Sabin Por: Sabin
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Muito confundida com a dengue por apresentar sintomas parecidos, a febre do Oropouche é também uma arbovirose, entretanto, até o momento, tudo indica não ser transmitida pelo mesmo mosquito. Em geral, a transmissão do vírus Oropouche se dá através da picada do mosquito popularmente conhecido como “maruim” (Culicoides paraensis).

No início de 2024, a doença chamou atenção devido ao rápido crescimento do número de casos na Região Norte, especialmente no Amazonas. Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), foram detectados 1.674 casos de Oropouche no estado em curto período — entre 1º de janeiro e 29 de fevereiro de 2024 —, ficando em segundo lugar na prevalência de arboviroses naquela localidade, atrás somente da dengue. Isso fez com que o órgão emitisse um alerta epidemiológico na ocasião.

Embora os surtos da doença tenham sido registrados, na última década, principalmente na região amazônica, a doença tem se espalhado para outras unidades da federação. Dados do Ministério da Saúde (MS) revelam que, até o dia 13 de maio deste ano, foram registrados mais de 5 mil casos, número considerado preocupante em comparação com o ano passado. Para se ter uma ideia do potencial risco de transmissão, 2023 registrou 835 casos — detectados basicamente na região endêmica.

Entenda melhor sobre a febre do Oropouche e conheça as medidas de prevenção e tratamento.

O QUE É A FEBRE DO OROPOUCHE E COMO SURGIU?

Como informado inicialmente, a doença que ficou conhecida como febre do Oropouche é uma arbovirose, ou seja, doença transmitida por artrópodes, como mosquitos ou carrapatos.

É causada pela picada do mosquito Culicoides paraensis, principal agente transmissor do vírus Oropouche (OROV), pertencente ao gênero Orthobunyavirus e à família Peribunyaviridae.

O vírus recebeu o nome do local onde foi identificado pela primeira vez, em 1955, na comunidade de Vega de Oropouche, em Trinidad e Tobago, América Central. A infecção viral surgiu no Brasil na década de 60.

Assim como o já conhecido Aedes aegypti, o Culicoides paraensis também se reproduz em águas paradas. Por essa razão, os casos tendem a aumentar nos períodos chuvosos e com altas temperaturas.

QUAIS OS SINTOMAS DA INFECÇÃO?

A sintomatologia da febre do Oropouche costuma durar até uma semana, porém apresenta uma recuperação lenta que pode levar várias semanas. Há relatos, inclusive, de pacientes que apresentaram recidiva do quadro febril após uma semana de cura da febre inicial. 

A partir da picada do mosquito infectado, o período de incubação pode variar entre cinco e sete dias (chegando a 12 dias em alguns casos). Além da febre aguda que caracteriza a doença, as pessoas podem apresentar outros sintomas:

  • calafrios; 
  • mialgia;
  • náusea;
  • dores de cabeça e nas articulações;
  • erupções cutâneas (raramente).

Em casos extremos e sobretudo em pessoas imunocomprometidas, a infecção pode afetar o sistema nervoso central, com relatos de evolução do quadro para meningite.

DIFERENÇAS ENTRE A FEBRE DO OROPOUCHE E A DENGUE

Para facilitar a compreensão, preparamos um quadro comparativo com as principais diferenças e semelhanças entre a febre do Oropouche e a dengue. Confira:

DengueOropouche
Mosquito vetorAedes aegyptiCulicoides paraensis
Principais sintomasFebre alta, dores no corpo e nas articulações, falta de apetite, dor de cabeça e atrás dos olhos, manchas pelo corpo.Febre intensa e persistente, calafrios, náuseas, tontura, dores de cabeça e nas articulações, fotofobia e exantema.
Risco de morteSimNão
VacinaSimNão

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Importante salientar que, em razão das manifestações clínicas semelhantes a outras arboviroses, o diagnóstico diferencial representa um grande desafio. A falta de uma avaliação diagnóstica mais precisa dessa patologia leva, na maioria das vezes, à subnotificação, o que dificulta demasiadamente o seguimento terapêutico, além de inviabilizar a estimativa de frequência da doença na população.

Nesse sentido, ao apresentar sintomas sugestivos de arboviroses, é fundamental realizar o quanto antes o exame indicado para o diagnóstico correto e tratamento adequado. Quando na fase inicial da doença, o exame PCR é o mais indicado. 

O Sabin oferece o teste molecular que utiliza a metodologia PCR em tempo real (qualitativo) para diferenciar o Oropouche de outras arboviroses, como dengue, zika, chikungunya, febre amarela e febre do Mayaro. O exame não exige qualquer preparo e deve ser feito do primeiro ao sétimo dia de sintomas.

FORMAS DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO

Ainda não existem vacinas específicas para combater o vírus Oropouche. O tratamento é sintomático, feito de acordo com os sintomas apresentados, geralmente à base de medicamentos analgésicos e antitérmicos para aliviar o quadro clínico. Adicionalmente, cuidados como repouso e hidratação.

Tal qual as demais arboviroses, as medidas de prevenção envolvem diretamente o combate ao mosquito transmissor. Por isso, não custa reforçar a importância de eliminar possíveis focos de proliferação do vetor, mantendo vigilância intensa nos locais que possam acumular água. Medidas simples que podem fazer toda a diferença:

  • virar garrafas de cabeça para baixo;
  • descartar pneus velhos ou armazená-los em locais cobertos;
  • retirar a água dos pratinhos de vasos de plantas ou utilizar areia para a devida absorção;
  • higienizar vasilhas de água de animais de estimação;
  • limpar calhas;
  • tampar ralos e pias. 

Outra dica essencial é evitar o acúmulo de lixos em terrenos, bem como promover a limpeza eventual de caixas d’água, lajes, cisternas e piscinas (particularmente, aquelas sem uso ou em manutenção).

Em relação às medidas individuais para pessoas que residem em locais endêmicos ou com grande concentração de mosquitos, recomenda-se utilizar vestimentas que cubram a maior parte do corpo, como camisas de manga comprida e calças, além de fazer uso constante de repelentes. Se possível, instalar telas de proteção nas residências.

Independentemente do tipo de arbovirose, busque ajuda médica imediatamente após o surgimento dos primeiros sintomas. A detecção precoce permite a realização de um tratamento apropriado e pode salvar vidas!

A febre do Oropouche é mais uma arbovirose no cenário epidemiológico brasileiro. Para entender mais sobre o tema, sugerimos a leitura do artigo “Dengue, zika e chikungunya: entenda as diferenças e como se prevenir”.

SABIN AVISA:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

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Afinal, o que é a febre do Oropouche?; Muito confundida com a dengue por apresentar sintomas parecidos, a febre do Oropouche é também uma arbovirose, entretanto, até o momento, tudo indica não ser transmitida pelo mesmo mosquito. Em geral, a transmissão do vírus Oropouche se dá através da picada do mosquito popularmente conhecido como “maruim” (Culicoides paraensis). No início de 2024, a doença chamou atenção devido ao rápido crescimento do número de casos na Região Norte, especialmente no Amazonas. Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), foram detectados 1.674 casos de Oropouche no estado em curto período — entre 1º de janeiro e 29 de fevereiro de 2024 —, ficando em segundo lugar na prevalência de arboviroses naquela localidade, atrás somente da dengue. Isso fez com que o órgão emitisse um alerta epidemiológico na ocasião. Embora os surtos da doença tenham sido registrados, na última década, principalmente na região amazônica, a doença tem se espalhado para outras unidades da federação. Dados do Ministério da Saúde (MS) revelam que, até o dia 13 de maio deste ano, foram registrados mais de 5 mil casos, número considerado preocupante em comparação com o ano passado. Para se ter uma ideia do potencial risco de transmissão, 2023 registrou 835 casos — detectados basicamente na região endêmica. Entenda melhor sobre a febre do Oropouche e conheça as medidas de prevenção e tratamento. O QUE É A FEBRE DO OROPOUCHE E COMO SURGIU? Como informado inicialmente, a doença que ficou conhecida como febre do Oropouche é uma arbovirose, ou seja, doença transmitida por artrópodes, como mosquitos ou carrapatos. É causada pela picada do mosquito Culicoides paraensis, principal agente transmissor do vírus Oropouche (OROV), pertencente ao gênero Orthobunyavirus e à família Peribunyaviridae. O vírus recebeu o nome do local onde foi identificado pela primeira vez, em 1955, na comunidade de Vega de Oropouche, em Trinidad e Tobago, América Central. A infecção viral surgiu no Brasil na década de 60. Assim como o já conhecido Aedes aegypti, o Culicoides paraensis também se reproduz em águas paradas. Por essa razão, os casos tendem a aumentar nos períodos chuvosos e com altas temperaturas. QUAIS OS SINTOMAS DA INFECÇÃO? A sintomatologia da febre do Oropouche costuma durar até uma semana, porém apresenta uma recuperação lenta que pode levar várias semanas. Há relatos, inclusive, de pacientes que apresentaram recidiva do quadro febril após uma semana de cura da febre inicial.  A partir da picada do mosquito infectado, o período de incubação pode variar entre cinco e sete dias (chegando a 12 dias em alguns casos). Além da febre aguda que caracteriza a doença, as pessoas podem apresentar outros sintomas: calafrios;  mialgia; náusea; dores de cabeça e nas articulações; erupções cutâneas (raramente). Em casos extremos e sobretudo em pessoas imunocomprometidas, a infecção pode afetar o sistema nervoso central, com relatos de evolução do quadro para meningite. DIFERENÇAS ENTRE A FEBRE DO OROPOUCHE E A DENGUE Para facilitar a compreensão, preparamos um quadro comparativo com as principais diferenças e semelhanças entre a febre do Oropouche e a dengue. Confira: DengueOropoucheMosquito vetorAedes aegyptiCulicoides paraensisPrincipais sintomasFebre alta, dores no corpo e nas articulações, falta de apetite, dor de cabeça e atrás dos olhos, manchas pelo corpo.Febre intensa e persistente, calafrios, náuseas, tontura, dores de cabeça e nas articulações, fotofobia e exantema.Risco de morteSimNãoVacinaSimNão COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? Importante salientar que, em razão das manifestações clínicas semelhantes a outras arboviroses, o diagnóstico diferencial representa um grande desafio. A falta de uma avaliação diagnóstica mais precisa dessa patologia leva, na maioria das vezes, à subnotificação, o que dificulta demasiadamente o seguimento terapêutico, além de inviabilizar a estimativa de frequência da doença na população. Nesse sentido, ao apresentar sintomas sugestivos de arboviroses, é fundamental realizar o quanto antes o exame indicado para o diagnóstico correto e tratamento adequado. Quando na fase inicial da doença, o exame PCR é o mais indicado.  O Sabin oferece o teste molecular que utiliza a metodologia PCR em tempo real (qualitativo) para diferenciar o Oropouche de outras arboviroses, como dengue, zika, chikungunya, febre amarela e febre do Mayaro. O exame não exige qualquer preparo e deve ser feito do primeiro ao sétimo dia de sintomas. FORMAS DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO Ainda não existem vacinas específicas para combater o vírus Oropouche. O tratamento é sintomático, feito de acordo com os sintomas apresentados, geralmente à base de medicamentos analgésicos e antitérmicos para aliviar o quadro clínico. Adicionalmente, cuidados como repouso e hidratação. Tal qual as demais arboviroses, as medidas de prevenção envolvem diretamente o combate ao mosquito transmissor. Por isso, não custa reforçar a importância de eliminar possíveis focos de proliferação do vetor, mantendo vigilância intensa nos locais que possam acumular água. Medidas simples que podem fazer toda a diferença: virar garrafas de cabeça para baixo; descartar pneus velhos ou armazená-los em locais cobertos; retirar a água dos pratinhos de vasos de plantas ou utilizar areia para a devida absorção; higienizar vasilhas de água de animais de estimação; limpar calhas; tampar ralos e pias.  Outra dica essencial é evitar o acúmulo de lixos em terrenos, bem como promover a limpeza eventual de caixas d’água, lajes, cisternas e piscinas (particularmente, aquelas sem uso ou em manutenção). Em relação às medidas individuais para pessoas que residem em locais endêmicos ou com grande concentração de mosquitos, recomenda-se utilizar vestimentas que cubram a maior parte do corpo, como camisas de manga comprida e calças, além de fazer uso constante de repelentes. Se possível, instalar telas de proteção nas residências. Independentemente do tipo de arbovirose, busque ajuda médica imediatamente após o surgimento dos primeiros sintomas. A detecção precoce permite a realização de um tratamento apropriado e pode salvar vidas! A febre do Oropouche é mais uma arbovirose no cenário epidemiológico brasileiro. Para entender mais sobre o tema, sugerimos a leitura do artigo “Dengue, zika e chikungunya: entenda as diferenças e como se prevenir”. SABIN AVISA: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.