Sabin Por: Sabin
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A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta (PA), é uma doença cardiovascular crônica que possui como característica principal os níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, no mundo, mais de um bilhão de adultos, entre 30 e 79 anos, têm hipertensão arterial. Dessa faixa etária, 46% (quase a metade) desconhece possuir a doença. 

No Brasil, a situação é ainda mais crítica: o Ministério da Saúde (MS) informa que 388 pessoas morrem, diariamente, devido às complicações causadas pela hipertensão. Isso significa uma média de 16 óbitos por hora! Além disso, 37% ocorre de forma precoce, em indivíduos com menos de 70 anos. Esses dados demonstram claramente a importância e a gravidade dessa doença para a saúde pública. 

A hipertensão arterial se caracteriza por ser uma doença silenciosa, ou seja, que não apresenta, inicialmente, sinais ou sintomas. Esse é um dos fatores que levam à negligência e ao agravamento do quadro clínico. Portanto, realizar exames preventivos é essencial para um diagnóstico precoce.

Neste conteúdo, você vai entender melhor sobre o que é a hipertensão arterial, quais os sintomas, como o diagnóstico é realizado, quais os tratamentos e como é possível prevenir o desenvolvimento da doença.

O que é hipertensão arterial?

A hipertensão arterial é caracterizada pela pressão sanguínea elevada de maneira persistente nas artérias, isto é, o coração precisa desempenhar um esforço maior do que o normal para que o sangue chegue em todos os tecidos do corpo. Com o passar dos anos, pequenas lesões vão se acumulando no organismo em decorrência dessa alteração da pressão, aumentando o risco de complicações, tais como:

Ao ser bombeado pelo coração, o sangue é pressionado contra a parede das artérias, e a tensão gerada é denominada pressão arterial. Em um contexto saudável, a pressão arterial é fundamental para a manutenção e o equilíbrio do nosso organismo, já que ela é a força motriz que impulsiona o sangue — rico em oxigênio e nutrientes — para todos os órgãos e tecidos do corpo. 

A pressão arterial é definida pela pressão exercida, nas artérias, no momento em que o coração bombeia o sangue. É chamada de “máxima” ou pressão arterial sistólica (PAS), no momento da contração, e “mínima” ou pressão diastólica (PAD), no momento do relaxamento do coração. Assim, temos os valores considerados normais da pressão arterial para uma grande parcela da população: 120 mmHg (milímetros de mercúrio) para a pressão sistólica; e 80 mmHg para a pressão arterial diastólica (PAD) — a conhecida pressão 12/8. 

A depender da faixa etária, principalmente em idosos, os valores da pressão podem variar um pouco, para cima ou para baixo, mas sem representar necessariamente uma condição patológica. Já em um cenário caracterizado como hipertensão, a pressão arterial é mais elevada que o normal, considerando-se valores iguais ou superiores a 140 mmHg para a sistólica e iguais ou superiores a 90 mmHg para a diastólica (ou seja, 14/9).

A pressão arterial pode ser aferida a partir de duas formas principais:

A primeira, mais tradicional, é realizada com o uso do estetoscópio e esfigmomanômetro (tensiômetro). O profissional de saúde coloca uma braçadeira em volta do braço do paciente, bombeia a pera (bombinha), inflando o manguito, que, por sua vez, armazena o ar insuflado pela pera. A pressão é indicada no ponteiro do medidor, também conhecido como “reloginho”. Importante destacar que, para que a aferição da PA seja feita de forma correta tecnicamente, a braçadeira deve ter o tamanho adequado para a circunferência do braço do paciente.

A outra forma de se obter a pressão arterial é utilizando aparelhos semi-automáticos de braço. Esses aparelhos são bastante úteis para realizar o controle da pressão em casa, desde que sejam validados pelo Ministério da Saúde e estejam devidamente calibrados.

Quais os estágios da hipertensão arterial?

A hipertensão arterial é dividida em estágios, sendo que pessoas saudáveis apresentam pressão arterial sistólica (“máxima”) até 120 mmHg e diastólica (“mínima”) até 80 mmHg. Assim, a PA ótima se caracteriza por PAS menor que 120 mmHg e PAD menor que 80 mmHg. Já a pressão normal está entre 120-129 mmHg e/ou 80-84mmHg.

Pessoas com pressão arterial sistólica (PAS) de 130-139 mmHg e diastólica (PAD) de 85-89 mmHg são consideradas pré-hipertensas, com valores de pressão limítrofes para a condição patológica.

Pessoas com pressão arterial sistólica variando de 140-159 mmHg e diastólica variando de 90-99 mmHg entram no estágio 1 da doença, considerado leve. O estágio 2 compreende quem apresenta pressão arterial sistólica de 160-179 mmHg e diastólica de 100-109 mmHg, e é uma fase considerada de alerta. O terceiro estágio abrange pessoas com PAS maior ou igual a 180 mmHg e PAD maior ou igual a 110 mmHg. Nesse estágio, podem ocorrer crises hipertensivas acompanhadas de sintomas como dor de cabeça, tontura e zumbido nos ouvidos, ou mais graves como falta de ar, dores no peito e coma, podendo levar até mesmo a óbito.

O que causa a hipertensão arterial?

A causa da hipertensão arterial é multifatorial, ou seja, depende de vários elementos. Fatores genéticos hereditários e a idade estão fortemente relacionados com o desenvolvimento da doença. De acordo com estudos realizados, fatores genéticos podem influenciar na pressão arterial entre 30 e 50% dos casos. 

A hipertensão arterial é mais prevalente na população idosa, sendo que, no ano de 2021, 49,4% dos adultos brasileiros com mais de 65 anos receberam o diagnóstico da doença. Isso acontece porque, com o envelhecimento, os vasos sanguíneos vão se tornando progressivamente mais rígidos, aumentando a pressão arterial naturalmente.

Obesidade, sedentarismo, etnia, consumo exagerado de bebidas alcoólicas, tabagismo, má alimentação, má qualidade do sono, consumo excessivo de sal (sódio) e estresse também são fatores conhecidamente relacionados ao desenvolvimento da hipertensão arterial. Eles podem se somar aos fatores genéticos e ser determinantes para o surgimento da doença.

A hipertensão arterial é dividida em primária e secundária. Na hipertensão primária, não é possível saber a causa exata que levou ao desenvolvimento do quadro, sendo o tipo com incidência mais comum na população. Como a doença depende de vários fatores para o seu desenvolvimento, é difícil conseguir identificar, com precisão, qual ou quais deles foram os responsáveis em cada pessoa. Por outro lado, a hipertensão secundária é aquela com uma causa específica identificada, relacionada à obesidade, hábitos de vida e fatores ambientais.

Quais os sinais e sintomas da hipertensão arterial?

Como mencionado anteriormente, a hipertensão arterial é uma doença silenciosa, na maioria dos casos. Muitas vezes, quando diagnosticada, a doença já está avançada, podendo haver lesões em órgãos-alvo como o coração, cérebro, olhos, rins e o sistema vascular. Portanto, é de extrema importância realizar a avaliação periódica da pressão arterial.

Os sinais e sintomas da hipertensão arterial costumam aparecer quando a pressão se eleva muito e podem se apresentar como dores de cabeça, dor no peito, tontura, falta de ar, náusea e vômitos, visão turva (ou outras alterações visuais), ansiedade, confusão mental, zumbido nos ouvidos, hemorragias nasais e ritmo cardíaco anormal.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da hipertensão arterial é feito com base na avaliação clínica feita pelo médico, em que são analisados os sintomas apresentados, histórico familiar, hábitos de vida do paciente e, principalmente, por meio da checagem da pressão arterial.

Uma vez detectado o aumento da pressão, é necessário avaliar, mais a fundo, o quadro clínico para chegar ao diagnóstico final. Os valores da pressão arterial não se mantêm constantes ao longo do dia e podem aumentar ou diminuir, dependendo da atividade desenvolvida ou se a pessoa está em repouso. Para analisar de forma mais precisa, é necessária a realização de um exame chamado Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA).

O MAPA é feito a partir de um medidor automático de pressão arterial durante 24 horas. Nesse período, o aparelho fica acoplado no paciente e, de tempos em tempos, realiza medições no decorrer do dia. Ao final, as informações coletadas ficam armazenadas para posterior análise do especialista. O objetivo do exame é detectar um quadro hipertensivo constante e não apenas picos de pressão alta que podem surgir durante a rotina do paciente.

Outros exames complementares também podem ser solicitados, a depender do critério médico, incluindo exames de urina, glicemia em jejum, sódio e potássio, creatinina, colesterol, hemograma e eletrocardiograma para avaliação da atividade elétrica do coração.

Qual o tratamento para a hipertensão arterial?

O tratamento para a hipertensão arterial é realizado, em parte, pela mudança de hábitos e estilo de vida do paciente. Fazem parte da terapia a adoção de uma dieta equilibrada, manutenção do peso corporal dentro de parâmetros saudáveis, redução do consumo de sal na alimentação, realização de atividades físicas regulares, redução do consumo de bebidas alcoólicas, parar de fumar e controle dos níveis de estresse.

Dependendo do quadro do paciente, o médico pode prescrever também tratamentos farmacológicos por meio de medicamentos anti-hipertensivos e diuréticos. Existe uma gama bastante variada dessas medicações, permitindo que o tratamento seja eficiente e personalizado. Todo o tratamento deve ser acompanhado de perto pelo profissional médico, sendo que qualquer mal-estar ou surgimento de um sintoma novo deve ser relatado imediatamente.

Quais as consequências da hipertensão arterial não controlada?

Quando não tratada adequadamente, a hipertensão arterial pode trazer graves complicações, sendo o coração um dos órgãos mais afetados.

O quadro hipertensivo sem tratamento também pode gerar o rompimento de vasos sanguíneos ou bloquear o suprimento de sangue para o cérebro, causando derrame cerebral. De acordo com a extensão do dano causado e da região afetada, a lesão pode ser irreversível e até mesmo levar à morte. 

Outras consequências incluem a sobrecarga e lesão renal, devido ao aumento da filtragem sanguínea pela alta pressão nos vasos. Em condições saudáveis, os rins desempenham papel regulador da pressão arterial, porém, quando lesionados, não conseguem controlá-la, piorando o quadro. Pessoas com hipertensão podem desenvolver insuficiência renal crônica e falência renal.

Diante de tantos impactos negativos na saúde, é imprescindível conscientizar a população sobre os riscos da hipertensão arterial não controlada, informando quanto à importância da prevenção e diagnóstico precoce.

A melhor forma de prevenir a hipertensão arterial é a medição regular da pressão sanguínea, juntamente com a realização de check-ups anuais e avaliação clínica. Além disso, o cultivo de bons hábitos de vida com a incorporação de atividade física regular e uma alimentação saudável são essenciais para reduzir o risco de desenvolvimento da doença.

Agora que você já sabe o que é a hipertensão arterial e os riscos que a falta de tratamento da doença podem trazer para a sua saúde, sugerimos a leitura do conteúdo sobre como cuidar da saúde do coração.

Referências:

Ministério da Saúde. Hipertensão. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao Acesso em: 11/04/2023

Oparil S, Acelajado MC, Bakris GL, Berlowitz DR, Cífková R, Dominiczak AF, Grassi G, Jordan J, Poulter NR, Rodgers A, Whelton PK. Hypertension. Nat Rev Dis Primers. 2018 Mar 22;4:18014. doi: 10.1038/nrdp.2018.14

SBH. Novas diretrizes brasileiras de hipertensão arterial 2020. Disponível em: https://www.sbh.org.br/arquivos/novas-diretrizes-brasileiras-de-hipertensao-arterial-2020/ Acesso em: 11/04/2023
WHO. Hypertension. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/hypertension Acesso: 11/04/2023

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O que é a hipertensão arterial? Conheça as causas e os principais sintomas; A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta (PA), é uma doença cardiovascular crônica que possui como característica principal os níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias.  Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, no mundo, mais de um bilhão de adultos, entre 30 e 79 anos, têm hipertensão arterial. Dessa faixa etária, 46% (quase a metade) desconhece possuir a doença.  No Brasil, a situação é ainda mais crítica: o Ministério da Saúde (MS) informa que 388 pessoas morrem, diariamente, devido às complicações causadas pela hipertensão. Isso significa uma média de 16 óbitos por hora! Além disso, 37% ocorre de forma precoce, em indivíduos com menos de 70 anos. Esses dados demonstram claramente a importância e a gravidade dessa doença para a saúde pública.  A hipertensão arterial se caracteriza por ser uma doença silenciosa, ou seja, que não apresenta, inicialmente, sinais ou sintomas. Esse é um dos fatores que levam à negligência e ao agravamento do quadro clínico. Portanto, realizar exames preventivos é essencial para um diagnóstico precoce. Neste conteúdo, você vai entender melhor sobre o que é a hipertensão arterial, quais os sintomas, como o diagnóstico é realizado, quais os tratamentos e como é possível prevenir o desenvolvimento da doença. O que é hipertensão arterial? A hipertensão arterial é caracterizada pela pressão sanguínea elevada de maneira persistente nas artérias, isto é, o coração precisa desempenhar um esforço maior do que o normal para que o sangue chegue em todos os tecidos do corpo. Com o passar dos anos, pequenas lesões vão se acumulando no organismo em decorrência dessa alteração da pressão, aumentando o risco de complicações, tais como: acidente vascular cerebral (AVC) ou acidente vascular encefálico (AVE);  infarto do miocárdio;  aneurismas arteriais;  insuficiência renal;  insuficiência cardíaca.  Ao ser bombeado pelo coração, o sangue é pressionado contra a parede das artérias, e a tensão gerada é denominada pressão arterial. Em um contexto saudável, a pressão arterial é fundamental para a manutenção e o equilíbrio do nosso organismo, já que ela é a força motriz que impulsiona o sangue — rico em oxigênio e nutrientes — para todos os órgãos e tecidos do corpo.  A pressão arterial é definida pela pressão exercida, nas artérias, no momento em que o coração bombeia o sangue. É chamada de “máxima” ou pressão arterial sistólica (PAS), no momento da contração, e “mínima” ou pressão diastólica (PAD), no momento do relaxamento do coração. Assim, temos os valores considerados normais da pressão arterial para uma grande parcela da população: 120 mmHg (milímetros de mercúrio) para a pressão sistólica; e 80 mmHg para a pressão arterial diastólica (PAD) — a conhecida pressão 12/8.  A depender da faixa etária, principalmente em idosos, os valores da pressão podem variar um pouco, para cima ou para baixo, mas sem representar necessariamente uma condição patológica. Já em um cenário caracterizado como hipertensão, a pressão arterial é mais elevada que o normal, considerando-se valores iguais ou superiores a 140 mmHg para a sistólica e iguais ou superiores a 90 mmHg para a diastólica (ou seja, 14/9). A pressão arterial pode ser aferida a partir de duas formas principais: A primeira, mais tradicional, é realizada com o uso do estetoscópio e esfigmomanômetro (tensiômetro). O profissional de saúde coloca uma braçadeira em volta do braço do paciente, bombeia a pera (bombinha), inflando o manguito, que, por sua vez, armazena o ar insuflado pela pera. A pressão é indicada no ponteiro do medidor, também conhecido como “reloginho”. Importante destacar que, para que a aferição da PA seja feita de forma correta tecnicamente, a braçadeira deve ter o tamanho adequado para a circunferência do braço do paciente. A outra forma de se obter a pressão arterial é utilizando aparelhos semi-automáticos de braço. Esses aparelhos são bastante úteis para realizar o controle da pressão em casa, desde que sejam validados pelo Ministério da Saúde e estejam devidamente calibrados. Quais os estágios da hipertensão arterial? A hipertensão arterial é dividida em estágios, sendo que pessoas saudáveis apresentam pressão arterial sistólica (“máxima”) até 120 mmHg e diastólica (“mínima”) até 80 mmHg. Assim, a PA ótima se caracteriza por PAS menor que 120 mmHg e PAD menor que 80 mmHg. Já a pressão normal está entre 120-129 mmHg e/ou 80-84mmHg. Pessoas com pressão arterial sistólica (PAS) de 130-139 mmHg e diastólica (PAD) de 85-89 mmHg são consideradas pré-hipertensas, com valores de pressão limítrofes para a condição patológica. Pessoas com pressão arterial sistólica variando de 140-159 mmHg e diastólica variando de 90-99 mmHg entram no estágio 1 da doença, considerado leve. O estágio 2 compreende quem apresenta pressão arterial sistólica de 160-179 mmHg e diastólica de 100-109 mmHg, e é uma fase considerada de alerta. O terceiro estágio abrange pessoas com PAS maior ou igual a 180 mmHg e PAD maior ou igual a 110 mmHg. Nesse estágio, podem ocorrer crises hipertensivas acompanhadas de sintomas como dor de cabeça, tontura e zumbido nos ouvidos, ou mais graves como falta de ar, dores no peito e coma, podendo levar até mesmo a óbito. O que causa a hipertensão arterial? A causa da hipertensão arterial é multifatorial, ou seja, depende de vários elementos. Fatores genéticos hereditários e a idade estão fortemente relacionados com o desenvolvimento da doença. De acordo com estudos realizados, fatores genéticos podem influenciar na pressão arterial entre 30 e 50% dos casos.  A hipertensão arterial é mais prevalente na população idosa, sendo que, no ano de 2021, 49,4% dos adultos brasileiros com mais de 65 anos receberam o diagnóstico da doença. Isso acontece porque, com o envelhecimento, os vasos sanguíneos vão se tornando progressivamente mais rígidos, aumentando a pressão arterial naturalmente. Obesidade, sedentarismo, etnia, consumo exagerado de bebidas alcoólicas, tabagismo, má alimentação, má qualidade do sono, consumo excessivo de sal (sódio) e estresse também são fatores conhecidamente relacionados ao desenvolvimento da hipertensão arterial. Eles podem se somar aos fatores genéticos e ser determinantes para o surgimento da doença. A hipertensão arterial é dividida em primária e secundária. Na hipertensão primária, não é possível saber a causa exata que levou ao desenvolvimento do quadro, sendo o tipo com incidência mais comum na população. Como a doença depende de vários fatores para o seu desenvolvimento, é difícil conseguir identificar, com precisão, qual ou quais deles foram os responsáveis em cada pessoa. Por outro lado, a hipertensão secundária é aquela com uma causa específica identificada, relacionada à obesidade, hábitos de vida e fatores ambientais. Quais os sinais e sintomas da hipertensão arterial? Como mencionado anteriormente, a hipertensão arterial é uma doença silenciosa, na maioria dos casos. Muitas vezes, quando diagnosticada, a doença já está avançada, podendo haver lesões em órgãos-alvo como o coração, cérebro, olhos, rins e o sistema vascular. Portanto, é de extrema importância realizar a avaliação periódica da pressão arterial. Os sinais e sintomas da hipertensão arterial costumam aparecer quando a pressão se eleva muito e podem se apresentar como dores de cabeça, dor no peito, tontura, falta de ar, náusea e vômitos, visão turva (ou outras alterações visuais), ansiedade, confusão mental, zumbido nos ouvidos, hemorragias nasais e ritmo cardíaco anormal. Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico da hipertensão arterial é feito com base na avaliação clínica feita pelo médico, em que são analisados os sintomas apresentados, histórico familiar, hábitos de vida do paciente e, principalmente, por meio da checagem da pressão arterial. Uma vez detectado o aumento da pressão, é necessário avaliar, mais a fundo, o quadro clínico para chegar ao diagnóstico final. Os valores da pressão arterial não se mantêm constantes ao longo do dia e podem aumentar ou diminuir, dependendo da atividade desenvolvida ou se a pessoa está em repouso. Para analisar de forma mais precisa, é necessária a realização de um exame chamado Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA). O MAPA é feito a partir de um medidor automático de pressão arterial durante 24 horas. Nesse período, o aparelho fica acoplado no paciente e, de tempos em tempos, realiza medições no decorrer do dia. Ao final, as informações coletadas ficam armazenadas para posterior análise do especialista. O objetivo do exame é detectar um quadro hipertensivo constante e não apenas picos de pressão alta que podem surgir durante a rotina do paciente. Outros exames complementares também podem ser solicitados, a depender do critério médico, incluindo exames de urina, glicemia em jejum, sódio e potássio, creatinina, colesterol, hemograma e eletrocardiograma para avaliação da atividade elétrica do coração. Qual o tratamento para a hipertensão arterial? O tratamento para a hipertensão arterial é realizado, em parte, pela mudança de hábitos e estilo de vida do paciente. Fazem parte da terapia a adoção de uma dieta equilibrada, manutenção do peso corporal dentro de parâmetros saudáveis, redução do consumo de sal na alimentação, realização de atividades físicas regulares, redução do consumo de bebidas alcoólicas, parar de fumar e controle dos níveis de estresse. Dependendo do quadro do paciente, o médico pode prescrever também tratamentos farmacológicos por meio de medicamentos anti-hipertensivos e diuréticos. Existe uma gama bastante variada dessas medicações, permitindo que o tratamento seja eficiente e personalizado. Todo o tratamento deve ser acompanhado de perto pelo profissional médico, sendo que qualquer mal-estar ou surgimento de um sintoma novo deve ser relatado imediatamente. Quais as consequências da hipertensão arterial não controlada? Quando não tratada adequadamente, a hipertensão arterial pode trazer graves complicações, sendo o coração um dos órgãos mais afetados. O quadro hipertensivo sem tratamento também pode gerar o rompimento de vasos sanguíneos ou bloquear o suprimento de sangue para o cérebro, causando derrame cerebral. De acordo com a extensão do dano causado e da região afetada, a lesão pode ser irreversível e até mesmo levar à morte.  Outras consequências incluem a sobrecarga e lesão renal, devido ao aumento da filtragem sanguínea pela alta pressão nos vasos. Em condições saudáveis, os rins desempenham papel regulador da pressão arterial, porém, quando lesionados, não conseguem controlá-la, piorando o quadro. Pessoas com hipertensão podem desenvolver insuficiência renal crônica e falência renal. Diante de tantos impactos negativos na saúde, é imprescindível conscientizar a população sobre os riscos da hipertensão arterial não controlada, informando quanto à importância da prevenção e diagnóstico precoce. A melhor forma de prevenir a hipertensão arterial é a medição regular da pressão sanguínea, juntamente com a realização de check-ups anuais e avaliação clínica. Além disso, o cultivo de bons hábitos de vida com a incorporação de atividade física regular e uma alimentação saudável são essenciais para reduzir o risco de desenvolvimento da doença. Agora que você já sabe o que é a hipertensão arterial e os riscos que a falta de tratamento da doença podem trazer para a sua saúde, sugerimos a leitura do conteúdo sobre como cuidar da saúde do coração. Referências: Ministério da Saúde. Hipertensão. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao Acesso em: 11/04/2023 Oparil S, Acelajado MC, Bakris GL, Berlowitz DR, Cífková R, Dominiczak AF, Grassi G, Jordan J, Poulter NR, Rodgers A, Whelton PK. Hypertension. Nat Rev Dis Primers. 2018 Mar 22;4:18014. doi: 10.1038/nrdp.2018.14 SBH. Novas diretrizes brasileiras de hipertensão arterial 2020. Disponível em: https://www.sbh.org.br/arquivos/novas-diretrizes-brasileiras-de-hipertensao-arterial-2020/ Acesso em: 11/04/2023WHO. Hypertension. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/hypertension Acesso: 11/04/2023