O mês de dezembro é marcado por diversas ações de conscientização em saúde, sendo uma das mais significativas a campanha Dezembro Vermelho. Essa campanha visa alertar a população sobre a prevenção e o tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), com foco especial no HIV/aids.
O termo antigo DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) foi substituído por ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que decidiu mudar a nomenclatura considerando que a palavra “doença” está relacionada a sinais e sintomas visíveis, e a palavra “infecção” abrange condições assintomáticas.
Causadas por mais de 30 vírus ou bactérias, as ISTs são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual, mas também pode ocorrer transmissão da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Diante do crescente número de novos casos de ISTs — especialmente na população jovem —, torna-se cada vez mais importante investir em campanhas de prevenção como o Dezembro Vermelho. Por isso, convidamos você para conhecer melhor a campanha e esclarecer as principais dúvidas. Para enriquecer o material, contamos com a ajuda do Dr. Alexandre Cunha, consultor médico do Sabin Diagnóstico e Saúde.
O que é o Dezembro Vermelho?
O Dezembro Vermelho é uma campanha instituída no Brasil pela Lei nº 13.504/201, que tem como objetivo promover atividades de conscientização sobre a prevenção do HIV/aids e outras ISTs.
Tendo início no Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º/12), a campanha ocorre durante todo o mês de dezembro, com ações educativas e de mobilização da sociedade, no intuito de reduzir o preconceito e a discriminação que ainda cercam essas doenças, bem como incentivar a realização de testes e tratamento adequado.
Qual a situação epidemiológica das ISTs atualmente?
Nos últimos anos, as ISTs apresentaram um aumento substancial de casos em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Conforme o Ministério da Saúde (MS), os novos casos de HIV têm se concentrado sobretudo em jovens de 15 a 24 anos. A estimativa da OMS é que mais de um milhão de ISTs curáveis e não virais ocorram diariamente no mundo em pessoas com idade entre 15 e 49 anos, dados que reforçam a importância de campanhas de prevenção.
Levantamentos recentes apontam que, em 2022, foram notificados mais de 40 mil novos casos de HIV no Brasil, com um aumento de 17% em relação ao ano de 2020. Além do HIV, outras ISTs, como sífilis, gonorreia e clamídia, também têm demonstrado crescimento preocupante, enfatizando a necessidade de ações contínuas de prevenção e tratamento.
Quais as principais ISTs?
As ISTs são infecções transmitidas predominantemente pelo contato sexual sem proteção. As principais incluem:
HIV/aids
Ataca o sistema imunológico, podendo levar à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Sífilis
Infecção bacteriana que, se não tratada, pode causar complicações graves.
Gonorreia
Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, pode levar à infertilidade se não tratada.
Clamídia
Infecção bacteriana que pode ser assintomática, mas também causar sérias complicações reprodutivas.
HPV
Papilomavírus Humano, pode causar verrugas genitais e está associado ao câncer de colo de útero.
Hepatite B
Não tem cura e muitas pessoas infectadas desconhecem que têm hepatite B, devido à ausência de sintomas.
Quais são as formas de prevenção?
A prevenção das ISTs passa por diversas estratégias, cujas principais podem ser vistas a seguir.
- uso de preservativos: o uso correto e consistente de preservativos é uma das formas mais eficazes de prevenção contra ISTs;
- educação sexual: programas educativos que abordam a sexualidade de maneira clara e informativa são essenciais para a conscientização dos jovens;
- testagem regular: realizar testes periódicos para ISTs, especialmente aqueles que têm múltiplos parceiros sexuais ou que não usam preservativos regularmente;
- tratamento das ISTs: tratamento adequado e imediato das ISTs para evitar complicações e transmissão a outras pessoas;
- Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): uso de medicamentos por pessoas com alto risco de contrair HIV para reduzir a probabilidade de infecção.
Para melhor compreensão, preparamos um infográfico com os principais métodos de prevenção das ISTs. Confira:
Por que o sexo seguro ainda deve ser priorizado?
O sexo seguro, principalmente através do uso de preservativos, é crucial para a prevenção das ISTs. Apesar dos avanços em tratamentos e profilaxias, como a PrEP para o HIV, a camisinha continua sendo a forma mais acessível e eficaz de evitar a transmissão de infecções.
Adicionalmente, a prática do sexo seguro contribui para a redução do estigma associado às ISTs, possibilitando uma abordagem mais saudável e responsável da sexualidade.
Por que o Dezembro Vermelho é importante para combater estigmas?
O Dezembro Vermelho exerce um papel fundamental na luta contra o estigma e a discriminação associados às ISTs, em particular o HIV/aids. A campanha fortalece a inclusão e a aceitação, informando adequadamente que o diagnóstico positivo de uma IST não deve ser motivo de vergonha ou exclusão.
Sabin no Dezembro Vermelho
Para incentivar a testagem e promover o acesso de mais pessoas aos cuidados com a saúde, o Sabin lançou a campanha “Melhor que prever é prevenir”, que inclui ações preventivas não somente relacionadas ao Dezembro Vermelho, como também Outubro Rosa e Novembro Azul.
Durante o período de vigência da campanha, serão oferecidos pacotes promocionais de exames para o diagnóstico das principais ISTs, como HIV, sífilis e hepatite, além da vacina contra o HPV com descontos especiais.
Por meio da conscientização e da educação proporcionadas pelas campanhas de prevenção, é possível criar um ambiente de apoio, no qual as pessoas sintam segurança para buscar o diagnóstico e o tratamento sem medo de preconceito.
Encorajamos todos a participarem das ações do Dezembro Vermelho e a se informarem mais sobre a prevenção e o cuidado com a saúde sexual. Para mais informações, leia nosso conteúdo IST: informações para prevenção e cuidado da saúde sexual.
Sabin avisa:
Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.
Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.
Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.