Sabin Por: Sabin
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O câncer infantil, apesar de raro em comparação aos tumores em adultos, é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes de um a 19 anos. Esses números reforçam a necessidade de saber identificar os sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce. 

No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de oito mil novos casos de câncer infantil são diagnosticados anualmente, com taxas de cura superiores a 70% quando detectados em estágios iniciais e tratados em centros especializados. Globalmente, mais de 300 mil crianças recebem o diagnóstico a cada ano.

Diante desse cenário, conhecer os diferentes tipos de câncer infantil, seus sintomas e as opções de tratamento disponíveis pode salvar vidas. Continue a leitura e obtenha informações importantes para proteger as crianças!

O que é o câncer infantil?

O câncer infantil engloba um grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células anormais que se multiplicam rapidamente e comprometem tecidos e órgãos saudáveis.

Ao contrário do câncer em adultos, que está fortemente ligado a fatores como tabagismo, alimentação inadequada e exposição ambiental, o câncer infantil geralmente ocorre em razão de alterações genéticas e anomalias no desenvolvimento celular, tornando-se uma condição inesperada para muitas famílias.

Embora a doença possa se desenvolver em qualquer parte do corpo, os tipos mais frequentes afetam o sangue (leucemias), o sistema nervoso central, os olhos e os rins.

A boa notícia é que, mesmo sendo agressivo, o câncer infantil apresenta altas taxas de resposta ao tratamento, especialmente quando identificado cedo e tratado em centros especializados.

Quais são os tipos mais comuns de câncer infantil?

Ainda que existam diversos tipos de câncer infantil, alguns tumores são mais prevalentes entre crianças e adolescentes. Conhecer seus sinais pode facilitar a identificação precoce e o início rápido do tratamento.

Leucemias 

As leucemias são os tipos mais comuns de câncer infantil, representando 30% dos casos. O tipo mais frequente é a leucemia linfoblástica aguda (LLA).

Sinais de alerta:

  • anemia (palidez, fraqueza);
  • febre;
  • dor óssea;
  • sangramentos espontâneos;
  • manchas roxas (equimoses e hematomas) e petéquias.

Retinoblastoma

O retinoblastoma é um tumor ocular que ocorre, em grande parte, devido a mutações no gene RB1, sendo mais comum em crianças pequenas.

Sinais de alerta:

  • reflexo branco na pupila visível em fotos (efeito “olho de gato”);
  • estrabismo e perda de visão progressiva.

Tumores do sistema nervoso central

Os tumores cerebrais são a segunda forma mais comum de câncer infantil.

Sinais de alerta:

  • dor de cabeça persistente, principalmente ao acordar;
  • náuseas e vômitos frequentes;
  • alterações no equilíbrio e dificuldades motoras.

Neuroblastoma

O neuroblastoma é um tumor do sistema nervoso periférico.

 Sinais de alerta:

  • massa abdominal visível ou palpável;
  • dor óssea intensa e dificuldade para caminhar;
  • sudorese excessiva e pressão arterial elevada.

Tumor de Wilms

Esse tumor afeta os rins, sendo comum em crianças de até cinco anos.

Sinais de alerta:

  • aumento do volume abdominal;
  • sangue na urina;
  • febre e hipertensão arterial.

Sarcomas (ossos e tecidos moles)

Os sarcomas podem afetar ossos (osteossarcoma, sarcoma de Ewing) e tecidos moles (rabdomiossarcoma).

Sinais de alerta:

  • dores ósseas persistentes, sobretudo à noite;
  • inchaços ou massas palpáveis nos membros;
  • fraturas ósseas sem trauma significativo.

Sinais e sintomas a serem observados

Muitos dos sintomas do câncer infantil são inespecíficos e podem ser confundidos com doenças comuns da infância. No entanto, a persistência de certos sinais merece atenção especial. 

Na maioria das vezes, os sinais gerais persistentes incluem: 

  • fadiga extrema e fraqueza sem explicação;
  • perda de peso inexplicável;
  • febre persistente sem causa aparente.

Já os sinais específicos persistentes podem incluir: 

  • dores persistentes, em particular nos ossos e articulações;
  • nódulos ou massas anormais no abdômen, no pescoço ou nas axilas;
  • alterações na visão, como estrabismo ou reflexo branco na pupila.

Cabe ressaltar que, ao persistir algum desses sinais, é importante procurar apoio médico. Além disso, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença para a escolha do tratamento ideal e para aumentar a chance de cura.

Tratamento e perspectivas de cura para o câncer infantil

O câncer infantil tem tratamento e, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem ultrapassar 70%, dependendo do tipo e do estágio da doença.

Abaixo, listamos os principais tratamentos utilizados.

  • quimioterapia: uso de medicamentos para destruir células cancerígenas; 
  • radioterapia: aplicação de radiação para reduzir tumores; 
  • cirurgia: remoção do tumor; 
  • terapias-alvo e imunoterapia: tratamentos mais modernos que estimulam o sistema imunológico a combater o câncer.

Adicionalmente ao tratamento médico, o suporte multidisciplinar é essencial. Equipes compostas por psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e assistentes sociais ajudam no bem-estar físico e psicológico da criança e de sua família, durante todo o processo.

O câncer infantil ainda representa um grande desafio, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam consideravelmente as chances de cura. Os avanços da medicina têm possibilitado diagnósticos mais ágeis, como exames genéticos e tratamentos cada vez mais eficazes, permitindo que um número crescente de crianças receba o suporte adequado para enfrentar a doença. Com isso, além de aumentar as chances de recuperação, é possível garantir uma melhor qualidade de vida durante e após o tratamento. 

Agora que você compreende melhor sobre o câncer infantil, que tal continuar se aprofundando no assunto para entender quais os tipos de câncer mais comuns? Acesse e saiba mais!

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Sultan I, Alfaar AS, Sultan Y, Salman Z, Qaddoumi I. Trends in childhood cancer: Incidence and survival analysis over 45 years of SEER data. PLoS One. 2025;20(1):e0314592. Published 2025 Jan 3. doi:10.1371/journal.pone.0314592 

Kagami L, Baldino S, MacFarland SP. Childhood Cancer Predisposition: An Overview for the General Pediatrician. Pediatr Ann. 2022;51(1):e15-e21. doi:10.3928/19382359-20211207-01

Câncer infantojuvenil – INCA – 2023. Câncer infantojuvenil — Instituto Nacional de Câncer – INCA

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Câncer infantil: informações importantes para pais e cuidadores; O câncer infantil, apesar de raro em comparação aos tumores em adultos, é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes de um a 19 anos. Esses números reforçam a necessidade de saber identificar os sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce.  No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de oito mil novos casos de câncer infantil são diagnosticados anualmente, com taxas de cura superiores a 70% quando detectados em estágios iniciais e tratados em centros especializados. Globalmente, mais de 300 mil crianças recebem o diagnóstico a cada ano. Diante desse cenário, conhecer os diferentes tipos de câncer infantil, seus sintomas e as opções de tratamento disponíveis pode salvar vidas. Continue a leitura e obtenha informações importantes para proteger as crianças! O que é o câncer infantil? O câncer infantil engloba um grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células anormais que se multiplicam rapidamente e comprometem tecidos e órgãos saudáveis. Ao contrário do câncer em adultos, que está fortemente ligado a fatores como tabagismo, alimentação inadequada e exposição ambiental, o câncer infantil geralmente ocorre em razão de alterações genéticas e anomalias no desenvolvimento celular, tornando-se uma condição inesperada para muitas famílias. Embora a doença possa se desenvolver em qualquer parte do corpo, os tipos mais frequentes afetam o sangue (leucemias), o sistema nervoso central, os olhos e os rins. A boa notícia é que, mesmo sendo agressivo, o câncer infantil apresenta altas taxas de resposta ao tratamento, especialmente quando identificado cedo e tratado em centros especializados. Quais são os tipos mais comuns de câncer infantil? Ainda que existam diversos tipos de câncer infantil, alguns tumores são mais prevalentes entre crianças e adolescentes. Conhecer seus sinais pode facilitar a identificação precoce e o início rápido do tratamento. Leucemias  As leucemias são os tipos mais comuns de câncer infantil, representando 30% dos casos. O tipo mais frequente é a leucemia linfoblástica aguda (LLA). Sinais de alerta: anemia (palidez, fraqueza); febre; dor óssea; sangramentos espontâneos; manchas roxas (equimoses e hematomas) e petéquias. Retinoblastoma O retinoblastoma é um tumor ocular que ocorre, em grande parte, devido a mutações no gene RB1, sendo mais comum em crianças pequenas. Sinais de alerta: reflexo branco na pupila visível em fotos (efeito "olho de gato"); estrabismo e perda de visão progressiva. Tumores do sistema nervoso central Os tumores cerebrais são a segunda forma mais comum de câncer infantil. Sinais de alerta: dor de cabeça persistente, principalmente ao acordar; náuseas e vômitos frequentes; alterações no equilíbrio e dificuldades motoras. Neuroblastoma O neuroblastoma é um tumor do sistema nervoso periférico.  Sinais de alerta: massa abdominal visível ou palpável; dor óssea intensa e dificuldade para caminhar; sudorese excessiva e pressão arterial elevada. Tumor de Wilms Esse tumor afeta os rins, sendo comum em crianças de até cinco anos. Sinais de alerta: aumento do volume abdominal; sangue na urina; febre e hipertensão arterial. Sarcomas (ossos e tecidos moles) Os sarcomas podem afetar ossos (osteossarcoma, sarcoma de Ewing) e tecidos moles (rabdomiossarcoma). Sinais de alerta: dores ósseas persistentes, sobretudo à noite; inchaços ou massas palpáveis nos membros; fraturas ósseas sem trauma significativo. Sinais e sintomas a serem observados Muitos dos sintomas do câncer infantil são inespecíficos e podem ser confundidos com doenças comuns da infância. No entanto, a persistência de certos sinais merece atenção especial.  Na maioria das vezes, os sinais gerais persistentes incluem:  fadiga extrema e fraqueza sem explicação; perda de peso inexplicável; febre persistente sem causa aparente. Já os sinais específicos persistentes podem incluir:  dores persistentes, em particular nos ossos e articulações; nódulos ou massas anormais no abdômen, no pescoço ou nas axilas; alterações na visão, como estrabismo ou reflexo branco na pupila. Cabe ressaltar que, ao persistir algum desses sinais, é importante procurar apoio médico. Além disso, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença para a escolha do tratamento ideal e para aumentar a chance de cura. Tratamento e perspectivas de cura para o câncer infantil O câncer infantil tem tratamento e, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem ultrapassar 70%, dependendo do tipo e do estágio da doença. Abaixo, listamos os principais tratamentos utilizados. quimioterapia: uso de medicamentos para destruir células cancerígenas;  radioterapia: aplicação de radiação para reduzir tumores;  cirurgia: remoção do tumor;  terapias-alvo e imunoterapia: tratamentos mais modernos que estimulam o sistema imunológico a combater o câncer. Adicionalmente ao tratamento médico, o suporte multidisciplinar é essencial. Equipes compostas por psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e assistentes sociais ajudam no bem-estar físico e psicológico da criança e de sua família, durante todo o processo. O câncer infantil ainda representa um grande desafio, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam consideravelmente as chances de cura. Os avanços da medicina têm possibilitado diagnósticos mais ágeis, como exames genéticos e tratamentos cada vez mais eficazes, permitindo que um número crescente de crianças receba o suporte adequado para enfrentar a doença. Com isso, além de aumentar as chances de recuperação, é possível garantir uma melhor qualidade de vida durante e após o tratamento.  Agora que você compreende melhor sobre o câncer infantil, que tal continuar se aprofundando no assunto para entender quais os tipos de câncer mais comuns? Acesse e saiba mais! Sabin avisa: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial. Referências: Sultan I, Alfaar AS, Sultan Y, Salman Z, Qaddoumi I. Trends in childhood cancer: Incidence and survival analysis over 45 years of SEER data. PLoS One. 2025;20(1):e0314592. Published 2025 Jan 3. doi:10.1371/journal.pone.0314592  Kagami L, Baldino S, MacFarland SP. Childhood Cancer Predisposition: An Overview for the General Pediatrician. Pediatr Ann. 2022;51(1):e15-e21. doi:10.3928/19382359-20211207-01 Câncer infantojuvenil - INCA - 2023. Câncer infantojuvenil — Instituto Nacional de Câncer - INCA