Sabin Por: Sabin
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A pandemia de covid-19 trouxe à tona uma série de dúvidas que tínhamos sobre assuntos que, até então, pareciam ser compreendidos de forma consensual pela sociedade. Um deles é a vacinação, que se tornou tema de debates e discussões, algo que não acontecia há algumas décadas.

Mas, afinal, qual é a importância da vacinação? Como as vacinas agem no organismo? A sua aplicação é acompanhada por riscos? Quais são as vacinas que precisamos tomar para estarmos prevenidos?

Continue a leitura e descubra a resposta para essas e muitas outras perguntas neste guia completo sobre o tema vacinação preparado pelo Sabin especialmente para você e toda a sua família.

Como surgiram as vacinas?

Antes de entender a importância da vacinação, que tal conhecer um pouco a história das vacinas? Veja a seguir como tudo aconteceu.

Como tudo começou?

Estima-se que os primeiros conceitos foram utilizados antes do nascimento de Cristo, no leste asiático. Naquela época, agulhas esfregadas nas feridas de doentes eram espetadas em pacientes saudáveis, a fim de prevenir as infecções.

No entanto, pouco se sabia sobre essa tradição até meados de 1730, quando ela foi descrita pelo inglês Robert Coult. Esse conhecimento chamou a atenção de outros profissionais — entre eles, o irlandês J. Z. Hollwell —, que continuaram os estudos sobre o tema, mas sem realmente avançar até a elaboração da vacina.

E a primeira vacina? Como foi desenvolvida?

O desenvolvimento da primeira vacina aconteceu algumas décadas depois da publicação de Coult, em 1730. A data era 1796, e o responsável pelo feito foi outro médico de origem britânica, chamado Edward Jenner.

Nessa época, a Europa estava enfrentando uma epidemia de varíola, doença potencialmente mortal que é caracterizada pela presença de inúmeras bolhas pelo corpo do paciente. O médico, então, observou que as vacas da região apresentavam lesões parecidas com as causadas em humanos pelo vírus.

Curioso, ele continuou observando e percebeu que as mulheres que ordenhavam as vacas não morriam pela varíola, ao contrário do restante da população. Descobriu, então, que o vírus vaccinia, das vacas, protegia as ordenhadoras da variedade letal da doença. Elas até chegavam a desenvolver sintomas — como as bolhas —, mas se recuperavam e não apresentavam grandes problemas com o decorrer da doença.

Como Edward Jenner testou a sua teoria?

O escolhido para testagem da vacina foi James Phipps, uma criança saudável de oito anos de idade. Edward Jenner utilizou o pus obtido das feridas das vacas acometidas pela versão bovina da varíola e desenvolveu uma espécie de soro a partir dele. 

Em seguida, inoculou a fórmula na criança, que desenvolveu alguns sintomas leves (como febre) e se recuperou rapidamente. A próxima fase dos testes aconteceu a partir da exposição do menino ao vírus humano. Esse foi um grande risco, mas o pequeno James não desenvolveu nenhum sintoma nocivo e se mostrou imunizado.

Quais doenças já foram erradicadas pelas vacinas?

Ao longo da história, apenas a varíola foi erradicada em escala mundial. No entanto, doenças como a poliomielite passaram por erradicações regionais, graças à implementação de um esquema vacinal. A expectativa para a pólio é de que ela seja a segunda doença viral totalmente erradicada do planeta. Esse é um passo muito importante e que demonstra a importância da vacinação.

A erradicação de uma doença acontece quando não existem mais casos na população, a exemplo da varíola que que desapareceu e hoje se encontra em contenção em laboratórios de segurança máxima. 

Conheça mais sobre as doenças imunopreveníveis, ou seja, doenças que podem ser prevenidas por vacinas:

Varíola

Dois séculos depois dos estudos de Jenner, em 1977, a varíola passou a ser considerada erradicada no mundo graças à vacinação. Ela é uma doença causada por um vírus e tem potencial de fatalidade de 30%. Seus sintomas incluem febre, mal-estar intenso e formação de lesões pelo corpo. 

Poliomielite

Conhecida como pólio, essa doença compromete os neurônios motores, causando fraqueza muscular e paralisia aguda, principalmente em crianças e por isto é chamada também de paralisia infantil. No Brasil, é considerada erradicada desde 1989. 

É causada por três sorotipos de poliovírus (tipo 1, tipo 2 e tipo 3) e causa sintomas como febre, mal-estar, dores pelo corpo, espasmos, rigidez na região do pescoço e, em casos mais graves, a paralisação dos membros.

Tétano

Otétano é uma doença grave e a principal medida de prevenção contra ela é a vacinação. É causada por uma toxina originada de uma bactéria. A forma de infecção dessa enfermidade se dá pela introdução de esporos através da pele e mucosas (ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza. Não há transmissão direta de um indivíduo para outro. 

O seu principal sintoma é a tensão muscular generalizada, causando até mesmo enrijecimentos e contraturas. Em casos extremos, a doença pode levar à morte. Outro tipo de maior gravidade é o tétano do recém-nascido, que ocorre nos primeiros 28 dias de vida, apresentando inicialmente dificuldade de sucção, irritabilidade e choro constante. É também evitável pela vacinação das gestantes. 

Rubéola

A rubéola, uma doença viral, que apresenta alta contagiosidade, é particularmente perigosa para as gestantes, já que pode causar má-formação fetal. Sua importância está relacionada ao risco de abortos, natimortos e à síndrome da rubéola congênita (SRC). A transmissão ocorre por meio de contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. 

O vírus é disseminado por gotículas ou pelo contato direto com pessoas infectadas. Os sintomas surgem como:

  • manchinhas (exantema maculopapular e puntiforme difuso), com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para o tronco e os membros;
  • febre baixa;
  • nódulos atrás das orelhas e região do pescoço.

Às vezes é assintomático, principalmente em crianças. Nos adolescentes e adultos, apresenta febre baixa, dor de cabeça, dores generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite, coriza e tosse. 

Sarampo

O sarampo é uma doença viral infecciosa aguda e potencialmente grave, além de ser extremamente contagiosa. É uma enfermidade que ocorre no mundo todo, com variação sazonal com aumento entre o final do inverno. 

Nos últimos anos o sarampo voltou a ser uma preocupação. Chegou a ser considerada eliminada no Brasil e no mundo, mas recentemente ganhou espaço na mídia pelas baixas coberturas e ocorrências de surtos. Ela é transmitida por meio de secreções nasofaríngeas, ao tossir, espirrar, falar ou respirar, características que explicam a elevada contagiosidade da doença. 

Catapora

Assim como o sarampo, a catapora (ou varicela) é uma doença aguda, altamente contagiosa, caracterizada por manchas vermelhas pelo corpo que evoluem da forma de vesículas para pústulas e, posteriormente, forma crostas. Esse processo leva em torno de três a quatro dias. 

Além disso, pode ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos (gerais). Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada (ou seja, se resolve sozinha, apenas com tratamento de suporte). Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante.

Quais vacinas são necessárias para uma vida saudável? 

A seguir, veja algumas das vacinas mais importantes para ter uma vida saudável.

BCG

A vacina contra a tuberculose é a primeira a ser aplicada nos recém-nascidos. O seu objetivo é garantir a imunização contra a tuberculose, uma doença potencialmente fatal que, graças a esse imunizante, tem se tornado cada vez mais incomum no Brasil. Ela é aplicada em dose única.

Hepatite B

A vacinação contra a hepatite B é feita logo após o nascimento, já que os recém-nascidos de mães com o vírus da hepatite B devem receber imunoglobulina humana anti-hepatite B e a primeira dose do esquema vacinal ainda na maternidade. 

As demais doses serão feitas aos 2, 4 e 6 meses, com a vacina penta. Nesse caso, reforça-se a importância de a vacina hepatite B ser administrada na sala de parto ou nas primeiras 12 horas e, se não for possível, em até 24 horas após o parto. Essa vacina faz parte do pré-natal da gestante.

Tetravalente (DTP + Hib)

A vacina tetravalente atua contra uma série de patologias. Esse imunizante protege as pessoas da difteria, do tétano, da coqueluche, um tipo da meningite, pela bactéria hemófilo influenza (Hib). A primeira dose é aplicada aos dois meses de vida, garantindo uma infância segura para os pequenos.

VOP

A sigla VOP corresponde à vacina oral contra a pólio. Essa é uma vacina simples que deixa as crianças livres dos males da paralisia infantil. É a famosa “gotinha”, cuja campanha encabeçada pelo personagem Zé Gotinha mudou a vida de milhões de crianças brasileiras e fez com que a doença fosse erradicada no país.

VIP

A VIP (Vacina Inativada da Poliomielite) é outra vacina contra a pólio. Esse imunizante é injetável e é, atualmente, o mais utilizado em várias regiões do mundo. Entre as suas vantagens em relação à VOP, podemos citar o maior poder de imunização. Ela pode – e deve – ser combinada com a vacina oral.

VORH

Essa sigla corresponde à vacina oral de rotavírus humano e protege a criançada contra um tipo de vírus que provoca diarreia, principalmente em crianças e pessoas debilitadas. As diarreias podem gerar problemas muito graves e causar até mesmo a morte do paciente.

SCR

Conhecida também como tríplice viral, a SCR é comumente aplicada a partir do primeiro ano de vida da criança. Ela protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba. Ela é composta por uma 1ª dose e uma dose de reforço, que persistem por toda a vida, assim como quem já teve a doença.

No Brasil, a vacina tríplice viral está licenciada em combinação com a vacina de varicela (catapora). É apresentada, então, como uma tetraviral que combate o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela. Existe também a vacina de varicela monovalente.

Febre amarela

A vacinação contra febre amarela é segura e altamente eficaz na proteção contra a doença, com 90 a 98% de proteção. Os anticorpos protetores aparecem entre o 7º e o 10º dia após a aplicação da vacina, razão pela qual a vacinação deve ocorrer ao menos 10 dias antes de se ingressar em área de risco da doença. 

É indicada para a partir de 9 meses de idade a pessoas que morem em regiões em que a doença é mais prevalente. Além disso, quem vai viajar para esses locais também deve se imunizar. Sendo assim, é uma vacina para todas as idades. Contraindicada para mulheres amamentando bebês menores de 6 meses de idade.

HPV

A vacinação contra HPV é fundamental para a prevenção contra casos do câncer de colo de útero, um dos mais prevalentes entre as mulheres. Ela é indicada a meninas de 9 a 14 anos, mas os meninos também devem receber esta vacina com esquema de duas doses. Outras pessoas também podem ser imunizadas, homens até 26 anos e mulheres até 45 anos de idade com esquema de três doses. 

Covid-19

Por fim, temos as vacinas contra a covid-19, um verdadeiro marco no assunto. Elas foram desenvolvidas com muita rapidez e trouxeram diversas dúvidas à tona. No entanto, têm demonstrado ser uma ferramenta fundamental no controle da pandemia, reduzindo consideravelmente o número de mortes ao redor do mundo.

Para saber mais sobre esses e outros imunizantes, confira o nosso guia sobre vacinas e tire todas as suas dúvidas!

Como é o calendário de vacinação?

O calendário de vacinação é um documento que reúne as principais vacinas do esquema vacinal brasileiro, trazendo os imunizantes que devem ser aplicados na população desde a infância até a terceira idade.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), um dos melhores programas de vacinação do mundo, responsável pelas normas e procedimentos de vacinação no país elabora e atualiza, sistematicamente, um documento que mostra exatamente quais são as vacinas essenciais, quantas doses devem ser aplicadas e quando elas precisam ser ministradas na população.

Veja, a seguir, as vacinas do calendário da criança (ao nascer até 9 anos de idade) que devem ser aplicadas no Brasil:

  • ao nascer — BCG e hepatite B;
  • 1 mês — hepatite B;
  • 2 meses — tetravalente, poliomielite e rotavírus;
  • 3 meses – Pneumocócica e meningocócica;
  • 4 meses — tetravalente, poliomielite e rotavírus;
  • 5 meses – Pneumocócica e meningocócica;
  • 6 meses — tetravalente, poliomielite e hepatite B, Influenza;
  • 9 meses — Febre amarela;
  • 12 meses — SCR ou tríplice viral;
  • 15 meses — poliomielite viral, DTP;
  • 4 a 6 anos — DTP e SRC ou tríplice viral;
  • 4 anos — febre amarela, reforço;
  • HPV – a partir de 9 anos

Seguir o calendário de vacinação é uma das melhores maneiras de cuidar de toda a família e garantir que todos estejam devidamente protegidos. Por isso, fique atento às datas e não atrase nenhuma dose! 

Onde podem ser ministradas?

As vacinas podem ser ministradas em diversos estabelecimentos da área da saúde. É fundamental que eles tenham o suporte necessário para acondicionar as vacinas do modo correto e seguro. Todas as vacinas devem ser refrigeradas a uma temperatura entre 2ºC e 8ºC, além de outros detalhes.

Por isso, os lugares indicados para a imunização da população são:

  • Rede pública – postos e centros de saúde – Unidades básicas de Saúde (UBS), Centro de Referências de Imunobiológicos Especiais – CRIEs
  • Rede privada – clínicas de vacinação 
  • Domiciliar, empresas, escolas (Campanhas)
  • Entre outros.

Além da vacinação realizada na rede física também pode ser feita em outros pontos preparados e regularizados pela vigilância sanitária, a exemplo da campanha de vacinação de covid-19 em drive-thru em que shoppings, estacionamentos, parques e outros locais são utilizados para ampliar o acesso da população às vacinas.

As vacinas oferecem algum tipo de risco para a saúde?

Agora, é hora de desvendarmos uma das principais perguntas entre os mitos e verdades sobre vacinas! A resposta é: depende. As vacinas são como medicamentos, ou seja, têm uma bula que deve ser considerada antes da aplicação em qualquer paciente. E, claro, cada caso é único.

Alguns imunizantes, por exemplo, contêm albumina, proteína da clara dos ovos, em sua composição. Por isso, não são indicados aos pacientes que apresentam alergia a esse ingrediente. Sendo assim, é importante conhecer as contraindicações de cada vacina antes de utilizá-las.

Além disso, assim como os medicamentos, podem produzir efeitos colaterais em potencial a alguns os pacientes que são sensíveis, não em todas as pessoas. Alguns dos mais comuns incluem dor e calor no local da aplicação, febre ou febrícula, mal-estar, dores de cabeça, e outros.

Efeitos graves são raríssimos, mas podem, sim, acontecer. No entanto, isso não significa que você não deva se imunizar. Os riscos de contaminação pelas doenças que as vacinas evitam são muito maiores. A dica sempre é: caso note qualquer alteração, vá a um médico o quanto antes. Assim, o problema poderá ser tratado.

Como é o processo de elaboração e distribuição das vacinas?

Para uma vacina ser liberada para uso humano, ela passa por inúmeras fases de teste (estudos) que confirmam não só a sua eficácia na produção de anticorpos (falaremos mais sobre eles em breve), mas também a sua segurança.

As etapas envolvidas nesse processo são:

  • desenvolvimento — aqui, os cientistas identificam quais são as áreas ou estruturas do agente causador de doença que poderão ser utilizadas e começam os estudos sobre o assunto;
  • fase de testes — são feitos testes em animais e, após a aprovação desses, começa a testagem em pessoas voluntárias;
  • publicação — aqui, é feita a publicação dos dados obtidos nos testes e estudos, com informações sobre eficácia, segurança, efeitos colaterais e mais;
  • aprovação — nessa etapa, o órgão responsável aprova o uso da vacina na população (no caso do Brasil, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária);
  • distribuição — na etapa final, é feita a distribuição do imunizante para todos os postos de aplicação do Brasil.

Quais são os tipos de vacinas?

Os imunizantes são feitos de diferentes maneiras, com o uso de técnicas distintas. Alguns exemplos são as vacinas feitas com vírus vivos e as que são produzidas com vírus mortos, além de outras. Conheça os tipos a seguir!

Soros

Soros são um tipo de imunização passiva. Nesse caso, o paciente tem acesso aos anticorpos contra uma determinada doença. É uma atitude normalmente emergencial, como a raiva, uma doença 100% fatal, caso o tratamento não seja iniciado imediatamente.

Vacinas feitas com vírus vivos atenuados

As vacinas, por sua vez, fazem parte da imunização ativa, ou seja, fazem com que o corpo produza anticorpos para combater as doenças. Os imunizantes de vírus atenuados são fabricados com agentes virais enfraquecidos. Alguns exemplos são a vacina BCG, a de poliomielite e a tríplice viral.

Vacinas feitas com vírus inativados ou mortos

Nesse caso, são utilizados vírus inativos, mortos. Trazem efeitos colaterais mais rápidos, normalmente graças à inflamação gerada pela aplicação. Exemplos de imunizantes com vírus inativados são a vacina contra HPV, a contra a gripe, e a tríplice bacteriana, que atua contra difteria, tétano e coqueluche.

Vacinas feitas com o RNA dos vírus

Nesse caso, é utilizado um pedaço do código genético do vírus em questão para gerar a resposta imunológica contra a doença. Um bom exemplo desse tipo de vacina é o imunizante fabricado pela Pfizer, no caso do combate à covid-19.

Vacinas feitas com o vetor viral

A vacinação de vetor viral também utiliza conceitos ligados ao código genético do vírus, mas são relacionadas à ação de uma proteína específica desse processo. No caso dos imunizantes contra a covid-19, temos dois exemplos que utilizam os vetores virais: a Janssen e a AstraZeneca.

Há um tipo mais eficaz do que outro?

Não. Todas as vacinas, como visto, passam por fases de teste, que garantem a sua eficácia e segurança. Os tipos de vacina são apenas formas diferentes de obter resultados eficazes.

Em alguns casos, a eficácia pode variar um pouco (em porcentagem) de um tipo de imunizante para o outro (como é o caso das vacinas de covid-19). No entanto, isso não interfere na prevenção às doenças. Ou seja: uma vez que o imunizante tenha sido aprovado, ele é considerado eficaz.

Como elas funcionam no corpo humano?

As vacinas funcionam a partir da preparação do sistema imunológico para o combate a doenças específicas, por meio de processos conhecidos como memória e resposta imunológicas. Continue a leitura e descubra mais detalhes!

Sistema imunológico

O primeiro passo para compreender o funcionamento das vacinas no organismo é entender o que é conhecido como sistema imunológico.

Ele nada mais é do que um conjunto de órgãos, estruturas e células (glóbulos brancos, entre eles os leucócitos, linfócitos e macrófagos) que, juntos, atuam na proteção do organismo contra possíveis invasores (vírus, bactérias, fungos, entre outros).

Momento da aplicação

Os processos que serão explicados a seguir se iniciam logo após a aplicação do imunizante. Com a sua inoculação no organismo do paciente, a resposta imune já inicia o processo de formação de anticorpos entre 7 e 14 dias.

Vale lembrar que as vacinas são aplicadas via intramuscular, normalmente nos braços. O braço escolhido é indiferente. Normalmente, se escolhe o esquerdo para facilitar a movimentação do paciente, mas você pode orientar o aplicador e mencionar que é canhoto, caso prefira.

Resposta imune

A resposta imunológica é o processo de formação dos anticorpos, que são glicoproteínas carregadoras de informações sobre um agente externo (chamado de antígeno) que causa doenças em nosso corpo.

Quando um antígeno (que pode ser um vírus ou uma bactéria, por exemplo) entra em nosso corpo, as células brancas se reúnem para identificar o invasor. Partes do agente externo se ligam às células de defesa que reagem e formam os anticorpos. Depois, atuam na destruição do perigo e na finalização da doença.

Memória imunológica

A memória imunológica ocorre depois de uma resposta imune primária contra um antígeno, que é o agente causador da reação, podendo ser um vírus ou uma bactéria, por exemplo.

Nessa resposta, são criadas células de memória, personalizadas para cada agente, e neste momento faz as células relembrarem ao nosso organismo de que a proteção deve ser reforçada. Elas ficam guardadas em nosso sistema imunológico por um tempo. Assim, no caso de entrarmos novamente em contato com aquele antígeno, as células já sabem o que fazer para combatê-lo.

A resposta imunológica secundária, que acontece no “segundo encontro” entre as células de defesa e o agente causador da doença, é muito mais rápida e intensa do que a primeira e envolve a ligação entre receptores dos glóbulos brancos (defesa) e proteínas ou estruturas dos vírus e bactérias.

Mecanismo de ação

O mecanismo de ação do sistema imunológico é, portanto, o seguinte: primeiro, há a entrada de um agente causador de doenças no organismo. Depois, as células de defesa entram em ação para conhecê-lo melhor e criar os anticorpos, que servirão para a memória imunológica.

Quando o mesmo agente entrar no organismo novamente, o processo será muito mais rápido. Afinal, etapas serão puladas, já que já existe um “arquivo” celular sobre aquela doença. Assim, o paciente desenvolve menos sintomas e se recupera com mais facilidade.

Vale a pena se vacinar?

Sim, vale muito a pena se vacinar! Com a vacinação, prepara o seu corpo para a possibilidade de contrair alguma doença. Lembrando que as vacinas não impedem que você se contamine, mas sim deixam o seu corpo pronto para combater a doença quando isso acontecer.

Elas funcionam a partir da inoculação de fragmentos ou estruturas relacionadas aos agentes causadores de doenças. O objetivo é fazer com que a resposta imune aconteça, os anticorpos sejam criados e a memória imunológica seja criada.

Dessa forma, caso você seja contaminado com algum patógeno, mas esteja vacinado, a memória imune será ativada e você dificilmente terá algum sintoma. Caso os tenha, eles serão mais leves e a sua recuperação, mais rápida. Vacinas salvam vidas!

Qual é a importância da vacinação?

Como vimos, as vacinas salvam vidas. Elas foram responsáveis pelo controle, erradicação ou diminuição drástica de muitas doenças ao redor do mundo. Com elas, questões como os índices de mortalidade infantil foram melhoradas, e também a qualidade de vida da população.

A vacinação é importante não só para que possamos nos prevenir contra doenças e estarmos sempre saudáveis. Ela é essencial também para a sociedade como um todo, fazendo com que epidemias e pandemias sejam prevenidas.

Portanto, se vacinar é uma questão de cidadania. Além de nos proteger, protegemos também ao próximo e aos seus familiares. É uma preocupação de saúde pública que envolve toda a população, tem um efeito coletivo.

Agora que você já sabe qual é a importância da vacinação e como as vacinas funcionam no corpo humano, não perca mais tempo. Corra e confira agora mesmo a sua carteirinha e veja se alguma dose está atrasada. Essa é uma atitude fundamental para a sua saúde e para a de toda a população!

Além das vacinas, é fundamental conhecer outras formas de se proteger contra doenças e melhorar a qualidade de vida, certo? Saiba, então, como abandonar o sedentarismo e adotar um estilo de vida mais saudável e implemente nossas dicas em seu dia a dia. Boa leitura!

importância da vacinação

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Qual é a importância da vacinação? Saiba como as vacinas funcionam no corpo humano; A pandemia de covid-19 trouxe à tona uma série de dúvidas que tínhamos sobre assuntos que, até então, pareciam ser compreendidos de forma consensual pela sociedade. Um deles é a vacinação, que se tornou tema de debates e discussões, algo que não acontecia há algumas décadas. Mas, afinal, qual é a importância da vacinação? Como as vacinas agem no organismo? A sua aplicação é acompanhada por riscos? Quais são as vacinas que precisamos tomar para estarmos prevenidos? Continue a leitura e descubra a resposta para essas e muitas outras perguntas neste guia completo sobre o tema vacinação preparado pelo Sabin especialmente para você e toda a sua família. Como surgiram as vacinas? Antes de entender a importância da vacinação, que tal conhecer um pouco a história das vacinas? Veja a seguir como tudo aconteceu. Como tudo começou? Estima-se que os primeiros conceitos foram utilizados antes do nascimento de Cristo, no leste asiático. Naquela época, agulhas esfregadas nas feridas de doentes eram espetadas em pacientes saudáveis, a fim de prevenir as infecções. No entanto, pouco se sabia sobre essa tradição até meados de 1730, quando ela foi descrita pelo inglês Robert Coult. Esse conhecimento chamou a atenção de outros profissionais — entre eles, o irlandês J. Z. Hollwell —, que continuaram os estudos sobre o tema, mas sem realmente avançar até a elaboração da vacina. E a primeira vacina? Como foi desenvolvida? O desenvolvimento da primeira vacina aconteceu algumas décadas depois da publicação de Coult, em 1730. A data era 1796, e o responsável pelo feito foi outro médico de origem britânica, chamado Edward Jenner. Nessa época, a Europa estava enfrentando uma epidemia de varíola, doença potencialmente mortal que é caracterizada pela presença de inúmeras bolhas pelo corpo do paciente. O médico, então, observou que as vacas da região apresentavam lesões parecidas com as causadas em humanos pelo vírus. Curioso, ele continuou observando e percebeu que as mulheres que ordenhavam as vacas não morriam pela varíola, ao contrário do restante da população. Descobriu, então, que o vírus vaccinia, das vacas, protegia as ordenhadoras da variedade letal da doença. Elas até chegavam a desenvolver sintomas — como as bolhas —, mas se recuperavam e não apresentavam grandes problemas com o decorrer da doença. Como Edward Jenner testou a sua teoria? O escolhido para testagem da vacina foi James Phipps, uma criança saudável de oito anos de idade. Edward Jenner utilizou o pus obtido das feridas das vacas acometidas pela versão bovina da varíola e desenvolveu uma espécie de soro a partir dele.  Em seguida, inoculou a fórmula na criança, que desenvolveu alguns sintomas leves (como febre) e se recuperou rapidamente. A próxima fase dos testes aconteceu a partir da exposição do menino ao vírus humano. Esse foi um grande risco, mas o pequeno James não desenvolveu nenhum sintoma nocivo e se mostrou imunizado. Quais doenças já foram erradicadas pelas vacinas? Ao longo da história, apenas a varíola foi erradicada em escala mundial. No entanto, doenças como a poliomielite passaram por erradicações regionais, graças à implementação de um esquema vacinal. A expectativa para a pólio é de que ela seja a segunda doença viral totalmente erradicada do planeta. Esse é um passo muito importante e que demonstra a importância da vacinação. A erradicação de uma doença acontece quando não existem mais casos na população, a exemplo da varíola que que desapareceu e hoje se encontra em contenção em laboratórios de segurança máxima.  Conheça mais sobre as doenças imunopreveníveis, ou seja, doenças que podem ser prevenidas por vacinas: Varíola Dois séculos depois dos estudos de Jenner, em 1977, a varíola passou a ser considerada erradicada no mundo graças à vacinação. Ela é uma doença causada por um vírus e tem potencial de fatalidade de 30%. Seus sintomas incluem febre, mal-estar intenso e formação de lesões pelo corpo.  Poliomielite Conhecida como pólio, essa doença compromete os neurônios motores, causando fraqueza muscular e paralisia aguda, principalmente em crianças e por isto é chamada também de paralisia infantil. No Brasil, é considerada erradicada desde 1989.  É causada por três sorotipos de poliovírus (tipo 1, tipo 2 e tipo 3) e causa sintomas como febre, mal-estar, dores pelo corpo, espasmos, rigidez na região do pescoço e, em casos mais graves, a paralisação dos membros. Tétano Otétano é uma doença grave e a principal medida de prevenção contra ela é a vacinação. É causada por uma toxina originada de uma bactéria. A forma de infecção dessa enfermidade se dá pela introdução de esporos através da pele e mucosas (ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza. Não há transmissão direta de um indivíduo para outro.  O seu principal sintoma é a tensão muscular generalizada, causando até mesmo enrijecimentos e contraturas. Em casos extremos, a doença pode levar à morte. Outro tipo de maior gravidade é o tétano do recém-nascido, que ocorre nos primeiros 28 dias de vida, apresentando inicialmente dificuldade de sucção, irritabilidade e choro constante. É também evitável pela vacinação das gestantes.  Rubéola A rubéola, uma doença viral, que apresenta alta contagiosidade, é particularmente perigosa para as gestantes, já que pode causar má-formação fetal. Sua importância está relacionada ao risco de abortos, natimortos e à síndrome da rubéola congênita (SRC). A transmissão ocorre por meio de contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas.  O vírus é disseminado por gotículas ou pelo contato direto com pessoas infectadas. Os sintomas surgem como: manchinhas (exantema maculopapular e puntiforme difuso), com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para o tronco e os membros; febre baixa; nódulos atrás das orelhas e região do pescoço. Às vezes é assintomático, principalmente em crianças. Nos adolescentes e adultos, apresenta febre baixa, dor de cabeça, dores generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite, coriza e tosse.  Sarampo O sarampo é uma doença viral infecciosa aguda e potencialmente grave, além de ser extremamente contagiosa. É uma enfermidade que ocorre no mundo todo, com variação sazonal com aumento entre o final do inverno.  Nos últimos anos o sarampo voltou a ser uma preocupação. Chegou a ser considerada eliminada no Brasil e no mundo, mas recentemente ganhou espaço na mídia pelas baixas coberturas e ocorrências de surtos. Ela é transmitida por meio de secreções nasofaríngeas, ao tossir, espirrar, falar ou respirar, características que explicam a elevada contagiosidade da doença.  Catapora Assim como o sarampo, a catapora (ou varicela) é uma doença aguda, altamente contagiosa, caracterizada por manchas vermelhas pelo corpo que evoluem da forma de vesículas para pústulas e, posteriormente, forma crostas. Esse processo leva em torno de três a quatro dias.  Além disso, pode ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos (gerais). Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada (ou seja, se resolve sozinha, apenas com tratamento de suporte). Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante. Quais vacinas são necessárias para uma vida saudável?  A seguir, veja algumas das vacinas mais importantes para ter uma vida saudável. BCG A vacina contra a tuberculose é a primeira a ser aplicada nos recém-nascidos. O seu objetivo é garantir a imunização contra a tuberculose, uma doença potencialmente fatal que, graças a esse imunizante, tem se tornado cada vez mais incomum no Brasil. Ela é aplicada em dose única. Hepatite B A vacinação contra a hepatite B é feita logo após o nascimento, já que os recém-nascidos de mães com o vírus da hepatite B devem receber imunoglobulina humana anti-hepatite B e a primeira dose do esquema vacinal ainda na maternidade.  As demais doses serão feitas aos 2, 4 e 6 meses, com a vacina penta. Nesse caso, reforça-se a importância de a vacina hepatite B ser administrada na sala de parto ou nas primeiras 12 horas e, se não for possível, em até 24 horas após o parto. Essa vacina faz parte do pré-natal da gestante. Tetravalente (DTP + Hib) A vacina tetravalente atua contra uma série de patologias. Esse imunizante protege as pessoas da difteria, do tétano, da coqueluche, um tipo da meningite, pela bactéria hemófilo influenza (Hib). A primeira dose é aplicada aos dois meses de vida, garantindo uma infância segura para os pequenos. VOP A sigla VOP corresponde à vacina oral contra a pólio. Essa é uma vacina simples que deixa as crianças livres dos males da paralisia infantil. É a famosa “gotinha”, cuja campanha encabeçada pelo personagem Zé Gotinha mudou a vida de milhões de crianças brasileiras e fez com que a doença fosse erradicada no país. VIP A VIP (Vacina Inativada da Poliomielite) é outra vacina contra a pólio. Esse imunizante é injetável e é, atualmente, o mais utilizado em várias regiões do mundo. Entre as suas vantagens em relação à VOP, podemos citar o maior poder de imunização. Ela pode – e deve – ser combinada com a vacina oral. VORH Essa sigla corresponde à vacina oral de rotavírus humano e protege a criançada contra um tipo de vírus que provoca diarreia, principalmente em crianças e pessoas debilitadas. As diarreias podem gerar problemas muito graves e causar até mesmo a morte do paciente. SCR Conhecida também como tríplice viral, a SCR é comumente aplicada a partir do primeiro ano de vida da criança. Ela protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba. Ela é composta por uma 1ª dose e uma dose de reforço, que persistem por toda a vida, assim como quem já teve a doença. No Brasil, a vacina tríplice viral está licenciada em combinação com a vacina de varicela (catapora). É apresentada, então, como uma tetraviral que combate o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela. Existe também a vacina de varicela monovalente. Febre amarela A vacinação contra febre amarela é segura e altamente eficaz na proteção contra a doença, com 90 a 98% de proteção. Os anticorpos protetores aparecem entre o 7º e o 10º dia após a aplicação da vacina, razão pela qual a vacinação deve ocorrer ao menos 10 dias antes de se ingressar em área de risco da doença.  É indicada para a partir de 9 meses de idade a pessoas que morem em regiões em que a doença é mais prevalente. Além disso, quem vai viajar para esses locais também deve se imunizar. Sendo assim, é uma vacina para todas as idades. Contraindicada para mulheres amamentando bebês menores de 6 meses de idade. HPV A vacinação contra HPV é fundamental para a prevenção contra casos do câncer de colo de útero, um dos mais prevalentes entre as mulheres. Ela é indicada a meninas de 9 a 14 anos, mas os meninos também devem receber esta vacina com esquema de duas doses. Outras pessoas também podem ser imunizadas, homens até 26 anos e mulheres até 45 anos de idade com esquema de três doses.  Covid-19 Por fim, temos as vacinas contra a covid-19, um verdadeiro marco no assunto. Elas foram desenvolvidas com muita rapidez e trouxeram diversas dúvidas à tona. No entanto, têm demonstrado ser uma ferramenta fundamental no controle da pandemia, reduzindo consideravelmente o número de mortes ao redor do mundo. Para saber mais sobre esses e outros imunizantes, confira o nosso guia sobre vacinas e tire todas as suas dúvidas! Como é o calendário de vacinação? O calendário de vacinação é um documento que reúne as principais vacinas do esquema vacinal brasileiro, trazendo os imunizantes que devem ser aplicados na população desde a infância até a terceira idade. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), um dos melhores programas de vacinação do mundo, responsável pelas normas e procedimentos de vacinação no país elabora e atualiza, sistematicamente, um documento que mostra exatamente quais são as vacinas essenciais, quantas doses devem ser aplicadas e quando elas precisam ser ministradas na população. Veja, a seguir, as vacinas do calendário da criança (ao nascer até 9 anos de idade) que devem ser aplicadas no Brasil: ao nascer — BCG e hepatite B; 1 mês — hepatite B; 2 meses — tetravalente, poliomielite e rotavírus; 3 meses – Pneumocócica e meningocócica; 4 meses — tetravalente, poliomielite e rotavírus; 5 meses – Pneumocócica e meningocócica; 6 meses — tetravalente, poliomielite e hepatite B, Influenza; 9 meses — Febre amarela; 12 meses — SCR ou tríplice viral; 15 meses — poliomielite viral, DTP; 4 a 6 anos — DTP e SRC ou tríplice viral; 4 anos — febre amarela, reforço; HPV – a partir de 9 anos Seguir o calendário de vacinação é uma das melhores maneiras de cuidar de toda a família e garantir que todos estejam devidamente protegidos. Por isso, fique atento às datas e não atrase nenhuma dose!  Onde podem ser ministradas? As vacinas podem ser ministradas em diversos estabelecimentos da área da saúde. É fundamental que eles tenham o suporte necessário para acondicionar as vacinas do modo correto e seguro. Todas as vacinas devem ser refrigeradas a uma temperatura entre 2ºC e 8ºC, além de outros detalhes. Por isso, os lugares indicados para a imunização da população são: Rede pública – postos e centros de saúde – Unidades básicas de Saúde (UBS), Centro de Referências de Imunobiológicos Especiais - CRIEs Rede privada – clínicas de vacinação  Domiciliar, empresas, escolas (Campanhas) Entre outros. Além da vacinação realizada na rede física também pode ser feita em outros pontos preparados e regularizados pela vigilância sanitária, a exemplo da campanha de vacinação de covid-19 em drive-thru em que shoppings, estacionamentos, parques e outros locais são utilizados para ampliar o acesso da população às vacinas. As vacinas oferecem algum tipo de risco para a saúde? Agora, é hora de desvendarmos uma das principais perguntas entre os mitos e verdades sobre vacinas! A resposta é: depende. As vacinas são como medicamentos, ou seja, têm uma bula que deve ser considerada antes da aplicação em qualquer paciente. E, claro, cada caso é único. Alguns imunizantes, por exemplo, contêm albumina, proteína da clara dos ovos, em sua composição. Por isso, não são indicados aos pacientes que apresentam alergia a esse ingrediente. Sendo assim, é importante conhecer as contraindicações de cada vacina antes de utilizá-las. Além disso, assim como os medicamentos, podem produzir efeitos colaterais em potencial a alguns os pacientes que são sensíveis, não em todas as pessoas. Alguns dos mais comuns incluem dor e calor no local da aplicação, febre ou febrícula, mal-estar, dores de cabeça, e outros. Efeitos graves são raríssimos, mas podem, sim, acontecer. No entanto, isso não significa que você não deva se imunizar. Os riscos de contaminação pelas doenças que as vacinas evitam são muito maiores. A dica sempre é: caso note qualquer alteração, vá a um médico o quanto antes. Assim, o problema poderá ser tratado. Como é o processo de elaboração e distribuição das vacinas? Para uma vacina ser liberada para uso humano, ela passa por inúmeras fases de teste (estudos) que confirmam não só a sua eficácia na produção de anticorpos (falaremos mais sobre eles em breve), mas também a sua segurança. As etapas envolvidas nesse processo são: desenvolvimento — aqui, os cientistas identificam quais são as áreas ou estruturas do agente causador de doença que poderão ser utilizadas e começam os estudos sobre o assunto; fase de testes — são feitos testes em animais e, após a aprovação desses, começa a testagem em pessoas voluntárias; publicação — aqui, é feita a publicação dos dados obtidos nos testes e estudos, com informações sobre eficácia, segurança, efeitos colaterais e mais; aprovação — nessa etapa, o órgão responsável aprova o uso da vacina na população (no caso do Brasil, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária); distribuição — na etapa final, é feita a distribuição do imunizante para todos os postos de aplicação do Brasil. Quais são os tipos de vacinas? Os imunizantes são feitos de diferentes maneiras, com o uso de técnicas distintas. Alguns exemplos são as vacinas feitas com vírus vivos e as que são produzidas com vírus mortos, além de outras. Conheça os tipos a seguir! Soros Soros são um tipo de imunização passiva. Nesse caso, o paciente tem acesso aos anticorpos contra uma determinada doença. É uma atitude normalmente emergencial, como a raiva, uma doença 100% fatal, caso o tratamento não seja iniciado imediatamente. Vacinas feitas com vírus vivos atenuados As vacinas, por sua vez, fazem parte da imunização ativa, ou seja, fazem com que o corpo produza anticorpos para combater as doenças. Os imunizantes de vírus atenuados são fabricados com agentes virais enfraquecidos. Alguns exemplos são a vacina BCG, a de poliomielite e a tríplice viral. Vacinas feitas com vírus inativados ou mortos Nesse caso, são utilizados vírus inativos, mortos. Trazem efeitos colaterais mais rápidos, normalmente graças à inflamação gerada pela aplicação. Exemplos de imunizantes com vírus inativados são a vacina contra HPV, a contra a gripe, e a tríplice bacteriana, que atua contra difteria, tétano e coqueluche. Vacinas feitas com o RNA dos vírus Nesse caso, é utilizado um pedaço do código genético do vírus em questão para gerar a resposta imunológica contra a doença. Um bom exemplo desse tipo de vacina é o imunizante fabricado pela Pfizer, no caso do combate à covid-19. Vacinas feitas com o vetor viral A vacinação de vetor viral também utiliza conceitos ligados ao código genético do vírus, mas são relacionadas à ação de uma proteína específica desse processo. No caso dos imunizantes contra a covid-19, temos dois exemplos que utilizam os vetores virais: a Janssen e a AstraZeneca. Há um tipo mais eficaz do que outro? Não. Todas as vacinas, como visto, passam por fases de teste, que garantem a sua eficácia e segurança. Os tipos de vacina são apenas formas diferentes de obter resultados eficazes. Em alguns casos, a eficácia pode variar um pouco (em porcentagem) de um tipo de imunizante para o outro (como é o caso das vacinas de covid-19). No entanto, isso não interfere na prevenção às doenças. Ou seja: uma vez que o imunizante tenha sido aprovado, ele é considerado eficaz. Como elas funcionam no corpo humano? As vacinas funcionam a partir da preparação do sistema imunológico para o combate a doenças específicas, por meio de processos conhecidos como memória e resposta imunológicas. Continue a leitura e descubra mais detalhes! Sistema imunológico O primeiro passo para compreender o funcionamento das vacinas no organismo é entender o que é conhecido como sistema imunológico. Ele nada mais é do que um conjunto de órgãos, estruturas e células (glóbulos brancos, entre eles os leucócitos, linfócitos e macrófagos) que, juntos, atuam na proteção do organismo contra possíveis invasores (vírus, bactérias, fungos, entre outros). Momento da aplicação Os processos que serão explicados a seguir se iniciam logo após a aplicação do imunizante. Com a sua inoculação no organismo do paciente, a resposta imune já inicia o processo de formação de anticorpos entre 7 e 14 dias. Vale lembrar que as vacinas são aplicadas via intramuscular, normalmente nos braços. O braço escolhido é indiferente. Normalmente, se escolhe o esquerdo para facilitar a movimentação do paciente, mas você pode orientar o aplicador e mencionar que é canhoto, caso prefira. Resposta imune A resposta imunológica é o processo de formação dos anticorpos, que são glicoproteínas carregadoras de informações sobre um agente externo (chamado de antígeno) que causa doenças em nosso corpo. Quando um antígeno (que pode ser um vírus ou uma bactéria, por exemplo) entra em nosso corpo, as células brancas se reúnem para identificar o invasor. Partes do agente externo se ligam às células de defesa que reagem e formam os anticorpos. Depois, atuam na destruição do perigo e na finalização da doença. Memória imunológica A memória imunológica ocorre depois de uma resposta imune primária contra um antígeno, que é o agente causador da reação, podendo ser um vírus ou uma bactéria, por exemplo. Nessa resposta, são criadas células de memória, personalizadas para cada agente, e neste momento faz as células relembrarem ao nosso organismo de que a proteção deve ser reforçada. Elas ficam guardadas em nosso sistema imunológico por um tempo. Assim, no caso de entrarmos novamente em contato com aquele antígeno, as células já sabem o que fazer para combatê-lo. A resposta imunológica secundária, que acontece no “segundo encontro” entre as células de defesa e o agente causador da doença, é muito mais rápida e intensa do que a primeira e envolve a ligação entre receptores dos glóbulos brancos (defesa) e proteínas ou estruturas dos vírus e bactérias. Mecanismo de ação O mecanismo de ação do sistema imunológico é, portanto, o seguinte: primeiro, há a entrada de um agente causador de doenças no organismo. Depois, as células de defesa entram em ação para conhecê-lo melhor e criar os anticorpos, que servirão para a memória imunológica. Quando o mesmo agente entrar no organismo novamente, o processo será muito mais rápido. Afinal, etapas serão puladas, já que já existe um “arquivo” celular sobre aquela doença. Assim, o paciente desenvolve menos sintomas e se recupera com mais facilidade. Vale a pena se vacinar? Sim, vale muito a pena se vacinar! Com a vacinação, prepara o seu corpo para a possibilidade de contrair alguma doença. Lembrando que as vacinas não impedem que você se contamine, mas sim deixam o seu corpo pronto para combater a doença quando isso acontecer. Elas funcionam a partir da inoculação de fragmentos ou estruturas relacionadas aos agentes causadores de doenças. O objetivo é fazer com que a resposta imune aconteça, os anticorpos sejam criados e a memória imunológica seja criada. Dessa forma, caso você seja contaminado com algum patógeno, mas esteja vacinado, a memória imune será ativada e você dificilmente terá algum sintoma. Caso os tenha, eles serão mais leves e a sua recuperação, mais rápida. Vacinas salvam vidas! Qual é a importância da vacinação? Como vimos, as vacinas salvam vidas. Elas foram responsáveis pelo controle, erradicação ou diminuição drástica de muitas doenças ao redor do mundo. Com elas, questões como os índices de mortalidade infantil foram melhoradas, e também a qualidade de vida da população. A vacinação é importante não só para que possamos nos prevenir contra doenças e estarmos sempre saudáveis. Ela é essencial também para a sociedade como um todo, fazendo com que epidemias e pandemias sejam prevenidas. Portanto, se vacinar é uma questão de cidadania. Além de nos proteger, protegemos também ao próximo e aos seus familiares. É uma preocupação de saúde pública que envolve toda a população, tem um efeito coletivo. Agora que você já sabe qual é a importância da vacinação e como as vacinas funcionam no corpo humano, não perca mais tempo. Corra e confira agora mesmo a sua carteirinha e veja se alguma dose está atrasada. Essa é uma atitude fundamental para a sua saúde e para a de toda a população! Além das vacinas, é fundamental conhecer outras formas de se proteger contra doenças e melhorar a qualidade de vida, certo? Saiba, então, como abandonar o sedentarismo e adotar um estilo de vida mais saudável e implemente nossas dicas em seu dia a dia. Boa leitura!