Sabin Por: Sabin
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A bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) é um microrganismo que se aloja no revestimento do estômago ou no início do intestino delgado. Essa bactéria é uma das principais causadoras de infecções gástricas, que podem evoluir para condições mais graves, como gastrite, úlceras estomacais e, a longo prazo, aumentar o risco de câncer gástrico.

De acordo com estudos científicos, metade da população mundial pode estar infectada pela H. pylori, embora muitas dessas pessoas não apresentem sintomas perceptíveis. No Brasil, apesar da falta de dados exatos sobre a incidência, sabe-se que a prevalência é alta, especialmente em áreas com menor acesso a saneamento básico, que favorecem a transmissão da bactéria.

Neste conteúdo, serão abordadas informações importantes sobre os sintomas, possíveis complicações, como é feito o diagnóstico, formas de tratamento e como se prevenir da infecção pela bactéria H. pylori. Confira!

O que é a H. pylori?

A H. pylori é uma bactéria que consegue sobreviver e se multiplicar no ambiente extremamente ácido do estômago humano. Esse microrganismo consegue alterar o ambiente ao seu redor para se proteger da acidez estomacal, o que lhe permite persistir por longos períodos no revestimento gástrico.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a H. pylori como um agente carcinogênico de classe I. Isso significa que existem evidências robustas associando sua presença ao desenvolvimento de câncer gástrico. Alguns estudos sugerem que a erradicação da bactéria poderia prevenir até 80% dos casos de câncer de estômago, destacando a importância de detectar e tratar essa infecção precocemente.

Mesmo com a potencial gravidade associada à H. pylori, muitas pessoas infectadas nunca chegam a desenvolver sintomas ou complicações sérias. A razão pela qual algumas pessoas são mais vulneráveis, enquanto outras são mais resistentes, ainda é tema de debate e intensa pesquisa.

Vale ressaltar que a incidência da infecção por H. pylori é desproporcionalmente alta em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, onde as condições de saneamento básico são frequentemente inadequadas, facilitando a transmissão da bactéria.

Como a H. pylori é transmitida? 

A principal via de transmissão da bactéria é por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Contudo, o contato direto ou indireto com fezes ou saliva de pessoas infectadas também representa uma potencial rota de transmissão, incluindo o compartilhamento de utensílios e alimentos, o que pode facilitar a propagação em ambientes familiares ou comunitários.

Outro fator de risco relevante é a falta de práticas adequadas de higiene, como não lavar as mãos após usar o banheiro ou antes de manipular alimentos.

Algumas atividades específicas também podem aumentar o risco de exposição à H. pylori, como nadar em rios e córregos contaminados, consumir água de fontes naturais sem tratamento e ingerir vegetais crus que não foram adequadamente lavados.

Ainda que muitas pessoas sejam infectadas durante a infância, a infecção pode persistir, se não tratada, por toda a vida. Enquanto a maioria dos portadores da H. pylori não apresenta sintomas imediatos, a presença contínua dessa bactéria pode, no decorrer do tempo, levar a complicações graves como úlceras e, em alguns casos mais extremos, ao desenvolvimento de câncer gástrico.

Quais os sintomas da infecção por H. pylori?

A infecção pela H. pylori pode ocorrer sem a presença de sintomas, principalmente nas fases iniciais. No entanto, quando os sintomas estão presentes, em geral, indicam que a bactéria já causou inflamação ou outras complicações no estômago, ou no início do intestino delgado. Os sintomas mais comuns associados à infecção incluem:

  • azia;
  • sensação de queimação no estômago;
  • emagrecimento;
  • náuseas e vômitos; 
  • má digestão;
  • mau hálito;
  • inchaço abdominal. 

Esses sintomas não são exclusivos da infecção por H. pylori e podem ser indicativos de outras condições médicas. Portanto, diante da presença persistente de um ou mais desses sinais clínicos, é recomendado procurar a orientação de um médico, que poderá realizar os exames adequados para determinar se a causa é realmente a infecção por  H. pylori ou outra condição e, dessa forma, indicar o tratamento mais apropriado.

Quais as complicações relacionadas à infecção por H. pylori?

A infecção por H. pylori é uma preocupação médica significativa, devido às complicações que pode causar no sistema digestivo. A seguir, listamos alguns dos principais desfechos clínicos associados à infecção.

Úlceras pépticas

Cerca de 10% das pessoas infectadas por H. pylori podem desenvolver úlceras pépticas, feridas abertas que se formam no revestimento interno do estômago ou do intestino delgado. A H. pylori danifica a camada protetora de muco que cobre essas regiões, permitindo que os ácidos digestivos lesionem o tecido subjacente, resultando em úlceras.

Úlceras em outras áreas do sistema digestivo

Menos comuns, as úlceras relacionadas à H. pylori também podem se desenvolver no esôfago. Essas úlceras são normalmente mais dolorosas e podem complicar o processo de alimentação.

Gastrite

A infecção frequentemente leva à gastrite, caracterizada pela inflamação, irritação ou erosão do revestimento do estômago. Isso pode causar sintomas como dor, náusea e inchaço. A longo prazo, a gastrite crônica pode gerar mudanças permanentes na camada interna do estômago, aumentando o risco de outras complicações.

Câncer de estômago

Conforme mencionado, a complicação mais grave relacionada à H. pylori é o aumento do risco de certos tipos de câncer gástrico. A presença prolongada da bactéria no estômago pode levar a uma inflamação crônica, que, com o passar do tempo, vem a desencadear atrofia da mucosa gástrica.

Esse processo pode progredir para metaplasia (uma mudança pré-cancerosa nas células do revestimento do estômago), seguida de displasia e, eventualmente, câncer gástrico. A chance de câncer gástrico em indivíduos infectados é de 1,5 a 2%, entretanto, trata-se de uma estatística significativamente alta quando se fala de fator de risco para câncer, o que destaca a importância de diagnosticar e tratar a infecção por H. pylori adequadamente.

Como é feito o diagnóstico da infecção por H. pylori?

O diagnóstico se inicia a partir da avaliação clínica feita por um médico especialista, na qual serão considerados os sintomas apresentados, bem como o histórico do paciente. Com a suspeita, identificar a presença da bactéria H. pylori é o próximo passo, sendo o diagnóstico realizado com o auxílio de diferentes exames, a depender do critério médico. Abaixo, estão os principais exames utilizados.

Exame de sangue (sorologia)

Um dos métodos iniciais frequentemente utilizados para detectar a H. pylori é a sorologia, que busca por anticorpos específicos contra a bactéria no sangue do paciente. Esse teste pode indicar se uma pessoa foi exposta à H. pylori, porém não distingue entre uma infecção atual e uma passada, uma vez que os anticorpos conseguem permanecer após a bactéria ter sido eliminada.

Teste respiratório com ureia marcada

O teste respiratório é uma técnica não invasiva e bastante eficaz. Nele, o paciente ingere uma substância que contém ureia marcada. Se a H. pylori estiver presente no estômago, ela quebrará a ureia e liberará carbono, que é, então, detectado e medido na respiração do paciente. Esse teste possibilita confirmar a infecção ativa e pode ser usado para verificar a erradicação da bactéria após o tratamento.

Exame de fezes (pesquisa do antígeno fecal)

Esse teste procura por antígenos da H. pylori nas fezes do paciente. É um método não invasivo que também pode ser usado para confirmar a presença da infecção e, similar ao teste respiratório, para verificar se a bactéria foi completamente erradicada após o tratamento.

Endoscopia

A endoscopia é um procedimento mais invasivo, recomendado quando os sintomas são mais graves ou persistem apesar do tratamento inicial. Durante a endoscopia, um tubo fino com uma câmera na ponta é inserido até o estômago e o duodeno. Isso permite ao médico visualizar por imagens diretamente a mucosa do estômago e coletar amostras de tecido (biópsia), que são analisadas em laboratório para detectar a presença da H. pylori.

Qual o tratamento e como prevenir a infecção por H. pylori?

O tratamento padrão para a infecção por H. pylori envolve uma combinação de antibióticos, administrados por um período de até 14 dias, conhecido como terapia tripla. Essa terapia inclui dois antibióticos diferentes para combater a bactéria e reduzir o risco de resistência, além de inibidores de bomba de prótons que ajudam a reduzir a produção de ácido no estômago (omeprazol, por exemplo). Isso proporciona um ambiente menos ácido, facilitando a ação dos antibióticos e promovendo a cicatrização do tecido gástrico. Em alguns casos, probióticos também podem ser recomendados para manter o equilíbrio da flora intestinal.

Por conta da variação nos padrões de resistência antibiótica na população, os médicos podem adaptar as terapias às condições do paciente, a fim de aumentar as taxas de sucesso na erradicação da bactéria. Assim, a abordagem de tratamento mais adequada deve ser determinada individualmente por um profissional médico qualificado e após uma avaliação clínica e laboratorial.

Quanto à prevenção, o foco principal reside em manter boas práticas de higiene. É fundamental lavar as mãos antes de comer, ao preparar alimentos e após usar o banheiro. Também é imprescindível lavar corretamente frutas, legumes e verduras antes de consumi-los, dando preferência ao consumo de vegetais cozidos, pois o calor ajuda a eliminar bactérias potencialmente nocivas. Evitar compartilhar utensílios pessoais, como copos e talheres, auxilia a prevenir a transmissão da bactéria, bem como consumir água de fontes seguras e tratadas. 

Adotando essas práticas, é possível diminuir os riscos de contaminação inicial pela H. pylori e evitar a reinfecção após o tratamento. Esteja sempre atento aos sinais que o seu corpo fornece. Caso perceba a combinação de alguns dos sintomas relatados e de forma persistente, procure por orientações médicas para que o seu problema de saúde seja corretamente identificado e tratado. 

Além da infecção por H. pylori, outras condições que podem afetar diretamente o sistema digestivo são as gastroenterites. Se quiser saber mais sobre elas, acesse o conteúdo informativo sobre o que são as gastroenterites.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Biblioteca Virtual em Saúde. O que é Helicobacter pylori? Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-e-helicobacter-pylori/. Acesso em: 25/04/2024.

Mayo Clinic. Helicobacter pylori (H. pylori) infection. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/h-pylori/symptoms-causes/syc-20356171. Acesso em: 25/04/2024.

Malfertheiner, P., Camargo, M.C., El-Omar, E. et al. Helicobacter pylori infection. Nat Rev Dis Primers 9, 19 (2023). doi: /10.1038/s41572-023-00431-8.

Muzaheed. Helicobacter pylori Oncogenicity: Mechanism, Prevention, and Risk Factors. ScientificWorldJournal. 2020 Jul 12;2020:3018326. doi: 10.1155/2020/3018326

Sharndama HC, Mba IE. Helicobacter pylori: an up-to-date overview on the virulence and pathogenesis mechanisms. Braz J Microbiol. 2022 Mar;53(1):33-50. doi: 10.1007/s42770-021-00675-0

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Infecção pela H. pylori: sintomas, diagnóstico e tratamento; A bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) é um microrganismo que se aloja no revestimento do estômago ou no início do intestino delgado. Essa bactéria é uma das principais causadoras de infecções gástricas, que podem evoluir para condições mais graves, como gastrite, úlceras estomacais e, a longo prazo, aumentar o risco de câncer gástrico. De acordo com estudos científicos, metade da população mundial pode estar infectada pela H. pylori, embora muitas dessas pessoas não apresentem sintomas perceptíveis. No Brasil, apesar da falta de dados exatos sobre a incidência, sabe-se que a prevalência é alta, especialmente em áreas com menor acesso a saneamento básico, que favorecem a transmissão da bactéria. Neste conteúdo, serão abordadas informações importantes sobre os sintomas, possíveis complicações, como é feito o diagnóstico, formas de tratamento e como se prevenir da infecção pela bactéria H. pylori. Confira! O que é a H. pylori? A H. pylori é uma bactéria que consegue sobreviver e se multiplicar no ambiente extremamente ácido do estômago humano. Esse microrganismo consegue alterar o ambiente ao seu redor para se proteger da acidez estomacal, o que lhe permite persistir por longos períodos no revestimento gástrico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a H. pylori como um agente carcinogênico de classe I. Isso significa que existem evidências robustas associando sua presença ao desenvolvimento de câncer gástrico. Alguns estudos sugerem que a erradicação da bactéria poderia prevenir até 80% dos casos de câncer de estômago, destacando a importância de detectar e tratar essa infecção precocemente. Mesmo com a potencial gravidade associada à H. pylori, muitas pessoas infectadas nunca chegam a desenvolver sintomas ou complicações sérias. A razão pela qual algumas pessoas são mais vulneráveis, enquanto outras são mais resistentes, ainda é tema de debate e intensa pesquisa. Vale ressaltar que a incidência da infecção por H. pylori é desproporcionalmente alta em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, onde as condições de saneamento básico são frequentemente inadequadas, facilitando a transmissão da bactéria. Como a H. pylori é transmitida?  A principal via de transmissão da bactéria é por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Contudo, o contato direto ou indireto com fezes ou saliva de pessoas infectadas também representa uma potencial rota de transmissão, incluindo o compartilhamento de utensílios e alimentos, o que pode facilitar a propagação em ambientes familiares ou comunitários. Outro fator de risco relevante é a falta de práticas adequadas de higiene, como não lavar as mãos após usar o banheiro ou antes de manipular alimentos. Algumas atividades específicas também podem aumentar o risco de exposição à H. pylori, como nadar em rios e córregos contaminados, consumir água de fontes naturais sem tratamento e ingerir vegetais crus que não foram adequadamente lavados. Ainda que muitas pessoas sejam infectadas durante a infância, a infecção pode persistir, se não tratada, por toda a vida. Enquanto a maioria dos portadores da H. pylori não apresenta sintomas imediatos, a presença contínua dessa bactéria pode, no decorrer do tempo, levar a complicações graves como úlceras e, em alguns casos mais extremos, ao desenvolvimento de câncer gástrico. Quais os sintomas da infecção por H. pylori? A infecção pela H. pylori pode ocorrer sem a presença de sintomas, principalmente nas fases iniciais. No entanto, quando os sintomas estão presentes, em geral, indicam que a bactéria já causou inflamação ou outras complicações no estômago, ou no início do intestino delgado. Os sintomas mais comuns associados à infecção incluem: azia; sensação de queimação no estômago; emagrecimento; náuseas e vômitos;  má digestão; mau hálito; inchaço abdominal.  Esses sintomas não são exclusivos da infecção por H. pylori e podem ser indicativos de outras condições médicas. Portanto, diante da presença persistente de um ou mais desses sinais clínicos, é recomendado procurar a orientação de um médico, que poderá realizar os exames adequados para determinar se a causa é realmente a infecção por  H. pylori ou outra condição e, dessa forma, indicar o tratamento mais apropriado. Quais as complicações relacionadas à infecção por H. pylori? A infecção por H. pylori é uma preocupação médica significativa, devido às complicações que pode causar no sistema digestivo. A seguir, listamos alguns dos principais desfechos clínicos associados à infecção. Úlceras pépticas Cerca de 10% das pessoas infectadas por H. pylori podem desenvolver úlceras pépticas, feridas abertas que se formam no revestimento interno do estômago ou do intestino delgado. A H. pylori danifica a camada protetora de muco que cobre essas regiões, permitindo que os ácidos digestivos lesionem o tecido subjacente, resultando em úlceras. Úlceras em outras áreas do sistema digestivo Menos comuns, as úlceras relacionadas à H. pylori também podem se desenvolver no esôfago. Essas úlceras são normalmente mais dolorosas e podem complicar o processo de alimentação. Gastrite A infecção frequentemente leva à gastrite, caracterizada pela inflamação, irritação ou erosão do revestimento do estômago. Isso pode causar sintomas como dor, náusea e inchaço. A longo prazo, a gastrite crônica pode gerar mudanças permanentes na camada interna do estômago, aumentando o risco de outras complicações. Câncer de estômago Conforme mencionado, a complicação mais grave relacionada à H. pylori é o aumento do risco de certos tipos de câncer gástrico. A presença prolongada da bactéria no estômago pode levar a uma inflamação crônica, que, com o passar do tempo, vem a desencadear atrofia da mucosa gástrica. Esse processo pode progredir para metaplasia (uma mudança pré-cancerosa nas células do revestimento do estômago), seguida de displasia e, eventualmente, câncer gástrico. A chance de câncer gástrico em indivíduos infectados é de 1,5 a 2%, entretanto, trata-se de uma estatística significativamente alta quando se fala de fator de risco para câncer, o que destaca a importância de diagnosticar e tratar a infecção por H. pylori adequadamente. Como é feito o diagnóstico da infecção por H. pylori? O diagnóstico se inicia a partir da avaliação clínica feita por um médico especialista, na qual serão considerados os sintomas apresentados, bem como o histórico do paciente. Com a suspeita, identificar a presença da bactéria H. pylori é o próximo passo, sendo o diagnóstico realizado com o auxílio de diferentes exames, a depender do critério médico. Abaixo, estão os principais exames utilizados. Exame de sangue (sorologia) Um dos métodos iniciais frequentemente utilizados para detectar a H. pylori é a sorologia, que busca por anticorpos específicos contra a bactéria no sangue do paciente. Esse teste pode indicar se uma pessoa foi exposta à H. pylori, porém não distingue entre uma infecção atual e uma passada, uma vez que os anticorpos conseguem permanecer após a bactéria ter sido eliminada. Teste respiratório com ureia marcada O teste respiratório é uma técnica não invasiva e bastante eficaz. Nele, o paciente ingere uma substância que contém ureia marcada. Se a H. pylori estiver presente no estômago, ela quebrará a ureia e liberará carbono, que é, então, detectado e medido na respiração do paciente. Esse teste possibilita confirmar a infecção ativa e pode ser usado para verificar a erradicação da bactéria após o tratamento. Exame de fezes (pesquisa do antígeno fecal) Esse teste procura por antígenos da H. pylori nas fezes do paciente. É um método não invasivo que também pode ser usado para confirmar a presença da infecção e, similar ao teste respiratório, para verificar se a bactéria foi completamente erradicada após o tratamento. Endoscopia A endoscopia é um procedimento mais invasivo, recomendado quando os sintomas são mais graves ou persistem apesar do tratamento inicial. Durante a endoscopia, um tubo fino com uma câmera na ponta é inserido até o estômago e o duodeno. Isso permite ao médico visualizar por imagens diretamente a mucosa do estômago e coletar amostras de tecido (biópsia), que são analisadas em laboratório para detectar a presença da H. pylori. Qual o tratamento e como prevenir a infecção por H. pylori? O tratamento padrão para a infecção por H. pylori envolve uma combinação de antibióticos, administrados por um período de até 14 dias, conhecido como terapia tripla. Essa terapia inclui dois antibióticos diferentes para combater a bactéria e reduzir o risco de resistência, além de inibidores de bomba de prótons que ajudam a reduzir a produção de ácido no estômago (omeprazol, por exemplo). Isso proporciona um ambiente menos ácido, facilitando a ação dos antibióticos e promovendo a cicatrização do tecido gástrico. Em alguns casos, probióticos também podem ser recomendados para manter o equilíbrio da flora intestinal. Por conta da variação nos padrões de resistência antibiótica na população, os médicos podem adaptar as terapias às condições do paciente, a fim de aumentar as taxas de sucesso na erradicação da bactéria. Assim, a abordagem de tratamento mais adequada deve ser determinada individualmente por um profissional médico qualificado e após uma avaliação clínica e laboratorial. Quanto à prevenção, o foco principal reside em manter boas práticas de higiene. É fundamental lavar as mãos antes de comer, ao preparar alimentos e após usar o banheiro. Também é imprescindível lavar corretamente frutas, legumes e verduras antes de consumi-los, dando preferência ao consumo de vegetais cozidos, pois o calor ajuda a eliminar bactérias potencialmente nocivas. Evitar compartilhar utensílios pessoais, como copos e talheres, auxilia a prevenir a transmissão da bactéria, bem como consumir água de fontes seguras e tratadas.  Adotando essas práticas, é possível diminuir os riscos de contaminação inicial pela H. pylori e evitar a reinfecção após o tratamento. Esteja sempre atento aos sinais que o seu corpo fornece. Caso perceba a combinação de alguns dos sintomas relatados e de forma persistente, procure por orientações médicas para que o seu problema de saúde seja corretamente identificado e tratado.  Além da infecção por H. pylori, outras condições que podem afetar diretamente o sistema digestivo são as gastroenterites. Se quiser saber mais sobre elas, acesse o conteúdo informativo sobre o que são as gastroenterites. Sabin avisa: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial. Referências: Biblioteca Virtual em Saúde. O que é Helicobacter pylori? Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-e-helicobacter-pylori/. Acesso em: 25/04/2024. Mayo Clinic. Helicobacter pylori (H. pylori) infection. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/h-pylori/symptoms-causes/syc-20356171. Acesso em: 25/04/2024. Malfertheiner, P., Camargo, M.C., El-Omar, E. et al. Helicobacter pylori infection. Nat Rev Dis Primers 9, 19 (2023). doi: /10.1038/s41572-023-00431-8. Muzaheed. Helicobacter pylori Oncogenicity: Mechanism, Prevention, and Risk Factors. ScientificWorldJournal. 2020 Jul 12;2020:3018326. doi: 10.1155/2020/3018326 Sharndama HC, Mba IE. Helicobacter pylori: an up-to-date overview on the virulence and pathogenesis mechanisms. Braz J Microbiol. 2022 Mar;53(1):33-50. doi: 10.1007/s42770-021-00675-0