Sabin Por: Sabin
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Já parou para pensar que, diariamente, nossas vias aéreas são expostas a diversos microrganismos imperceptíveis a olho nu? E que eles são potenciais agentes causadores de doenças respiratórias?

Esses agentes estão por toda a parte, circulando entre a população durante o ano todo, podendo afetar qualquer pessoa. No entanto, existem aquelas que possuem maior predisposição a desenvolver desordens respiratórias. Estilo de vida, aspectos genéticos, histórico clínico de outras doenças, tabagismo e, até mesmo, a má qualidade do ar podem ser fatores influenciadores.

Entenda o que são e como as doenças respiratórias se manifestam, quais os tipos mais comuns e como fazer para tratá-las ou se prevenir adequadamente. Acompanhe!

O que são doenças respiratórias e como se classificam?

Por definição, são doenças que podem comprometer estruturas ou órgãos do sistema respiratório, como nariz, laringe, faringe, traqueia e pulmão. Elas acometem tanto as vias aéreas superiores quanto as inferiores, classificando-se em dois grandes grupos: doenças respiratórias agudas e crônicas. O que as diferencia é justamente o período de duração de cada uma e quanto tempo é necessário para realizar o tratamento.

Em geral, as doenças respiratórias agudas apresentam características de início rápido, durando, no máximo, três meses, com tratamento curto, sendo que algumas podem ser contagiosas. Já as doenças respiratórias crônicas têm início e evolução gradativa, duram mais de três meses e o tratamento pode envolver a utilização de medicamentos por longos períodos. Uma doença aguda pode evoluir para uma complicação crônica, a depender do estado clínico do paciente, mas isso não é uma regra.

Existem doenças respiratórias crônicas hereditárias, causadas por mutações em genes específicos herdados pelo histórico familiar. Nesse caso, as mutações podem aumentar as chances de desenvolvimento de determinada doença ou, ainda, serem as causas principais da patologia. É o caso da fibrose cística, doença genética rara, hereditária e congênita.

Além das condições genéticas preestabelecidas, as doenças respiratórias podem ser desencadeadas por diversos patógenos e microrganismos. É importante saber que existem diferenciações quanto ao agente causador, o que influencia diretamente no tratamento da doença.

Infecções respiratórias podem ser causadas por vírus, como na gripe e na covid-19. Bactérias também representam potencial nocivo para as vias respiratórias, como no caso da tuberculose, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch). Doenças como faringite e sinusite podem ser causadas tanto por bactérias quanto por vírus e fungos. Outros microrganismos, como ácaros, também são agentes causadores de doenças respiratórias, especialmente as de origem alérgica, como as rinites.

Principais doenças respiratórias agudas

Entre as doenças respiratórias agudas mais comuns, estão:

Resfriado

Na maioria das vezes, é causado pelo rinovírus, e os sintomas incluem nariz congestionado, corrimento nasal e espirros. A duração da sintomatologia leva poucos dias, com uma boa evolução clínica.

Gripe 

Causada pelo vírus Influenza, a gripe apresenta sintomas mais intensos que um resfriado comum, podendo surgir repentinamente. São eles: febre, dor de cabeça, calafrios, tosse seca, dor de garganta, dores no corpo ou nos músculos e cansaço. Também pode causar nariz entupido, corrimento nasal, espirros e olhos lacrimejantes. A duração da sintomatologia varia de três a seis dias, com a possibilidade de evoluir para complicações como otites, sinusites e, menos frequentemente, broncopneumonias.

Faringite

A faringite pode ocorrer em decorrência de uma infecção viral ou bacteriana. É a famosa dor de garganta, que também pode provocar febre, sensação de garganta arranhada e dor ao engolir.

Bronquite aguda

A bronquite aguda caracteriza-se pela inflamação dos brônquios, estruturas presentes nos pulmões. É comumente causada por vírus, que podem ser os mesmos responsáveis pela gripe e pelo resfriado. Inclusive, os sintomas são parecidos, como tosse, coriza e febre, mas também podem manifestar-se com chiado no peito e falta de ar. 

Pneumonia

A pneumonia é uma doença que afeta o funcionamento do pulmão, sobretudo as estruturas chamadas alvéolos pulmonares, responsáveis pelas trocas gasosas. É desencadeada por fungos, vírus e bactérias, que geram uma infecção pulmonar. Os sintomas podem variar, porém, os mais comuns são: falta de ar, febre alta, calafrios, tosse com catarro e dor ao respirar. 

Doenças como a gripe, quando não tratadas corretamente, podem evoluir para quadros de pneumonia. Outras condições que comprometem o sistema imunológico, como o tabagismo ou mudanças bruscas na temperatura, podem contribuir para o seu desenvolvimento. É uma doença com maior prevalência em bebês, crianças e idosos.

Rinite

A rinite é uma doença de origem quase sempre alérgica, em que há uma inflamação da mucosa nasal que provoca coriza, entupimento do nariz, espirros constantes e coceira no nariz e nos olhos. Costuma durar poucos dias, e a grande maioria dos casos é provocada por reação alérgica a ácaros e fungos presentes no ambiente. Entretanto, outros alérgenos, como pelos de animais, também podem provocar a reação. 

Covid-19

Causada pelo vírus do tipo coronavírus, especificamente o SARS-CoV-2, a covid-19 é, sem dúvida, a doença respiratória mais conhecida dos últimos anos.

Apesar de a covid-19 não ter um padrão bem definido de sintomatologia, chegando a incluir pacientes assintomáticos, os sintomas mais frequentes são similares aos encontrados na gripe, principalmente: febre alta, dor de cabeça, mal-estar e tosse seca. Alguns pacientes podem ter complicações graves, necessitando de cuidados médicos especiais.

Vírus sincicial respiratório

O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma causa comum de infecções respiratórias agudas, com incidência maior em crianças pequenas e adultos mais velhos. O VSR é responsável por bronquiolite e pneumonia, sendo o principal agente causador de hospitalização por infecções respiratórias em lactentes, além de uma causa significativa de mortalidade por infecções do trato respiratório inferior em todo o mundo.

A transmissão do VSR ocorre através de gotículas respiratórias e contato com superfícies contaminadas. A infecção é sazonal, com picos no inverno em climas temperados e na estação chuvosa em climas tropicais. No público infantil, o VSR pode ocasionar sintomas que variam desde resfriados comuns a bronquiolite grave, enquanto em adultos, majoritariamente os imunocomprometidos e idosos, pode levar a doenças respiratórias mais insidiosas.

Metapneumovírus

No início de 2025, foi noticiado uma alta nos casos de infecções respiratórias causadas pelo metapneumovírus, especialmente na China. Assim como o VSR, o metapneumovírus humano (HMPV) também é uma causa significativa de infecções respiratórias agudas, igualmente com maior prevalência em crianças, idosos e indivíduos imunocomprometidos. 

O HMPV é responsável por uma proporção considerável de hospitalizações devido a infecções respiratórias agudas em crianças, com sintomas que variam de resfriados leves a doenças graves, como bronquiolite e pneumonia.

A infecção por esse vírus é clinicamente semelhante à causada pelo vírus sincicial respiratório, com sintomas que incluem tosse, coriza, febre e, em casos mais graves, bronquiolite e pneumonia. A infecção inicial geralmente ocorre na infância, contudo, as reinfecções são comuns ao longo da vida.

Principais doenças respiratórias crônicas

As doenças respiratórias crônicas representam uma grande preocupação para a saúde pública mundial, em virtude da complexidade das enfermidades. Conheça as principais:

Asma

A asma é caracterizada pela inflamação e pelo inchaço das vias aéreas, sobretudo os brônquios, causando o estreitamento dessas estruturas e a produção exacerbada de muco, o que dificulta a respiração. Suas causas envolvem fatores genéticos de origem familiar e ambientais (fumo, alergia, entre outros), e o tratamento é realizado com medicamentos broncodilatadores e fármacos para diminuir a inflamação.

Rinite crônica

A rinite crônica é uma forma grave da doença, desencadeando sintomatologia semelhante à aguda, mas que persiste por mais de três meses. O tratamento consiste no controle dos sintomas por meio da utilização de medicamentos antialérgicos.

Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

A DPOC, na verdade, é um grupo de doenças com características que dificultam o fluxo de ar nos pulmões. É o caso da bronquite crônica, que leva ao estreitamento das vias aéreas, e do enfisema pulmonar, que gera uma diminuição da elasticidade do tecido pulmonar. Uma das principais causas está relacionada à exposição a substâncias nocivas ao organismo, como a fumaça do cigarro. Os sintomas incluem falta de ar e tosse persistente com catarro.

Tuberculose

Como mencionado, a tuberculose é causada pela infecção através da bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente o pulmão. Entre os sintomas, destacam-se: tosse (em alguns casos com sangue), febre, falta de ar, dor para respirar e perda de peso. Embora seja uma doença contagiosa, pode ser curada por meio de tratamento medicamentoso, com duração de aproximadamente seis meses. É importante destacar que os sintomas tendem a diminuir logo após a primeira semana de terapia, no entanto, deve-se dar continuidade ao tratamento para alcançar a cura.

Além dessas doenças, existem outras de caráter crônico e hereditário, mais raras. É o caso da supramencionada fibrose cística, doença que afeta as células que produzem muco no interior das vias aéreas. Nessa doença, o muco é mais viscoso e pegajoso, aderindo no interior das vias e dificultando a respiração. O muco pode, ainda, levar ao acúmulo de bactérias e outros microrganismos, ocasionando infecções e desenvolvimento de outras doenças, como a bronquite e a pneumonia. O tratamento é realizado para aliviar os sintomas e reduzir as complicações. 

Quais os vírus respiratórios com maior incidência no Brasil?

As doenças respiratórias têm sido motivo de preocupação para os especialistas em saúde, em razão da crescente taxa de agravamentos, internações hospitalares e mortalidade na população. Entre os principais vírus respiratórios com maior circulação no Brasil, estão: o vírus sincicial respiratório (VSR), o SARS-CoV-2 e o Influenza.

Por mais que afetem qualquer faixa etária, crianças da primeira infância, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido são as que mais sofrem com as síndromes respiratórias, sendo consideradas grupos de risco.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos morrem anualmente por desordens respiratórias, ao redor do mundo. No Brasil, cerca de 10% dos óbitos em crianças de até um ano é resultado de problemas respiratórios, além de ser a primeira causa entre crianças de um a quatro anos. São números considerados alarmantes!

As doenças respiratórias, em particular pneumonias e gripes, representam uma das principais causas de internação e óbito entre os idosos. Quadros respiratórios associados ao VSR têm apresentado um aumento expressivo, nos últimos anos, entre os grupos da primeira infância e idosos.

Como se prevenir das doenças respiratórias?

A vacinação é uma ferramenta extremamente necessária não somente para garantir a proteção contra doenças circulantes, como também para prevenir que doenças antigas retornem à circulação na população, como a tuberculose. Por isso, mantenha seu esquema vacinal sempre em dia, de acordo com o calendário de vacinação recomendado.

Não se esqueça que as pessoas devem ser vacinadas em todas as fases da vida, principalmente as pessoas mais vulneráveis (crianças, idosos e imunossuprimidos). Verifique sempre sua caderneta de vacinação e faça as doses de reforço. Cabe ressaltar que doenças respiratórias, como a gripe, sofrem mutações virais todos os anos, portanto, é fundamental manter os reforços atualizados para garantir a proteção completa.

No Sabin, oferecemos vacinas que protegem contra quatro tipos diferentes do vírus da gripe (com variações que abrangem os públicos infantil e adulto), vacinas pneumocócicas Pneumo 15 e Pneumo 23, a vacina BCG, essencial para prevenção de casos graves de tuberculose, e as vacinas contra o VSR (com variações que abrangem idosos e gestantes). 

Outras ações também podem ajudar a prevenir o surgimento dessas doenças. Cultivar hábitos de vida saudáveis, como ter uma boa alimentação e praticar exercícios físicos, ajudam a contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico. Dessa maneira, seu corpo estará mais preparado para combater eventuais microrganismos.

Evite ambientes muito secos e não fume. O cigarro é um dos principais causadores de doenças respiratórias, inclusive no fumo passivo (ficar próximo de pessoas fumantes). Dê preferência a ambientes abertos, ventilados e, caso seja necessário, utilize aparelhos umidificadores de ar.

Vacinas contra o VSR

Recentemente, foram desenvolvidas duas vacinas contra o VSR: Abrysvo® e Arexvy®. A vacina Abrysvo® é um imunizante inovador de dose única que oferece proteção contra infecções graves causadas pelo VSR, tanto para gestantes quanto para idosos. No caso das gestantes, essa proteção é ainda mais relevante, pois os anticorpos gerados pela mãe são transferidos para o bebê no decorrer da gravidez.

Já a vacina Arexvy® é voltada exclusivamente para a imunização de idosos, contendo um adjuvante que potencializa a resposta imunológica e aumenta a eficácia da vacina em pessoas a partir dos 60 anos de idade.

Em relação ao metapneumovírus, atualmente, não existe uma vacina aprovada contra a doença, mas pesquisas em andamento para o desenvolvimento de imunizantes potencialmente candidatos. Segundo especialistas da OMS, o aumento no número de casos da doença na China é esperado para a época do ano, e o metapneumovírus não representa uma “nova ameaça” como o SARS-CoV-2. Na realidade, é uma doença respiratória conhecida há bastante tempo, que costuma causar sintomas leves e inespecíficos.

Nesse contexto, a melhor forma de combate ao metapneumovírus é manter medidas de proteção, tais como o isolamento de pessoas doentes, o uso de máscaras e a adoção de bons hábitos de higiene pessoal e do ambiente.

Como é feito o diagnóstico?

Antes de tudo, é preciso deixar claro que o apoio médico é crucial. Na presença de sintomas respiratórios persistentes, o ideal é procurar ajuda médica para avaliação clínica e, se necessário, realizar exames complementares.

Inicialmente, é feita uma avaliação clínica, em que o médico pesquisa históricos familiares do paciente, hábitos de vida, antecedentes médicos, históricos vacinais e epidemiológicos (viagens, contato, etc.), além da sintomatologia e da realização do exame físico.

Quais exames detectam as doenças respiratórias?

Existe uma gama de exames específicos que podem ser realizados, a depender da suspeita diagnóstica do médico, como o raio-X do tórax, o exame microbiológico de secreções, testes de alergia, teste de função pulmonar e tomografia de tórax. Outros exames inespecíficos também podem ser solicitados, como o hemograma e os níveis de proteína C reativa.

Ainda há os exames moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR), para diagnóstico de infecções respiratórias (covid-19, gripe, tuberculose, por exemplo). O objetivo desses testes é identificar, nas amostras, por meio da pesquisa do material genético, a presença do agente causador da doença. Saiba mais sobre os testes diagnósticos para covid-19.

Já em relação a doenças genéticas raras, como a fibrose cística, é possível realizar a triagem neonatal (Teste do Pezinho) para sua detecção nos primeiros dias de vida. Esse tipo de exame é elementar para a identificação precoce, evitando agravamentos e complicações que possam surgir. 

O Sabin conta com um exame completo que detecta os vírus respiratórios mais frequentes. Trata-se de um painel molecular que consegue identificar, ao mesmo tempo, por meio de uma única coleta (swab nasal), diferentes tipos de vírus, como SARS-CoV-2, Influenza A e B, VSR, HMPV. Saiba como fazer, clicando aqui.

Como foi dito no início deste artigo, as doenças respiratórias estão presentes em nossas vidas durante todo o ano. Todavia, alguns períodos oferecem condições que facilitam a proliferação de vírus, bactérias e outros agentes que podem acometer o sistema respiratório. É fato que há um aumento na incidência de doenças respiratórias em épocas de baixas temperaturas, por exemplo. Quer saber por que isso acontece? Descubra qual a explicação para esse fenômeno em “O frio está chegando! Como manter a saúde em dia?”.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências: 

Endres TM, Konstan MW. (2022). What Is Cystic Fibrosis? JAMA. ;327(2):191.

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Hyrkäs-Palmu, H., Ikäheimo, T. M., Laatikainen, T., Jousilahti, P., Jaakkola, M. S., & Jaakkola, J. J. (2018). Cold weather increases respiratory symptoms and functional disability especially among patients with asthma and allergic rhinitis. Scientific reports, 8(1), 1-8.

Labaki, W. W., & Han, M. K. (2020). Chronic respiratory diseases: a global view. The Lancet Respiratory Medicine, 8(6), 531-533.

Lee W. J. (2019). Common Cold and Flu. Vitamin C in Human Health and Disease: Effects, Mechanisms of Action, and New Guidance on Intake, 89–100.

Pai, M., Behr, M., Dowdy, D. et al. Tuberculosis. Nat Rev Dis Primers 2, 16076 (2016).

Shukla, S. D., Swaroop Vanka, K., Chavelier, A., Shastri, M. D., Tambuwala, M. M., Bakshi, H. A., Pabreja, K., Mahmood, M. Q., & O’Toole, R. F. (2020). Chronic respiratory diseases: An introduction and need for novel drug delivery approaches. Targeting Chronic Inflammatory Lung Diseases Using Advanced Drug Delivery Systems, 1–31.

de Souza, W. M., Buss, L. F., Candido, D. D. S., Carrera, J. P., Li, S., Zarebski, A. E., & Faria, N. R. (2020). Epidemiological and clinical characteristics of the COVID-19 epidemic in Brazil. Nature human behaviour, 4(8), 856-865.

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Entenda o que são e quais as principais doenças respiratórias; Já parou para pensar que, diariamente, nossas vias aéreas são expostas a diversos microrganismos imperceptíveis a olho nu? E que eles são potenciais agentes causadores de doenças respiratórias? Esses agentes estão por toda a parte, circulando entre a população durante o ano todo, podendo afetar qualquer pessoa. No entanto, existem aquelas que possuem maior predisposição a desenvolver desordens respiratórias. Estilo de vida, aspectos genéticos, histórico clínico de outras doenças, tabagismo e, até mesmo, a má qualidade do ar podem ser fatores influenciadores. Entenda o que são e como as doenças respiratórias se manifestam, quais os tipos mais comuns e como fazer para tratá-las ou se prevenir adequadamente. Acompanhe! O que são doenças respiratórias e como se classificam? Por definição, são doenças que podem comprometer estruturas ou órgãos do sistema respiratório, como nariz, laringe, faringe, traqueia e pulmão. Elas acometem tanto as vias aéreas superiores quanto as inferiores, classificando-se em dois grandes grupos: doenças respiratórias agudas e crônicas. O que as diferencia é justamente o período de duração de cada uma e quanto tempo é necessário para realizar o tratamento. Em geral, as doenças respiratórias agudas apresentam características de início rápido, durando, no máximo, três meses, com tratamento curto, sendo que algumas podem ser contagiosas. Já as doenças respiratórias crônicas têm início e evolução gradativa, duram mais de três meses e o tratamento pode envolver a utilização de medicamentos por longos períodos. Uma doença aguda pode evoluir para uma complicação crônica, a depender do estado clínico do paciente, mas isso não é uma regra. Existem doenças respiratórias crônicas hereditárias, causadas por mutações em genes específicos herdados pelo histórico familiar. Nesse caso, as mutações podem aumentar as chances de desenvolvimento de determinada doença ou, ainda, serem as causas principais da patologia. É o caso da fibrose cística, doença genética rara, hereditária e congênita. Além das condições genéticas preestabelecidas, as doenças respiratórias podem ser desencadeadas por diversos patógenos e microrganismos. É importante saber que existem diferenciações quanto ao agente causador, o que influencia diretamente no tratamento da doença. Infecções respiratórias podem ser causadas por vírus, como na gripe e na covid-19. Bactérias também representam potencial nocivo para as vias respiratórias, como no caso da tuberculose, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch). Doenças como faringite e sinusite podem ser causadas tanto por bactérias quanto por vírus e fungos. Outros microrganismos, como ácaros, também são agentes causadores de doenças respiratórias, especialmente as de origem alérgica, como as rinites. Principais doenças respiratórias agudas Entre as doenças respiratórias agudas mais comuns, estão: Resfriado Na maioria das vezes, é causado pelo rinovírus, e os sintomas incluem nariz congestionado, corrimento nasal e espirros. A duração da sintomatologia leva poucos dias, com uma boa evolução clínica. Gripe  Causada pelo vírus Influenza, a gripe apresenta sintomas mais intensos que um resfriado comum, podendo surgir repentinamente. São eles: febre, dor de cabeça, calafrios, tosse seca, dor de garganta, dores no corpo ou nos músculos e cansaço. Também pode causar nariz entupido, corrimento nasal, espirros e olhos lacrimejantes. A duração da sintomatologia varia de três a seis dias, com a possibilidade de evoluir para complicações como otites, sinusites e, menos frequentemente, broncopneumonias. Faringite A faringite pode ocorrer em decorrência de uma infecção viral ou bacteriana. É a famosa dor de garganta, que também pode provocar febre, sensação de garganta arranhada e dor ao engolir. Bronquite aguda A bronquite aguda caracteriza-se pela inflamação dos brônquios, estruturas presentes nos pulmões. É comumente causada por vírus, que podem ser os mesmos responsáveis pela gripe e pelo resfriado. Inclusive, os sintomas são parecidos, como tosse, coriza e febre, mas também podem manifestar-se com chiado no peito e falta de ar.  Pneumonia A pneumonia é uma doença que afeta o funcionamento do pulmão, sobretudo as estruturas chamadas alvéolos pulmonares, responsáveis pelas trocas gasosas. É desencadeada por fungos, vírus e bactérias, que geram uma infecção pulmonar. Os sintomas podem variar, porém, os mais comuns são: falta de ar, febre alta, calafrios, tosse com catarro e dor ao respirar.  Doenças como a gripe, quando não tratadas corretamente, podem evoluir para quadros de pneumonia. Outras condições que comprometem o sistema imunológico, como o tabagismo ou mudanças bruscas na temperatura, podem contribuir para o seu desenvolvimento. É uma doença com maior prevalência em bebês, crianças e idosos. Rinite A rinite é uma doença de origem quase sempre alérgica, em que há uma inflamação da mucosa nasal que provoca coriza, entupimento do nariz, espirros constantes e coceira no nariz e nos olhos. Costuma durar poucos dias, e a grande maioria dos casos é provocada por reação alérgica a ácaros e fungos presentes no ambiente. Entretanto, outros alérgenos, como pelos de animais, também podem provocar a reação.  Covid-19 Causada pelo vírus do tipo coronavírus, especificamente o SARS-CoV-2, a covid-19 é, sem dúvida, a doença respiratória mais conhecida dos últimos anos. Apesar de a covid-19 não ter um padrão bem definido de sintomatologia, chegando a incluir pacientes assintomáticos, os sintomas mais frequentes são similares aos encontrados na gripe, principalmente: febre alta, dor de cabeça, mal-estar e tosse seca. Alguns pacientes podem ter complicações graves, necessitando de cuidados médicos especiais. Vírus sincicial respiratório O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma causa comum de infecções respiratórias agudas, com incidência maior em crianças pequenas e adultos mais velhos. O VSR é responsável por bronquiolite e pneumonia, sendo o principal agente causador de hospitalização por infecções respiratórias em lactentes, além de uma causa significativa de mortalidade por infecções do trato respiratório inferior em todo o mundo. A transmissão do VSR ocorre através de gotículas respiratórias e contato com superfícies contaminadas. A infecção é sazonal, com picos no inverno em climas temperados e na estação chuvosa em climas tropicais. No público infantil, o VSR pode ocasionar sintomas que variam desde resfriados comuns a bronquiolite grave, enquanto em adultos, majoritariamente os imunocomprometidos e idosos, pode levar a doenças respiratórias mais insidiosas. Metapneumovírus No início de 2025, foi noticiado uma alta nos casos de infecções respiratórias causadas pelo metapneumovírus, especialmente na China. Assim como o VSR, o metapneumovírus humano (HMPV) também é uma causa significativa de infecções respiratórias agudas, igualmente com maior prevalência em crianças, idosos e indivíduos imunocomprometidos.  O HMPV é responsável por uma proporção considerável de hospitalizações devido a infecções respiratórias agudas em crianças, com sintomas que variam de resfriados leves a doenças graves, como bronquiolite e pneumonia. A infecção por esse vírus é clinicamente semelhante à causada pelo vírus sincicial respiratório, com sintomas que incluem tosse, coriza, febre e, em casos mais graves, bronquiolite e pneumonia. A infecção inicial geralmente ocorre na infância, contudo, as reinfecções são comuns ao longo da vida. Principais doenças respiratórias crônicas As doenças respiratórias crônicas representam uma grande preocupação para a saúde pública mundial, em virtude da complexidade das enfermidades. Conheça as principais: Asma A asma é caracterizada pela inflamação e pelo inchaço das vias aéreas, sobretudo os brônquios, causando o estreitamento dessas estruturas e a produção exacerbada de muco, o que dificulta a respiração. Suas causas envolvem fatores genéticos de origem familiar e ambientais (fumo, alergia, entre outros), e o tratamento é realizado com medicamentos broncodilatadores e fármacos para diminuir a inflamação. Rinite crônica A rinite crônica é uma forma grave da doença, desencadeando sintomatologia semelhante à aguda, mas que persiste por mais de três meses. O tratamento consiste no controle dos sintomas por meio da utilização de medicamentos antialérgicos. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) A DPOC, na verdade, é um grupo de doenças com características que dificultam o fluxo de ar nos pulmões. É o caso da bronquite crônica, que leva ao estreitamento das vias aéreas, e do enfisema pulmonar, que gera uma diminuição da elasticidade do tecido pulmonar. Uma das principais causas está relacionada à exposição a substâncias nocivas ao organismo, como a fumaça do cigarro. Os sintomas incluem falta de ar e tosse persistente com catarro. Tuberculose Como mencionado, a tuberculose é causada pela infecção através da bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente o pulmão. Entre os sintomas, destacam-se: tosse (em alguns casos com sangue), febre, falta de ar, dor para respirar e perda de peso. Embora seja uma doença contagiosa, pode ser curada por meio de tratamento medicamentoso, com duração de aproximadamente seis meses. É importante destacar que os sintomas tendem a diminuir logo após a primeira semana de terapia, no entanto, deve-se dar continuidade ao tratamento para alcançar a cura. Além dessas doenças, existem outras de caráter crônico e hereditário, mais raras. É o caso da supramencionada fibrose cística, doença que afeta as células que produzem muco no interior das vias aéreas. Nessa doença, o muco é mais viscoso e pegajoso, aderindo no interior das vias e dificultando a respiração. O muco pode, ainda, levar ao acúmulo de bactérias e outros microrganismos, ocasionando infecções e desenvolvimento de outras doenças, como a bronquite e a pneumonia. O tratamento é realizado para aliviar os sintomas e reduzir as complicações.  Quais os vírus respiratórios com maior incidência no Brasil? As doenças respiratórias têm sido motivo de preocupação para os especialistas em saúde, em razão da crescente taxa de agravamentos, internações hospitalares e mortalidade na população. Entre os principais vírus respiratórios com maior circulação no Brasil, estão: o vírus sincicial respiratório (VSR), o SARS-CoV-2 e o Influenza. Por mais que afetem qualquer faixa etária, crianças da primeira infância, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido são as que mais sofrem com as síndromes respiratórias, sendo consideradas grupos de risco. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos morrem anualmente por desordens respiratórias, ao redor do mundo. No Brasil, cerca de 10% dos óbitos em crianças de até um ano é resultado de problemas respiratórios, além de ser a primeira causa entre crianças de um a quatro anos. São números considerados alarmantes! As doenças respiratórias, em particular pneumonias e gripes, representam uma das principais causas de internação e óbito entre os idosos. Quadros respiratórios associados ao VSR têm apresentado um aumento expressivo, nos últimos anos, entre os grupos da primeira infância e idosos. Como se prevenir das doenças respiratórias? A vacinação é uma ferramenta extremamente necessária não somente para garantir a proteção contra doenças circulantes, como também para prevenir que doenças antigas retornem à circulação na população, como a tuberculose. Por isso, mantenha seu esquema vacinal sempre em dia, de acordo com o calendário de vacinação recomendado. Não se esqueça que as pessoas devem ser vacinadas em todas as fases da vida, principalmente as pessoas mais vulneráveis (crianças, idosos e imunossuprimidos). Verifique sempre sua caderneta de vacinação e faça as doses de reforço. Cabe ressaltar que doenças respiratórias, como a gripe, sofrem mutações virais todos os anos, portanto, é fundamental manter os reforços atualizados para garantir a proteção completa. No Sabin, oferecemos vacinas que protegem contra quatro tipos diferentes do vírus da gripe (com variações que abrangem os públicos infantil e adulto), vacinas pneumocócicas Pneumo 15 e Pneumo 23, a vacina BCG, essencial para prevenção de casos graves de tuberculose, e as vacinas contra o VSR (com variações que abrangem idosos e gestantes).  Outras ações também podem ajudar a prevenir o surgimento dessas doenças. Cultivar hábitos de vida saudáveis, como ter uma boa alimentação e praticar exercícios físicos, ajudam a contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico. Dessa maneira, seu corpo estará mais preparado para combater eventuais microrganismos. Evite ambientes muito secos e não fume. O cigarro é um dos principais causadores de doenças respiratórias, inclusive no fumo passivo (ficar próximo de pessoas fumantes). Dê preferência a ambientes abertos, ventilados e, caso seja necessário, utilize aparelhos umidificadores de ar. Vacinas contra o VSR Recentemente, foram desenvolvidas duas vacinas contra o VSR: Abrysvo® e Arexvy®. A vacina Abrysvo® é um imunizante inovador de dose única que oferece proteção contra infecções graves causadas pelo VSR, tanto para gestantes quanto para idosos. No caso das gestantes, essa proteção é ainda mais relevante, pois os anticorpos gerados pela mãe são transferidos para o bebê no decorrer da gravidez. Já a vacina Arexvy® é voltada exclusivamente para a imunização de idosos, contendo um adjuvante que potencializa a resposta imunológica e aumenta a eficácia da vacina em pessoas a partir dos 60 anos de idade. Em relação ao metapneumovírus, atualmente, não existe uma vacina aprovada contra a doença, mas pesquisas em andamento para o desenvolvimento de imunizantes potencialmente candidatos. Segundo especialistas da OMS, o aumento no número de casos da doença na China é esperado para a época do ano, e o metapneumovírus não representa uma “nova ameaça” como o SARS-CoV-2. Na realidade, é uma doença respiratória conhecida há bastante tempo, que costuma causar sintomas leves e inespecíficos. Nesse contexto, a melhor forma de combate ao metapneumovírus é manter medidas de proteção, tais como o isolamento de pessoas doentes, o uso de máscaras e a adoção de bons hábitos de higiene pessoal e do ambiente. Como é feito o diagnóstico? Antes de tudo, é preciso deixar claro que o apoio médico é crucial. Na presença de sintomas respiratórios persistentes, o ideal é procurar ajuda médica para avaliação clínica e, se necessário, realizar exames complementares. Inicialmente, é feita uma avaliação clínica, em que o médico pesquisa históricos familiares do paciente, hábitos de vida, antecedentes médicos, históricos vacinais e epidemiológicos (viagens, contato, etc.), além da sintomatologia e da realização do exame físico. Quais exames detectam as doenças respiratórias? Existe uma gama de exames específicos que podem ser realizados, a depender da suspeita diagnóstica do médico, como o raio-X do tórax, o exame microbiológico de secreções, testes de alergia, teste de função pulmonar e tomografia de tórax. Outros exames inespecíficos também podem ser solicitados, como o hemograma e os níveis de proteína C reativa. Ainda há os exames moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR), para diagnóstico de infecções respiratórias (covid-19, gripe, tuberculose, por exemplo). O objetivo desses testes é identificar, nas amostras, por meio da pesquisa do material genético, a presença do agente causador da doença. Saiba mais sobre os testes diagnósticos para covid-19. Já em relação a doenças genéticas raras, como a fibrose cística, é possível realizar a triagem neonatal (Teste do Pezinho) para sua detecção nos primeiros dias de vida. Esse tipo de exame é elementar para a identificação precoce, evitando agravamentos e complicações que possam surgir.  O Sabin conta com um exame completo que detecta os vírus respiratórios mais frequentes. Trata-se de um painel molecular que consegue identificar, ao mesmo tempo, por meio de uma única coleta (swab nasal), diferentes tipos de vírus, como SARS-CoV-2, Influenza A e B, VSR, HMPV. Saiba como fazer, clicando aqui. [banner id="3155"] Como foi dito no início deste artigo, as doenças respiratórias estão presentes em nossas vidas durante todo o ano. Todavia, alguns períodos oferecem condições que facilitam a proliferação de vírus, bactérias e outros agentes que podem acometer o sistema respiratório. É fato que há um aumento na incidência de doenças respiratórias em épocas de baixas temperaturas, por exemplo. Quer saber por que isso acontece? Descubra qual a explicação para esse fenômeno em “O frio está chegando! Como manter a saúde em dia?”. Sabin avisa: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial. Referências:  Endres TM, Konstan MW. (2022). What Is Cystic Fibrosis? JAMA. ;327(2):191. Hu, B., Guo, H., Zhou, P., & Shi, Z. L. (2021). Characteristics of SARS-CoV-2 and COVID-19. Nature Reviews Microbiology, 19(3), 141-154. Hyrkäs-Palmu, H., Ikäheimo, T. M., Laatikainen, T., Jousilahti, P., Jaakkola, M. S., & Jaakkola, J. J. (2018). Cold weather increases respiratory symptoms and functional disability especially among patients with asthma and allergic rhinitis. 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