Sabin Por: Sabin
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A gastroenterite é uma infecção causada por diferentes microrganismos, que afeta o estômago e os intestinos delgado e grosso, podendo causar sintomas incômodos como cólicas abdominais, vômito, diarreia e desidratação.

A maioria dos casos são tratados como uma doença autolimitada, apenas com o manejo e tratamento dos sintomas. Já em crianças, principalmente abaixo dos cinco anos, e pessoas imunocomprometidas, a gastroenterite pode evoluir para complicações graves de saúde.

Dados coletados em uma pesquisa global com participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) estimam que o número de óbitos de crianças menores de cinco anos provocados pela gastroenterite, em países de baixa e média renda, foi superior a 300 mil, sendo o rotavírus o microrganismo mais prevalente.

Nesse contexto, é fundamental que a população esteja ciente dos riscos associados às gastroenterites, bem como estratégias de prevenção. Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre as principais causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção da doença. Boa leitura!

O que é gastroenterite?

A gastroenterite é uma inflamação que atinge o trato gastrointestinal, o conjunto de órgãos responsáveis pela digestão. Ela pode ser desencadeada por diversos agentes, sendo as infecções virais, bacterianas e parasitárias as causas mais comuns.

Os vírus rotavírus e norovírus e as bactérias Salmonella, Campilobacter, Shigella e Escherichia coli são os microrganismos mais comumente associados à doença. A transmissão ocorre por meio do contato próximo com pessoas doentes, o consumo de água ou alimentos contaminados e a falta de hábitos de higiene adequados. Portanto, lavar as mãos regularmente e garantir a procedência segura dos alimentos são atitudes simples, mas fundamentais para a prevenção da gastroenterite.

No verão, é comum observar um aumento no número de casos da doença. As altas temperaturas podem criar condições propícias para a multiplicação desses microrganismos, aumentando o risco de infecções. Por isso, é importante redobrar os cuidados com a higiene pessoal e a manipulação de alimentos durante essa época do ano, sobretudo em viagens a locais não conhecidos.

Quais os sintomas da gastroenterite?

Os sintomas da gastroenterite podem surgir entre um e três dias após a infecção, apresentando uma variação da intensidade, a depender do agente causador. Geralmente, a sintomatologia perdura por poucos dias, embora, ocasionalmente, possa se estender por até 15 dias em casos mais graves. Os principais sintomas incluem:

  • diarreia aquosa, normalmente sem a presença de sangue;
  • sensação de náusea e episódios de vômito;
  • cólicas abdominais e dores no estômago;
  • eventuais dores musculares ou dor de cabeça;
  • febre leve.

Quando a inflamação da gastroenterite concentra-se principalmente no estômago, os sintomas proeminentes envolvem náuseas e vômitos. Já quando os intestinos são mais afetados, o quadro é caracterizado por cólicas abdominais e diarreia. Não é raro, no entanto, que o paciente experimente uma condição com inflamação abrangente, manifestando-se simultaneamente vômitos e diarreia. Vale destacar que a diarreia com sangue indica, muitas vezes, uma infecção mais severa e distinta.

O rotavírus (o principal agente causador das gastroenterites) é altamente transmissível entre crianças e pode ocasionar infecções recorrentes devido a diferentes variantes virais, o que faz com que as crianças possam ter múltiplos episódios de infecção nos primeiros anos de vida.

A primeira ocorrência costuma ser a mais severa, uma vez que o corpo acaba por desenvolver imunidade (resistência) ao vírus nas infecções subsequentes. Dessa forma, crianças com menos de dois anos e adultos imunossuprimidos enfrentam um risco aumentado de complicações da doença e podem requerer tratamento hospitalar em casos mais graves.

Como é feito o diagnóstico e tratamento?

O diagnóstico da gastroenterite inicia-se com avaliação clínica pelo médico, considerando os sintomas apresentados pelo paciente e seu histórico clínico. O médico poderá também solicitar exames adicionais, como o de fezes para identificar o agente causador da doença. Esses exames ajudam no diagnóstico e a direcionar o tratamento de forma mais precisa e eficaz.

Em muitos casos, o tratamento da doença não exige medicamentos específicos, mas o manejo dos sintomas como cólicas, diarreia e desidratação. Beber bastante líquido, preferencialmente água e soluções reidratantes, ajuda a manter o organismo hidratado e auxilia na composição adequada de eletrólitos.

Como a gastroenterite é uma doença autolimitada, ou seja, tende a se resolver de maneira natural, o quadro clínico costuma melhorar em alguns dias. É importante descansar e evitar alimentos de difícil digestão até que os sintomas diminuam.

Em situações mais graves, especialmente quando a gastroenterite é causada por uma infecção bacteriana, pode ser necessário o uso de antibióticos. Entretanto, é fundamental ressaltar que o médico é quem deverá avaliar a necessidade desse tipo de tratamento. O uso indiscriminado de antibióticos não é benéfico e, em alguns casos, pode até agravar a situação.

Como prevenir gastroenterites?

Um hábito simples, como lavar as mãos com água e sabão antes das refeições, é essencial para a prevenção da gastroenterite. Igualmente, lavar frutas, verduras e os utensílios domésticos utilizados para preparar e servir as refeições ajuda a eliminar possíveis microrganismos patogênicos. 

Quando estiver fora de casa e tiver acesso a alimentos de procedência desconhecida, é preferível escolher alimentos cozidos e bebidas engarrafadas. Locais com saneamento básico precário podem representar um risco maior. Sendo assim, procure evitar essas áreas para preservar sua saúde. 

Para as crianças recém-nascidas, o aleitamento materno é de suma importância, pois auxilia no fortalecimento da imunidade e diminui o risco de quadros inflamatórios e infecciosos. Além disso, existem vacinas disponíveis que oferecem proteção contra agentes infecciosos, como o rotavírus. A vacina é recomendada para crianças de dois meses, com um reforço da dose aos quatro meses. 

Agora que você entendeu como surgem e como prevenir as gastroenterites, indicamos a leitura do Guia sobre os impactos da alimentação saudável no desenvolvimento das crianças, para garantir o crescimento saudável do seu filho e prevenir o surgimento de doenças.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Ministério da Saúde. Rotavírus. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/rotavirus. Acesso em: 09/01/2024.

Fundação Oswaldo Cruz. Pesquisa mapeia causas de internações por diarreia infantil. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-mapeia-causas-de-internacoes-por-diarreia-infantil. Acesso em: 09/01/2024.

Mayo Clinic. Viral gastroenteritis. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/viral-gastroenteritis/symptoms-causes/syc-20378847. Acesso em: 09/01/2024.World Health Organization. Rotavirus gastroenteritis. Disponível em: https://www.emro.who.int/health-topics/rotavirus-gastroenteritis/disease-and-epidemiology.html. Acesso em: 09/01/2024.

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O que são gastroenterites? Saiba como se proteger; A gastroenterite é uma infecção causada por diferentes microrganismos, que afeta o estômago e os intestinos delgado e grosso, podendo causar sintomas incômodos como cólicas abdominais, vômito, diarreia e desidratação. A maioria dos casos são tratados como uma doença autolimitada, apenas com o manejo e tratamento dos sintomas. Já em crianças, principalmente abaixo dos cinco anos, e pessoas imunocomprometidas, a gastroenterite pode evoluir para complicações graves de saúde. Dados coletados em uma pesquisa global com participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) estimam que o número de óbitos de crianças menores de cinco anos provocados pela gastroenterite, em países de baixa e média renda, foi superior a 300 mil, sendo o rotavírus o microrganismo mais prevalente. Nesse contexto, é fundamental que a população esteja ciente dos riscos associados às gastroenterites, bem como estratégias de prevenção. Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre as principais causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção da doença. Boa leitura! O que é gastroenterite? A gastroenterite é uma inflamação que atinge o trato gastrointestinal, o conjunto de órgãos responsáveis pela digestão. Ela pode ser desencadeada por diversos agentes, sendo as infecções virais, bacterianas e parasitárias as causas mais comuns. Os vírus rotavírus e norovírus e as bactérias Salmonella, Campilobacter, Shigella e Escherichia coli são os microrganismos mais comumente associados à doença. A transmissão ocorre por meio do contato próximo com pessoas doentes, o consumo de água ou alimentos contaminados e a falta de hábitos de higiene adequados. Portanto, lavar as mãos regularmente e garantir a procedência segura dos alimentos são atitudes simples, mas fundamentais para a prevenção da gastroenterite. No verão, é comum observar um aumento no número de casos da doença. As altas temperaturas podem criar condições propícias para a multiplicação desses microrganismos, aumentando o risco de infecções. Por isso, é importante redobrar os cuidados com a higiene pessoal e a manipulação de alimentos durante essa época do ano, sobretudo em viagens a locais não conhecidos. Quais os sintomas da gastroenterite? Os sintomas da gastroenterite podem surgir entre um e três dias após a infecção, apresentando uma variação da intensidade, a depender do agente causador. Geralmente, a sintomatologia perdura por poucos dias, embora, ocasionalmente, possa se estender por até 15 dias em casos mais graves. Os principais sintomas incluem: diarreia aquosa, normalmente sem a presença de sangue; sensação de náusea e episódios de vômito; cólicas abdominais e dores no estômago; eventuais dores musculares ou dor de cabeça; febre leve. Quando a inflamação da gastroenterite concentra-se principalmente no estômago, os sintomas proeminentes envolvem náuseas e vômitos. Já quando os intestinos são mais afetados, o quadro é caracterizado por cólicas abdominais e diarreia. Não é raro, no entanto, que o paciente experimente uma condição com inflamação abrangente, manifestando-se simultaneamente vômitos e diarreia. Vale destacar que a diarreia com sangue indica, muitas vezes, uma infecção mais severa e distinta. O rotavírus (o principal agente causador das gastroenterites) é altamente transmissível entre crianças e pode ocasionar infecções recorrentes devido a diferentes variantes virais, o que faz com que as crianças possam ter múltiplos episódios de infecção nos primeiros anos de vida. A primeira ocorrência costuma ser a mais severa, uma vez que o corpo acaba por desenvolver imunidade (resistência) ao vírus nas infecções subsequentes. Dessa forma, crianças com menos de dois anos e adultos imunossuprimidos enfrentam um risco aumentado de complicações da doença e podem requerer tratamento hospitalar em casos mais graves. Como é feito o diagnóstico e tratamento? O diagnóstico da gastroenterite inicia-se com avaliação clínica pelo médico, considerando os sintomas apresentados pelo paciente e seu histórico clínico. O médico poderá também solicitar exames adicionais, como o de fezes para identificar o agente causador da doença. Esses exames ajudam no diagnóstico e a direcionar o tratamento de forma mais precisa e eficaz. Em muitos casos, o tratamento da doença não exige medicamentos específicos, mas o manejo dos sintomas como cólicas, diarreia e desidratação. Beber bastante líquido, preferencialmente água e soluções reidratantes, ajuda a manter o organismo hidratado e auxilia na composição adequada de eletrólitos. Como a gastroenterite é uma doença autolimitada, ou seja, tende a se resolver de maneira natural, o quadro clínico costuma melhorar em alguns dias. É importante descansar e evitar alimentos de difícil digestão até que os sintomas diminuam. Em situações mais graves, especialmente quando a gastroenterite é causada por uma infecção bacteriana, pode ser necessário o uso de antibióticos. Entretanto, é fundamental ressaltar que o médico é quem deverá avaliar a necessidade desse tipo de tratamento. O uso indiscriminado de antibióticos não é benéfico e, em alguns casos, pode até agravar a situação. Como prevenir gastroenterites? Um hábito simples, como lavar as mãos com água e sabão antes das refeições, é essencial para a prevenção da gastroenterite. Igualmente, lavar frutas, verduras e os utensílios domésticos utilizados para preparar e servir as refeições ajuda a eliminar possíveis microrganismos patogênicos.  Quando estiver fora de casa e tiver acesso a alimentos de procedência desconhecida, é preferível escolher alimentos cozidos e bebidas engarrafadas. Locais com saneamento básico precário podem representar um risco maior. Sendo assim, procure evitar essas áreas para preservar sua saúde.  Para as crianças recém-nascidas, o aleitamento materno é de suma importância, pois auxilia no fortalecimento da imunidade e diminui o risco de quadros inflamatórios e infecciosos. Além disso, existem vacinas disponíveis que oferecem proteção contra agentes infecciosos, como o rotavírus. A vacina é recomendada para crianças de dois meses, com um reforço da dose aos quatro meses.  Agora que você entendeu como surgem e como prevenir as gastroenterites, indicamos a leitura do Guia sobre os impactos da alimentação saudável no desenvolvimento das crianças, para garantir o crescimento saudável do seu filho e prevenir o surgimento de doenças. Sabin avisa: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial. Referências: Ministério da Saúde. Rotavírus. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/rotavirus. Acesso em: 09/01/2024. Fundação Oswaldo Cruz. Pesquisa mapeia causas de internações por diarreia infantil. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-mapeia-causas-de-internacoes-por-diarreia-infantil. Acesso em: 09/01/2024. Mayo Clinic. Viral gastroenteritis. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/viral-gastroenteritis/symptoms-causes/syc-20378847. Acesso em: 09/01/2024.World Health Organization. Rotavirus gastroenteritis. Disponível em: https://www.emro.who.int/health-topics/rotavirus-gastroenteritis/disease-and-epidemiology.html. Acesso em: 09/01/2024.