Sabin Por: Sabin
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As dislipidemias, definidas por alterações nos níveis plasmáticos de colesterol total, LDL-C, HDL-C, triglicerídeos e/ou lipoproteína(a) [Lp(a)], estão entre os principais fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento da doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA). No Brasil, as doenças cardiovasculares seguem como a principal causa de mortalidade, o que reforça a necessidade de abordagens diagnósticas mais precisas e individualizadas.

Os painéis genéticos surgem como ferramentas importantes na prática clínica, permitindo a identificação de alterações hereditárias com implicações diretas para o prognóstico e o manejo terapêutico.

À medida que a medicina avança, compreender os determinantes moleculares das dislipidemias torna-se fundamental para ampliar a eficácia das estratégias preventivas e terapêuticas. Continue a leitura para se atualizar sobre o tema e saber mais!

Contextualização clínica e epidemiológica da dislipidemia

A dislipidemia pode ter origem genética (primária), sendo classificada em formas monogênicas, como a hipercolesterolemia familiar (HF), ou poligênicas, decorrentes da interação de múltiplos polimorfismos. Alternativamente, pode ser secundária a condições clínicas como diabetes, hipotireoidismo, doenças renais ou uso de determinados medicamentos.

Nos casos monogênicos, variantes em genes como LDLR, APOB, PCSK9 (HF), LPL, APOC2, APOA5, LMF1 e GPIHBP1 (hipertrigliceridemia familiar) e APOA1I, LCAT, ABCA1 (dislipidemias relacionadas ao HDL) alteram diretamente o metabolismo lipídico, resultando em aumentos ou reduções significativas nos parâmetros do perfil lipídico. 

Ainda que a maioria dos casos de dislipidemia seja decorrente de causas multifatoriais, a hipercolesterolemia familiar heterozigótica apresenta prevalência aproximada de um afetado a cada 250 indivíduos, o que a situa fora da definição de condição de doença rara.

Estudos de associação genômica ampla (GWAS) demonstram que polimorfismos comuns influenciam substancialmente os níveis de colesterol, triglicerídeos e apoB, embora nem toda a variabilidade seja explicada por fatores genéticos.

No Brasil, dados epidemiológicos revelam LDL-C elevado em mais de 45% da população adulta, com HDL-C baixo predominando entre adolescentes e crianças pequenas.

Indicações clínicas para uso do painel genético na prática médica

O painel genético para dislipidemia é indicado para pacientes com sinais clínicos, laboratoriais ou familiares compatíveis com formas genéticas da doença, especialmente em contextos de suspeita de dislipidemias monogênicas. Resumidamente, as principais situações incluem:

  • LDL-C ≥190 mg/dL em adultos ou ≥160 mg/dL em crianças/adolescentes;
  • história familiar de eventos cardiovasculares precoces;
  • presença de xantomas ou arco corneano em idade jovem;
  • resposta terapêutica limitada a estatinas de alta intensidade;
  • casos de dislipidemia grave ou de início precoce, mesmo sem história familiar conhecida.

Além do diagnóstico em si, o exame auxilia no aconselhamento genético, no rastreamento em cascata de familiares e na personalização da terapia. A decisão deve ser tomada em conjunto com o paciente, considerando riscos, benefícios e expectativas.

O que é avaliado no painel genético para dislipidemia?

O painel genético utiliza NGS (Next Generation Sequencing) para analisar simultaneamente múltiplos genes associados às dislipidemias. Os principais genes avaliados incluem:

  • LDLR, APOB, PCSK9 – associados à hipercolesterolemia familiar;
  • APOE – relacionado à disbetalipoproteinemia;
  • LPL, APOC2, APOA5, GPIHBP1, LMF1 – ligados à quilomicronemia familiar e formas graves de hipertrigliceridemia;
  • ABCA1, LCAT, APOA1 – relacionados às dislipidemias de HDL.

A tecnologia permite a identificação de variantes patogênicas, provavelmente patogênicas e variantes de significado incerto (VUS). Também possibilita a detecção de variantes em genes associados a condições mais raras, como ANGPTL3, que influenciam o metabolismo de lipoproteínas ricas em triglicerídeos, bem como outros genes relevantes para diagnósticos diferenciais de dislipidemias monogênicas, incluindo associados a condições sindrômicas, como AGPAT2 e LMNA.

Além da robustez diagnóstica, o NGS reduz o tempo de análise, oferece boa relação custo-benefício e proporciona um quadro genético mais completo, particularmente útil quando há suspeita de dislipidemia genética sem mutações conhecidas previamente.

Aplicações clínicas dos resultados

A estratificação do risco cardiovascular com base em dados genéticos oportuniza uma tomada de decisão mais precisa e individualizada. Pacientes portadores de variantes que promovem a elevação de LDL-C, apoB ou Lp(a) apresentam risco consideravelmente aumentado para doença aterosclerótica cardiovascular. Em contrapartida, a relação entre níveis de HDL-C e DCVA mostra-se menos consistente, conforme evidenciado por estudos genéticos e clínicos recentes.

A partir dos achados do painel genético, é possível iniciar intervenções terapêuticas específicas precocemente, como o uso de inibidores de PCSK9 em indivíduos com hiperlipidemia e variantes patogênicas identificadas. Os resultados também ajudam a evitar tratamentos ineficazes, como o uso de estatinas em pacientes com variantes que comprometem a funcionalidade do receptor de LDL, cuja resposta à terapia convencional tende a ser limitada.

Além disso, o teste genético viabiliza o rastreamento familiar direcionado, permitindo a identificação precoce de indivíduos em risco, mesmo antes do surgimento de manifestações clínicas. A interpretação adequada das variantes contribui para prever a resposta a diferentes abordagens farmacológicas, otimizando a escolha terapêutica conforme o perfil genético do paciente.

Dessa forma, o exame permite identificar com precisão os casos de dislipidemia monogênica, orientando estratégias clínicas de acordo com o grau de risco cardiovascular associado a cada padrão de herança. 

Limitações e desafios na interpretação dos resultados genéticos

Apesar das vantagens, o teste genético apresenta limitações. Muitas vezes, o painel não identifica uma variante causadora, mesmo em casos com forte suspeita clínica. As VUS representam um desafio à interpretação e exigem expertise em genética clínica.

Outra limitação é que nem toda dislipidemia tem causa monogênica. Casos multifatoriais exigem avaliação combinada de escore genético, perfil lipídico, histórico familiar e fatores ambientais.

Assim, é importante evitar superinterpretações, sobretudo quando se lida com variantes raras ou de significado incerto. Logo, a interpretação deve considerar o conjunto clínico, não apenas o achado genético isolado.

Critérios de exclusão e racionalização do uso

A solicitação do painel deve ser feita com base em critérios clínicos claros. Abaixo, listamos casos nos quais o uso pode ser desnecessário:

  • dislipidemias secundárias confirmadas (exemplos: uso de corticoides, hipotireoidismo);
  • perfil lipídico levemente alterado, sem história familiar ou fatores de risco adicionais;
  • situações em que a conduta não será modificada com base no resultado genético.

De todo modo, as diretrizes internacionais recomendam o uso seletivo desses exames, priorizando pacientes com fenótipo grave, histórico compatível ou ausência de causas secundárias evidentes. O exame deve ter impacto prático sobre o manejo do paciente.

O Sabin Diagnóstico e Saúde oferece esse exame com tecnologia de ponta e suporte especializado para médicos solicitantes, desde a indicação até a interpretação integrada do resultado. Em um cenário onde a medicina personalizada é cada vez mais valorizada, o uso racional e estratégico do painel genético se torna um diferencial no cuidado ao paciente com dislipidemia.

Continue se atualizando! Leia o conteúdo sobre Painéis genéticos para investigação de doenças cardíacas hereditárias.

Referências:

Pirillo, Angela et al. “Global epidemiology of dyslipidaemias.” Nature reviews. Cardiology vol. 18,10 (2021): 689-700. doi:10.1038/s41569-021-00541-4

Blokhina, Anastasia V et al. “Clinical and biochemical features of atherogenic hyperlipidemias with different genetic basis: A comprehensive comparative study.” PloS one vol. 19,12 e0315693. 20 Dec. 2024, doi:10.1371/journal.pone.0315693

Aguilar-Salinas, Carlos A et al. “New Therapies for Primary Hyperlipidemia.” The Journal of clinical endocrinology and metabolism vol. 107,5 (2022): 1216-1224. doi:10.1210/clinem/dgab876

Jannes, Cinthia E et al. “Familial hypercholesterolemia in Brazil: cascade screening program, clinical and genetic aspects.” Atherosclerosis vol. 238,1 (2015): 101-7. doi:10.1016/j.atherosclerosis.2014.11.009

Knowles JW, Rader DJ, Khoury MJ. Cascade Screening for Familial Hypercholesterolemia and the Use of Genetic Testing. JAMA. 2017;318(4):381–382. doi:10.1001/jama.2017.8543

Lotufo, Paulo A et al. “Prevalence, awareness, treatment, and control of high low-density lipoprotein cholesterol in Brazil: Baseline of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil).” Journal of clinical lipidology vol. 10,3 (2016): 568-76. doi:10.1016/j.jacl.2015.12.029

de Sá, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira et al. “Prevalence and factors associated with possible cases of familial hypercholesterolemia in Brazilian adults: a cross-sectional study.” Scientific reports vol. 13,1 20459. 22 Nov. 2023, doi:10.1038/s41598-023-47692-7

Lazarte, Julieta, and Robert A Hegele. “Can genetic testing help in the management of dyslipidaemias?.” Current opinion in lipidology vol. 31,4 (2020): 187-193. doi:10.1097/MOL.0000000000000690

Marmontel, Oriane et al. “Development of a new expanded next-generation sequencing panel for genetic diseases involved in dyslipidemia.” Clinical genetics vol. 98,6 (2020): 589-594. doi:10.1111/cge.13832

Kalwick M, Roth M. A Comprehensive Review of the Genetics of Dyslipidemias and Risk of Atherosclerotic Cardiovascular Disease. Nutrients. (2025); 17(4):659. https://doi.org/10.3390/nu17040659

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Painel genético para dislipidemia: aplicação diagnóstica; As dislipidemias, definidas por alterações nos níveis plasmáticos de colesterol total, LDL-C, HDL-C, triglicerídeos e/ou lipoproteína(a) [Lp(a)], estão entre os principais fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento da doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA). No Brasil, as doenças cardiovasculares seguem como a principal causa de mortalidade, o que reforça a necessidade de abordagens diagnósticas mais precisas e individualizadas. Os painéis genéticos surgem como ferramentas importantes na prática clínica, permitindo a identificação de alterações hereditárias com implicações diretas para o prognóstico e o manejo terapêutico. À medida que a medicina avança, compreender os determinantes moleculares das dislipidemias torna-se fundamental para ampliar a eficácia das estratégias preventivas e terapêuticas. Continue a leitura para se atualizar sobre o tema e saber mais! Contextualização clínica e epidemiológica da dislipidemia A dislipidemia pode ter origem genética (primária), sendo classificada em formas monogênicas, como a hipercolesterolemia familiar (HF), ou poligênicas, decorrentes da interação de múltiplos polimorfismos. Alternativamente, pode ser secundária a condições clínicas como diabetes, hipotireoidismo, doenças renais ou uso de determinados medicamentos. Nos casos monogênicos, variantes em genes como LDLR, APOB, PCSK9 (HF), LPL, APOC2, APOA5, LMF1 e GPIHBP1 (hipertrigliceridemia familiar) e APOA1I, LCAT, ABCA1 (dislipidemias relacionadas ao HDL) alteram diretamente o metabolismo lipídico, resultando em aumentos ou reduções significativas nos parâmetros do perfil lipídico.  Ainda que a maioria dos casos de dislipidemia seja decorrente de causas multifatoriais, a hipercolesterolemia familiar heterozigótica apresenta prevalência aproximada de um afetado a cada 250 indivíduos, o que a situa fora da definição de condição de doença rara. Estudos de associação genômica ampla (GWAS) demonstram que polimorfismos comuns influenciam substancialmente os níveis de colesterol, triglicerídeos e apoB, embora nem toda a variabilidade seja explicada por fatores genéticos. No Brasil, dados epidemiológicos revelam LDL-C elevado em mais de 45% da população adulta, com HDL-C baixo predominando entre adolescentes e crianças pequenas. Indicações clínicas para uso do painel genético na prática médica O painel genético para dislipidemia é indicado para pacientes com sinais clínicos, laboratoriais ou familiares compatíveis com formas genéticas da doença, especialmente em contextos de suspeita de dislipidemias monogênicas. Resumidamente, as principais situações incluem: LDL-C ≥190 mg/dL em adultos ou ≥160 mg/dL em crianças/adolescentes; história familiar de eventos cardiovasculares precoces; presença de xantomas ou arco corneano em idade jovem; resposta terapêutica limitada a estatinas de alta intensidade; casos de dislipidemia grave ou de início precoce, mesmo sem história familiar conhecida. Além do diagnóstico em si, o exame auxilia no aconselhamento genético, no rastreamento em cascata de familiares e na personalização da terapia. A decisão deve ser tomada em conjunto com o paciente, considerando riscos, benefícios e expectativas. O que é avaliado no painel genético para dislipidemia? O painel genético utiliza NGS (Next Generation Sequencing) para analisar simultaneamente múltiplos genes associados às dislipidemias. Os principais genes avaliados incluem: LDLR, APOB, PCSK9 – associados à hipercolesterolemia familiar; APOE – relacionado à disbetalipoproteinemia; LPL, APOC2, APOA5, GPIHBP1, LMF1 – ligados à quilomicronemia familiar e formas graves de hipertrigliceridemia; ABCA1, LCAT, APOA1 – relacionados às dislipidemias de HDL. A tecnologia permite a identificação de variantes patogênicas, provavelmente patogênicas e variantes de significado incerto (VUS). Também possibilita a detecção de variantes em genes associados a condições mais raras, como ANGPTL3, que influenciam o metabolismo de lipoproteínas ricas em triglicerídeos, bem como outros genes relevantes para diagnósticos diferenciais de dislipidemias monogênicas, incluindo associados a condições sindrômicas, como AGPAT2 e LMNA. Além da robustez diagnóstica, o NGS reduz o tempo de análise, oferece boa relação custo-benefício e proporciona um quadro genético mais completo, particularmente útil quando há suspeita de dislipidemia genética sem mutações conhecidas previamente. Aplicações clínicas dos resultados A estratificação do risco cardiovascular com base em dados genéticos oportuniza uma tomada de decisão mais precisa e individualizada. Pacientes portadores de variantes que promovem a elevação de LDL-C, apoB ou Lp(a) apresentam risco consideravelmente aumentado para doença aterosclerótica cardiovascular. Em contrapartida, a relação entre níveis de HDL-C e DCVA mostra-se menos consistente, conforme evidenciado por estudos genéticos e clínicos recentes. A partir dos achados do painel genético, é possível iniciar intervenções terapêuticas específicas precocemente, como o uso de inibidores de PCSK9 em indivíduos com hiperlipidemia e variantes patogênicas identificadas. Os resultados também ajudam a evitar tratamentos ineficazes, como o uso de estatinas em pacientes com variantes que comprometem a funcionalidade do receptor de LDL, cuja resposta à terapia convencional tende a ser limitada. Além disso, o teste genético viabiliza o rastreamento familiar direcionado, permitindo a identificação precoce de indivíduos em risco, mesmo antes do surgimento de manifestações clínicas. A interpretação adequada das variantes contribui para prever a resposta a diferentes abordagens farmacológicas, otimizando a escolha terapêutica conforme o perfil genético do paciente. Dessa forma, o exame permite identificar com precisão os casos de dislipidemia monogênica, orientando estratégias clínicas de acordo com o grau de risco cardiovascular associado a cada padrão de herança.  Limitações e desafios na interpretação dos resultados genéticos Apesar das vantagens, o teste genético apresenta limitações. Muitas vezes, o painel não identifica uma variante causadora, mesmo em casos com forte suspeita clínica. As VUS representam um desafio à interpretação e exigem expertise em genética clínica. Outra limitação é que nem toda dislipidemia tem causa monogênica. Casos multifatoriais exigem avaliação combinada de escore genético, perfil lipídico, histórico familiar e fatores ambientais. Assim, é importante evitar superinterpretações, sobretudo quando se lida com variantes raras ou de significado incerto. Logo, a interpretação deve considerar o conjunto clínico, não apenas o achado genético isolado. Critérios de exclusão e racionalização do uso A solicitação do painel deve ser feita com base em critérios clínicos claros. Abaixo, listamos casos nos quais o uso pode ser desnecessário: dislipidemias secundárias confirmadas (exemplos: uso de corticoides, hipotireoidismo); perfil lipídico levemente alterado, sem história familiar ou fatores de risco adicionais; situações em que a conduta não será modificada com base no resultado genético. De todo modo, as diretrizes internacionais recomendam o uso seletivo desses exames, priorizando pacientes com fenótipo grave, histórico compatível ou ausência de causas secundárias evidentes. O exame deve ter impacto prático sobre o manejo do paciente. O Sabin Diagnóstico e Saúde oferece esse exame com tecnologia de ponta e suporte especializado para médicos solicitantes, desde a indicação até a interpretação integrada do resultado. Em um cenário onde a medicina personalizada é cada vez mais valorizada, o uso racional e estratégico do painel genético se torna um diferencial no cuidado ao paciente com dislipidemia. Continue se atualizando! Leia o conteúdo sobre Painéis genéticos para investigação de doenças cardíacas hereditárias. Referências: Pirillo, Angela et al. “Global epidemiology of dyslipidaemias.” Nature reviews. Cardiology vol. 18,10 (2021): 689-700. doi:10.1038/s41569-021-00541-4 Blokhina, Anastasia V et al. “Clinical and biochemical features of atherogenic hyperlipidemias with different genetic basis: A comprehensive comparative study.” PloS one vol. 19,12 e0315693. 20 Dec. 2024, doi:10.1371/journal.pone.0315693 Aguilar-Salinas, Carlos A et al. “New Therapies for Primary Hyperlipidemia.” The Journal of clinical endocrinology and metabolism vol. 107,5 (2022): 1216-1224. doi:10.1210/clinem/dgab876 Jannes, Cinthia E et al. “Familial hypercholesterolemia in Brazil: cascade screening program, clinical and genetic aspects.” Atherosclerosis vol. 238,1 (2015): 101-7. doi:10.1016/j.atherosclerosis.2014.11.009 Knowles JW, Rader DJ, Khoury MJ. Cascade Screening for Familial Hypercholesterolemia and the Use of Genetic Testing. JAMA. 2017;318(4):381–382. doi:10.1001/jama.2017.8543 Lotufo, Paulo A et al. “Prevalence, awareness, treatment, and control of high low-density lipoprotein cholesterol in Brazil: Baseline of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil).” Journal of clinical lipidology vol. 10,3 (2016): 568-76. doi:10.1016/j.jacl.2015.12.029 de Sá, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira et al. “Prevalence and factors associated with possible cases of familial hypercholesterolemia in Brazilian adults: a cross-sectional study.” Scientific reports vol. 13,1 20459. 22 Nov. 2023, doi:10.1038/s41598-023-47692-7 Lazarte, Julieta, and Robert A Hegele. “Can genetic testing help in the management of dyslipidaemias?.” Current opinion in lipidology vol. 31,4 (2020): 187-193. doi:10.1097/MOL.0000000000000690 Marmontel, Oriane et al. “Development of a new expanded next-generation sequencing panel for genetic diseases involved in dyslipidemia.” Clinical genetics vol. 98,6 (2020): 589-594. doi:10.1111/cge.13832 Kalwick M, Roth M. A Comprehensive Review of the Genetics of Dyslipidemias and Risk of Atherosclerotic Cardiovascular Disease. Nutrients. (2025); 17(4):659. https://doi.org/10.3390/nu17040659