Sabin Por: Sabin
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A sigla DORT significa “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho” e é uma ampla terminologia para problemas de saúde que afetam os músculos, tendões, ligamentos e nervos.

São mais recorrentes em trabalhadores que realizam atividades que exigem movimentos repetitivos, como pessoas que atuam digitando em teclados de computador, operadores de máquinas, entre outros. A DORT não é considerada especificamente uma doença e, portanto, é fundamental a identificação precisa do problema para o correto tratamento.

A DORT possui alto impacto social para o trabalhador, influenciando não somente a vida profissional e a saúde física da pessoa, mas também aspectos emocionais e familiares. Por essas razões, a DORT é considerada um problema de saúde ocupacional de extrema relevância e, cada vez mais, busca-se implementar medidas de prevenção que minimizem os danos gerados por esses distúrbios.

Felizmente, as doenças englobadas na DORT são tratáveis e curáveis. Neste conteúdo, traremos informações muito importantes sobre os tipos mais comuns de DORT, suas causas, tratamentos e como realizar a prevenção.

Quais os tipos mais comuns de DORT?

Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais comuns são as tendinites, lombalgias e mialgias, que podem ocorrer em diferentes locais do corpo. A seguir, abordaremos em mais detalhes cada uma delas.

Tendinites

As tendinites são inflamações nos tendões, estruturas fibrosas que conectam a porção final dos músculos aos ossos. Os tendões desempenham um papel fundamental no movimento do corpo, permitindo que os músculos se contraiam e movam os ossos aos quais estão ligados. As tendinites podem envolver processos inflamatórios de um ou mais tendões, podendo ocorrer na região das mãos, punhos, cotovelos, ombros, joelhos, tornozelos ou pés.

Lombalgias

As lombalgias são dores que ocorrem na região lombar inferior, podendo irradiar para as nádegas e pernas (lombociatalgia, em referência ao nervo ciático). São classificadas de acordo com o seu tempo de duração: agudas (até três semanas) ou crônicas (mais de três semanas). A lombalgia é um problema bastante comum na população, que, na maioria dos casos, apresenta melhora espontânea do quadro.

Mialgias

Mialgia é o termo técnico para dor muscular em qualquer parte do corpo. Embora as mialgias estejam relacionadas a uma variedade de causas, como lesões, infecções (virais ou bacterianas) e doenças autoimunes, sem dúvidas, as atividades laborais estão entre os seus principais fatores causais.

A intensidade da mialgia varia de pessoa para pessoa e tem grande chance de desaparecer sem a necessidade de tratamento, podendo ser resolvida com alongamentos, descanso da região afetada ou aplicação de gelo, por exemplo. Caso haja persistência na dor acompanhada de outros sintomas, como inchaço e vermelhidão, um especialista deverá ser consultado para a realização de exames clínicos mais detalhados.

Qual a diferença entre DORT e LER?

A LER (Lesão por Esforço Repetitivo) é considerada um sinônimo de DORT para descrever dores, desconfortos e outros sintomas de origem muscular gerados pela execução de atividades repetitivas. No entanto, atualmente, recomenda-se a utilização da sigla DORT em substituição à LER, em razão de algumas justificativas específicas. 

A LER atribui a presença de manifestações musculoesqueléticas a esforços repetitivos, mas outros tipos de sobrecarga no trabalho também podem ser nocivas, como a sobrecarga estática (manutenção postural), excesso de força empregada para execução de tarefas, trabalhos executados com posturas inadequadas, entre outros.

Outro ponto que motivou essa troca de terminologia refere-se ao fato de que a maioria dos trabalhadores que apresentam algum sintoma musculoesquelético não necessariamente possui evidência de lesão muscular ou em outra estrutura do corpo.

Quais as causas de DORT?

Uma das principais causas de DORT são os aspectos relacionados à atividade  laboral. Um trabalhador tem mais chances de desenvolver esse tipo de distúrbio se fatores do ambiente de trabalho não forem devidamente respeitados.

A falta de treinamento e condicionamento físico para a execução das tarefas, local de trabalho inadequado, ausência de ferramentas específicas para a função executada, jornadas de trabalho longas e posturas inadequadas estão entre os principais fatores que contribuem para aumentar as chances de desenvolvimento de DORT.

Por outro lado, outros fatores que não estão diretamente ligados à função executada também podem contribuir de forma significativa para o surgimento do quadro. Entre eles, destacam-se predisposições individuais, como dificuldades locomotoras, presença de comorbidades, estresse, distúrbios psicológicos e hábitos de vida não saudáveis.

Alguns estudos associam a ocorrência de DORT com aspectos sociais, familiares e econômicos, inclusive em casos de insatisfação do trabalhador com o seu emprego. Essa pode ser uma explicação para os casos em que, mesmo sem a execução de movimentos repetitivos, há a presença de sinais como lombalgia ou mialgia, e também pode explicar a persistência dos sintomas e cronificação do problema, mesmo com a adoção do tratamento adequado.

Quais os sintomas de DORT?

Os sintomas de DORT variam de pessoa para pessoa, dependendo do tipo de distúrbio osteomuscular desencadeado e da gravidade da lesão. A dor é o sintoma mais comum, podendo variar de leve a intensa ou, ainda, ser classificada como aguda, latejante ou ardente. Pode piorar com a atividade e tende a melhorar com o repouso.

Na tendinite, outros sintomas podem surgir além da dor, como inchaço, vermelhidão, sensibilidade ao toque na região afetada e dificuldade de movimentação. Já na mialgia, podem ser observadas rigidez e fraqueza muscular.

Outros sintomas também são relatados, como sensação de formigamento ou dormência, o que pode indicar uma lesão em nervos, por exemplo. Fadiga e espasmos musculares também são sintomas comuns de DORT, especialmente após atividades que envolvem movimentos repetitivos ou esforços físicos intensos.

Sentir dor significa ter DORT?

Apesar de a dor ser o sintoma mais predominante, senti-la não quer dizer que a pessoa tenha DORT. Lembre-se que dores, em geral, podem ser desencadeadas por uma série de condições, estando ou não envolvidas com distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.

Para realizar o diagnóstico, é necessária a realização de exame físico, avaliação dos sintomas apresentados, histórico do paciente e fatores de risco relacionados à pessoa, que inclui análise do tipo e condições em que o trabalho é executado. Exames adicionais também podem ser solicitados, como exames de imagem e testes de função muscular.

É importante ressaltar que os sintomas podem piorar com o tempo se não forem tratados adequadamente. A dor crônica pode afetar significativamente a qualidade de vida da pessoa, não somente em relação à saúde física, mas também emocionalmente.

Portanto, na presença de sintomas que não melhoram, é fundamental buscar auxílio médico especializado para avaliação clínica e realização do tratamento adequado.

Impactos sociais da DORT

Fatores que afetem a saúde do trabalhador possuem também uma grande relevância nos âmbitos profissional e social. Sentir dor crônica pode gerar perdas de produtividade e limitar a capacidade da pessoa de executar tarefas relacionadas a sua profissão.

A DORT pode levar trabalhadores a elevados níveis de absenteísmo, ou seja, períodos prolongados de afastamento do trabalho, prejudicando o desempenho e aumentando as chances de demissão.

Conviver com dor crônica pode prejudicar a saúde e o bem-estar do indivíduo, impedindo a realização de tarefas do cotidiano e até mesmo o convívio social, levando ao isolamento e problemas de relacionamento. Devido à alta carga de estresse emocional, deve-se prestar atenção na saúde mental para que outros problemas, como ansiedade e depressão, não afetem a pessoa.

Como realizar o tratamento?

O tratamento de DORT envolve uma abordagem multidisciplinar com o objetivo de aliviar a dor, reduzir a inflamação, melhorar a função do local afetado e prevenir a recorrência do problema.

Recomenda-se a realização de repouso e afastamento ou modificação das atividades que estejam causando DORT para não piorar o quadro clínico. A depender do tipo de lesão, medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ser utilizados para a redução da dor e inflamação.

A fisioterapia é uma abordagem que auxilia no retorno da função do membro ou região afetada e redução da dor. Em casos mais graves e que não respondem aos outros tratamentos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.

Mudanças no ambiente de trabalho também ajudam a reduzir a carga e melhorar a ergonomia. É essencial também avaliar e corrigir quaisquer outros fatores de risco para DORT, como má postura, falta de exercício, estresse e outras condições de saúde.

É possível se prevenir de DORT?

Sim, é possível se prevenir de DORT adotando algumas medidas simples e mudando hábitos de trabalho e estilo de vida.

Algumas estratégias de prevenção incluem manter uma postura adequada ao trabalhar em frente a um computador ou em atividades que exijam permanência em pé ou sentado por períodos prolongados. Faça pausas e se movimente a cada 50 minutos, caso a função exija uma posição fixa por um longo período. 

Realizar atividades físicas regulares ajuda no aumento da flexibilidade e força muscular, prevenindo lesões. Manter uma dieta saudável e equilibrada também é útil para garantir a saúde do corpo como um todo, além de contribuir para a manutenção do peso corporal dentro de parâmetros saudáveis.

Como mencionado, o estresse também é um fator que contribui para o desenvolvimento de DORT. Procure gerenciar os níveis de estresse por meio de técnicas como meditação, yoga ou terapia cognitivo-comportamental, para ajudar a diminuir a tensão muscular e a dor.

A prevenção de distúrbios osteomusculares também deve ser uma prioridade das empresas. A ergonomia e a saúde ocupacional são áreas de estudo focadas justamente em melhorar a saúde do trabalhador e prevenir problemas e doenças que possam estar relacionados ao trabalho.

Assim, é fundamental que a empresa crie um ambiente de trabalho favorável e que respeite os limites de cada indivíduo. Para isso, deve-se oferecer treinamento e locais de trabalho adequados aos trabalhadores, bem como respeitar a duração de jornadas de trabalho e os devidos períodos de descanso. Além disso, é imprescindível que a mobília e os postos de trabalho estejam em conformidade com os parâmetros ergonômicos estabelecidos.

Adotando medidas como essas, é possível manter corpo e mente saudáveis e ficar longe de qualquer distúrbio osteomuscular que possa prejudicar o seu bem-estar. Para saber mais sobre como adotar um estilo de vida com harmonia entre trabalho e família, leia nosso conteúdo sobre Como manter o equilíbrio da vida pessoal e profissional.

Referências:

Govaerts, R., Tassignon, B., Ghillebert, J. et al. Prevalence and incidence of work-related musculoskeletal disorders in secondary industries of 21st century Europe: a systematic review and meta-analysis. BMC Musculoskelet Disord 22, 751 (2021). https://doi.org/10.1186/s12891-021-04615-9
SBR. (2022). Ler/Dort. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/ler-dort/  Acesso em: 16/02/2023

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Você já ouviu falar em DORT ou LER? Saiba o que são e como se prevenir; A sigla DORT significa “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho" e é uma ampla terminologia para problemas de saúde que afetam os músculos, tendões, ligamentos e nervos. São mais recorrentes em trabalhadores que realizam atividades que exigem movimentos repetitivos, como pessoas que atuam digitando em teclados de computador, operadores de máquinas, entre outros. A DORT não é considerada especificamente uma doença e, portanto, é fundamental a identificação precisa do problema para o correto tratamento. A DORT possui alto impacto social para o trabalhador, influenciando não somente a vida profissional e a saúde física da pessoa, mas também aspectos emocionais e familiares. Por essas razões, a DORT é considerada um problema de saúde ocupacional de extrema relevância e, cada vez mais, busca-se implementar medidas de prevenção que minimizem os danos gerados por esses distúrbios. Felizmente, as doenças englobadas na DORT são tratáveis e curáveis. Neste conteúdo, traremos informações muito importantes sobre os tipos mais comuns de DORT, suas causas, tratamentos e como realizar a prevenção. Quais os tipos mais comuns de DORT? Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais comuns são as tendinites, lombalgias e mialgias, que podem ocorrer em diferentes locais do corpo. A seguir, abordaremos em mais detalhes cada uma delas. Tendinites As tendinites são inflamações nos tendões, estruturas fibrosas que conectam a porção final dos músculos aos ossos. Os tendões desempenham um papel fundamental no movimento do corpo, permitindo que os músculos se contraiam e movam os ossos aos quais estão ligados. As tendinites podem envolver processos inflamatórios de um ou mais tendões, podendo ocorrer na região das mãos, punhos, cotovelos, ombros, joelhos, tornozelos ou pés. Lombalgias As lombalgias são dores que ocorrem na região lombar inferior, podendo irradiar para as nádegas e pernas (lombociatalgia, em referência ao nervo ciático). São classificadas de acordo com o seu tempo de duração: agudas (até três semanas) ou crônicas (mais de três semanas). A lombalgia é um problema bastante comum na população, que, na maioria dos casos, apresenta melhora espontânea do quadro. Mialgias Mialgia é o termo técnico para dor muscular em qualquer parte do corpo. Embora as mialgias estejam relacionadas a uma variedade de causas, como lesões, infecções (virais ou bacterianas) e doenças autoimunes, sem dúvidas, as atividades laborais estão entre os seus principais fatores causais. A intensidade da mialgia varia de pessoa para pessoa e tem grande chance de desaparecer sem a necessidade de tratamento, podendo ser resolvida com alongamentos, descanso da região afetada ou aplicação de gelo, por exemplo. Caso haja persistência na dor acompanhada de outros sintomas, como inchaço e vermelhidão, um especialista deverá ser consultado para a realização de exames clínicos mais detalhados. Qual a diferença entre DORT e LER? A LER (Lesão por Esforço Repetitivo) é considerada um sinônimo de DORT para descrever dores, desconfortos e outros sintomas de origem muscular gerados pela execução de atividades repetitivas. No entanto, atualmente, recomenda-se a utilização da sigla DORT em substituição à LER, em razão de algumas justificativas específicas.  A LER atribui a presença de manifestações musculoesqueléticas a esforços repetitivos, mas outros tipos de sobrecarga no trabalho também podem ser nocivas, como a sobrecarga estática (manutenção postural), excesso de força empregada para execução de tarefas, trabalhos executados com posturas inadequadas, entre outros. Outro ponto que motivou essa troca de terminologia refere-se ao fato de que a maioria dos trabalhadores que apresentam algum sintoma musculoesquelético não necessariamente possui evidência de lesão muscular ou em outra estrutura do corpo. Quais as causas de DORT? Uma das principais causas de DORT são os aspectos relacionados à atividade  laboral. Um trabalhador tem mais chances de desenvolver esse tipo de distúrbio se fatores do ambiente de trabalho não forem devidamente respeitados. A falta de treinamento e condicionamento físico para a execução das tarefas, local de trabalho inadequado, ausência de ferramentas específicas para a função executada, jornadas de trabalho longas e posturas inadequadas estão entre os principais fatores que contribuem para aumentar as chances de desenvolvimento de DORT. Por outro lado, outros fatores que não estão diretamente ligados à função executada também podem contribuir de forma significativa para o surgimento do quadro. Entre eles, destacam-se predisposições individuais, como dificuldades locomotoras, presença de comorbidades, estresse, distúrbios psicológicos e hábitos de vida não saudáveis. Alguns estudos associam a ocorrência de DORT com aspectos sociais, familiares e econômicos, inclusive em casos de insatisfação do trabalhador com o seu emprego. Essa pode ser uma explicação para os casos em que, mesmo sem a execução de movimentos repetitivos, há a presença de sinais como lombalgia ou mialgia, e também pode explicar a persistência dos sintomas e cronificação do problema, mesmo com a adoção do tratamento adequado. Quais os sintomas de DORT? Os sintomas de DORT variam de pessoa para pessoa, dependendo do tipo de distúrbio osteomuscular desencadeado e da gravidade da lesão. A dor é o sintoma mais comum, podendo variar de leve a intensa ou, ainda, ser classificada como aguda, latejante ou ardente. Pode piorar com a atividade e tende a melhorar com o repouso. Na tendinite, outros sintomas podem surgir além da dor, como inchaço, vermelhidão, sensibilidade ao toque na região afetada e dificuldade de movimentação. Já na mialgia, podem ser observadas rigidez e fraqueza muscular. Outros sintomas também são relatados, como sensação de formigamento ou dormência, o que pode indicar uma lesão em nervos, por exemplo. Fadiga e espasmos musculares também são sintomas comuns de DORT, especialmente após atividades que envolvem movimentos repetitivos ou esforços físicos intensos. Sentir dor significa ter DORT? Apesar de a dor ser o sintoma mais predominante, senti-la não quer dizer que a pessoa tenha DORT. Lembre-se que dores, em geral, podem ser desencadeadas por uma série de condições, estando ou não envolvidas com distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Para realizar o diagnóstico, é necessária a realização de exame físico, avaliação dos sintomas apresentados, histórico do paciente e fatores de risco relacionados à pessoa, que inclui análise do tipo e condições em que o trabalho é executado. Exames adicionais também podem ser solicitados, como exames de imagem e testes de função muscular. É importante ressaltar que os sintomas podem piorar com o tempo se não forem tratados adequadamente. A dor crônica pode afetar significativamente a qualidade de vida da pessoa, não somente em relação à saúde física, mas também emocionalmente. Portanto, na presença de sintomas que não melhoram, é fundamental buscar auxílio médico especializado para avaliação clínica e realização do tratamento adequado. Impactos sociais da DORT Fatores que afetem a saúde do trabalhador possuem também uma grande relevância nos âmbitos profissional e social. Sentir dor crônica pode gerar perdas de produtividade e limitar a capacidade da pessoa de executar tarefas relacionadas a sua profissão. A DORT pode levar trabalhadores a elevados níveis de absenteísmo, ou seja, períodos prolongados de afastamento do trabalho, prejudicando o desempenho e aumentando as chances de demissão. Conviver com dor crônica pode prejudicar a saúde e o bem-estar do indivíduo, impedindo a realização de tarefas do cotidiano e até mesmo o convívio social, levando ao isolamento e problemas de relacionamento. Devido à alta carga de estresse emocional, deve-se prestar atenção na saúde mental para que outros problemas, como ansiedade e depressão, não afetem a pessoa. Como realizar o tratamento? O tratamento de DORT envolve uma abordagem multidisciplinar com o objetivo de aliviar a dor, reduzir a inflamação, melhorar a função do local afetado e prevenir a recorrência do problema. Recomenda-se a realização de repouso e afastamento ou modificação das atividades que estejam causando DORT para não piorar o quadro clínico. A depender do tipo de lesão, medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ser utilizados para a redução da dor e inflamação. A fisioterapia é uma abordagem que auxilia no retorno da função do membro ou região afetada e redução da dor. Em casos mais graves e que não respondem aos outros tratamentos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica. Mudanças no ambiente de trabalho também ajudam a reduzir a carga e melhorar a ergonomia. É essencial também avaliar e corrigir quaisquer outros fatores de risco para DORT, como má postura, falta de exercício, estresse e outras condições de saúde. É possível se prevenir de DORT? Sim, é possível se prevenir de DORT adotando algumas medidas simples e mudando hábitos de trabalho e estilo de vida. Algumas estratégias de prevenção incluem manter uma postura adequada ao trabalhar em frente a um computador ou em atividades que exijam permanência em pé ou sentado por períodos prolongados. Faça pausas e se movimente a cada 50 minutos, caso a função exija uma posição fixa por um longo período.  Realizar atividades físicas regulares ajuda no aumento da flexibilidade e força muscular, prevenindo lesões. Manter uma dieta saudável e equilibrada também é útil para garantir a saúde do corpo como um todo, além de contribuir para a manutenção do peso corporal dentro de parâmetros saudáveis. Como mencionado, o estresse também é um fator que contribui para o desenvolvimento de DORT. Procure gerenciar os níveis de estresse por meio de técnicas como meditação, yoga ou terapia cognitivo-comportamental, para ajudar a diminuir a tensão muscular e a dor. A prevenção de distúrbios osteomusculares também deve ser uma prioridade das empresas. A ergonomia e a saúde ocupacional são áreas de estudo focadas justamente em melhorar a saúde do trabalhador e prevenir problemas e doenças que possam estar relacionados ao trabalho. Assim, é fundamental que a empresa crie um ambiente de trabalho favorável e que respeite os limites de cada indivíduo. Para isso, deve-se oferecer treinamento e locais de trabalho adequados aos trabalhadores, bem como respeitar a duração de jornadas de trabalho e os devidos períodos de descanso. Além disso, é imprescindível que a mobília e os postos de trabalho estejam em conformidade com os parâmetros ergonômicos estabelecidos. Adotando medidas como essas, é possível manter corpo e mente saudáveis e ficar longe de qualquer distúrbio osteomuscular que possa prejudicar o seu bem-estar. Para saber mais sobre como adotar um estilo de vida com harmonia entre trabalho e família, leia nosso conteúdo sobre Como manter o equilíbrio da vida pessoal e profissional. Referências: Govaerts, R., Tassignon, B., Ghillebert, J. et al. Prevalence and incidence of work-related musculoskeletal disorders in secondary industries of 21st century Europe: a systematic review and meta-analysis. BMC Musculoskelet Disord 22, 751 (2021). https://doi.org/10.1186/s12891-021-04615-9SBR. (2022). Ler/Dort. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/ler-dort/  Acesso em: 16/02/2023