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Dicas para manter a saúde do cérebro

Como manter a saúde do cérebro?

O cérebro é um órgão que desempenha um papel central em todas as nossas atividades diárias, desde a coordenação de movimentos básicos até as funções cognitivas mais complexas. Portanto, cuidar da saúde do cérebro é fundamental para a manutenção da saúde e do bem-estar de qualquer pessoa.

Nos últimos anos, temos observado um aumento significativo na incidência de transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão. Sem dúvidas, o estilo de vida moderno e as crescentes demandas relacionadas à vida profissional podem contribuir significativamente para a deterioração da saúde mental.

Cada vez mais, valorizam-se a produtividade, o sucesso e a conquista constantes, o que muitas vezes resulta em altos níveis de estresse e pressão psicológica. Pode-se afirmar, ainda, que a pandemia de covid-19 prejudicou muito a saúde mental, submetendo a população e os profissionais da saúde à intensa pressão psicológica.

É importante destacar que o estilo de vida também desempenha um papel crucial na saúde mental. Fatores como uma má alimentação, falta de exercícios, sono inadequado e falta de tempo para relaxar e se divertir podem aumentar a vulnerabilidade ao estresse e contribuir para o surgimento de problemas mentais.

Neste conteúdo, você encontrará informações e dicas importantes que vão ajudar a cuidar da saúde do seu cérebro.

O que é a saúde do cérebro?

A saúde do cérebro vai além de apenas mantê-lo funcionando normalmente e livre de doenças. Está intrinsecamente ligada à saúde mental, cujo conceito abrange um conjunto de condições físicas, sociais e emocionais pelas quais uma pessoa está passando. A relação entre a saúde mental e a saúde do organismo é complexa e interdependente, demonstrando que cuidar da nossa mente é essencial para o bem-estar geral.

Nossas emoções, pensamentos e comportamentos têm um impacto significativo em nosso corpo. Estudos científicos revelam que o estresse crônico e a carga emocional podem ter consequências negativas para a saúde física de uma pessoa.

O estresse crônico, por exemplo, desencadeia uma série de reações químicas e hormonais em nosso organismo, que podem levar a problemas como pressão alta, doenças cardiovasculares, fragilidade do sistema imunológico e distúrbios do sono.

A saúde mental também impacta diretamente o estilo de vida. Ao vivenciar  problemas emocionais, é comum que as pessoas sintam dificuldade em adotar comportamentos saudáveis, como se exercitar regularmente ou ter uma alimentação adequada. A falta de autocuidado pode levar a um ciclo vicioso, em que a saúde mental prejudicada afeta negativamente o bem-estar físico e vice-versa.

Há diversos problemas mentais recorrentes na sociedade que também podem impactar significativamente a saúde do cérebro, como ansiedade, depressão, síndrome de burnout e estresse, além de doenças neurodegenerativas crônicas, como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson.

É fundamental compreender que a manutenção da saúde mental atua diretamente na prevenção, identificação precoce e tratamento dessas doenças. Buscar ajuda profissional, como terapia ou aconselhamento, é importante para lidar com essas questões e desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento.

Cuidados importantes com a saúde do cérebro

Como mencionado, cuidar da saúde do cérebro não envolve realizar tratamentos somente no momento em que houver uma doença. Existem ações que, ao serem modificadas e adotadas no cotidiano, podem contribuir muito para manter uma mente saudável. A seguir, explicaremos alguns desses diferenciais.

A importância do sono para a saúde do cérebro

O sono desempenha um papel fundamental no funcionamento adequado do nosso organismo. Durante o sono, ocorrem processos vitais de reparação, consolidação da memória e regulação hormonal.

A desregulação do ciclo circadiano e do ritmo natural do nosso corpo em relação ao sono e à vigília pode ter consequências importantes na saúde mental. A falta de sono adequado — como resultado de insônia, horários de sono irregulares ou outros distúrbios do sono — pode levar a problemas cognitivos, emocionais e de saúde mental.

Uma das implicações mais evidentes da privação de sono é o comprometimento do desempenho cognitivo. Dormir pouco interfere na atenção, na concentração e na capacidade de raciocínio lógico, o que pode afetar negativamente o trabalho, os estudos e outras atividades diárias. A memória também é afetada, pois o sono desempenha um papel crucial na consolidação das informações aprendidas durante o dia.

Adicionalmente, a desregulação do sono pode ocasionar problemas emocionais, como irritabilidade, ansiedade e depressão. Estudos científicos mostram uma relação bidirecional entre problemas de sono e transtornos mentais. A insônia é um sintoma comum em muitos transtornos de ansiedade e depressão, e a privação crônica de sono pode aumentar o risco de desenvolvimento dessas doenças.

Efeitos do exercício físico no cérebro e na saúde mental

A prática regular de atividade física traz a sensação de bem-estar e melhora do humor. Durante o exercício, nosso cérebro libera endorfinas, substâncias químicas responsáveis pela sensação de prazer e relaxamento. Isso pode ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão, promovendo uma sensação geral de felicidade e prazer.

Fazer atividade física ajuda a liberar a tensão acumulada no corpo e a redirecionar a atenção para o movimento e o esforço físico, aliviando os sintomas de ansiedade e provocando um estado de calma e equilíbrio emocional. Pesquisas têm demonstrado que a prática regular de exercícios está associada a melhorias na memória e na capacidade de aprendizado, auxiliando na consolidação da memória e na neuroplasticidade cerebral.

Além dos benefícios diretos no cérebro, a prática de atividade física também proporciona oportunidades de interação social, especialmente quando os exercícios são realizados em grupo ou ao ar livre. A interação social é fundamental na saúde mental, proporcionando apoio emocional, redução do isolamento social e um senso de pertencimento e conexão com outras pessoas.

Opções alimentares também afetam a saúde do cérebro

A alimentação desempenha um papel elementar na saúde do cérebro e pode ter um impacto considerável na saúde mental e no funcionamento cognitivo.

Um dos nutrientes mais estudados em relação à saúde cerebral é o ômega 3. Presente em peixes como salmão, sardinha e atum, bem como em nozes e sementes, o ômega 3 possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, que podem ajudar a proteger o cérebro contra danos oxidativos e a reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.

O ômega 3 desempenha um papel importante na função cognitiva e no desenvolvimento cerebral. Estudos sugerem que a ingestão adequada de ômega 3 está associada a melhorias na memória, no aprendizado e no humor, além de reduzir o risco de declínio cognitivo relacionado à idade.

Por outro lado, é importante reduzir o consumo de açúcar refinado e alimentos processados, devido aos efeitos negativos que podem causar no cérebro. O consumo excessivo de açúcar tem sido associado a um maior risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2. Evidências científicas demonstram uma possível relação entre diabetes e doença de Alzheimer.

Embora essa relação seja complexa e não totalmente elucidada pela ciência, controlar os níveis de açúcar no sangue, por meio de uma alimentação equilibrada, também é uma estratégia fundamental para a saúde cerebral.

Outro aspecto importante a considerar é a influência da alimentação na saúde da microbiota intestinal, composta por bilhões de bactérias que residem em nosso intestino. Acredita-se que a comunicação entre a microbiota intestinal e o cérebro, conhecida como eixo intestino-encéfalo, desempenhe um papel importante no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Exercite e relaxe o seu cérebro

Manter o cérebro ativo é essencial em todas as fases da vida, sobretudo durante o envelhecimento. Assim como nosso corpo precisa de exercícios físicos, nosso cérebro também precisa de exercícios mentais para se manter saudável e funcionando adequadamente.

Realizar atividades que estimulem o raciocínio e a cognição ajuda a manter o cérebro ativo. Isso pode incluir desafios como tocar um instrumento musical,  aprender um novo idioma, fazer atividades com a mão não predominante, mudar caminhos usuais ou buscar atividades novas e desafiadoras. Mudar rotinas ou experimentar atividades que não dominamos ajuda a estimular o cérebro a trabalhar de maneiras diferentes e a criar novas conexões neurais, preservando a função cognitiva.

É importante também manter o equilíbrio entre atividades estimulantes e momentos de pausa e relaxamento. Praticar técnicas como meditação, respiração profunda, yoga ou simplesmente desfrutar de atividades prazerosas auxilia na redução do estresse.

A interação social também desempenha um papel importante na saúde mental e no bem-estar cerebral. O convívio com a família e os amigos, compartilhar experiências, expressar emoções e ter um sistema de apoio social são elementos essenciais para uma mente saudável. O isolamento social pode aumentar o risco de problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade. Portanto, é importante cultivar relacionamentos significativos e buscar oportunidades de interação social.

Como cuidar da saúde do cérebro?

Agora que você já sabe quais fatores influenciam na saúde do seu cérebro, preparamos um pequeno guia com ações simples e rápidas, que você pode adotar em sua rotina para ajudar a cuidar da saúde mental.

Por fim, mantenha sempre suas consultas médicas e exames de rotina em dia. Essa é uma dica fundamental para detectar qualquer problema de saúde precocemente. Seguir essas simples orientações pode contribuir muito para a saúde cerebral e para o seu bem-estar. 

Lembre-se de que pequenas boas mudanças na rotina diária podem fazer uma grande diferença na sua saúde a longo prazo. Para continuar cuidando da sua saúde, sugerimos a leitura do conteúdo sobre como cuidar da saúde mental no trabalho.

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