A menopausa é uma fase inevitável na vida de todas as mulheres, marcando o fim da fase reprodutiva. Em média, ela ocorre entre 45 e 55 anos e se caracteriza pela interrupção permanente dos ciclos menstruais. Com a queda dos hormônios estrogênio e progesterona, o corpo passa por diversas mudanças que podem gerar desconfortos físicos e emocionais. Conhecer essas transformações e entender como lidar com elas é essencial para viver essa etapa de forma saudável e equilibrada.
Ao compreender melhor a menopausa e seus impactos, a mulher pode tomar decisões informadas sobre sua saúde e desmistificar preconceitos que, por vezes, fazem essa fase ser vista como uma limitação. Pelo contrário, a menopausa pode ser um novo começo, no qual o autocuidado e o cuidado com a saúde se tornam aliados para uma vida com mais qualidade.
Quer saber mais sobre como passar pela menopausa garantindo seu bem-estar? Continue lendo este conteúdo para conhecer sintomas, tratamentos e práticas que podem tornar essa fase mais leve.
O que é menopausa?
A menopausa é definida como a interrupção permanente da menstruação, resultado da cessação da função ovariana. O diagnóstico é confirmado quando a mulher completa 12 meses consecutivos sem menstruar, sem que haja outra causa. Essa interrupção ocorre devido à redução significativa de estrogênio e progesterona, hormônios essenciais para a regulação dos ciclos menstruais.
Antes da menopausa, há um período de transição chamado climatério, que pode começar por volta dos 40 anos e durar até uma década. Durante o climatério, a mulher experimenta mudanças no ciclo menstrual e começa a sentir os primeiros sintomas da menopausa, como ondas de calor e oscilações de humor. É o período que prepara o corpo para o fim da fertilidade e culmina na menopausa.
Em termos globais, a menopausa costuma ocorrer por volta dos 51 anos, mas essa faixa pode variar em decorrência de fatores genéticos, de saúde e estilo de vida. Mulheres fumantes, por exemplo, podem entrar na menopausa mais cedo. No Brasil, a média também é de 51 anos, com variações regionais.
Menopausa precoce
A menopausa precoce é caracterizada pela interrupção dos ciclos menstruais antes dos 40 anos, uma condição menos comum que pode ocorrer em razão de fatores genéticos ou externos, como cirurgias nos ovários e tratamentos mais agressivos, como a quimioterapia.
A interrupção precoce da produção hormonal eleva os riscos de saúde para a mulher. A ausência de estrogênio, nessa fase, aumenta a probabilidade de osteoporose e de problemas cardiovasculares, como hipertensão e infartos, tornando imprescindível um acompanhamento médico cuidadoso. Além disso, mulheres com menopausa precoce têm mais chances de desenvolver diabetes tipo 2.
A menopausa precoce também traz desafios emocionais relevantes. Muitas mulheres que passam por essa fase precoce podem se sentir angustiadas, sobretudo aquelas que ainda planejam engravidar. A perda de fertilidade inesperada pode gerar tristeza e ansiedade, e buscar suporte psicológico é primordial para lidar com essas mudanças e manter a qualidade de vida.
Sintomas da menopausa
A menopausa é marcada por uma série de sintomas físicos e emocionais que afetam significativamente o equilíbrio da saúde e do bem-estar. Esses sintomas, que variam em intensidade e duração, são resultado direto da queda nos níveis de estrogênio e progesterona. Conheça os principais!
- Sintomas vasomotores: as ondas de calor, conhecidas como fogachos, e os suores noturnos são sintomas característicos, afetando até 75% das mulheres. Esses episódios duram de segundos a minutos e ocorrem por conta da desregulação térmica, resultando em desconforto e interferindo no sono, o que afeta o humor e a disposição;
- Sintomas físicos: a redução hormonal impacta o corpo em várias frentes. Há secura vaginal, que pode tornar as relações sexuais dolorosas (dispareunia), além de fadiga e insônia, que levam à sensação de cansaço constante;
- Sintomas emocionais: oscilações de humor, ansiedade e até depressão são comuns durante a menopausa. A queda na libido é outra queixa recorrente, resultado tanto das mudanças hormonais quanto dos sintomas físicos e emocionais;
- Impactos cognitivos: algumas mulheres relatam dificuldades de memória e concentração. Esses efeitos, associados à queda do estrogênio, são geralmente temporários, mas podem ser frustrantes. Cuidados como uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos podem ajudar a aliviar esses sintomas.
Como o diagnóstico da menopausa é feito?
O diagnóstico da menopausa é feito principalmente pela observação dos ciclos menstruais e análise de sintomas. Em mulheres acima de 45 anos, a ausência de menstruação por 12 meses consecutivos é suficiente para confirmar o diagnóstico.
Exames complementares, como a medição de hormônios (FSH, estradiol e LH), podem ser solicitados para confirmar o estágio do climatério, especialmente em casos de menopausa precoce. Esses exames ajudam a avaliar os níveis hormonais, sendo úteis para identificar aumentos no FSH e reduções no estradiol.
Outro ponto muito importante é excluir outras condições que possam causar ausência de menstruação, como problemas de tireoide e disfunções hipofisárias. Esse processo visa assegurar que o diagnóstico da menopausa está correto e o tratamento adequado para cada caso.
Qual é o tratamento para os sintomas da menopausa?
Existem várias abordagens para tratar os sintomas da menopausa, desde a terapia de reposição hormonal (TRH) até alternativas naturais e terapias complementares.
A TRH é uma das opções mais eficazes para reduzir os sintomas intensos da menopausa, como ondas de calor e secura vaginal. O tratamento envolve o uso de estrogênio e progesterona para repor os hormônios que o corpo deixou de produzir.
Adicionalmente, a TRH alivia os sintomas vasomotores, melhora a qualidade do sono e ajuda a prevenir a osteoporose. Apesar dos benefícios, a TRH pode aumentar os riscos de câncer de mama e problemas cardiovasculares, contraindicada para mulheres com histórico de certas condições. Portanto, os riscos e benefícios devem ser discutidos com o médico, que irá ajustar dose e duração conforme indicado.
Autocuidado durante a menopausa
O autocuidado é um diferencial para a saúde durante a menopausa, podendo ser facilmente incorporado à rotina. A adoção de hábitos saudáveis é determinante nessa fase. Uma alimentação equilibrada — rica em cálcio, antioxidantes e ômega 3 — auxilia no fortalecimento dos ossos e do sistema cardiovascular. Frutas, vegetais, peixes e grãos integrais são alimentos necessários para garantir o suporte nutricional adequado.
A prática regular de exercícios físicos também desempenha um papel valioso. Atividades como caminhadas, musculação e natação ajudam a manter o peso, fortalecem os ossos e contribuem para o bom humor e a saúde mental, melhorando a qualidade de vida durante a menopausa. Outras práticas têm se destacado pelos seus benefícios no alívio dos sintomas e na promoção do bem-estar físico e emocional. Veja quais!
- Yoga e meditação: promovem relaxamento, ajudam a reduzir ondas de calor e melhoram a qualidade do sono;
- Acupuntura: estimula pontos específicos do corpo, fornecendo alívio dos sintomas vasomotores e emocionais;
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC): contribui no manejo de sintomas emocionais, como ansiedade e estresse.
Acompanhamento médico
Consultas ginecológicas periódicas são fundamentais ao longo da menopausa, a fim de monitorar alterações hormonais e realizar exames preventivos.
A densitometria óssea, por exemplo, é um exame cujo objetivo é avaliar a saúde dos ossos e prevenir a osteoporose. Ainda, mulheres na menopausa são recomendadas a fazer exames cardiovasculares regulares, pois estão em maior risco de doenças cardíacas. Monitorar pressão arterial, colesterol e glicemia também ajuda a prevenir problemas mais graves. Por fim, o acompanhamento de outras condições, como diabetes tipo 2 e hipertensão, pode garantir que a mulher mantenha uma boa qualidade de vida nessa fase.
Com autocuidado, práticas saudáveis e acompanhamento médico, é possível passar pela menopausa com mais tranquilidade. Cada mulher vivencia de uma maneira única, e o apoio de profissionais de saúde, familiares e de práticas de bem-estar faz toda a diferença nesse período de aprendizado e autoconhecimento.
A menopausa não precisa ser um momento de limitações. Quer saber mais sobre como cuidar da sua saúde? Separamos o conteúdo: saúde da mulher.
Sabin avisa:
Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.
Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.
Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.
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