No dia 1º de abril, é celebrado o Dia Nacional da Segurança do Paciente. Essa data é dedicada a conscientizar profissionais de saúde, gestores, órgãos governamentais, pacientes e toda a sociedade sobre a importância de adotar práticas de segurança nos serviços de saúde.
Nesse mesmo sentido, no dia 17 de setembro, é comemorado também o Dia Mundial da Segurança do Paciente, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar a conscientização sobre a temática.
Ambas as datas abrem oportunidades muito importantes para que os serviços de saúde desenvolvam ações locais que fortaleçam a segurança do paciente, dos profissionais e do ambiente de assistência à saúde.
Para entender mais sobre o que é a segurança do paciente, qual a sua importância para a qualidade dos serviços em saúde e como isso impacta a população, contamos com a colaboração de Maria Alice Escalante, gerente de qualidade do Grupo Sabin. Acompanhe!
O que é a segurança do paciente?
A segurança do paciente envolve um conjunto de medidas destinadas a proteger os pacientes contra riscos, eventos adversos e danos desnecessários durante o atendimento nos serviços de saúde.
Estima-se que entre 4 e 17% dos pacientes admitidos em serviços de saúde sofram incidentes relacionados à assistência, que podem afetar sua saúde e recuperação, desde quedas durante o transporte até complicações graves que podem resultar em óbito.
Em resposta a essa questão global, a OMS lançou o Programa de Segurança do Paciente, focado na prevenção de eventos adversos evitáveis. Reconhecendo que erros acontecem, o programa visa mudar a cultura de interpretação e análise dos incidentes de saúde, promovendo a aprendizagem e a prevenção de falhas.
No Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), lançado em 2013, tem o intuito de melhorar a qualidade do cuidado em saúde em todo o país. Uma das metas é incluir ativamente os pacientes e seus familiares nas ações de segurança. Para isso, é crucial o engajamento dos gestores, profissionais de saúde e pacientes.
Entre as diretrizes principais do PNSP, estão a criação de Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) nos serviços de saúde, o estabelecimento de protocolos de segurança, a notificação de incidentes para proporcionar a aprendizagem organizacional e o envolvimento do paciente em sua própria segurança. Tais medidas objetivam garantir um ambiente mais seguro e de melhor qualidade nos serviços de saúde do país.
Qual a importância da segurança do paciente para a qualidade da assistência em saúde?
A segurança do paciente garante que os pacientes recebam cuidados seguros e eficazes, evitando intercorrências durante o tratamento. Quando os pacientes se sentem seguros e confiantes em relação aos cuidados que recebem, isso contribui para uma experiência positiva e melhora os resultados de saúde.
Diversas ações estão envolvidas na promoção da segurança do paciente em diferentes locais voltados para a saúde — conhecidas como protocolos internacionais de segurança do paciente. Vejamos algumas dessas ações:
- Identificação correta do paciente: garantir que o paciente seja corretamente identificado para evitar erros de medicação, diagnóstico trocado ou tratamentos inadequados;
- Práticas de higiene e controle de infecções: manter padrões rigorosos de higiene, com foco na conscientização dos colaboradores sobre a importância da higienização das mãos para prevenir infecções hospitalares e disseminação de doenças;
- Administração segura de medicamentos: assegurar que os medicamentos sejam prescritos, preparados e administrados corretamente, evitando erros de dosagem ou medicação incorreta;
- Comunicação eficaz: promover uma comunicação clara e aberta entre os profissionais de saúde, pacientes e suas famílias, de modo a garantir que todas as informações relevantes sejam compartilhadas e devidamente compreendidas;
- Monitoramento e prevenção de quedas: implementar medidas para identificar pacientes em risco de quedas e tomar medidas preventivas para evitar lesões;
- Cirurgia segura: seguir protocolos rigorosos durante os procedimentos cirúrgicos, para evitar erros durante a cirurgia e reduzir o risco de complicações pós-operatórias.
Os benefícios associados à segurança do paciente abrangem: redução de danos e complicações, melhorias na qualidade dos cuidados, aumento da confiança do paciente nos serviços de saúde e diminuição de custos. Evitar erros e eventos adversos não apenas protege os pacientes, mas também contribui para uma experiência de cuidado positiva e eficiente.
Cultura de Segurança do Paciente
A Cultura de Segurança do Paciente (CSP) refere-se à combinação de valores, atitudes, percepções, habilidades e comportamentos que moldam os processos para a manutenção da segurança dos pacientes nos serviços de saúde.
É uma prática fundamental para a eficácia das medidas de segurança, por meio da conscientização e do engajamento de todos os profissionais de saúde, além do estabelecimento de processos e protocolos que priorizem a segurança do paciente em todas as etapas do cuidado.
Embora o objetivo de hospitais, clínicas e laboratórios de análises clínicas seja auxiliar a saúde das pessoas, muitas delas podem não se sentir totalmente confortáveis quando precisam realizar suas consultas e exames de rotina. Porém, se o paciente souber que o local segue as diretrizes e os protocolos de segurança do paciente, ele se sentirá mais confiante ao entender que está recebendo cuidados adequados, com riscos assistenciais mapeados e barreiras implementadas para uma prestação de serviço segura.
Uma cultura forte de segurança favorece a comunicação aberta, o trabalho em equipe, a aprendizagem contínua e a responsabilidade compartilhada pela segurança do paciente. Isso cria um ambiente propício para a identificação de riscos e prevenção de incidentes, contribui para uma comunicação eficaz entre os membros da equipe e para a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados.
Governança clínica
Outro aspecto importante a se destacar é a relação entre a segurança do paciente e a governança clínica. A governança clínica é o conjunto de processos e estruturas que garantem a prestação de cuidados seguros e eficazes aos pacientes, englobando: a definição de políticas e procedimentos, o monitoramento de indicadores da qualidade, a gestão de riscos e a responsabilidade do estabelecimento prestador do serviço pela segurança do paciente.
Ou seja, a governança clínica também envolve entregar o serviço correto para o paciente certo, no momento adequado, entregue da forma correta e na primeira oportunidade. Atrasos em diagnósticos ou na liberação de resultados de exames, por exemplo, podem impactar diretamente as situações emergenciais, comprometendo o desfecho clínico do paciente.
Em um laboratório de análises clínicas, essas ações contemplam, ainda, a forma como as informações e orientações são repassadas ao paciente. Instruir corretamente sobre o preparo adequado para a coleta de um exame, como ele fará determinado procedimento ou quais os riscos envolvidos são ações muito importantes para mitigar possíveis eventos ou falhas que possam comprometer a saúde da pessoa.
A governança clínica compreende toda a estrutura do estabelecimento de saúde, desde manter um quadro de profissionais qualificados, até o investimento em materiais, equipamentos e tecnologias de ponta. Portanto, uma governança clínica eficaz reconhece a importância da segurança do paciente e implementa medidas abrangentes para promovê-la em toda a instituição, propiciando, assim, a entrega de cuidados de alta qualidade e seguros aos pacientes.
Quais são as boas práticas realizadas pelo Sabin?
No Sabin Diagnóstico e Saúde, a segurança do paciente é uma prioridade. Nosso Núcleo de Segurança do Paciente foi instituído em 2019 e estabelece as melhores práticas para garantir que a jornada de cuidado, dentro de nossas unidades, seja segura e humanizada. Investimos continuamente em tecnologia de ponta e monitoramos nossos processos por meio do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), visando analisar os riscos, criar barreiras e garantir segurança a cada paciente, em todo nosso ecossistema de saúde.
A segurança do paciente é fundamental para que todos recebam cuidados de qualidade, eliminando riscos desnecessários. Estamos comprometidos em promover um ambiente seguro e acolhedor para todos os nossos pacientes. Confira o que diz a equipe do Sabin sobre o assunto:
Se você tem alguma dúvida ou sugestão, para que possamos aprimorar ainda mais a sua segurança e a qualidade dos nossos serviços, entre em contato conosco pelo canal Fale com o Sabin.
Referências:
Ministério da Saúde. Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/pnsp. Acesso em: 21/03/24.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pacientes pela segurança do paciente em serviços de saúde: Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacientes, familiares e acompanhantes/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2017. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes/guia-como-posso-contribuir-para-aumentar-a-seguranca-do-paciente-orientacoes-aos-pacientes-familiares-e-acompanhantes. Acesso em: 21/03/2024.
Ministério da Saúde. Protocolos Básicos de Segurança do Paciente. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/dahu/pnsp/protocolos-basicos. Acesso em: 21/03/2024.
Organização Mundial da Saúde. Plano de ação para a segurança do paciente 2021-2030. Em busca da eliminação dos danos evitáveis nos cuidados de saúde. Disponível em: https://www.conass.org.br/wp-content/uploads/2022/11/document.pdf. Acesso em: 21/03/2024.