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Sepse: entenda o que é quais os perigos associados

O que é a sepse?

A sepse é uma condição grave que ocorre quando o corpo reage descontroladamente a uma infecção. Entre elas, podemos citar pneumonia, infecção urinária ou infecção de pele. Essa ocorrência exagerada do sistema imunológico não se limita apenas a combater a infecção, mas acaba também danificando tecidos e órgãos saudáveis

O quadro pode levar a sérias complicações, incluindo o comprometimento de órgãos específicos como os rins, o coração e os pulmões. O reconhecimento precoce e o início imediato do tratamento são importantes para diminuir a alta taxa de mortalidade associada à sepse e ao choque séptico, que representa uma forma avançada da sepse.

Embora qualquer pessoa possa desenvolver sepse, certos grupos apresentam um risco significativamente maior. Pacientes imunocomprometidos — aqueles com câncer, HIV, deficiências cardíacas ou renais, diabetes, além dos prematuros, crianças com menos de um ano e idosos acima de 65 anos — são mais suscetíveis ​​a essa condição. Nessas situações, a capacidade do corpo de combate à infecção é reduzida, facilitando a progressão para a sepse e aumentando a chance de agravamentos.

Continue lendo este conteúdo para entender melhor o que é a sepse, como identificá-la precocemente e quais são as medidas que podem ajudar a preveni-la e tratá-la de maneira eficaz.

O que é sepse?

A sepse é uma condição de resposta inflamatória sistêmica a uma infecção que pode se espalhar pelo corpo, levando à falência de múltiplos órgãos. Em casos graves, pode causar choque séptico e morte. 

Estima-se que, no Brasil, onde as taxas de mortalidade são elevadas, a sepse seja uma das principais causas de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Ela afeta particularmente pessoas vulneráveis, como idosos, crianças e pacientes hospitalizados ou com doenças crônicas, exigindo ação médica rápida e eficiente.

A sepse ocorre quando o sistema imunológico tenta combater infecções em diferentes partes do corpo (pulmões, trato urinário, abdômen, pele) e, ao invés de limitar o processo, produz uma resposta inflamatória em todo o organismo. As bactérias são os agentes causadores mais comuns, porém vírus, fungos e parasitas também podem desencadear a condição.

Sintomas

Os principais sinais de alerta para a sepse incluem febre alta ou temperatura corporal anormalmente baixa, batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), respiração rápida, confusão mental ou desorientação, pressão arterial baixa (hipotensão) e uma diminuição na produção de urina. Esses sintomas indicam que o corpo está lutando contra uma infecção grave e exigem atenção médica imediata.

Principais causas

A sepse pode ser ocasionada por infecções bacterianas, virais, fúngicas ou parasitárias. Veja as infecções mais frequentes:

Essas infecções podem começar em qualquer parte do corpo e, quando o sistema imunológico responde de forma excessiva, provoca uma inflamação que se espalha pela corrente sanguínea, levando à sepse.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce da sepse é fundamental e deve incluir uma avaliação clínica abrangente, além de exames laboratoriais que ajudem a identificar a infecção e o impacto no corpo. 

O diagnóstico rápido é um dos principais fatores que aumentam as chances de recuperação, uma vez que o atraso no tratamento pode agravar a condição e reduzir as probabilidades de sobrevivência.

Exames: procalcitonina e hemocultura

A procalcitonina (PCT) é uma substância que, em condições normais, está presente em níveis muito baixos no sangue. No entanto, quando há uma infecção bacteriana grave, seus níveis aumentam consideravelmente, tornando-se um importante indicador clínico. 

Estudos mostraram que a PCT não se eleva em infecções virais, sendo especificamente útil para identificar infecções bacterianas e monitorar a resposta ao tratamento com antibióticos. Isso faz dela uma ferramenta valiosa para o diagnóstico precoce de sepse.

A hemocultura é um exame em que se coleta uma amostra de sangue do paciente e a coloca em um meio especial que facilita o crescimento de microrganismos, como bactérias, fungos e leveduras. Isso ajuda a identificar quais germes estão presentes no sangue e, consequentemente, qual é a infecção, permitindo o tratamento adequado.

Tratamento

Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores serão as chances de uma recuperação bem-sucedida. Em muitos casos, o paciente já está internado e, devido à gravidade da condição, é necessário acompanhamento em uma UTI, onde o monitoramento contínuo e intensivo é essencial para ajustar rapidamente o tratamento conforme a evolução do quadro clínico. O tratamento da sepse envolve:

Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de ventilação mecânica para suporte respiratório ou diálise para falência renal.

Prevenção

Algumas medidas preventivas podem reduzir o risco de infecções que levam à sepse, sobretudo o público mais vulnerável, como crianças e idosos. Entre elas, estão:

Dia Mundial da Sepse

Celebrado em 13 de setembro, o Dia Mundial da Sepse destaca a relevância de conscientizar a população sobre essa condição grave que ainda apresenta alta mortalidade, mesmo com os avanços no tratamento. 

Cerca de 20% dos pacientes com sepse não sobrevivem, e muitos enfrentam complicações graves, especialmente aqueles com comorbidades. Esse cenário motivou a criação da Surviving Sepsis Campaign, uma iniciativa global que, desde 2002, promove diretrizes baseadas em evidências para melhorar o manejo da sepse. No Brasil, o Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS) coordena a campanha com a meta de reduzir a mortalidade em 25% nos próximos cinco anos.

A Surviving Sepsis Campaign é conduzida por três importantes sociedades médicas: Society of Critical Care Medicine, European Society of Intensive Care Medicine e International Sepsis Forum. A iniciativa já conta com a participação de mais de 20 países, implementando protocolos em unidades de saúde para melhorar o tratamento da sepse.

A sepse é uma condição crítica que exige atenção imediata e tratamento eficaz. A conscientização sobre os sintomas, o diagnóstico rápido e as medidas preventivas são cruciais para reduzir a mortalidade por sepse no Brasil e em outros países em desenvolvimento. A adoção de hábitos preventivos, o reconhecimento precoce dos sintomas e o acesso rápido ao tratamento são medidas que podem salvar vidas.

Para saber mais sobre o sistema imunológico, confira nosso conteúdo exclusivo sobre os principais sinais de imunidade baixa. Nele, você encontrará informações detalhadas sobre os principais sintomas de uma imunidade comprometida, além de dicas práticas de hábitos que podem fortalecer sua saúde. Acesse e descubra como cuidar melhor do seu corpo e manter seu sistema imunológico em equilíbrio. Boa leitura!

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Boechat AL, Boechat NO. Sepse: diagnóstico e tratamento. Rev Bras Clin Med. 2010 set-out;8(5):420-7.

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Dia Mundial da Sepse: Brasil tem alta taxa de mortalidade por sepse entre os países em desenvolvimento. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hu-ufjf/comunicacao/noticias/2023/dia-mundial-da-sepse-brasil-tem-alta-taxa-de-mortalidade-por-sepse-dentre-os-paises-em-desenvolvimento.

Instituto Latino Americano de Sepse. Sobre a Sepse. Disponível em: https://ilas.org.br/sobre-a-sepse/

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Srzić I, Nesek Adam V, Tunjić Pejak D. SEPSIS DEFINITION: WHAT’S NEW 
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