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Quais os impactos da poluição do ar na saúde respiratória?

Impactos da poluição do ar na saúde respiratória

A poluição do ar é um dos maiores desafios globais à saúde pública, com implicações diretas para os sistemas respiratório e cardiovascular. O impacto da poluição atmosférica vai além do desconforto imediato, como a irritação nos olhos ou garganta, suas consequências podem ser crônicas e fatais

Estima-se que milhões de pessoas ao redor do mundo sejam afetadas por doenças relacionadas à poluição do ar, incluindo asma, bronquite crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e até câncer de pulmão.

No Brasil, a situação é agravada pelas queimadas frequentes, que liberam um excesso de gases tóxicos e partículas finas na atmosfera. Esses episódios, comuns em algumas regiões, aumentam ainda mais a carga de poluição atmosférica, causando impactos severos na saúde da população, especialmente nos grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas.

Com o aumento das queimadas e a intensificação da poluição do ar, os efeitos na saúde respiratória se tornaram uma preocupação crescente. Quer saber como a poluição atinge seu sistema respiratório e quais medidas você pode adotar para proteger sua saúde? Continue lendo e descubra.

A relação entre poluição e saúde respiratória

A poluição do ar é a presença de substâncias nocivas no ambiente, como material particulado (MP), óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), compostos orgânicos voláteis (COVs) e ozônio (O3). Essas substâncias são emitidas por fontes industriais, veículos automotores e, no caso do Brasil, pelas queimadas, que ocorrem frequentemente em regiões como a Amazônia e o Pantanal.

Quando inalamos essas substâncias, elas atingem o sistema respiratório, provocando uma série de danos. O material particulado (MP10 e MP2.5), por exemplo, é capaz de penetrar profundamente nos pulmões, chegando até os alvéolos, onde ocorre a troca gasosa. Isso não só compromete a função respiratória, como também pode causar inflamação sistêmica e agravar condições preexistentes, como asma e bronquite. As queimadas, que liberam excesso de partículas e gases tóxicos, contribuem para a piora da qualidade do ar e, consequentemente, para o aumento de doenças respiratórias.

Queimadas X Qualidade do ar

As queimadas são uma fonte significativa de poluentes atmosféricos, como o material particulado fino (MP2.5), que é considerado altamente prejudicial à saúde. Além disso, elas liberam óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre e compostos orgânicos voláteis, todos associados ao agravamento de doenças respiratórias.

Durante os períodos de seca e queimadas intensas, a qualidade do ar, em muitas regiões brasileiras, cai drasticamente, e o impacto disso é sentido diretamente pela população.

O aumento da poluição atmosférica resultante das queimadas apresenta reflexos devastadores na saúde de pessoas já vulneráveis. Crianças, idosos e portadores de doenças crônicas são os grupos que mais sofrem com a poluição. Esses indivíduos têm maior propensão a desenvolver doenças respiratórias graves ou a ver suas condições de saúde preexistentes se agravarem. Em momentos de crise, como em períodos de queimadas intensas, hospitais e postos de saúde enfrentam uma sobrecarga no atendimento de pessoas com problemas respiratórios, potencializando a pressão sobre o sistema de saúde.

Efeitos da poluição do ar na saúde respiratória

A exposição prolongada à poluição do ar pode desencadear uma série de doenças respiratórias. Veja, a seguir, algumas das principais condições associadas à poluição atmosférica.

Além dos efeitos no sistema respiratório, a poluição do ar também está associada a doenças cardiovasculares. Estudos indicam que a exposição a poluentes como o NO2 e o material particulado pode aumentar o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), ampliando os danos aos pacientes e à saúde pública.

Impacto nas pessoas com doenças crônicas

A poluição do ar não atinge apenas aqueles que já sofrem de doenças respiratórias, ela também agrava a condição de indivíduos com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão

A exposição contínua a poluentes atmosféricos aumenta o estresse oxidativo e a inflamação sistêmica, fatores que contribuem para o agravamento de doenças cardíacas e outras condições crônicas. Adicionalmente, durante os períodos de maior poluição, como no auge das queimadas, ocorre um aumento substancial nas hospitalizações por insuficiência respiratória e complicações cardíacas, colocando uma pressão ainda maior sobre os sistemas de saúde.

Prevenção e cuidados com a saúde respiratória

Dada a gravidade dos efeitos da poluição do ar na saúde respiratória, é essencial adotar medidas preventivas. Algumas estratégias eficientes incluem:

Uso de máscaras

Em áreas altamente poluídas, o uso de máscaras com filtros adequados pode reduzir consideravelmente a inalação de partículas nocivas, protegendo as vias respiratórias, em particular nos dias de pico de poluição.

Monitoramento da qualidade do ar

Muitos países, inclusive o Brasil, possuem sistemas que informam a população sobre a qualidade do ar. Acompanhar esses índices é importante para evitar atividades ao ar livre durante períodos críticos de poluição, como em dias de queimadas intensas.

Permanência em ambientes fechados

No decorrer dos picos de poluição, é recomendado que as pessoas permaneçam em ambientes fechados, onde a exposição aos poluentes é menor.

Uso de purificadores de ar

Em áreas onde a poluição do ar é constante, o uso de purificadores de ar em ambientes internos pode ajudar a reduzir a exposição a poluentes domésticos, melhorando a qualidade do ar em casa.

Medidas individuais são cruciais, mas devem caminhar juntas com a adoção de políticas públicas para o controle da poluição. A regulação de emissões industriais, a prevenção de queimadas e o incentivo ao uso de energias limpas são exemplos de ações estratégicas que podem contribuir para a proteção da saúde da população. Em contrapartida, o controle das queimadas tem o potencial de reduzir os impactos na saúde respiratória, uma vez que esses eventos também influenciam diretamente a qualidade do ar.

A poluição do ar, especialmente em tempos de queimadas, é uma ameaça expressiva à saúde respiratória. Suas consequências vão desde condições leves, como irritação ocular e nasal, até doenças graves e potencialmente fatais, como câncer de pulmão e doenças cardíacas. 

Como visto acima, para minimizar os impactos, é fundamental que a população adote medidas de proteção individual, ao mesmo tempo em que a aplicação de políticas públicas eficazes é determinante para o controle da poluição. A conscientização e a prevenção são ferramentas extremamente relevantes para garantir uma melhor qualidade de vida e a proteção da saúde respiratória.

Se você quer entender mais sobre as doenças respiratórias e suas causas, confira  nosso conteúdo sobre as principais doenças respiratórias. Acesse e saiba como cuidar melhor da sua saúde respiratória.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Poluição Atmosférica na Ótica do Sistema Único de Saúde: Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/poluicao_atmosferica_SUS_saude_ambiental.pdf. Acesso em: 24 out. 2024.

Caldeira D, Franco F, Bravo Baptista S, Cabral S, Cachulo MDC, Dores H, Peixeiro A, Rodrigues R, Santos M, Timóteo AT, Vasconcelos J, Gonçalves L. Air pollution and cardiovascular diseases: A position paper. Rev Port Cardiol. 2022 Aug;41(8):709-717. English, Portuguese. doi: 10.1016/j.repc.2022.05.006.

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