Sabin Por: Sabin
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A meningite é uma doença caracterizada por uma inflamação nas meninges, membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinhal. Na maioria dos casos, é causada por infecções bacterianas ou virais. No entanto, fungos, protozoários e, até mesmo, outras doenças e traumas cranianos podem desencadear inflamações nas meninges, embora sejam casos mais raros.

A meningite é uma doença preocupante, e realizar o seu controle continua sendo um grande desafio de saúde pública. Diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para diminuir a gravidade da doença.

Felizmente, existem vacinas contra os tipos mais comuns de meningite. Neste post, traremos informações relevantes sobre a doença, para que você possa se informar sobre os principais tipos, sintomas e como realizar a sua prevenção.

O que é a meningite e qual parte do cérebro ela afeta?

Nosso cérebro e medula espinhal estão envolvidos por membranas protetoras, as meninges. Entre as meninges, circula um líquido chamado líquido cefalorraquidiano (ou cérebro-espinhal), cuja função é atuar como um “amortecedor” que protege o cérebro de impactos contra os ossos do crânio, além de fornecer nutrientes para o tecido cerebral.

Em caso de uma infecção bacteriana ou viral, por exemplo, estes microrganismos podem migrar via corrente sanguínea até as meninges, infectando o líquido cefalorraquidiano. Assim, é estabelecido o quadro de inflamação nas meninges, que pode se agravar e comprometer seriamente o sistema nervoso caso não seja tratado, causando edema (inchaço) no cérebro e lesões no tecido cerebral.

Quais os sintomas e as principais diferenças entre os tipos de meningite?

A meningite é causada, na maioria dos casos, por infecções virais e bacterianas, podendo haver variações na intensidade da sintomatologia apresentada.

A meningite viral é uma versão mais branda da doença quanto à sintomatologia e gravidade. É caracterizada por um quadro clínico com evolução autolimitada e benigna, onde são relatados sinais que se assemelham a uma infecção viral comum, como febre, sensação de mal-estar, dores musculares, vômito, perda de apetite e dor de cabeça. 

Na meningite bacteriana, os sinais são bastante semelhantes à viral inicialmente, mas muito mais intensos e com velocidade de evolução maior. Com o avanço da doença, começam a aparecer sintomas característicos da meningite, especialmente três principais: dor de cabeça intensa, febre alta e rigidez na nuca. Esse último talvez seja um dos sinais mais conhecidos da meningite. É muito comum sentir dor e não conseguir abaixar o queixo em direção à nuca.

Se não tratada rapidamente, outras complicações relacionadas a problemas neurológicos podem aparecer, como confusão mental, alterações comportamentais e convulsões, podendo até mesmo ser fatal.

A seguir, apresentaremos as principais características dos dois tipos mais recorrentes de meningite.

Meningite viral

Diferentes tipos de vírus podem desencadear as meningites virais, entre eles os mais comuns são os enterovírus. Essa classe viral é conhecida por utilizar o sistema gastrointestinal para se multiplicar e pode causar uma variedade de sintomas, que incluem febre, dor de garganta e dor de cabeça. 

São bastante contagiosos e a forma de transmissão se dá, principalmente, pela ingestão oral/fecal do vírus. A depender do tipo de enterovírus, a infecção pode atingir o sistema nervoso central em alguns casos, gerando inflamação nas meninges. Crianças são mais suscetíveis a esse tipo de infecção quando comparadas a adultos, especialmente por possuírem sistema imunológico ainda em desenvolvimento.

Outros vírus também podem ser causadores da meningite, como o vírus da herpes simples, vírus varicela-zóster, vírus da zika e o vírus da chikungunya. É importante destacar que geralmente esse tipo de meningite apresenta boa evolução e o paciente tende a se recuperar sozinho. Em casos de sintomas mais graves, pode-se utilizar terapia medicamentosa de acordo com o quadro clínico para manejo dos sintomas.

Meningite bacteriana

A meningite bacteriana é a forma mais grave da doença e a que mais preocupa os médicos. Ela está associada à alta mortalidade e morbidade em todo o mundo, levando a cerca de 250 mil mortes por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Pode ser causada por diferentes tipos de bactérias, sendo as mais recorrentes as infecções por Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis (meningococo). Essa última é a causadora da meningite meningocócica, variante associada à alta gravidade da doença. Atualmente, existem 12 sorogrupos de meningococos identificados, entre eles seis (A, B, C, W, X e Y) com potencial de causar epidemias. Dados epidemiológicos da OMS apontam que os sorotipos mais prevalentes no Brasil são B, C e W.

A meningite meningocócica pode afetar qualquer pessoa de qualquer idade, mas bebês, crianças em idade pré-escolar e jovens são os mais afetados. Sua transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio de gotículas de secreções respiratórias ou da garganta dos portadores. Ao entrar na corrente sanguínea, a bactéria pode se espalhar para várias partes do corpo, atingindo o cérebro. 

É importante destacar também que as bactérias causadoras da meningite podem ocasionar outras doenças. É o caso do pneumococo, que, além da meningite, é responsável por outras doenças graves, como a pneumonia.

Quais são as complicações?

Como mencionado, a meningite viral apresenta gravidade menor e não costuma gerar sequelas no organismo. No entanto, a meningite bacteriana pode trazer sérias consequências para o paciente.

Além de apresentar taxa de mortalidade muito maior, a meningite bacteriana pode resultar em sérios danos cerebrais, a depender das áreas do cérebro afetadas pela doença. Cerca de 10 a 20% dos pacientes podem apresentar uma ou mais das seguintes sequelas: perda auditiva, dificuldade de aprendizagem, deficiência intelectual, distúrbios visuais e distúrbios de linguagem. Dificuldade motora e alterações comportamentais também já foram relatadas. 

Como a evolução da doença é rápida, é crucial a agilidade no diagnóstico e início do tratamento para evitar complicações mais graves. Assim que o diagnóstico for confirmado, é necessária a internação em hospital para receber o tratamento com o antibiótico adequado o mais rápido possível. Dessa forma, é possível minimizar os potenciais danos gerados pela doença.

As crianças são mais suscetíveis?

A resposta é sim, especialmente se forem recém-nascidos e bebês com menos de doze meses. Essa maior incidência se deve, em parte, ao sistema imunológico ainda em desenvolvimento, deixando a criança mais suscetível a infecções virais e bacterianas.

Os sintomas também diferenciam em bebês muito jovens, pois raramente desenvolvem rigidez na nuca, além de não conseguir comunicar eventual desconforto. 

Em geral, os sinais são generalizados e incluem irritabilidade, sonolência, febre e vômitos. Além disso, o aumento da pressão do fluido ao redor do cérebro pode fazer com que a fontanela (moleira) se torne saliente ou firme.

Em crianças mais velhas e adolescentes, os sintomas da meningite são semelhantes aos encontrados em adultos.

Qual é a importância da vacinação para a prevenção?

Casos de meningite têm aumentado muito no mundo, especialmente na África, forçando a OMS a lançar uma ação global em 2021 de combate à meningite. No Brasil, foram recentemente divulgados casos crescentes de meningite em crianças, incluindo do tipo meningocócica do tipo B.

Apesar de ainda não ser considerada uma epidemia em nosso país, estes são dados que preocupam e ligam um sinal de alerta em profissionais da saúde. Diversos fatores podem ter contribuído para o cenário, mas, sem dúvidas, a baixa cobertura vacinal pode ser um dos principais. 

Um dos resultados da baixa procura por vacinas tem sido o reaparecimento de doenças que, há tempos, não se via no Brasil. O sarampo é um exemplo. Informe-se melhor sobre a doença e sua prevenção.

A meningite também é uma doença cujo principal método de prevenção é a vacina. A vacinação é fundamental para ensinar o sistema imunológico da criança a se defender de agentes infecciosos. Assim, é essencial que os pais estejam atentos ao calendário de vacinação para garantir que seus filhos estejam protegidos, especialmente das formas graves de meningite, como a meningocócica e a pneumocócica.

No caso da meningite meningocócica, chamamos atenção também para a vacinação dos adolescentes, que muitas vezes, assintomáticos, são importantes transmissores dessa grave doença. Um fator importante que merece destaque é que, muitas vezes, as pessoas deixam de se vacinar por falta de conhecimento sobre as vacinas. Por isso, recomendamos a leitura dos 15 mitos e verdades sobre vacinas e vacinação.

Além da vacinação, destacam-se outras medidas de prevenção. Para as meningites bacterianas, como a transmissão costuma ser por via aérea, através de gotículas e secreções respiratórias, é muito importante evitar lugares fechados e com aglomeração de pessoas, principalmente nos meses mais frios, quando os ambientes ficam muito fechados e o contato interpessoal aumenta. Também devemos manter os ambientes sempre ventilados e limpos.

Para a meningite viral, deve-se manter o rigor com a higiene pessoal, lavando as mãos com frequência e os utensílios, como talheres, copos, pratos, chupetas e mamadeiras.

Agora que você conheceu os principais tipos de meningite e tem mais informações sobre essa doença, fique atento às medidas preventivas para evitá-la. 

As vacinas são o melhor meio de evitar o contágio. Em caso de dúvidas, consulte auxílio médico e fique sempre atento ao calendário de vacinação.

Referências: 

Alamarat Z, Hasbun R. (2020). Management of Acute Bacterial Meningitis in Children. Infect Drug Resist. 11;13:4077-4089.

Kohil, A., Jemmieh, S., Smatti, M. K., & Yassine, H. M. (2021). Viral meningitis: an overview. Archives of Virology, 166(2), 335-345.

Mathew, S., Al Khatib, H. A., Al Ansari, K., Nader, J., Nasrallah, G. K., Younes, N. N., … & Yassine, H. M. (2021). Epidemiology Profile of Viral Meningitis Infections Among Patients in Qatar (2015–2018). Frontiers in Medicine, 8, 809.

van de Beek, D., Brouwer, M., Hasbun, R., Koedel, U., Whitney, C. G., & Wijdicks, E. (2016). Community-acquired bacterial meningitis. Nature reviews Disease primers, 2(1), 1-20.

OMS. (2022). Meningitis. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/meningitis

OMS. (2022). Executive Board reviews progress in the implementation of the global road map on defeating meningitis by 2030. Disponível em: https://www.who.int/news/item/07-02-2022-executive-board-reviews-progress-in-the-implementation-of-the-global-road-map-on-defeating-meningitis-by-2030

Centers for Disease Control and Prevention (CDC). (2022). Bacterial Menigitis. Disponível em: https://www.cdc.gov/meningitis/bacterial.html

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Quais são os tipos de meningite? Informações que você precisa saber; A meningite é uma doença caracterizada por uma inflamação nas meninges, membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinhal. Na maioria dos casos, é causada por infecções bacterianas ou virais. No entanto, fungos, protozoários e, até mesmo, outras doenças e traumas cranianos podem desencadear inflamações nas meninges, embora sejam casos mais raros. A meningite é uma doença preocupante, e realizar o seu controle continua sendo um grande desafio de saúde pública. Diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para diminuir a gravidade da doença. Felizmente, existem vacinas contra os tipos mais comuns de meningite. Neste post, traremos informações relevantes sobre a doença, para que você possa se informar sobre os principais tipos, sintomas e como realizar a sua prevenção. O que é a meningite e qual parte do cérebro ela afeta? Nosso cérebro e medula espinhal estão envolvidos por membranas protetoras, as meninges. Entre as meninges, circula um líquido chamado líquido cefalorraquidiano (ou cérebro-espinhal), cuja função é atuar como um “amortecedor” que protege o cérebro de impactos contra os ossos do crânio, além de fornecer nutrientes para o tecido cerebral. Em caso de uma infecção bacteriana ou viral, por exemplo, estes microrganismos podem migrar via corrente sanguínea até as meninges, infectando o líquido cefalorraquidiano. Assim, é estabelecido o quadro de inflamação nas meninges, que pode se agravar e comprometer seriamente o sistema nervoso caso não seja tratado, causando edema (inchaço) no cérebro e lesões no tecido cerebral. Quais os sintomas e as principais diferenças entre os tipos de meningite? A meningite é causada, na maioria dos casos, por infecções virais e bacterianas, podendo haver variações na intensidade da sintomatologia apresentada. A meningite viral é uma versão mais branda da doença quanto à sintomatologia e gravidade. É caracterizada por um quadro clínico com evolução autolimitada e benigna, onde são relatados sinais que se assemelham a uma infecção viral comum, como febre, sensação de mal-estar, dores musculares, vômito, perda de apetite e dor de cabeça.  Na meningite bacteriana, os sinais são bastante semelhantes à viral inicialmente, mas muito mais intensos e com velocidade de evolução maior. Com o avanço da doença, começam a aparecer sintomas característicos da meningite, especialmente três principais: dor de cabeça intensa, febre alta e rigidez na nuca. Esse último talvez seja um dos sinais mais conhecidos da meningite. É muito comum sentir dor e não conseguir abaixar o queixo em direção à nuca. Se não tratada rapidamente, outras complicações relacionadas a problemas neurológicos podem aparecer, como confusão mental, alterações comportamentais e convulsões, podendo até mesmo ser fatal. A seguir, apresentaremos as principais características dos dois tipos mais recorrentes de meningite. Meningite viral Diferentes tipos de vírus podem desencadear as meningites virais, entre eles os mais comuns são os enterovírus. Essa classe viral é conhecida por utilizar o sistema gastrointestinal para se multiplicar e pode causar uma variedade de sintomas, que incluem febre, dor de garganta e dor de cabeça.  São bastante contagiosos e a forma de transmissão se dá, principalmente, pela ingestão oral/fecal do vírus. A depender do tipo de enterovírus, a infecção pode atingir o sistema nervoso central em alguns casos, gerando inflamação nas meninges. Crianças são mais suscetíveis a esse tipo de infecção quando comparadas a adultos, especialmente por possuírem sistema imunológico ainda em desenvolvimento. Outros vírus também podem ser causadores da meningite, como o vírus da herpes simples, vírus varicela-zóster, vírus da zika e o vírus da chikungunya. É importante destacar que geralmente esse tipo de meningite apresenta boa evolução e o paciente tende a se recuperar sozinho. Em casos de sintomas mais graves, pode-se utilizar terapia medicamentosa de acordo com o quadro clínico para manejo dos sintomas. Meningite bacteriana A meningite bacteriana é a forma mais grave da doença e a que mais preocupa os médicos. Ela está associada à alta mortalidade e morbidade em todo o mundo, levando a cerca de 250 mil mortes por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Pode ser causada por diferentes tipos de bactérias, sendo as mais recorrentes as infecções por Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis (meningococo). Essa última é a causadora da meningite meningocócica, variante associada à alta gravidade da doença. Atualmente, existem 12 sorogrupos de meningococos identificados, entre eles seis (A, B, C, W, X e Y) com potencial de causar epidemias. Dados epidemiológicos da OMS apontam que os sorotipos mais prevalentes no Brasil são B, C e W. A meningite meningocócica pode afetar qualquer pessoa de qualquer idade, mas bebês, crianças em idade pré-escolar e jovens são os mais afetados. Sua transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio de gotículas de secreções respiratórias ou da garganta dos portadores. Ao entrar na corrente sanguínea, a bactéria pode se espalhar para várias partes do corpo, atingindo o cérebro.  É importante destacar também que as bactérias causadoras da meningite podem ocasionar outras doenças. É o caso do pneumococo, que, além da meningite, é responsável por outras doenças graves, como a pneumonia. Quais são as complicações? Como mencionado, a meningite viral apresenta gravidade menor e não costuma gerar sequelas no organismo. No entanto, a meningite bacteriana pode trazer sérias consequências para o paciente. Além de apresentar taxa de mortalidade muito maior, a meningite bacteriana pode resultar em sérios danos cerebrais, a depender das áreas do cérebro afetadas pela doença. Cerca de 10 a 20% dos pacientes podem apresentar uma ou mais das seguintes sequelas: perda auditiva, dificuldade de aprendizagem, deficiência intelectual, distúrbios visuais e distúrbios de linguagem. Dificuldade motora e alterações comportamentais também já foram relatadas.  Como a evolução da doença é rápida, é crucial a agilidade no diagnóstico e início do tratamento para evitar complicações mais graves. Assim que o diagnóstico for confirmado, é necessária a internação em hospital para receber o tratamento com o antibiótico adequado o mais rápido possível. Dessa forma, é possível minimizar os potenciais danos gerados pela doença. As crianças são mais suscetíveis? A resposta é sim, especialmente se forem recém-nascidos e bebês com menos de doze meses. Essa maior incidência se deve, em parte, ao sistema imunológico ainda em desenvolvimento, deixando a criança mais suscetível a infecções virais e bacterianas. Os sintomas também diferenciam em bebês muito jovens, pois raramente desenvolvem rigidez na nuca, além de não conseguir comunicar eventual desconforto.  Em geral, os sinais são generalizados e incluem irritabilidade, sonolência, febre e vômitos. Além disso, o aumento da pressão do fluido ao redor do cérebro pode fazer com que a fontanela (moleira) se torne saliente ou firme. Em crianças mais velhas e adolescentes, os sintomas da meningite são semelhantes aos encontrados em adultos. Qual é a importância da vacinação para a prevenção? Casos de meningite têm aumentado muito no mundo, especialmente na África, forçando a OMS a lançar uma ação global em 2021 de combate à meningite. No Brasil, foram recentemente divulgados casos crescentes de meningite em crianças, incluindo do tipo meningocócica do tipo B. Apesar de ainda não ser considerada uma epidemia em nosso país, estes são dados que preocupam e ligam um sinal de alerta em profissionais da saúde. Diversos fatores podem ter contribuído para o cenário, mas, sem dúvidas, a baixa cobertura vacinal pode ser um dos principais.  Um dos resultados da baixa procura por vacinas tem sido o reaparecimento de doenças que, há tempos, não se via no Brasil. O sarampo é um exemplo. Informe-se melhor sobre a doença e sua prevenção. A meningite também é uma doença cujo principal método de prevenção é a vacina. A vacinação é fundamental para ensinar o sistema imunológico da criança a se defender de agentes infecciosos. Assim, é essencial que os pais estejam atentos ao calendário de vacinação para garantir que seus filhos estejam protegidos, especialmente das formas graves de meningite, como a meningocócica e a pneumocócica. No caso da meningite meningocócica, chamamos atenção também para a vacinação dos adolescentes, que muitas vezes, assintomáticos, são importantes transmissores dessa grave doença. Um fator importante que merece destaque é que, muitas vezes, as pessoas deixam de se vacinar por falta de conhecimento sobre as vacinas. Por isso, recomendamos a leitura dos 15 mitos e verdades sobre vacinas e vacinação. Além da vacinação, destacam-se outras medidas de prevenção. Para as meningites bacterianas, como a transmissão costuma ser por via aérea, através de gotículas e secreções respiratórias, é muito importante evitar lugares fechados e com aglomeração de pessoas, principalmente nos meses mais frios, quando os ambientes ficam muito fechados e o contato interpessoal aumenta. Também devemos manter os ambientes sempre ventilados e limpos. Para a meningite viral, deve-se manter o rigor com a higiene pessoal, lavando as mãos com frequência e os utensílios, como talheres, copos, pratos, chupetas e mamadeiras. Agora que você conheceu os principais tipos de meningite e tem mais informações sobre essa doença, fique atento às medidas preventivas para evitá-la.  As vacinas são o melhor meio de evitar o contágio. Em caso de dúvidas, consulte auxílio médico e fique sempre atento ao calendário de vacinação. Referências:  Alamarat Z, Hasbun R. (2020). Management of Acute Bacterial Meningitis in Children. Infect Drug Resist. 11;13:4077-4089. Kohil, A., Jemmieh, S., Smatti, M. K., & Yassine, H. M. (2021). Viral meningitis: an overview. Archives of Virology, 166(2), 335-345. Mathew, S., Al Khatib, H. A., Al Ansari, K., Nader, J., Nasrallah, G. K., Younes, N. N., ... & Yassine, H. M. (2021). Epidemiology Profile of Viral Meningitis Infections Among Patients in Qatar (2015–2018). Frontiers in Medicine, 8, 809. van de Beek, D., Brouwer, M., Hasbun, R., Koedel, U., Whitney, C. G., & Wijdicks, E. (2016). Community-acquired bacterial meningitis. Nature reviews Disease primers, 2(1), 1-20. OMS. (2022). Meningitis. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/meningitis OMS. (2022). Executive Board reviews progress in the implementation of the global road map on defeating meningitis by 2030. Disponível em: https://www.who.int/news/item/07-02-2022-executive-board-reviews-progress-in-the-implementation-of-the-global-road-map-on-defeating-meningitis-by-2030 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). (2022). Bacterial Menigitis. Disponível em: https://www.cdc.gov/meningitis/bacterial.html