Sabin Por: Sabin
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Nem todo mundo sabe o que é telemedicina, mas, pelo nome, não é difícil ter uma noção. O termo “tele”, na língua portuguesa, normalmente indica algo que acontece a distância, assim como os termos “telégrafo” ou “telepatia”.

A tecnologia e a transformação digital influenciaram mudanças em múltiplos segmentos da sociedade e do mercado, e não é diferente quando falamos na área da saúde. Com a pandemia da covid-19 e o distanciamento social que se fez necessário, de 2020 a abril de 2022, esse processo se acelerou ainda mais.

A proposta é disponibilizar serviços de saúde de forma remota, o que oferece uma alternativa favorável à praticidade, tanto para pacientes como para médicos. Então, que tal se aprofundar um pouco mais no tema? Para entender melhor sobre a telemedicina, continue a leitura!

O que é telemedicina?

A telemedicina consiste na disponibilização de serviços de saúde mental e física, mesmo quando médico e paciente não estão no mesmo local. Ou seja, em vez de precisar de uma consulta presencial para que o encontro entre os dois aconteça, é possível fazer o contato a distância, de qualquer lugar do mundo. Não importa se o médico está em um local e o paciente está em outra cidade, por exemplo.

Segundo a última Pesquisa Anual do FGVcia, o Brasil tem mais de 447 milhões de dispositivos digitais, como smartphones, notebooks, tablets e computadores, em utilização atualmente. Dentro desse cenário, portanto, por que não prestar o atendimento aos pacientes utilizando essas ferramentas?

Por meio de um software específico, um aplicativo de mensagens ou uma chamada de vídeo, o objetivo é conectar pacientes e médicos. A partir dessa conexão, é possível realizar consultas, esclarecer dúvidas, fazer diagnósticos e orientar tratamentos, muitas das tarefas necessárias para um atendimento completo e com excelente qualidade.

Como funciona a telemedicina?

A prática teve início no final da década de 1960, nos Estados Unidos. A ideia era conseguir prestar atendimentos de emergência aos aeroportos da região de Massachusetts. Com uma linha de comunicação direta, profissionais da saúde conseguiam realizar diagnósticos e orientar aqueles que estavam prestando os primeiros socorros. O suporte inicial, mesmo a distância, proporcionou um atendimento mais qualificado de imediato, o que foi fundamental em casos emergenciais. 

Com o tempo, a telemedicina foi evoluindo: dos aparelhos de televisão e telefones fixos, na década de 1960, até o uso das videochamadas. Uma prática que se popularizou em países como Canadá, Israel e também, é claro, Estados Unidos. No entanto, a qualidade dos equipamentos não era boa o suficiente para atender grande parcela da população, restringindo-se a casos mais específicos, como dos aeroportos em Massachusetts. 

A partir da transformação digital e o acesso mais fácil aos meios de comunicação mais modernos, a telemedicina se consolidou. Afinal, basta um smartphone para que um paciente faça contato com um médico.

Com tantos canais de comunicação disponíveis hoje em dia, a telemedicina ainda pode ser dividida em dois tipos de atendimento:

  • Síncrona: o atendimento acontece em tempo real e, na maioria das vezes, é realizado a partir de uma chamada de vídeo. O objetivo é aproximar, ao máximo, a experiência do paciente ao que ele está acostumado, no contato presencial. Assim, do conforto da sua casa ou onde quer que esteja, ele pode falar com um profissional da saúde especializado no assunto;
  • Assíncrona: a telemedicina também acontece sem ser em tempo real. Por meio de canais ágeis de troca de informações, como WhatsApp, SMS e até mesmo nas redes sociais, o paciente pode enviar perguntas menos urgentes ao médico, para que ele responda em algumas horas após o envio.

Dessa forma, a telemedicina vai se desenvolvendo e criando mecanismos para fazer o que realmente importa: aproximar médicos e pacientes que não estão geograficamente próximos e cuidar da saúde de quem precisa. Sempre no formato que for melhor para a relação e de acordo com a necessidade do contato, seja em tempo real ou a partir de uma troca de mensagens.

Nos próximos anos, a tendência é a consolidação da telemedicina. A pandemia reforçou ainda mais a importância da conexão a distância, já que demonstrou ser uma forma muito eficiente de oferecer o atendimento necessário e manter o isolamento social orientado.

Quais as práticas mais comuns da telemedicina?

Dentro da telemedicina, existem algumas práticas que são mais utilizadas por profissionais das mais variadas áreas e especialidades. Cardiologia, neurologia, radiologia, pneumologia e clínica médica são algumas das especialidades que mais utilizam essa alternativa de atendimento. As possibilidades, a partir do uso da tecnologia, são as mais variadas. Veja a seguir.

Teleconsultas

A teleconsulta é o procedimento mais comum dentro da telemedicina. Em resumo, se trata da consulta médica realizada a distância. Tudo é feito a partir da tecnologia, com o atendimento, na maioria dos casos, sendo realizado em tempo real. Um detalhe muito importante é o preenchimento de um prontuário eletrônico para garantir todo o cuidado necessário à segurança do paciente.

O atendimento via teleconsulta também pode acontecer de forma assíncrona, utilizando outros canais para manter a comunicação com o paciente, algumas horas ou dias depois do envio de uma dúvida ou um questionamento.

Teleconsultorias

A teleconsultoria é o contato feito por meio da tecnologia entre profissionais e gestores da área da saúde, visando discutir sobre determinados procedimentos, por exemplo. A ideia é facilitar a troca de informações entre especialistas de diferentes segmentos e, dessa forma, estabelecer a melhor conduta e orientação para o paciente.

Esse método é o mais parecido com aquele usado na década de 60, nos Estados Unidos, quando médicos prestavam uma consultoria remota aos socorristas sobre o que deveria ser feito em cada atendimento. 

Telediagnósticos

Como o nome já indica, telediagnósticos são os atendimentos que permitem avaliações e análises mais aprofundadas de exames do paciente. Tudo é feito a partir da comunicação via tecnologia, em que um profissional de saúde pode receber as imagens de um exame realizado pelo paciente, analisá-las e fazer o diagnóstico sobre o caso em questão.

Esse é um dos usos mais tradicionais da telemedicina, com a interpretação remota de imagens e gráficos acelerando o atendimento aos pacientes. A prática impacta diretamente na redução de custos, tanto para pacientes, quanto para clínicas e médicos. Além disso, pode evitar o deslocamento — muitas vezes, complexo — para receber o diagnóstico ou tratamento para uma doença.

Teleducação

A telemedicina também tem espaço para o aprimoramento de profissionais da saúde e médicos. Para isso, a teleducação permite que o contato com outros profissionais e especialistas seja realizado, mesmo a distância. Atualização de procedimentos, especializações, enfim, é possível explorar os recursos da tecnologia para continuar aprimorando o seu trabalho.

Quando um médico está participando de conferências on-line, cursos ou debates, sobre diferentes descobertas e abordagens em clínica médica ou em uma especialidade, ele está, portanto, usando a teleducação.

Qual a importância da telemedicina?

A praticidade que a telemedicina oferece garante uma série de outros benefícios. Os avanços tecnológicos permitem que o número de pacientes que buscam atendimento presencial diminua, podendo evitar a superlotação em hospitais e clínicas. Para se ter uma ideia, a telemedicina foi muito importante no início da pandemia no Brasil, reduzindo em até 64% o número de pacientes que buscava serviços presenciais de saúde.

Sem contar que a telemedicina é uma forma de atualizar a área da saúde, levando a tecnologia para atender quem mais precisa. Locais em que o atendimento não é tão eficaz, por não conseguirem atender a demanda de pacientes, podem se beneficiar dessa abordagem. Casos mais leves podem ser consultados por médicos que estejam distantes, enquanto profissionais da cidade se concentram em atendimentos mais urgentes, a exemplo da situação de superlotação citada.

A telemedicina é legal no Brasil?

A telemedicina tem crescido bastante no Brasil, mas sua regulamentação pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) aconteceu recentemente, por meio da Resolução CFM nº 2.314/2022.

A ideia inicial da proposta era exigir que a primeira consulta fosse presencial, para que paciente e médico se conhecessem melhor. Em seguida, seria autorizado o uso da telemedicina para prestar o atendimento necessário. Além disso, o documento exigia a presença de um segundo profissional de saúde para garantir mais segurança ao paciente.

Em março de 2020, o Ministério da Saúde (MS) fez o primeiro movimento para impulsionar o uso da telemedicina em todo o país. No documento publicado pelo órgão, foi autorizado, em caráter excepcional e temporário, que médicos e profissionais da saúde oferecessem atendimento aos pacientes a partir do uso da tecnologia. Pouco menos de um mês após essa primeira autorização do MS, foi publicada a Lei nº 13.989, destinada a implantar a telemedicina durante a pandemia de coronavírus.

Segundo a determinação, entende-se por telemedicina o exercício da medicina facilitado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde. A lei afirma que o profissional deve informar sobre os limites inerentes ao uso da telemedicina, tendo em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta. Sempre deve ser destacado que a consulta médica presencial é o padrão-ouro de atendimento médico. 

Quando o atendimento on-line é indicado?

A telemedicina pode ser útil para inúmeras situações, mas uma das mais eficientes é o acompanhamento durante o tratamento. Não à toa, um estudo feito pelo Massachusetts General Hospital mostra que 79% dos pacientes preferem o pós-atendimento virtual do que o presencial. Ou seja, após uma consulta inicial e um diagnóstico realizado, o paciente prefere a consulta on-line.

Em casos emergenciais, a telemedicina não é a opção mais adequada, uma vez que muitos procedimentos só podem ser feitos presencialmente. Mas, em situações que podem não exigir o contato físico, como o estágio inicial de uma gripe leve, é possível o monitoramento a distância. Então, com a definição do diagnóstico e a prescrição dos medicamentos necessários, o acompanhamento pode ser feito on-line.

A telemedicina também pode ser muito útil para esclarecer dúvidas corriqueiras, especialmente com o método assíncrono. O paciente envia uma dúvida por e-mail, WhatsApp ou SMS e o médico responde o questionamento em algumas horas. Isso evita que os dois lados esperem muito tempo aguardando uma consulta, o que otimiza todo o atendimento.

Em resumo, a telemedicina deve ser utilizada para triagem de pacientes, orientação inicial sobre uma dúvida e análise de sintomas. Querendo ou não, o atendimento remoto ainda é limitado, pois não permite a realização de uma cirurgia ou mesmo de um exame clínico.

Quais os principais benefícios da telemedicina?

Na prática, quais são os principais benefícios da telemedicina para os profissionais que investem nessa opção e para os pacientes que gozam dessa tecnologia? Como essa alternativa impacta no dia a dia dos médicos? Essas e outras dúvidas, você esclarece agora.

Benefícios gerais

Como vimos até aqui, a telemedicina pode ser bastante positiva para a rotina de atendimentos, não apenas para os profissionais da saúde, mas também para os pacientes. Confira os principais benefícios.

1. Aumento da produtividade

A produtividade é o ganho mais importante quando se fala em telemedicina. O médico que investe nessa opção de atendimento garante uma maior eficiência da sua rotina de trabalho. Imagine ter que se deslocar de um ponto da cidade para outro apenas para atender um paciente? Quantas horas são perdidas nas idas e vindas entre uma consulta e outra?

Ou pior: quantos atrasos atrapalham a agenda diariamente? Todas essas questões são resolvidas com a telemedicina, que permite a realização de um maior número de consultas. Para quem busca mais produtividade, adicionar o atendimento remoto ao portfólio pode ser uma alternativa interessante.

2. Ganho em agilidade

O ganho em produtividade também acontece pela maior agilidade que a telemedicina oferece. Muito por conta do prontuário eletrônico, é possível ter todas as informações do paciente em instantes, além de facilitar a atualização do documento on-line. Em uma rotina tradicionalmente corrida, a agilidade que o recurso oferece pode ser um atrativo para os médicos.

A agilidade também se reflete nos atendimentos, especialmente em relação ao tempo de espera entre uma consulta e outra. Como os atrasos são mais raros e os pacientes não têm que se deslocar, toda a dinâmica de atendimento é mais ágil e prática. Isso permite que o médico tenha mais consultas em sua agenda ao longo de um dia, por exemplo.

3. Troca de informações com outros profissionais

A telemedicina também pode ser utilizada como meio de comunicação entre profissionais da área da saúde. As chamadas teleconsultorias ou os momentos de teleducação garantem o acesso a mais informações e conhecimento. De forma prática, o médico pode se aprofundar um pouco mais, em um determinado caso, ou buscar por auxílio externo.

O melhor é que isso pode ser feito de forma simples e ágil, sem exigir a perda de muito tempo apenas para receber um outro parecer sobre um tratamento que está sendo analisado. Essa troca de informações se reflete em mais oportunidades de capacitação, garantindo que o médico esteja sempre em contato com novas tendências, conceitos e melhores práticas, nas diferentes especialidades.

4. Segurança e praticidade

Ao acabar o atendimento, o médico já tem todas as informações anotadas no prontuário eletrônico, dentro de uma nuvem, o que limita o acesso de outras pessoas a documentos físicos e garante que o prescritor possa acessá-los de qualquer lugar. A telemedicina oferece essa praticidade aos médicos, que ganham em segurança da informação e eficiência.

5. Evolução constante do serviço

Outro benefício gerado pela telemedicina é o constante aprimoramento das ferramentas e soluções utilizadas para prestar o atendimento remoto. Como é um método relativamente novo no Brasil e a tecnologia não para de evoluir, a tendência é que o serviço melhore, cada vez mais, para todas as partes envolvidas.

6. Aumento das oportunidades de atendimento

A telemedicina também amplia as oportunidades. Sem o tempo gasto para o deslocamento do médico até o consultório, a consulta remota poderá aumentar o número de pacientes programados para o atendimento.

A rotina se torna mais agradável e une três pontos essenciais: qualidade no atendimento, praticidade e atenção para o lado pessoal. Graças aos recursos da tecnologia, esse cenário se torna mais fácil de acontecer.

Benefícios para os pacientes

1. Contatos mais frequentes com os profissionais

Outro benefício da telemedicina é a possibilidade de criar maiores vínculos com os profissionais. Seja com a consulta on-line em tempo real, seja com a pergunta via mensagem de texto. As duas partes podem estabelecer contatos mais frequentes, o que reflete em uma maior adesão ao tratamento, além da maior satisfação para o paciente, é claro.

Como a confiança é parte fundamental para a relação saudável entre médico e paciente, a telemedicina pode ser uma forma de estreitar os laços. Mesmo em outra cidade, o paciente pode marcar consultas regulares com o profissional, algo que talvez não fosse possível se o atendimento fosse presencial, reduzindo os níveis de estresse que essas situações podem causar. Se uma das partes mudar, por exemplo, as consultas podem continuar.

2. Comodidade

A comodidade de conseguir realizar agendamentos e atendimentos em tempo real e, quando possível, em sua própria residência, faz com que os pacientes tenham acesso mais rápido ao tratamento necessário para a prevenção ou tratamento de doenças.

3. Acessibilidade

Muitos pacientes que têm necessidades singulares, como os que demandam maior atenção e/ou têm restrição de locomoção, muito se beneficiam com o não deslocamento para avaliações simples ou consultas de retorno. A telemedicina gera maior acessibilidade para o paciente, bem como a redução de custos gerados pelo deslocamento.

Como pudemos ver neste artigo, a telemedicina é o caminho natural para a área da saúde. Isso não significa que o atendimento presencial seja dispensável, entretanto, é possível realizar diferentes serviços mesmo a distância, gerando mais praticidade para médicos e pacientes, além de garantir a segurança e a privacidade dos dados. Esperamos que tenha gostado de saber mais sobre essa prática evidenciada pela pandemia de coronavírus. Até a próxima!

One thought on “Você sabe o que é telemedicina? Saiba como funciona e seus benefícios

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Você sabe o que é telemedicina? Saiba como funciona e seus benefícios; Nem todo mundo sabe o que é telemedicina, mas, pelo nome, não é difícil ter uma noção. O termo "tele", na língua portuguesa, normalmente indica algo que acontece a distância, assim como os termos "telégrafo" ou "telepatia". A tecnologia e a transformação digital influenciaram mudanças em múltiplos segmentos da sociedade e do mercado, e não é diferente quando falamos na área da saúde. Com a pandemia da covid-19 e o distanciamento social que se fez necessário, de 2020 a abril de 2022, esse processo se acelerou ainda mais. A proposta é disponibilizar serviços de saúde de forma remota, o que oferece uma alternativa favorável à praticidade, tanto para pacientes como para médicos. Então, que tal se aprofundar um pouco mais no tema? Para entender melhor sobre a telemedicina, continue a leitura! O que é telemedicina? A telemedicina consiste na disponibilização de serviços de saúde mental e física, mesmo quando médico e paciente não estão no mesmo local. Ou seja, em vez de precisar de uma consulta presencial para que o encontro entre os dois aconteça, é possível fazer o contato a distância, de qualquer lugar do mundo. Não importa se o médico está em um local e o paciente está em outra cidade, por exemplo. Segundo a última Pesquisa Anual do FGVcia, o Brasil tem mais de 447 milhões de dispositivos digitais, como smartphones, notebooks, tablets e computadores, em utilização atualmente. Dentro desse cenário, portanto, por que não prestar o atendimento aos pacientes utilizando essas ferramentas? Por meio de um software específico, um aplicativo de mensagens ou uma chamada de vídeo, o objetivo é conectar pacientes e médicos. A partir dessa conexão, é possível realizar consultas, esclarecer dúvidas, fazer diagnósticos e orientar tratamentos, muitas das tarefas necessárias para um atendimento completo e com excelente qualidade. Como funciona a telemedicina? A prática teve início no final da década de 1960, nos Estados Unidos. A ideia era conseguir prestar atendimentos de emergência aos aeroportos da região de Massachusetts. Com uma linha de comunicação direta, profissionais da saúde conseguiam realizar diagnósticos e orientar aqueles que estavam prestando os primeiros socorros. O suporte inicial, mesmo a distância, proporcionou um atendimento mais qualificado de imediato, o que foi fundamental em casos emergenciais.  Com o tempo, a telemedicina foi evoluindo: dos aparelhos de televisão e telefones fixos, na década de 1960, até o uso das videochamadas. Uma prática que se popularizou em países como Canadá, Israel e também, é claro, Estados Unidos. No entanto, a qualidade dos equipamentos não era boa o suficiente para atender grande parcela da população, restringindo-se a casos mais específicos, como dos aeroportos em Massachusetts.  A partir da transformação digital e o acesso mais fácil aos meios de comunicação mais modernos, a telemedicina se consolidou. Afinal, basta um smartphone para que um paciente faça contato com um médico. Com tantos canais de comunicação disponíveis hoje em dia, a telemedicina ainda pode ser dividida em dois tipos de atendimento: Síncrona: o atendimento acontece em tempo real e, na maioria das vezes, é realizado a partir de uma chamada de vídeo. O objetivo é aproximar, ao máximo, a experiência do paciente ao que ele está acostumado, no contato presencial. Assim, do conforto da sua casa ou onde quer que esteja, ele pode falar com um profissional da saúde especializado no assunto; Assíncrona: a telemedicina também acontece sem ser em tempo real. Por meio de canais ágeis de troca de informações, como WhatsApp, SMS e até mesmo nas redes sociais, o paciente pode enviar perguntas menos urgentes ao médico, para que ele responda em algumas horas após o envio. Dessa forma, a telemedicina vai se desenvolvendo e criando mecanismos para fazer o que realmente importa: aproximar médicos e pacientes que não estão geograficamente próximos e cuidar da saúde de quem precisa. Sempre no formato que for melhor para a relação e de acordo com a necessidade do contato, seja em tempo real ou a partir de uma troca de mensagens. Nos próximos anos, a tendência é a consolidação da telemedicina. A pandemia reforçou ainda mais a importância da conexão a distância, já que demonstrou ser uma forma muito eficiente de oferecer o atendimento necessário e manter o isolamento social orientado. Quais as práticas mais comuns da telemedicina? Dentro da telemedicina, existem algumas práticas que são mais utilizadas por profissionais das mais variadas áreas e especialidades. Cardiologia, neurologia, radiologia, pneumologia e clínica médica são algumas das especialidades que mais utilizam essa alternativa de atendimento. As possibilidades, a partir do uso da tecnologia, são as mais variadas. Veja a seguir. Teleconsultas A teleconsulta é o procedimento mais comum dentro da telemedicina. Em resumo, se trata da consulta médica realizada a distância. Tudo é feito a partir da tecnologia, com o atendimento, na maioria dos casos, sendo realizado em tempo real. Um detalhe muito importante é o preenchimento de um prontuário eletrônico para garantir todo o cuidado necessário à segurança do paciente. O atendimento via teleconsulta também pode acontecer de forma assíncrona, utilizando outros canais para manter a comunicação com o paciente, algumas horas ou dias depois do envio de uma dúvida ou um questionamento. Teleconsultorias A teleconsultoria é o contato feito por meio da tecnologia entre profissionais e gestores da área da saúde, visando discutir sobre determinados procedimentos, por exemplo. A ideia é facilitar a troca de informações entre especialistas de diferentes segmentos e, dessa forma, estabelecer a melhor conduta e orientação para o paciente. Esse método é o mais parecido com aquele usado na década de 60, nos Estados Unidos, quando médicos prestavam uma consultoria remota aos socorristas sobre o que deveria ser feito em cada atendimento.  Telediagnósticos Como o nome já indica, telediagnósticos são os atendimentos que permitem avaliações e análises mais aprofundadas de exames do paciente. Tudo é feito a partir da comunicação via tecnologia, em que um profissional de saúde pode receber as imagens de um exame realizado pelo paciente, analisá-las e fazer o diagnóstico sobre o caso em questão. Esse é um dos usos mais tradicionais da telemedicina, com a interpretação remota de imagens e gráficos acelerando o atendimento aos pacientes. A prática impacta diretamente na redução de custos, tanto para pacientes, quanto para clínicas e médicos. Além disso, pode evitar o deslocamento — muitas vezes, complexo — para receber o diagnóstico ou tratamento para uma doença. Teleducação A telemedicina também tem espaço para o aprimoramento de profissionais da saúde e médicos. Para isso, a teleducação permite que o contato com outros profissionais e especialistas seja realizado, mesmo a distância. Atualização de procedimentos, especializações, enfim, é possível explorar os recursos da tecnologia para continuar aprimorando o seu trabalho. Quando um médico está participando de conferências on-line, cursos ou debates, sobre diferentes descobertas e abordagens em clínica médica ou em uma especialidade, ele está, portanto, usando a teleducação. Qual a importância da telemedicina? A praticidade que a telemedicina oferece garante uma série de outros benefícios. Os avanços tecnológicos permitem que o número de pacientes que buscam atendimento presencial diminua, podendo evitar a superlotação em hospitais e clínicas. Para se ter uma ideia, a telemedicina foi muito importante no início da pandemia no Brasil, reduzindo em até 64% o número de pacientes que buscava serviços presenciais de saúde. Sem contar que a telemedicina é uma forma de atualizar a área da saúde, levando a tecnologia para atender quem mais precisa. Locais em que o atendimento não é tão eficaz, por não conseguirem atender a demanda de pacientes, podem se beneficiar dessa abordagem. Casos mais leves podem ser consultados por médicos que estejam distantes, enquanto profissionais da cidade se concentram em atendimentos mais urgentes, a exemplo da situação de superlotação citada. A telemedicina é legal no Brasil? A telemedicina tem crescido bastante no Brasil, mas sua regulamentação pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) aconteceu recentemente, por meio da Resolução CFM nº 2.314/2022. A ideia inicial da proposta era exigir que a primeira consulta fosse presencial, para que paciente e médico se conhecessem melhor. Em seguida, seria autorizado o uso da telemedicina para prestar o atendimento necessário. Além disso, o documento exigia a presença de um segundo profissional de saúde para garantir mais segurança ao paciente. Em março de 2020, o Ministério da Saúde (MS) fez o primeiro movimento para impulsionar o uso da telemedicina em todo o país. No documento publicado pelo órgão, foi autorizado, em caráter excepcional e temporário, que médicos e profissionais da saúde oferecessem atendimento aos pacientes a partir do uso da tecnologia. Pouco menos de um mês após essa primeira autorização do MS, foi publicada a Lei nº 13.989, destinada a implantar a telemedicina durante a pandemia de coronavírus. Segundo a determinação, entende-se por telemedicina o exercício da medicina facilitado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde. A lei afirma que o profissional deve informar sobre os limites inerentes ao uso da telemedicina, tendo em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta. Sempre deve ser destacado que a consulta médica presencial é o padrão-ouro de atendimento médico.  Quando o atendimento on-line é indicado? A telemedicina pode ser útil para inúmeras situações, mas uma das mais eficientes é o acompanhamento durante o tratamento. Não à toa, um estudo feito pelo Massachusetts General Hospital mostra que 79% dos pacientes preferem o pós-atendimento virtual do que o presencial. Ou seja, após uma consulta inicial e um diagnóstico realizado, o paciente prefere a consulta on-line. Em casos emergenciais, a telemedicina não é a opção mais adequada, uma vez que muitos procedimentos só podem ser feitos presencialmente. Mas, em situações que podem não exigir o contato físico, como o estágio inicial de uma gripe leve, é possível o monitoramento a distância. Então, com a definição do diagnóstico e a prescrição dos medicamentos necessários, o acompanhamento pode ser feito on-line. A telemedicina também pode ser muito útil para esclarecer dúvidas corriqueiras, especialmente com o método assíncrono. O paciente envia uma dúvida por e-mail, WhatsApp ou SMS e o médico responde o questionamento em algumas horas. Isso evita que os dois lados esperem muito tempo aguardando uma consulta, o que otimiza todo o atendimento. Em resumo, a telemedicina deve ser utilizada para triagem de pacientes, orientação inicial sobre uma dúvida e análise de sintomas. Querendo ou não, o atendimento remoto ainda é limitado, pois não permite a realização de uma cirurgia ou mesmo de um exame clínico. Quais os principais benefícios da telemedicina? Na prática, quais são os principais benefícios da telemedicina para os profissionais que investem nessa opção e para os pacientes que gozam dessa tecnologia? Como essa alternativa impacta no dia a dia dos médicos? Essas e outras dúvidas, você esclarece agora. Benefícios gerais Como vimos até aqui, a telemedicina pode ser bastante positiva para a rotina de atendimentos, não apenas para os profissionais da saúde, mas também para os pacientes. Confira os principais benefícios. 1. Aumento da produtividade A produtividade é o ganho mais importante quando se fala em telemedicina. O médico que investe nessa opção de atendimento garante uma maior eficiência da sua rotina de trabalho. Imagine ter que se deslocar de um ponto da cidade para outro apenas para atender um paciente? Quantas horas são perdidas nas idas e vindas entre uma consulta e outra? Ou pior: quantos atrasos atrapalham a agenda diariamente? Todas essas questões são resolvidas com a telemedicina, que permite a realização de um maior número de consultas. Para quem busca mais produtividade, adicionar o atendimento remoto ao portfólio pode ser uma alternativa interessante. 2. Ganho em agilidade O ganho em produtividade também acontece pela maior agilidade que a telemedicina oferece. Muito por conta do prontuário eletrônico, é possível ter todas as informações do paciente em instantes, além de facilitar a atualização do documento on-line. Em uma rotina tradicionalmente corrida, a agilidade que o recurso oferece pode ser um atrativo para os médicos. A agilidade também se reflete nos atendimentos, especialmente em relação ao tempo de espera entre uma consulta e outra. Como os atrasos são mais raros e os pacientes não têm que se deslocar, toda a dinâmica de atendimento é mais ágil e prática. Isso permite que o médico tenha mais consultas em sua agenda ao longo de um dia, por exemplo. 3. Troca de informações com outros profissionais A telemedicina também pode ser utilizada como meio de comunicação entre profissionais da área da saúde. As chamadas teleconsultorias ou os momentos de teleducação garantem o acesso a mais informações e conhecimento. De forma prática, o médico pode se aprofundar um pouco mais, em um determinado caso, ou buscar por auxílio externo. O melhor é que isso pode ser feito de forma simples e ágil, sem exigir a perda de muito tempo apenas para receber um outro parecer sobre um tratamento que está sendo analisado. Essa troca de informações se reflete em mais oportunidades de capacitação, garantindo que o médico esteja sempre em contato com novas tendências, conceitos e melhores práticas, nas diferentes especialidades. 4. Segurança e praticidade Ao acabar o atendimento, o médico já tem todas as informações anotadas no prontuário eletrônico, dentro de uma nuvem, o que limita o acesso de outras pessoas a documentos físicos e garante que o prescritor possa acessá-los de qualquer lugar. A telemedicina oferece essa praticidade aos médicos, que ganham em segurança da informação e eficiência. 5. Evolução constante do serviço Outro benefício gerado pela telemedicina é o constante aprimoramento das ferramentas e soluções utilizadas para prestar o atendimento remoto. Como é um método relativamente novo no Brasil e a tecnologia não para de evoluir, a tendência é que o serviço melhore, cada vez mais, para todas as partes envolvidas. 6. Aumento das oportunidades de atendimento A telemedicina também amplia as oportunidades. Sem o tempo gasto para o deslocamento do médico até o consultório, a consulta remota poderá aumentar o número de pacientes programados para o atendimento. A rotina se torna mais agradável e une três pontos essenciais: qualidade no atendimento, praticidade e atenção para o lado pessoal. Graças aos recursos da tecnologia, esse cenário se torna mais fácil de acontecer. Benefícios para os pacientes 1. Contatos mais frequentes com os profissionais Outro benefício da telemedicina é a possibilidade de criar maiores vínculos com os profissionais. Seja com a consulta on-line em tempo real, seja com a pergunta via mensagem de texto. As duas partes podem estabelecer contatos mais frequentes, o que reflete em uma maior adesão ao tratamento, além da maior satisfação para o paciente, é claro. Como a confiança é parte fundamental para a relação saudável entre médico e paciente, a telemedicina pode ser uma forma de estreitar os laços. Mesmo em outra cidade, o paciente pode marcar consultas regulares com o profissional, algo que talvez não fosse possível se o atendimento fosse presencial, reduzindo os níveis de estresse que essas situações podem causar. Se uma das partes mudar, por exemplo, as consultas podem continuar. 2. Comodidade A comodidade de conseguir realizar agendamentos e atendimentos em tempo real e, quando possível, em sua própria residência, faz com que os pacientes tenham acesso mais rápido ao tratamento necessário para a prevenção ou tratamento de doenças. 3. Acessibilidade Muitos pacientes que têm necessidades singulares, como os que demandam maior atenção e/ou têm restrição de locomoção, muito se beneficiam com o não deslocamento para avaliações simples ou consultas de retorno. A telemedicina gera maior acessibilidade para o paciente, bem como a redução de custos gerados pelo deslocamento. Como pudemos ver neste artigo, a telemedicina é o caminho natural para a área da saúde. Isso não significa que o atendimento presencial seja dispensável, entretanto, é possível realizar diferentes serviços mesmo a distância, gerando mais praticidade para médicos e pacientes, além de garantir a segurança e a privacidade dos dados. Esperamos que tenha gostado de saber mais sobre essa prática evidenciada pela pandemia de coronavírus. Até a próxima!