O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo humano, desempenhando funções essenciais para a manutenção da saúde geral. Ele atua na filtragem de toxinas, produção de proteínas, metabolismo de nutrientes e regulação hormonal, entre outras funções vitais. Apesar da sua importância, muitas doenças hepáticas se desenvolvem de maneira silenciosa, sem apresentar sintomas nas fases iniciais.
Neste conteúdo, vamos explorar por que é necessário monitorar a saúde hepática, quais os exames mais comuns para avaliar o fígado e quando são recomendados. Também daremos dicas práticas sobre como cuidar bem desse órgão tão primordial. Boa leitura!
As funções do fígado e sua importância para a saúde
O fígado é um dos órgãos mais versáteis e fundamentais do corpo humano, atuando como um verdadeiro centro metabólico e regulando processos indispensáveis para a sobrevivência.
Uma das principais funções do órgão é a filtragem do sangue, eliminando toxinas e resíduos metabólicos. Esse processo protege o organismo de substâncias nocivas que poderiam comprometer a saúde geral.
É responsável, ainda, pela produção de bile, substância que auxilia na digestão e absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K. Também exerce papel crucial no armazenamento de nutrientes, como glicose, transformando-a em glicogênio para uso em momentos de necessidade, além de reservar vitaminas e minerais relevantes para o corpo.
Outra função é a metabolização de medicamentos e toxinas, convertendo essas substâncias em compostos menos tóxicos ou facilitando sua excreção. O fígado sintetiza proteínas essenciais, como a albumina, que regula o volume sanguíneo e transporta hormônios e nutrientes, e fatores de coagulação, importantes para evitar sangramentos excessivos.
Mas a importância do fígado ultrapassa as funções metabólicas, uma vez que ele também regula o equilíbrio hormonal e imunológico, contribuindo para a defesa do organismo contra infecções. Por isso, o bom funcionamento desse órgão é determinante para evitar uma série de problemas de saúde, incluindo doenças metabólicas, como obesidade e diabetes, doenças hepáticas, como hepatite e cirrose, e até condições cardiovasculares.
Por que os exames que avaliam o fígado são frequentemente solicitados?
Realizar exames regulares para avaliar a saúde do fígado ajuda substancialmente a monitorar o funcionamento desse órgão e identificar possíveis alterações antes que elas se tornem graves.
Muitas doenças hepáticas, como hepatites, esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado) e cirrose, podem evoluir sem sintomas evidentes nas fases iniciais. Exames preventivos permitem o diagnóstico precoce, aumentando as chances de tratamento eficaz e evitando complicações.
Esses exames são especialmente recomendados para pessoas que apresentam fatores de risco, como obesidade, diabetes e colesterol alto, pois essas condições estão diretamente associadas a problemas hepáticos. Além disso, indivíduos que fazem uso contínuo de medicamentos, consomem álcool com frequência ou apresentam histórico familiar de doenças hepáticas devem redobrar os cuidados.
Alguns sinais e sintomas também indicam a necessidade de avaliar a saúde do fígado. Presença de icterícia (pele amarelada), aumento do fígado, dor abdominal e urina escura podem indicar que algo não está funcionando bem.
Nesses casos, exames laboratoriais e de imagem podem ajudar a encontrar a origem do problema.
Quais são os exames de fígado mais comuns?
Os exames para avaliar a saúde do fígado possibilitam identificar inflamações, danos e alterações nas funções hepáticas. Veja os principais!
- TGO (AST): avalia inflamações ou lesões hepáticas, como hepatite e esteatose;
- TGP (ALT): específico para o fígado, mede inflamações e danos hepáticos, indicando condições como gordura no fígado ou hepatite;
- GGT: identifica danos relacionados ao álcool e obstruções biliares;
- Fosfatase alcalina: detecta problemas nas vias biliares e doenças como hepatite e cirrose;
- Bilirrubinas totais e frações: avaliam a capacidade do fígado em eliminar substâncias, sendo útil em casos de icterícia e hepatite;
- TAP ou AP: mensura o tempo de coagulação do sangue, ajudando a diagnosticar insuficiência hepática ou cirrose.
Exames de sorologia para hepatites A, B e C
Os exames de sorologia detectam a presença de infecções por hepatites A, B e C, identificando estágios iniciais e evitando complicações como cirrose e câncer de fígado.
- HCV: Anti-HCV (triagem para anticorpos) e HCV-RNA (carga viral para confirmar infecção ativa);
- HBV: HBsAg (infecção ativa), Anti-HBs (imunidade) e HBV-DNA (carga viral).
Vale destacar que sorologias para outros vírus também podem ser solicitadas.
Esteatose hepática: gordura no fígado
A esteatose hepática, conhecida como gordura no fígado, é uma condição em que ocorre o acúmulo anormal de gordura nas células hepáticas. Essa condição pode ocorrer de forma não alcoólica (NAFLD), geralmente associada a fatores metabólicos como obesidade, diabetes tipo 2 e colesterol elevado, ou de forma alcoólica, causada pelo consumo excessivo de álcool, que interfere no metabolismo normal do fígado.
Muitas vezes, a esteatose hepática é silenciosa, não apresentando sintomas claros em suas fases iniciais. No entanto, se não tratada, ela pode progredir para formas mais graves, como inflamação do fígado (esteato-hepatite), fibrose, cirrose e, em casos extremos, câncer hepático. Diagnosticar e tratar a esteatose precocemente é imprescindível para evitar essas complicações.
Dicas para cuidar da saúde do fígado
Cuidar do fígado é um fator preponderante para assegurar seu funcionamento adequado e prevenir o surgimento de doenças. Uma alimentação balanceada, rica em fibras, frutas e vegetais, aliada à redução do consumo de gorduras saturadas e açúcares, é fundamental para preservar a saúde do órgão.
A prática regular de atividades físicas, além de ajudar no controle do peso, contribui para reduzir o acúmulo de gordura no fígado, diminuindo o risco de condições como a esteatose hepática.
Outros parâmetros, como o controle do diabetes e do colesterol elevado, também propiciam a manutenção de um fígado saudável e em pleno desempenho de suas funções. Reduzir o consumo de álcool é elementar, já que o excesso pode levar à inflamação e causar danos significativos ao fígado.
Adicionalmente, manter uma boa hidratação faz toda a diferença no suporte às funções metabólicas do órgão, facilitando a eliminação de toxinas. Evitar a automedicação também é uma medida muito importante. Medicamentos, suplementos e até produtos naturais (alguns tipos de chás) podem sobrecarregar o fígado e comprometer sua saúde.
Recomenda-se sempre consultar um médico antes de fazer uso de qualquer substância, garantindo a segurança necessária à saúde do fígado e do organismo como um todo. A vacina contra a hepatite B é uma grande aliada na proteção do órgão, prevenindo infecções que podem afetar a saúde hepática.
Agora que você já sabe os cuidados essenciais para o fígado, a importância do acompanhamento médico e da realização de exames preventivos, conheça mais sobre as principais doenças hepáticas no conteúdo que preparamos especialmente para você: quais as principais doenças hepáticas?
Sabin avisa:
Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.
Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.
Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.
Referências:
Aviram R, Manella G, Asher G. The liver by day and by night. J Hepatol. 2021 May;74(5):1240-1242. doi: 10.1016/j.jhep.2021.01.011. Epub 2021 Mar 16. PMID: 33741205.
Ministério da Saúde. Fígado. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/snt/doacao-de-orgaos/transplante-orgaos/figado Acesso em: 06/12/24