A asma é uma das condições respiratórias crônicas mais prevalentes, ao lado da rinite alérgica e da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), estima-se que a doença afete cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo responsável por uma carga significativa de morbidade e mortalidade.
É uma condição caracterizada por dificuldades respiratórias, sensação de aperto no peito e respiração curta e rápida. Esses sintomas tendem a piorar durante a noite, nas primeiras horas da manhã, ao se exercitar, ao entrar em contato com alérgenos, em ambientes poluídos ou diante de variações climáticas.
O impacto da asma no sistema de saúde é substancial. Em 2022, mais de 80 mil internações por asma foram registradas no Brasil, com 524 óbitos. Esses números demonstram a necessidade de um manejo adequado e eficiente da doença. Continue a leitura para entender quais os sintomas, gatilhos, diagnóstico, tratamentos e prevenção das crises asmáticas.
O que é a asma?
A asma é uma condição na qual as vias respiratórias sofrem inflamação, resultando em inchaço, que estreita a passagem do ar e dificulta a respiração. É uma doença respiratória bastante comum que se manifesta em qualquer fase da vida, mas é especialmente prevalente durante a infância. Em certos casos, pode diminuir com o passar dos anos.
Os brônquios, estruturas responsáveis por levar o ar aos pulmões, são os principais acometidos pela asma. Devido ao estreitamento dessas vias, ocorrem crises que, em situações graves, podem resultar em falta de oxigênio nos tecidos, chegando a levar ao óbito.
Embora a asma seja classificada como uma doença crônica, existem tratamentos e medidas de controle altamente eficazes, permitindo que os pacientes asmáticos tenham uma vida normal.
Em geral, a doença é desencadeada por uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais, incluindo infecções virais, alérgenos e substâncias presentes no ambiente de trabalho. Esses elementos influenciam no surgimento da condição e em sua evolução ao longo do tempo.
Quais os sintomas da asma?
Entre os asmáticos, é comum observar os seguintes sintomas:
- respiração pesada e difícil;
- sensação de cansaço, tanto em repouso quanto após atividades físicas;
- tosse frequente, ocorrendo sempre que o ar é inspirado;
- produção de chiados durante a expiração, resultando em uma respiração sonora;
- dificuldade para se alimentar;
- interrupções constantes do sono, em razão das crises de tosse, gerando um sono insuficiente e cansaço;
- mudança na coloração dos lábios e dedos para tons arroxeados (cianose), em casos graves.
Quais são os gatilhos da asma?
A asma não surge como um problema primário, sendo causada por determinados fatores. A exposição a alérgenos é um dos principais, provocando inflamação e afetando a saúde respiratória. Certos alimentos, como o leite, podem ocasionar crises asmáticas, sendo importante manter um registro alimentar para identificar possíveis relações.
Infecções respiratórias, incluindo gripes e resfriados, também são conhecidas por motivar crises de asma, assim como a exposição ao cigarro, seja ativa ou passivamente. Adicionalmente, mudanças de temperatura e de estação, como a transição para a primavera, podem aumentar a incidência de crises asmáticas, por conta do pólen no ar.
Como é realizado o diagnóstico da asma?
O diagnóstico da asma começa com um exame físico, no qual o médico obtém informações por meio de perguntas e observa os sintomas relatados. Exames de imagem, como radiografias torácicas, podem ser realizados para descartar outras condições. Além disso, o diagnóstico envolve a exclusão de outras doenças, a fim de garantir que o médico esteja lidando especificamente com a asma, alcançando um diagnóstico preciso mediante testes complementares.
Entre os testes complementares, estão:
- testes alérgicos;
- gasometria;
- hemograma completo;
- pesquisa de vírus respiratórios;
- testes para tuberculose e covid-19;
- espirometria para avaliação da função pulmonar.
Quais os tratamentos disponíveis para a asma?
O tratamento da asma é sintomático e envolve a administração de medicamentos, que podem ser usados durante as crises ou com maior frequência, para prevenir ou reduzir sintomas persistentes. Os medicamentos mais comuns são os corticoides e broncodilatadores, administrados por nebulização ou inalação.
Cada tratamento é personalizado, com medicação e doses ajustadas individualmente, podendo ser revisado regularmente por um médico, com base nos sintomas e na frequência das crises do paciente.
Como prevenir a asma?
Prevenir as crises de asma significa adotar uma série de medidas. É recomendado manter o ambiente limpo e livre de poeira, pois a poeira pode conter ácaros, um dos principais alérgenos que desencadeiam as crises asmáticas. A exposição ao sol é igualmente importante, já que a vitamina D (produzida em decorrência da exposição solar) está relacionada a diversas condições do sistema imunológico, incluindo a asma. Estudos indicam que níveis adequados de vitamina D podem ajudar a reduzir a frequência e a gravidade das crises.
Evitar odores intensos é outra medida indispensável. Perfumes fortes, produtos de limpeza e fumaça de cigarro, por exemplo, podem irritar as vias respiratórias e provocar novas crises. Portanto, evitar o tabagismo, tanto ativo quanto passivo, é imprescindível, tendo em vista que a fumaça do cigarro contém inúmeros irritantes e alérgenos capazes de provocar crises asmáticas.
Nas estações mais frias, é crucial se proteger do frio, que pode irritar as vias respiratórias e aumentar a incidência de crises. A vacinação contra a gripe é potencialmente recomendada, uma vez que infecções respiratórias podem agravar os sintomas da asma e levar a crises severas.
Ter uma dieta saudável e equilibrada também contribui para a saúde geral do corpo e do sistema imunológico, o que pode ajudar a controlar as crises asmáticas. Não esquecendo, é claro, da hidratação adequada, que exerce papel relevante na preservação da umidade das mucosas respiratórias, prevenindo irritações. Por fim, manter um peso saudável pode reduzir a pressão sobre os pulmões e melhorar a função respiratória, diminuindo a probabilidade de crises agudas.
A prevenção e o manejo dos sintomas, junto ao acompanhamento médico, são essenciais para fazer o controle da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes asmáticos. Para mais informações sobre doenças respiratórias, leia o nosso conteúdo: Entenda o que são e quais as principais doenças respiratórias.
Sabin avisa:
Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.
Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas.
Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.
Referências:
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