não consegue usar os nutrientes de maneira adequada.

4. Cistite

As mulheres que passam por episódios frequentes de infecção urinária também devem estar atentas à possibilidade de ser um problema mais grave. Apesar de não acontecer em todos os casos, a cistite também pode ser resultado da inflamação que o colo do útero e a bexiga sofrem em decorrência desse câncer. Isso ocorre pelo fato de o tumor comprimir tais órgãos e, dessa forma, obstruir a passagem da urina, o que causa uma sensação forte de dor no trato urinário.

5. Corrimento anormal

As modificações da flora vaginal costumam ser decorrentes de uma infecção por bactérias ou fungos, devido a um desequilíbrio no pH natural. Porém, quando aparece um corrimento com textura e odor anormal, pode ser que seja resultado do câncer de colo de útero. Esse sintoma são as alterações das atividades celulares presentes na parede intrauterina, que estimulam o aparecimento de uma secreção pouco comum.

6. Retenção de líquidos

As modificações das células do colo uterino ainda podem ser manifestadas por intermédio de um desequilíbrio nos processos inflamatórios do organismo que, por sua vez, costuma provocar a retenção de líquidos nos tecidos.

As mulheres apresentam inflamação na região inferior do abdômen e, pelo fato de atingir os vasos sanguíneos, também é visível nas partes inferiores do corpo, como as pernas.

7. Dor durante as relações sexuais

Mesmo que existam muitos motivos capazes de gerar a dor no decorrer da prática de relações sexuais, o desenvolvimento de tumores no colo uterino é uma possibilidade que não pode ser descartada, caso esse sintoma apareça. Afinal, pode se tratar de uma inflamação das paredes do colo do útero que, por sua vez, atinge a lubrificação natural da região íntima.

8. Anemia

De acordo com o avanço do tumor, o corpo deixa de utilizar os nutrientes adequadamente, e a paciente vai perdendo o apetite. Tal problema não só eleva a sensação de fadiga durante o dia, como também provoca fortes quadros de anemia, que conseguem afetar várias questões, por exemplo, a saúde cognitiva.

A anemia ainda pode surgir pelo fato de o câncer provocar sangramentos irregulares, bem como fluxos mais intensos.

9. Tensão lombar

Como já foi falado anteriormente, o câncer de colo de útero causa uma intensa descompensação dos processos inflamatórios dos tecidos do organismo. Como consequência disso, está a de que os músculos sofrem uma compressão, o que vai levar a uma sensação contínua de dor, quase sempre na região lombar e suas extremidades.

Outro ponto relevante é que como a circulação do sangue é afetada, os músculos e tecidos não recebem a oxigenação e os nutrientes necessários.

Quando procurar acompanhamento médico?

O médico ginecologista é o especialista responsável por estudar e cuidar do aparelho reprodutor feminino. Diante de qualquer mudança ginecológica, o ideal é consultar um profissional de confiança e relatar os sintomas identificados. O acompanhamento de rotina, contudo, deve ser realizado independentemente do surgimento de alterações. Visitas preventivas periódicas e exames atualizados com regularidade são essenciais.

Esses cuidados são indispensáveis, tendo em vista que as chances de cura vão depender da fase em que a doença se encontra ao ser descoberta. Caso a neoplasia seja diagnosticada de maneira precoce, é possível tratá-la com eficiência, com possibilidades de cura de 100%. Esse índice e a taxa de reincidência da doença também vão variar conforme a agilidade do diagnóstico e o início do tratamento. Ao realizar o atendimento, os seguintes exames podem ser usados:

  • história clínica e exame pélvico — nesse caso, são avaliados a vagina, o colo do útero, útero, os ovários e o reto, por intermédio do uso de espéculo, toque vaginal e toque retal;
  • exame preventivo — também conhecido como Papanicolau;
  • biópsia — serve para verificar se existem células anormais colhidas durante o exame preventivo. Para isso, é retirada uma pequena amostra do tecido para a análise no microscópio;
  • colposcopia — trata-se de um exame que possibilita a visualização da vagina e do colo de útero com um aparelho chamado colposcópio. Assim é possível identificar lesões anormais nessas regiões do corpo.

Após o diagnóstico, será proposto um tratamento individualizado, que vai levar em conta o estágio da doença, o estado clínico da paciente, tamanho do tumor encontrado, a idade, desejo da mulher de ter filhos e demais aspectos considerados relevantes. Tudo isso será avaliado e orientado minuciosamente pelo médico. Os tratamentos mais comuns utilizados em pessoas com câncer de colo de útero são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, que podem ser indicadas de forma isolada ou combinada.

Com este conteúdo completo, fica mais fácil entender as principais informações sobre o câncer de colo de útero, como o que é, a predominância conforme a faixa etária, causas, fatores de riscos, sintomas e formas de prevenção. Portanto, ao perceber qualquer sinal ligado à doença, o ideal é buscar o auxílio médico, tendo em vista que a identificação precoce é essencial para o sucesso do tratamento e a cura.

Esclareceu suas principais dúvidas? Então, aproveite e compartilhe este artigo em suas redes sociais e ajudar seus amigos a ficarem bem informados sobre o tema!

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Como identificar e prevenir o câncer de colo de útero; Devido a se tornar um problema sério de saúde pública e ao número de casos por ano entre as mulheres, o câncer de colo de útero é um assunto que deve ser amplamente discutido. Isso porque, com medidas preventivas e abordagens eficazes, como a vacinação contra HPV e realização de exames periódicos, é possível detectar a doença em seu estágio inicial, começar o tratamento adequado o mais rápido possível e aumentar as chances de cura. Por isso, elaboramos este conteúdo para explicar os principais pontos sobre o assunto. Por exemplo, o que é o câncer de colo de útero, suas causas, incidência, sintomas, tratamentos, entre outras informações. Continue sua leitura! O que é o câncer de colo de útero? Também conhecido como câncer cervical, ele é um dos tumores malignos mais frequentes na população feminina. Está associado à infecção genital persistente de alguns subtipos do papilomavírus humano (HPV), em que alterações celulares acontecem e evoluem para o câncer, entre outros fatores ligados a imunidade, genética e comportamento sexual. Pode ser detectado facilmente no exame preventivo, popularmente chamado de Papanicolau, apresentando boas chances de cura ao passar por um tratamento precoce e apropriado. Como o câncer de colo de útero se manifesta em diferentes idades? Geralmente, a doença se manifesta em mulheres com idade superior a 25 anos, mas é mais comum em pessoas entre os 40 e 60 anos. Por ser de progressão lenta, grande parte das pacientes apresentam fases pré-clínicas que podem ser identificadas de maneira precoce por meio da realização de exames e também tratadas com a realização de um tratamento eficaz. A expectativa de número de casos novos de câncer do colo do útero no Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, é de 16.710, sendo o risco estimado em 16.35 casos a cada 100 mil mulheres. Esse número corresponde a 7,5% dos tipos mais comuns. Em relação à faixa etária, tal câncer é raro em mulheres até 30 anos. Seu pico de incidência ocorre na faixa etária de 45 a 50 anos. A mortalidade tem um aumento progressivo a partir dos 40 anos de idade. Apesar de a manifestação da doença ser baixa entre os 15 e 29 anos, a exposição precoce a mais de um tipo de papilomavírus e a elevada prevalência do vírus em pessoas jovens são fatores associados ao câncer de colo de útero em mulheres de tal idade. Ou seja, entre as principais causas, nesse tipo de situação, está a falta de prevenção. Tal número pode apontar que as jovens dessa idade estão deixando de realizar a prevenção por meio da vacina contra o HPV e exames ginecológicos adequados (Papanicolau) e, também, apostando em hábitos de vida que as expõem a mais riscos, por exemplo, relação sexual sem camisinha e higiene inapropriada. Isso porque existem mais de 150 subtipos de vírus HPV que aumentam a ameaça de desenvolvimento da doença, sendo os mais comuns: HPV-16;HPV-18;HPV-31;HPV-35;HPV-39;HPV-45;HPV-51;HPV-52;HPV-58. A transmissão é feita, principalmente, na relação sexual, então, quando alguém manifesta o câncer de colo de útero aos 30 anos, o motivo pode ser a presença do HPV no organismo da paciente por, em média, 10 anos antes, e este foi se desenvolvendo até gerar modificações que provocaram lesões pré-malignas e, posteriormente, malignas. Quais são as suas principais causas? A seguir, você vai conhecer as principais causas do câncer de colo de útero. Papilomavírus humano (HPV) A maioria dos casos de câncer de colo e útero se manifesta em mulheres já anteriormente infectadas pelo HPV, o que pode acontecer no decorrer da relação sexual ou demais tipos de atividade sexual, por exemplo, contato pele a pele das regiões genitais ou a utilização de brinquedos sexuais. Alguns tipos de HPV não geram sintomas perceptíveis, e a infecção vai ser identificada por meio de exames e passará por tratamento. No entanto, há alguns subtipos de HPV denominados de alto risco para o câncer cervical, como o HPV-16 e o HPV-18, e eles constituem a maioria dos casos. Pelo fato de os tipos de HPV não provocarem sintomas tão alarmantes, é possível que uma pessoa esteja infectada pelo vírus e fique por meses ou anos sem saber. Por isso, é fundamental conhecer seus principais sinais e formas de prevenção. O adequado é realizar consultas periódicas com o médico ginecologistas e passar pelos procedimentos de prevenção, já que essas práticas são fundamentais para a minimização das possibilidades de desenvolver uma infecção pelo HPV. Anomalias cervicais pré-cancerosas Como já foi dito, o câncer de colo de útero normalmente leva muitos anos para se manifestar. Antes disso, as células dessa região do corpo apresentam algumas alterações e condições pré-cancerosas, conhecidas como neoplasia intraepitelial cervical (CIN), o que é uma ameaça à saúde da mulher. Contudo, mesmo que a paciente desenvolva CIN, são pequenas as chances de se transformar em um câncer cervical, desde que seja identificada e tratada adequadamente e o mais breve possível. Isso acontece pelo fato de ser muito lenta a progressão dessas anormalidades para o câncer de colo de útero, demorando, muitas vezes, em torno de 10 a 20 anos. Demais fatores de riscos Além das causas já mencionadas, existem outros fatores de risco que podem tornar a mulher mais vulnerável e fazer com que ela possa desenvolver o câncer de colo de útero com o passar do tempo. Entre os principais podemos apontar: ter um sistema imunológico enfraquecido;ser tabagista, pois as mulheres que fumam apresentam duas vezes mais probabilidades de ter o câncer cervical manifestado em seu organismo do que aquelas não fumantes. Isso ocorre devido aos danos causados pelos produtos químicos do tabaco nas células do colo de útero;ter mais de 5 filhos, ou ter engravidado em idade precoce (abaixo dos 17 anos);tomar a pílula anticoncepcional oral por tempo superior a 5 anos. Como prevenir o câncer de colo de útero? A identificação precoce da doença é uma prática imprescindível para encontrar o tumor em sua fase inicial e, dessa forma, proporcionar mais chances de sucesso no tratamento. Ela pode ser realizada por meio da investigação com exames clínicos, radiológicos ou laboratoriais em pacientes com sinais sugestivos da doença. Também pode ser detectado com exames periódicos em pessoas que não apresentam nenhum sintoma, mas que fazem parte dos grupos com maiores incidências de ter a doença. Afinal, existe uma fase pré-clínica na qual não há sintomas do câncer de colo de útero, e a detecção de lesões que antecedem o surgimento da enfermidade pode ser realizada no exame preventivo (Papanicolau). Quando o diagnóstico é feito de maneira precoce, o câncer cervical tem boas chances de cura. Como a doença é silenciosa, é importante estar atento a qualquer sinal, já que dores e sangramentos podem acontecer em um estágio mais avançado da enfermidade. Fazer o exame preventivo O exame preventivo, também conhecido como Papanicolau, é um dos principais cuidados a serem tomados para a identificação de lesões precursoras e realizar o diagnóstico breve da doença. Ele pode ser feito em unidades ou postos de saúde da rede pública, e sua execução periódica viabiliza a diminuição da ocorrência e mortalidade desse tipo de câncer. Trata-se de um exame simples, que pode gerar, no máximo, um certo desconforto. Para assegurar um resultado preciso, é importante tomar alguns cuidados antes de realizá-lo, como não ter relações sexuais no dia anterior (mesmo com camisinha), não utilizar medicamentos vaginais, evitar o uso de duchas, entre outros. O ideal é que a mulher também não esteja menstruada, já que a presença de sangue pode provocar alterações nos resultados. As mulheres grávidas também podem fazer o exame, sem que isso gere qualquer prejuízo para a saúde dela ou a do bebê. O exame funciona da seguinte maneira: para o início da coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento conhecido como espéculo, ou bico de pato, devido ao seu formato;então, o profissional de saúde realiza a inspeção visual do interior da vagina e do colo de útero;o responsável pelo exame faz a escamação da superfície externa e interna do colo de útero com uma escovinha ou espátula de madeira;para finalizar, as células recolhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório especializado em citopatologia. É importante ressaltar que o exame deve ser feito por quaisquer mulheres que sejam ou já tenham sido sexualmente ativas. Para aumentar a confiança no diagnóstico, o ginecologista poderá requisitar que os primeiros exames sejam feitos anualmente. Então, se os resultados forem normais, os próximos poderão ser realizados em um período maior. Tomar a vacina contra HPV Já existem vacinas desenvolvidas com o intuito de proteger os jovens de certas infecções provocadas pelo HPV. Nesse caso, agem contra os subtipos de vírus mais comuns e ligados ao câncer de colo de útero, bem como alguns que podem causar verrugas genitais e anais. É preciso ressaltar que as vacinas servem somente para prevenir a infecção pelo HPV, sendo assim, não tratam uma infecção já existente. Por esse motivo, para que os efeitos do imunizante sejam mais eficazes, é essencial que as vacinas contra o HPV sejam administradas antes de a pessoa ser exposta ao vírus por meio de relações sexuais. Além disso, é preciso deixar claro que apenas a vacina não consegue oferecer a proteção total contra todos os tipos de HPV causadores de câncer. Por isso, é fundamental realizar o rastreamento completo da doença por meio de consultas regulares ao ginecologista e exames apropriados. Não se expor ao HPV O HPV é transmitido de uma pessoa para outra no decorrer do toque pele a pele com uma região infectada do corpo. Apesar de o vírus se espalhar durante esse contanto, inclusive no sexo oral, vaginal ou anal, as relações sexuais não precisam acontecer para que o HPV se dissemine. Ou seja, a contaminação pode ocorrer sem sexo e, ainda, infectar de uma parte do corpo para outra. Dessa forma, a contaminação pode dar início no colo do útero e, após, se espalhar para a vagina e vulva, por exemplo. Sendo assim, restringir a quantidade de parceiros sexuais e evitar sexo com indivíduos que tiveram muitos parceiros sexuais pode minimizar o risco de exposição ao HPV. Não se esqueça que uma pessoa pode ter HPV há anos e não apresentar qualquer tipo de sintoma. Portanto, é tranquilamente possível ter o vírus e transmiti-lo sem a menor ideia disso. Os uso de preservativos está entre as formas de proteção contra o HPV, no entanto, é importante compreender que eles não previnem completamente contra o contato com o vírus. Isso porque são itens que não cobrem todas as partes possíveis do corpo infectadas pelo HPV, como a pele da área anal. Mesmo assim, é essencial usá-los já que são meios de segurança eficazes e capazes de proteger contra outros tipos de infecções sexualmente transmissíveis. Evitar o tabagismo Não fumar é outra medida que pode ser aplicada quando se busca minimizar os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. Isso porque, como explicamos anteriormente, as mulheres que fumam apresentam têm a probabilidade de desenvolver o câncer cervical duplicada, devido aos danos causados pelos produtos químicos do tabaco nas células do colo de útero. Quais são os 9 principais sintomas do câncer de colo de útero? Você já sabe que o desenvolvimento do câncer de colo de útero ocorre de forma silenciosa, sendo comum que nos estágios iniciais não surja nenhum tipo de sinais ou sintomas. Por isso é tão importante a realização do exame preventivo, o Papanicolau. É através dele que se dá a identificação de lesões que antecedem o surgimento da doença, possibilitando seu diagnóstico e tratamento precoce, aumentando as chances de cura. As principais alterações começam a ser percebidas somente a partir do momento em que a doença se torna invasiva e atinge os tecidos mais próximos. A seguir, vamos apresentar as principais às quais é preciso estar atenta. 1. Sangramento incomum Em grande parte dos casos, o sangramento vaginal anormal é o primeiro sintoma identificável quando o assunto é o câncer de colo de útero. Isso abrange sangramentos: no decorrer e depois do sexo;entre os ciclos menstruais;depois que a mulher passou pela menopausa. Dessa forma, a qualquer sinal desse tipo, é importante visitar o ginecologista para analisar e verificar as causas desse sangramento. 2. Verrugas genitais As verrugas genitais são sintomas relevantes quando falamos da infecção provocada pelo papilomavírus humano, que é o grande responsável pelo surgimento do câncer de colo de útero no organismo. Essas pequenas alterações na pele não só causam uma percepção antiestética, como podem se disseminar de maneira bem fácil. 3. Perda de peso sem motivo aparente A perda de peso sem qualquer tipo de explicação, por exemplo, sem a prática de dietas ou atividades físicas, também é um sintoma que não deve ser ignorado. Afinal, é um problema que pode ser provocado por vários fatores. No caso do câncer cervical, surge devido à falta de apetite ou pela ausência de uma alimentação saudável, além de deficiências nutricionais, pois o desenvolvimento anormal das células gera consequências bastante negativas para o sistema digestivo, e, assim, o corpo não consegue usar os nutrientes de maneira adequada. 4. Cistite As mulheres que passam por episódios frequentes de infecção urinária também devem estar atentas à possibilidade de ser um problema mais grave. Apesar de não acontecer em todos os casos, a cistite também pode ser resultado da inflamação que o colo do útero e a bexiga sofrem em decorrência desse câncer. Isso ocorre pelo fato de o tumor comprimir tais órgãos e, dessa forma, obstruir a passagem da urina, o que causa uma sensação forte de dor no trato urinário. 5. Corrimento anormal As modificações da flora vaginal costumam ser decorrentes de uma infecção por bactérias ou fungos, devido a um desequilíbrio no pH natural. Porém, quando aparece um corrimento com textura e odor anormal, pode ser que seja resultado do câncer de colo de útero. Esse sintoma são as alterações das atividades celulares presentes na parede intrauterina, que estimulam o aparecimento de uma secreção pouco comum. 6. Retenção de líquidos As modificações das células do colo uterino ainda podem ser manifestadas por intermédio de um desequilíbrio nos processos inflamatórios do organismo que, por sua vez, costuma provocar a retenção de líquidos nos tecidos. As mulheres apresentam inflamação na região inferior do abdômen e, pelo fato de atingir os vasos sanguíneos, também é visível nas partes inferiores do corpo, como as pernas. 7. Dor durante as relações sexuais Mesmo que existam muitos motivos capazes de gerar a dor no decorrer da prática de relações sexuais, o desenvolvimento de tumores no colo uterino é uma possibilidade que não pode ser descartada, caso esse sintoma apareça. Afinal, pode se tratar de uma inflamação das paredes do colo do útero que, por sua vez, atinge a lubrificação natural da região íntima. 8. Anemia De acordo com o avanço do tumor, o corpo deixa de utilizar os nutrientes adequadamente, e a paciente vai perdendo o apetite. Tal problema não só eleva a sensação de fadiga durante o dia, como também provoca fortes quadros de anemia, que conseguem afetar várias questões, por exemplo, a saúde cognitiva. A anemia ainda pode surgir pelo fato de o câncer provocar sangramentos irregulares, bem como fluxos mais intensos. 9. Tensão lombar Como já foi falado anteriormente, o câncer de colo de útero causa uma intensa descompensação dos processos inflamatórios dos tecidos do organismo. Como consequência disso, está a de que os músculos sofrem uma compressão, o que vai levar a uma sensação contínua de dor, quase sempre na região lombar e suas extremidades. Outro ponto relevante é que como a circulação do sangue é afetada, os músculos e tecidos não recebem a oxigenação e os nutrientes necessários. Quando procurar acompanhamento médico? O médico ginecologista é o especialista responsável por estudar e cuidar do aparelho reprodutor feminino. Diante de qualquer mudança ginecológica, o ideal é consultar um profissional de confiança e relatar os sintomas identificados. O acompanhamento de rotina, contudo, deve ser realizado independentemente do surgimento de alterações. Visitas preventivas periódicas e exames atualizados com regularidade são essenciais. Esses cuidados são indispensáveis, tendo em vista que as chances de cura vão depender da fase em que a doença se encontra ao ser descoberta. Caso a neoplasia seja diagnosticada de maneira precoce, é possível tratá-la com eficiência, com possibilidades de cura de 100%. Esse índice e a taxa de reincidência da doença também vão variar conforme a agilidade do diagnóstico e o início do tratamento. Ao realizar o atendimento, os seguintes exames podem ser usados: história clínica e exame pélvico — nesse caso, são avaliados a vagina, o colo do útero, útero, os ovários e o reto, por intermédio do uso de espéculo, toque vaginal e toque retal;exame preventivo — também conhecido como Papanicolau;biópsia — serve para verificar se existem células anormais colhidas durante o exame preventivo. Para isso, é retirada uma pequena amostra do tecido para a análise no microscópio;colposcopia — trata-se de um exame que possibilita a visualização da vagina e do colo de útero com um aparelho chamado colposcópio. Assim é possível identificar lesões anormais nessas regiões do corpo. Após o diagnóstico, será proposto um tratamento individualizado, que vai levar em conta o estágio da doença, o estado clínico da paciente, tamanho do tumor encontrado, a idade, desejo da mulher de ter filhos e demais aspectos considerados relevantes. Tudo isso será avaliado e orientado minuciosamente pelo médico. Os tratamentos mais comuns utilizados em pessoas com câncer de colo de útero são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, que podem ser indicadas de forma isolada ou combinada. Com este conteúdo completo, fica mais fácil entender as principais informações sobre o câncer de colo de útero, como o que é, a predominância conforme a faixa etária, causas, fatores de riscos, sintomas e formas de prevenção. Portanto, ao perceber qualquer sinal ligado à doença, o ideal é buscar o auxílio médico, tendo em vista que a identificação precoce é essencial para o sucesso do tratamento e a cura. Esclareceu suas principais dúvidas? Então, aproveite e compartilhe este artigo em suas redes sociais e ajudar seus amigos a ficarem bem informados sobre o tema!