Sabin Por: Sabin
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Febre, mal-estar e coriza são sintomas comuns da gripe. Porém, se após esses sintomas iniciais, surgirem manchas avermelhadas pelo corpo, pode ser um sinal de que, na verdade, é um caso de sarampo.

Nos últimos anos, o sarampo protagonizou um novo surto que acometeu pessoas em diversas partes do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados mais de 300 mil casos de sarampo no mundo ao longo de 2023. Estimativas da OMS revelam que a cobertura vacinal atende 83% da população mundial, o que é considerado insuficiente, uma vez que a cobertura indicada é de 95%.

No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde (MS), foram registrados mais de 40 mil casos de sarampo entre 2018 e 2022. Apesar do elevado número, tem sido observada uma diminuição gradual dos casos nos últimos dois anos graças à vacinação, a melhor maneira de prevenir a doença.

Neste conteúdo, abordaremos o que é o sarampo, seus sintomas, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações, bem como a importância da vacinação na prevenção. Para a construção do material, contamos com a contribuição da Dra. Ana Rosa Santos, gerente médica do setor de vacinas do Grupo Sabin. Acompanhe!

O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença causada por um vírus da família Paramyxoviridae, com alto potencial contagioso. Ainda que a infecção se inicie nas vias respiratórias, com sintomas que comprometem, por exemplo, os sistemas digestivo e nervoso, ela pode afetar o corpo quase por completo.

A doença é bastante comum entre crianças não vacinadas e também pode acometer adultos, adolescentes e pessoas idosas não imunes, seja pela vacinação ou por infecção passada. A imunidade adquirida após a infecção por sarampo ou pela vacina se prolonga por toda a vida, não havendo recorrências. Por isso, é necessário entender como a doença é transmitida e a importância da prevenção.

Como a doença é transmitida?

O vírus do sarampo é altamente contagioso, e sua transmissão ocorre pelo contato de uma pessoa saudável com secreções das vias superiores (tosse, espirros e outros) de pessoas contaminadas pela doença.

É importante ressaltar que há um período específico de transmissão do sarampo, relacionado ao surgimento das lesões na pele. Normalmente, a janela de transmissão do vírus acontece entre cinco dias anteriores ao aparecimento das manchas no corpo e até cinco dias após. 

Quais os principais sintomas? 

Os primeiros sintomas do sarampo são bem parecidos com os de um resfriado comum ou da gripe, caracterizados pela febre maior que 38 °C, tosse, coriza, inflamação nos olhos (parecida com a conjuntivite) ou o incômodo com a incidência de luz. Contudo, o sintoma mais comum é a presença de manchas avermelhadas na pele, do tipo maculopapular, com início no rosto e atrás das orelhas, espalhando-se por todo o corpo e geralmente descamando na fase final.

As manchas são levemente elevadas e não são acompanhadas de secreção ou provocam coceira. Essas características as diferem das lesões causadas pela catapora, as quais são espaçadas, coçam bastante e podem ser sentidas em relevo a partir do toque sobre a pele.

As pessoas afetadas pelo sarampo podem, ainda, apresentar sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia, e alterações neurológicas, que podem evoluir para uma encefalite — inflamação nas meninges do cérebro capaz de causar pneumonia viral. 

“Diferentemente do que muitas pessoas pensam, não é uma doença leve. O sarampo é responsável por sérias complicações e sequelas, como a cegueira, a otite e as sequelas neurológicas. Também pode ocorrer a panencefalite esclerosante subaguda, um distúrbio cerebral raro e progressivo, muitas vezes fatal, persistente, de um vírus imperfeito que se manifesta após alguns anos depois do sarampo”, afirma a Dra. Ana Rosa Santos. 

Como é feito o diagnóstico do sarampo?

O diagnóstico do sarampo é feito, em sua grande maioria, por meio do exame físico do paciente. Ele se torna ainda mais preciso com o surgimento das manchas, já que elas são facilmente reconhecidas pelos profissionais da saúde. No entanto, é importante salientar que pessoas não vacinadas ou com apenas uma dose (sem o esquema vacinal completo) podem apresentar poucas manchas, mais claras e discretas.

Em casos de suspeita sem confirmação clínica imediata e para confirmação da infecção, são realizados os testes de sorologia, a partir de uma amostra de sangue para detecção de anticorpos contra o vírus causador da doença no organismo. Outra possibilidade é o teste molecular em amostras de secreção de orofaringe, nasofaringe ou urina, para detecção do material genético do vírus.

Qual o tratamento para o sarampo?

Não há um tratamento antiviral específico para a doença, ao contrário do que ocorre em casos de condições causadas por bactérias, nas quais são utilizados antibióticos, por exemplo.

Dessa forma, é estabelecido o chamado “tratamento de suporte”. Nele, os sintomas do paciente são tratados com o uso de antitérmicos e analgésicos para reduzir seu desconforto. O plano terapêutico deve ser adequado por um médico considerando as particularidades de cada paciente.

“O repouso é imprescindível no caso de infecções virais. O paciente também deve se hidratar bastante, agilizando a eliminação do vírus pelo organismo”, recomenda a médica.

Importância da vacinação para a prevenção do sarampo

A vacina é a principal forma de prevenir e evitar a disseminação da doença, por ser eficaz e segura. O primeiro conceito a ser compreendido, antes de abordar seus efeitos, é sobre o funcionamento do sistema imunológico na proteção do organismo contra agentes invasores. 

Dra. Ana Rosa explica: “Assim que entramos em contato com esses agentes pela primeira vez, nossas células de defesa (glóbulos brancos) não sabem como combater aquele inimigo e precisam reunir o máximo de informação possível sobre ele. Nesse momento, ficamos doentes e precisamos de um tempo, até que o sistema imune desencadeia resposta e o agente patogênico é atacado e vencido”.

E complementa: “Quando entramos em contato novamente com aquele patógeno, as células sabiamente reconhecem e reagem nos protegendo. Esse é o conceito conhecido como memória imunológica”.

É neste ponto que entra a importância da vacinação. Com o esquema completo (de duas doses, no caso do sarampo), se a pessoa for exposta ao agente patogênico no futuro, seu sistema imunitário conseguirá responder imediatamente, protegendo contra a doença, possíveis sequelas e complicações graves. 

Em caso suspeito de sarampo, deve ser realizada a vacinação (esquema completo) de pessoas do mesmo domicílio, creches, salas de aula, salas de trabalho, entre outros. Além do isolamento de casos em ambiente domiciliar ou hospitalar, a fim de diminuir a intensidade dos contágios. É necessário evitar, principalmente, a frequência em escolas, creches, aglomerações ou o contato com pessoas suscetíveis, até cinco dias após o início da doença.

Quais as consequências de não se vacinar contra o sarampo?

Ainda que possa ser considerada uma doença “benigna” na infância, a pessoa não vacinada com o esquema completo pode não apenas ter o sarampo, mas também complicações graves e sequelas que podem se manifestar ao longo da vida, como problemas neurológicos, dificuldade de aprendizagem e até atraso mental.

Para a maioria da população, as complicações mais comuns são pneumonia, sinais gastrointestinais, como diarreia e vômitos, e muito raramente o sarampo hemorrágico. Casos mais delicados envolvem convulsões e encefalite.

História do sarampo no Brasil

A história do sarampo é bastante antiga, tendo suas primeiras notificações em território brasileiro feitas na década de 1960, com o objetivo de mapear todos os casos e traçar um perfil epidemiológico eficiente da doença. 

Foi também na década de 1960 que as primeiras vacinas de sarampo surgiram no país. Na década de 1970, a partir da criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973, foram estipulados programas para evitar o avanço da enfermidade.

Em 2016, o Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um país livre do sarampo, após receber o certificado de eliminação da doença. Entretanto, em 2018, o sarampo ressurgiu no território nacional e, em 2019, após um ano de intensa atividade do vírus, o Brasil perdeu a certificação de eliminação.

De acordo com o MS, de 2018 a 2022, os casos confirmados de sarampo foram registrados em números sucessivos de 9.325, 20.901, 8.100, 676 e 44, respectivamente. Mesmo com a diminuição dos casos nos últimos anos, a vacinação permanece sendo o método mais eficaz para prevenir a doença.

Por que a vacinação de sarampo sofreu uma queda ultimamente?

Entender as razões da queda da vacinação no Brasil e em outras partes do mundo é um desafio. Afinal, esse é um fenômeno que envolve causas sociais e históricas, o que pode dificultar sua compreensão, especialmente após o país ter sido reconhecido como livre do sarampo em 2016.

Houve uma diminuição na procura da vacina, seja para iniciar ou completar o esquema vacinal, causando a volta da doença em vários países. A diminuição da imunização é responsável pelo avanço da doença, causando surtos em todo o mundo.

Não obstante, muitas pessoas ainda acreditam que o calendário de vacinação é exclusivo para a infância, desconhecendo a necessidade da aplicação de reforços e do acompanhamento frequente de suas imunizações em outras fases da vida (adolescentes, adultos, idosos).

Qual o calendário vacinal para o sarampo? 

A vacina contra o sarampo (conhecida como tríplice viral, já que também protege contra a caxumba e a rubéola) segue a seguinte agenda: em crianças, a primeira dose é aplicada com um ano de vida, sendo o reforço feito aos 15 meses. 

Em situações especiais, como surtos, crianças entre seis meses e 12 meses precisam ser vacinadas. Nesses casos, quando completam a idade de um ano, devem iniciar o esquema de duas doses.

O esquema de vacinação da rede pública informa que as duas doses da vacina devem ser tomadas até os 29 anos e uma dose para pessoas de 30 a 59 anos e os trabalhadores de saúde. Já no esquema da rede privada, são aplicadas doses acima de um ano, sem limites de idade, com intervalo mínimo de um mês entre elas.

Ao contrário do que acontece com outras vacinas — como a DTP, que protege contra coqueluche, tétano e difteria —, a vacina contra o sarampo é contraindicada para gestantes, assim como qualquer outra vacina de vírus vivo.

Os adultos que não tiveram sarampo e não foram vacinados ou que perderam o cartão de vacinação, precisam fazer esquema completo de duas doses. “O cartão de vacinação é um documento que comprova a situação vacinal, por isso, deve ser guardado junto aos demais documentos pessoais. Ele significa cuidado com a saúde, já que as vacinas salvam vidas”, enfatiza a Dra. Ana Rosa.

Por fim, ela alerta sobre as notícias de casos de sarampo em vários países: “O sarampo volta onde não são praticados os esquemas completos de duas doses, que asseguram a cobertura de vacinação de 95% necessária para manter a doença eliminada. A isso, chama-se proteger a população pela imunidade de grupo ou de rebanho, como se diz”.

O foco, agora, é retomar a imunização massiva, com a conscientização da população sobre a importância das vacinas. Caso alguma vacina esteja atrasada, acesse a relação de vacinas do Sabin e selecione o que você precisa no momento. Conte conosco para a sua proteção! 

Quer saber mais sobre vacinas? Leia nosso conteúdo: 15 mitos e verdades sobre vacinas e vacinação que você precisa saber.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Ministério da Saúde. Organização Mundial da Saúde volta a alertar para o aumento de casos de sarampo em todo o mundo. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/organizacao-mundial-da-saude-volta-a-alertar-para-o-aumento-de-casos-de-sarampo-em-todo-o-mundo/. Acesso em: 09/05/2024.

WHO. Measles. Disponíel em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/measles Acesso em: 09/05/2024

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Vacina de sarampo: conheça mais sobre a doença e sua prevenção; Febre, mal-estar e coriza são sintomas comuns da gripe. Porém, se após esses sintomas iniciais, surgirem manchas avermelhadas pelo corpo, pode ser um sinal de que, na verdade, é um caso de sarampo. Nos últimos anos, o sarampo protagonizou um novo surto que acometeu pessoas em diversas partes do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados mais de 300 mil casos de sarampo no mundo ao longo de 2023. Estimativas da OMS revelam que a cobertura vacinal atende 83% da população mundial, o que é considerado insuficiente, uma vez que a cobertura indicada é de 95%. No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde (MS), foram registrados mais de 40 mil casos de sarampo entre 2018 e 2022. Apesar do elevado número, tem sido observada uma diminuição gradual dos casos nos últimos dois anos graças à vacinação, a melhor maneira de prevenir a doença. Neste conteúdo, abordaremos o que é o sarampo, seus sintomas, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações, bem como a importância da vacinação na prevenção. Para a construção do material, contamos com a contribuição da Dra. Ana Rosa Santos, gerente médica do setor de vacinas do Grupo Sabin. Acompanhe! O que é o sarampo? O sarampo é uma doença causada por um vírus da família Paramyxoviridae, com alto potencial contagioso. Ainda que a infecção se inicie nas vias respiratórias, com sintomas que comprometem, por exemplo, os sistemas digestivo e nervoso, ela pode afetar o corpo quase por completo. A doença é bastante comum entre crianças não vacinadas e também pode acometer adultos, adolescentes e pessoas idosas não imunes, seja pela vacinação ou por infecção passada. A imunidade adquirida após a infecção por sarampo ou pela vacina se prolonga por toda a vida, não havendo recorrências. Por isso, é necessário entender como a doença é transmitida e a importância da prevenção. Como a doença é transmitida? O vírus do sarampo é altamente contagioso, e sua transmissão ocorre pelo contato de uma pessoa saudável com secreções das vias superiores (tosse, espirros e outros) de pessoas contaminadas pela doença. É importante ressaltar que há um período específico de transmissão do sarampo, relacionado ao surgimento das lesões na pele. Normalmente, a janela de transmissão do vírus acontece entre cinco dias anteriores ao aparecimento das manchas no corpo e até cinco dias após.  Quais os principais sintomas?  Os primeiros sintomas do sarampo são bem parecidos com os de um resfriado comum ou da gripe, caracterizados pela febre maior que 38 °C, tosse, coriza, inflamação nos olhos (parecida com a conjuntivite) ou o incômodo com a incidência de luz. Contudo, o sintoma mais comum é a presença de manchas avermelhadas na pele, do tipo maculopapular, com início no rosto e atrás das orelhas, espalhando-se por todo o corpo e geralmente descamando na fase final. As manchas são levemente elevadas e não são acompanhadas de secreção ou provocam coceira. Essas características as diferem das lesões causadas pela catapora, as quais são espaçadas, coçam bastante e podem ser sentidas em relevo a partir do toque sobre a pele. As pessoas afetadas pelo sarampo podem, ainda, apresentar sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia, e alterações neurológicas, que podem evoluir para uma encefalite — inflamação nas meninges do cérebro capaz de causar pneumonia viral.  “Diferentemente do que muitas pessoas pensam, não é uma doença leve. O sarampo é responsável por sérias complicações e sequelas, como a cegueira, a otite e as sequelas neurológicas. Também pode ocorrer a panencefalite esclerosante subaguda, um distúrbio cerebral raro e progressivo, muitas vezes fatal, persistente, de um vírus imperfeito que se manifesta após alguns anos depois do sarampo”, afirma a Dra. Ana Rosa Santos.  Como é feito o diagnóstico do sarampo? O diagnóstico do sarampo é feito, em sua grande maioria, por meio do exame físico do paciente. Ele se torna ainda mais preciso com o surgimento das manchas, já que elas são facilmente reconhecidas pelos profissionais da saúde. No entanto, é importante salientar que pessoas não vacinadas ou com apenas uma dose (sem o esquema vacinal completo) podem apresentar poucas manchas, mais claras e discretas. Em casos de suspeita sem confirmação clínica imediata e para confirmação da infecção, são realizados os testes de sorologia, a partir de uma amostra de sangue para detecção de anticorpos contra o vírus causador da doença no organismo. Outra possibilidade é o teste molecular em amostras de secreção de orofaringe, nasofaringe ou urina, para detecção do material genético do vírus. Qual o tratamento para o sarampo? Não há um tratamento antiviral específico para a doença, ao contrário do que ocorre em casos de condições causadas por bactérias, nas quais são utilizados antibióticos, por exemplo. Dessa forma, é estabelecido o chamado “tratamento de suporte”. Nele, os sintomas do paciente são tratados com o uso de antitérmicos e analgésicos para reduzir seu desconforto. O plano terapêutico deve ser adequado por um médico considerando as particularidades de cada paciente. “O repouso é imprescindível no caso de infecções virais. O paciente também deve se hidratar bastante, agilizando a eliminação do vírus pelo organismo”, recomenda a médica. Importância da vacinação para a prevenção do sarampo A vacina é a principal forma de prevenir e evitar a disseminação da doença, por ser eficaz e segura. O primeiro conceito a ser compreendido, antes de abordar seus efeitos, é sobre o funcionamento do sistema imunológico na proteção do organismo contra agentes invasores.  Dra. Ana Rosa explica: “Assim que entramos em contato com esses agentes pela primeira vez, nossas células de defesa (glóbulos brancos) não sabem como combater aquele inimigo e precisam reunir o máximo de informação possível sobre ele. Nesse momento, ficamos doentes e precisamos de um tempo, até que o sistema imune desencadeia resposta e o agente patogênico é atacado e vencido”. E complementa: “Quando entramos em contato novamente com aquele patógeno, as células sabiamente reconhecem e reagem nos protegendo. Esse é o conceito conhecido como memória imunológica”. É neste ponto que entra a importância da vacinação. Com o esquema completo (de duas doses, no caso do sarampo), se a pessoa for exposta ao agente patogênico no futuro, seu sistema imunitário conseguirá responder imediatamente, protegendo contra a doença, possíveis sequelas e complicações graves.  Em caso suspeito de sarampo, deve ser realizada a vacinação (esquema completo) de pessoas do mesmo domicílio, creches, salas de aula, salas de trabalho, entre outros. Além do isolamento de casos em ambiente domiciliar ou hospitalar, a fim de diminuir a intensidade dos contágios. É necessário evitar, principalmente, a frequência em escolas, creches, aglomerações ou o contato com pessoas suscetíveis, até cinco dias após o início da doença. Quais as consequências de não se vacinar contra o sarampo? Ainda que possa ser considerada uma doença “benigna” na infância, a pessoa não vacinada com o esquema completo pode não apenas ter o sarampo, mas também complicações graves e sequelas que podem se manifestar ao longo da vida, como problemas neurológicos, dificuldade de aprendizagem e até atraso mental. Para a maioria da população, as complicações mais comuns são pneumonia, sinais gastrointestinais, como diarreia e vômitos, e muito raramente o sarampo hemorrágico. Casos mais delicados envolvem convulsões e encefalite. História do sarampo no Brasil A história do sarampo é bastante antiga, tendo suas primeiras notificações em território brasileiro feitas na década de 1960, com o objetivo de mapear todos os casos e traçar um perfil epidemiológico eficiente da doença.  Foi também na década de 1960 que as primeiras vacinas de sarampo surgiram no país. Na década de 1970, a partir da criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973, foram estipulados programas para evitar o avanço da enfermidade. Em 2016, o Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um país livre do sarampo, após receber o certificado de eliminação da doença. Entretanto, em 2018, o sarampo ressurgiu no território nacional e, em 2019, após um ano de intensa atividade do vírus, o Brasil perdeu a certificação de eliminação. De acordo com o MS, de 2018 a 2022, os casos confirmados de sarampo foram registrados em números sucessivos de 9.325, 20.901, 8.100, 676 e 44, respectivamente. Mesmo com a diminuição dos casos nos últimos anos, a vacinação permanece sendo o método mais eficaz para prevenir a doença. Por que a vacinação de sarampo sofreu uma queda ultimamente? Entender as razões da queda da vacinação no Brasil e em outras partes do mundo é um desafio. Afinal, esse é um fenômeno que envolve causas sociais e históricas, o que pode dificultar sua compreensão, especialmente após o país ter sido reconhecido como livre do sarampo em 2016. Houve uma diminuição na procura da vacina, seja para iniciar ou completar o esquema vacinal, causando a volta da doença em vários países. A diminuição da imunização é responsável pelo avanço da doença, causando surtos em todo o mundo. Não obstante, muitas pessoas ainda acreditam que o calendário de vacinação é exclusivo para a infância, desconhecendo a necessidade da aplicação de reforços e do acompanhamento frequente de suas imunizações em outras fases da vida (adolescentes, adultos, idosos). Qual o calendário vacinal para o sarampo?  A vacina contra o sarampo (conhecida como tríplice viral, já que também protege contra a caxumba e a rubéola) segue a seguinte agenda: em crianças, a primeira dose é aplicada com um ano de vida, sendo o reforço feito aos 15 meses.  Em situações especiais, como surtos, crianças entre seis meses e 12 meses precisam ser vacinadas. Nesses casos, quando completam a idade de um ano, devem iniciar o esquema de duas doses. O esquema de vacinação da rede pública informa que as duas doses da vacina devem ser tomadas até os 29 anos e uma dose para pessoas de 30 a 59 anos e os trabalhadores de saúde. Já no esquema da rede privada, são aplicadas doses acima de um ano, sem limites de idade, com intervalo mínimo de um mês entre elas. Ao contrário do que acontece com outras vacinas — como a DTP, que protege contra coqueluche, tétano e difteria —, a vacina contra o sarampo é contraindicada para gestantes, assim como qualquer outra vacina de vírus vivo. Os adultos que não tiveram sarampo e não foram vacinados ou que perderam o cartão de vacinação, precisam fazer esquema completo de duas doses. “O cartão de vacinação é um documento que comprova a situação vacinal, por isso, deve ser guardado junto aos demais documentos pessoais. Ele significa cuidado com a saúde, já que as vacinas salvam vidas”, enfatiza a Dra. Ana Rosa. Por fim, ela alerta sobre as notícias de casos de sarampo em vários países: “O sarampo volta onde não são praticados os esquemas completos de duas doses, que asseguram a cobertura de vacinação de 95% necessária para manter a doença eliminada. A isso, chama-se proteger a população pela imunidade de grupo ou de rebanho, como se diz”. O foco, agora, é retomar a imunização massiva, com a conscientização da população sobre a importância das vacinas. Caso alguma vacina esteja atrasada, acesse a relação de vacinas do Sabin e selecione o que você precisa no momento. Conte conosco para a sua proteção!  Quer saber mais sobre vacinas? Leia nosso conteúdo: 15 mitos e verdades sobre vacinas e vacinação que você precisa saber. Sabin avisa: Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames. Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.  Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial. Referências: Ministério da Saúde. Organização Mundial da Saúde volta a alertar para o aumento de casos de sarampo em todo o mundo. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/organizacao-mundial-da-saude-volta-a-alertar-para-o-aumento-de-casos-de-sarampo-em-todo-o-mundo/. Acesso em: 09/05/2024. WHO. Measles. Disponíel em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/measles Acesso em: 09/05/2024