Sabin Por: Sabin
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A celulite infecciosa é uma infecção bacteriana na pele que pode trazer sérias consequências para a saúde. Seus principais sintomas incluem rubor (vermelhidão), calor (aumento de temperatura), edema (aumento de volume) e dor na região da pele afetada.

Se não for devidamente tratada, a celulite infecciosa pode evoluir e causar graves complicações, como a septicemia, condição potencialmente fatal que ocorre quando a infecção deixa de ser localizada e atinge a corrente sanguínea, espalhando-se para qualquer parte do corpo (infecção generalizada).

Felizmente, existem tratamentos eficazes contra a celulite infecciosa. Por isso, é fundamental procurar auxílio médico em caso de suspeita de infecções na pele, e iniciar o tratamento o mais breve possível para evitar a piora do quadro clínico.

Neste conteúdo, você encontrará informações sobre quais as causas da celulite infecciosa, seus principais sintomas e como são feitos o diagnóstico e o tratamento.

O que é celulite infecciosa?

A celulite infecciosa é uma infecção bacteriana aguda que causa inflamação em camadas profundas da pele. É uma doença relativamente comum, com incidência estimada acima de 100 em cada 100 mil pessoas

A pele é um órgão que serve como uma barreira protetora, impedindo que bactérias e outros patógenos atinjam a circulação sanguínea ou o sistema linfático. Ela é constituída basicamente por três camadas, a epiderme, a derme e a hipoderme (ou subcutânea), sendo que cada uma delas possui diferentes subcamadas com funções específicas.

Quando há uma lesão cutânea, seja um corte, uma picada de inseto ou uma ferida decorrente de alguma doença (dermatite atópica ou herpes-zóster, por exemplo), abre-se uma “porta” para os microrganismos nas camadas da pele. No caso da celulite infecciosa, as bactérias invadem as camadas da derme e hipoderme, ou seja, aquelas mais profundas, que estão mais próximas a outros tecidos e vasos sanguíneos.

Além de lesões na pele, outros fatores podem aumentar os riscos de ter a celulite infecciosa, como a obesidade e a presença de condições que enfraquecem o sistema imunológico (diabetes, leucemia, aids, entre outras). Vale ressaltar que, quando há histórico de celulite, o risco de recorrência aumenta.

Embora, inicialmente, a celulite se manifeste como uma infecção superficial e  localizada, ela pode evoluir para uma infecção sistêmica generalizada (septicemia), devido à proximidade com os sistemas circulatório e linfático. As principais bactérias causadoras da celulite infecciosa são os cocos Gram-positivos, como o Staphylococcus aureus e o Streptococcus beta hemolítico do grupo A.

Qual a diferença da celulite infecciosa para a celulite comum?

Apesar da semelhança entre as terminologias, a celulite infecciosa não possui relação com a celulite comum. Na verdade, a celulite comum é uma condição chamada lipodistrofia ginoide e está relacionada com o depósito excessivo de gordura embaixo da pele, gerando o conhecido aspecto de “casca de laranja” em algumas partes do corpo, como na região das pernas e glúteos.

Quais os sintomas da celulite infecciosa?

Como mencionado, os sintomas iniciais mais comuns são inchaço, vermelhidão, dor, calor local e sensibilidade ao toque. A infecção pode atingir qualquer área do corpo, mas as regiões mais comumente afetadas são os membros inferiores (quadril, coxas, pernas e pés).

Com a piora do quadro, outros sintomas podem surgir, como febre alta (acima dos 38ºC), calafrios, mal-estar, fadiga, tonturas e dores musculares. Em  casos mais graves, pode-se observar a formação de bolhas e necrose.

Como o diagnóstico é realizado?

O diagnóstico da celulite infecciosa é clínico, por meio da avaliação da sintomatologia apresentada, exame físico e histórico do paciente. Exames laboratoriais complementares podem ser solicitados pelo médico conforme a gravidade do caso e incluem hemograma, hemoculturas, biópsias, entre outros.

Muitos dos sintomas apresentados podem ser confundidos com outras doenças, inclusive outras infecções de pele, como a erisipela, a qual atinge camadas mais superficiais, diferentemente da celulite infecciosa.

Assim, ao observar sinais que indiquem a doença, é imprescindível realizar o diagnóstico diferencial por meio de atendimento médico. Somente um especialista poderá definir o diagnóstico com precisão e indicar o tratamento adequado.

Qual o tratamento para a celulite infecciosa?

O tratamento consiste na utilização de antibióticos de uso oral ou injetável, em casos mais graves. Em geral, a celulite infecciosa tem um bom prognóstico, apresentando resultados satisfatórios, se o paciente cumprir corretamente o esquema terapêutico prescrito. Quando não há melhora dos sintomas, uma nova avaliação médica é realizada para definir a próxima abordagem terapêutica.

Outras terapias de suporte também podem ser utilizadas, principalmente com o uso de analgésicos,  para o alívio dos sintomas apresentados. Além do tratamento medicamentoso, é importante examinar a pele regularmente, trocar curativos e manter a lesão limpa.

Como prevenir a celulite infecciosa?

Como explicamos, a celulite infecciosa é desencadeada pela infecção da pele por bactérias. Para prevenir a doença, é essencial adotar medidas simples de higiene, como manter os machucados e feridas limpas e secas, e sempre lavar as mãos antes de tocar nas lesões para evitar contaminação.

A recorrência da celulite pode acontecer em cerca de 8 a 20% dos pacientes, com taxas globais chegando até 49%, segundo estudos. Pessoas que já apresentaram a condição no passado devem redobrar a atenção com a higiene pessoal e realizar tratamento imediato de cortes ou quaisquer outros tipos de lesões. Pacientes com celulite recorrente devem ser cuidadosamente avaliados quanto a outros fatores predisponentes, como edema de membros inferiores, linfedema, dermatite, entre outros. 

São também recomendadas as seguintes medidas: realizar exames periódicos dos membros inferiores; manter a pele hidratada para evitar ressecamento e possíveis rachaduras; e estar atento a sinais de infecção em acnes e picadas de inseto.

A celulite é um problema sério de saúde e não deve ser negligenciada. Portanto, esteja vigilante aos sinais que seu corpo fornece e mantenha sempre suas consultas médicas e exames de rotina em dia. Para saber mais dicas sobre prevenção, indicamos a leitura do conteúdo sobre a importância da medicina preventiva. Boa leitura!

Referências:

Brown BD, Hood Watson KL. Cellulitis. [Updated 2022 Aug 8]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK549770/

CDC. Cellulitis: All You Need to Know. Disponível em: https://www.cdc.gov/groupastrep/diseases-public/Cellulitis.html Acesso em: 22/03/2023.

Mayo. Cellulitis Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/cellulitis/symptoms-causes/syc-20370762 Acesso em: 23/03/2023

Sullivan T, de Barra E. Diagnosis and management of cellulitis. Clin Med (Lond). 2018 Mar;18(2):160-163. doi: 10.7861/clinmedicine.18-2-160

Raff AB, Kroshinsky D. Cellulitis: A Review. JAMA. 2016;316(3):325–337. doi:10.1001/jama.2016.8825

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Saiba o que é a celulite infecciosa e quais os sintomas; A celulite infecciosa é uma infecção bacteriana na pele que pode trazer sérias consequências para a saúde. Seus principais sintomas incluem rubor (vermelhidão), calor (aumento de temperatura), edema (aumento de volume) e dor na região da pele afetada. Se não for devidamente tratada, a celulite infecciosa pode evoluir e causar graves complicações, como a septicemia, condição potencialmente fatal que ocorre quando a infecção deixa de ser localizada e atinge a corrente sanguínea, espalhando-se para qualquer parte do corpo (infecção generalizada). Felizmente, existem tratamentos eficazes contra a celulite infecciosa. Por isso, é fundamental procurar auxílio médico em caso de suspeita de infecções na pele, e iniciar o tratamento o mais breve possível para evitar a piora do quadro clínico. Neste conteúdo, você encontrará informações sobre quais as causas da celulite infecciosa, seus principais sintomas e como são feitos o diagnóstico e o tratamento. O que é celulite infecciosa? A celulite infecciosa é uma infecção bacteriana aguda que causa inflamação em camadas profundas da pele. É uma doença relativamente comum, com incidência estimada acima de 100 em cada 100 mil pessoas.  A pele é um órgão que serve como uma barreira protetora, impedindo que bactérias e outros patógenos atinjam a circulação sanguínea ou o sistema linfático. Ela é constituída basicamente por três camadas, a epiderme, a derme e a hipoderme (ou subcutânea), sendo que cada uma delas possui diferentes subcamadas com funções específicas. Quando há uma lesão cutânea, seja um corte, uma picada de inseto ou uma ferida decorrente de alguma doença (dermatite atópica ou herpes-zóster, por exemplo), abre-se uma “porta” para os microrganismos nas camadas da pele. No caso da celulite infecciosa, as bactérias invadem as camadas da derme e hipoderme, ou seja, aquelas mais profundas, que estão mais próximas a outros tecidos e vasos sanguíneos. Além de lesões na pele, outros fatores podem aumentar os riscos de ter a celulite infecciosa, como a obesidade e a presença de condições que enfraquecem o sistema imunológico (diabetes, leucemia, aids, entre outras). Vale ressaltar que, quando há histórico de celulite, o risco de recorrência aumenta. Embora, inicialmente, a celulite se manifeste como uma infecção superficial e  localizada, ela pode evoluir para uma infecção sistêmica generalizada (septicemia), devido à proximidade com os sistemas circulatório e linfático. As principais bactérias causadoras da celulite infecciosa são os cocos Gram-positivos, como o Staphylococcus aureus e o Streptococcus beta hemolítico do grupo A. Qual a diferença da celulite infecciosa para a celulite comum? Apesar da semelhança entre as terminologias, a celulite infecciosa não possui relação com a celulite comum. Na verdade, a celulite comum é uma condição chamada lipodistrofia ginoide e está relacionada com o depósito excessivo de gordura embaixo da pele, gerando o conhecido aspecto de “casca de laranja” em algumas partes do corpo, como na região das pernas e glúteos. Quais os sintomas da celulite infecciosa? Como mencionado, os sintomas iniciais mais comuns são inchaço, vermelhidão, dor, calor local e sensibilidade ao toque. A infecção pode atingir qualquer área do corpo, mas as regiões mais comumente afetadas são os membros inferiores (quadril, coxas, pernas e pés). Com a piora do quadro, outros sintomas podem surgir, como febre alta (acima dos 38ºC), calafrios, mal-estar, fadiga, tonturas e dores musculares. Em  casos mais graves, pode-se observar a formação de bolhas e necrose. Como o diagnóstico é realizado? O diagnóstico da celulite infecciosa é clínico, por meio da avaliação da sintomatologia apresentada, exame físico e histórico do paciente. Exames laboratoriais complementares podem ser solicitados pelo médico conforme a gravidade do caso e incluem hemograma, hemoculturas, biópsias, entre outros. Muitos dos sintomas apresentados podem ser confundidos com outras doenças, inclusive outras infecções de pele, como a erisipela, a qual atinge camadas mais superficiais, diferentemente da celulite infecciosa. Assim, ao observar sinais que indiquem a doença, é imprescindível realizar o diagnóstico diferencial por meio de atendimento médico. Somente um especialista poderá definir o diagnóstico com precisão e indicar o tratamento adequado. Qual o tratamento para a celulite infecciosa? O tratamento consiste na utilização de antibióticos de uso oral ou injetável, em casos mais graves. Em geral, a celulite infecciosa tem um bom prognóstico, apresentando resultados satisfatórios, se o paciente cumprir corretamente o esquema terapêutico prescrito. Quando não há melhora dos sintomas, uma nova avaliação médica é realizada para definir a próxima abordagem terapêutica. Outras terapias de suporte também podem ser utilizadas, principalmente com o uso de analgésicos,  para o alívio dos sintomas apresentados. Além do tratamento medicamentoso, é importante examinar a pele regularmente, trocar curativos e manter a lesão limpa. Como prevenir a celulite infecciosa? Como explicamos, a celulite infecciosa é desencadeada pela infecção da pele por bactérias. Para prevenir a doença, é essencial adotar medidas simples de higiene, como manter os machucados e feridas limpas e secas, e sempre lavar as mãos antes de tocar nas lesões para evitar contaminação. A recorrência da celulite pode acontecer em cerca de 8 a 20% dos pacientes, com taxas globais chegando até 49%, segundo estudos. Pessoas que já apresentaram a condição no passado devem redobrar a atenção com a higiene pessoal e realizar tratamento imediato de cortes ou quaisquer outros tipos de lesões. Pacientes com celulite recorrente devem ser cuidadosamente avaliados quanto a outros fatores predisponentes, como edema de membros inferiores, linfedema, dermatite, entre outros.  São também recomendadas as seguintes medidas: realizar exames periódicos dos membros inferiores; manter a pele hidratada para evitar ressecamento e possíveis rachaduras; e estar atento a sinais de infecção em acnes e picadas de inseto. A celulite é um problema sério de saúde e não deve ser negligenciada. Portanto, esteja vigilante aos sinais que seu corpo fornece e mantenha sempre suas consultas médicas e exames de rotina em dia. Para saber mais dicas sobre prevenção, indicamos a leitura do conteúdo sobre a importância da medicina preventiva. Boa leitura! Referências: Brown BD, Hood Watson KL. Cellulitis. [Updated 2022 Aug 8]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK549770/ CDC. Cellulitis: All You Need to Know. Disponível em: https://www.cdc.gov/groupastrep/diseases-public/Cellulitis.html Acesso em: 22/03/2023. Mayo. Cellulitis Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/cellulitis/symptoms-causes/syc-20370762 Acesso em: 23/03/2023 Sullivan T, de Barra E. Diagnosis and management of cellulitis. Clin Med (Lond). 2018 Mar;18(2):160-163. doi: 10.7861/clinmedicine.18-2-160 Raff AB, Kroshinsky D. Cellulitis: A Review. JAMA. 2016;316(3):325–337. doi:10.1001/jama.2016.8825