Sabin Por: Sabin
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A gestação é um período mágico na vida de uma mulher, repleto de emoções, expectativas e felicidade. Por outro lado, é um período de extrema importância e crítico para a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê.

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por diversas transformações para propiciar o crescimento do feto e preparar-se para o parto. Nesse contexto, os cuidados pré-natais exercem um papel crucial para garantir que esse processo seja seguro e saudável.

O pré-natal é o acompanhamento médico realizado ao longo da gestação pelo obstetra. É uma etapa essencial para assegurar a saúde da gestante e do bebê, pois possibilita a detecção precoce de possíveis complicações ou condições que possam surgir durante a gravidez, além de permitir que qualquer problema detectado seja acompanhado e tratado da melhor forma possível e em tempo hábil, minimizando possíveis riscos.

Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre o pré-natal, quais os exames mais solicitados e as principais recomendações médicas.

O que é o pré-natal?

O pré-natal é um conjunto de consultas e exames médicos realizados ao longo da gravidez. Durante o pré-natal, a futura mamãe realizará uma série de consultas médicas regulares para avaliar o desenvolvimento do bebê, acompanhar o crescimento da barriga e verificar seu estado geral de saúde. Além das consultas, são solicitados exames periódicos para avaliação e monitoramento, como exames de sangue e exames de imagem.

Cabe ressaltar que as consultas de pré-natal são uma excelente chance para o esclarecimento de dúvidas em relação à gestação. Durante o pré-natal, o médico poderá fornecer informações valiosas sobre alimentação adequada, prática de atividades físicas, sintomas esperados da gravidez, como lidar com eventuais desconfortos, bem como orientar sobre o uso correto de medicamentos, quando necessário, e sobre as vias de parto (normal e cesariana), suas indicações, benefícios e possíveis complicações.

A gestante deve aproveitar esses momentos para conversar abertamente com o profissional de saúde. Isso contribui para que ela se sinta mais tranquila e segura ao longo da gestação.

Qual a importância do pré-natal?

Conforme mencionado, o pré-natal é a melhor oportunidade para monitorar a saúde da mãe e do feto, identificando possíveis complicações ou condições que possam afetar a gestação ou a saúde de ambos. A seguir, elencamos alguns dos principais benefícios de realizar o acompanhamento pré-natal.

Importância para a saúde da mãe

Durante as consultas de pré-natal, a equipe médica realiza exames de rotina para acompanhar a saúde geral da gestante, como verificar a pressão arterial, níveis de glicose no sangue, peso corporal, entre outros parâmetros.

A hipertensão gestacional é uma condição que pode surgir durante a gravidez e que precisa ser devidamente monitorada e tratada, já que pode representar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.

Outro fator de destaque é o diabetes gestacional, uma doença metabólica que pode ocorrer em mulheres grávidas devido ao aumento da resistência à insulina, resultando na elevação das concentrações de glicose no sangue da gestante. O diabetes gestacional não controlado aumenta o risco de obesidade, pressão alta, colesterol e o próprio diabetes para o bebe na infância e vida adulta.  

Por meio do pré-natal, é possível detectar precocemente outras alterações na mãe, como a presença de anemia, doenças infecciosas ou qualquer outra condição que possa representar risco à saúde.

Adicionalmente, durante o acompanhamento médico, o profissional poderá fornecer informações sobre o processo do trabalho de parto, os diferentes tipos, possíveis intervenções médicas e técnicas de alívio da dor. Essa preparação ajuda a mãe a se sentir mais confiante para o momento do nascimento do bebê.

Importância para a saúde do bebê

O pré-natal também desempenha um papel crucial na saúde e no desenvolvimento do bebê. É possível acompanhar a evolução fetal por meio de exames como o ultrassom, que permite visualizar o crescimento adequado do bebê e identificar possíveis problemas.

Algumas condições, síndromes hereditárias e malformações congênitas também podem ser identificadas precocemente por meio de exames, permitindo um planejamento adequado durante a gestação, a melhor via de parto e o acompanhamento do bebê após o nascimento. Com a detecção precoce de alterações, os profissionais de saúde podem agir com rapidez, garantindo o tratamento mais adequado e evitando possíveis agravamentos.

Quando começar o pré-natal?

Assim que uma mulher descobre que está grávida, é altamente recomendado que ela inicie o acompanhamento o mais cedo possível. Quanto antes começar, mais tempo os profissionais de saúde têm para monitorar a gestação desde o início e tomar as medidas necessárias para garantir a saúde da mãe e do bebê.

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), são preconizadas, no mínimo, seis consultas pré-natais ao longo da gravidez. Já o Ministério da Saúde (MS) recomenda, conforme a Caderneta da Gestante, consultas médicas mensais até a 28ª semana, quinzenais da 28ª até 36ª semana e semanais da 36ª a 41ª semana de gestação.

No entanto, é necessário salientar que a periodicidade das consultas e exames no pré-natal pode variar de acordo com cada caso, sendo determinada pelo médico, que irá considerar fatores como a saúde geral da gestante, histórico médico, idade gestacional e quaisquer condições específicas que possam estar presentes.

Quais exames são solicitados no pré-natal?

Não há uma listagem fixa de exames que devem ser realizados durante o pré-natal. A solicitação e a frequência podem variar, a depender do critério médico e do histórico clínico e familiar da gestante, sendo um processo individualizado. 

Conheça alguns dos exames que podem ser indicados durante a gestação:

Ultrassonografia

O ultrassom é um exame de imagem fundamental para acompanhar o desenvolvimento do feto. A Febrasgo indica o mínimo de dois exames de ultrassom, um no primeiro trimestre e o outro entre a 20ª e 24ª semana, caso a gestante realize um pré-natal correto e sem intercorrências.

Entretanto, pode-se indicar a realização de um primeiro exame de ultrassom via transvaginal já a partir da 7ª semana de gestação, com a finalidade de confirmar a viabilidade, quantidade de fetos e a idade gestacional.

O segundo ultrassom, sendo o primeiro recomendado pela Febrasgo, é realizado ainda no primeiro trimestre da gestação e visa avaliar a idade gestacional, a quantidade de fetos e a translucência nucal (TN), principal marcador cromossômico para trissomias, como a trissomia do cromossomo 21 (ou síndrome de Down). É realizado por via abdominal entre 11 e 13 semanas.

O ultrassom morfológico, também recomendado pela Febrasgo, tem o objetivo de avaliar a morfologia e o crescimento fetal, assim como a placenta e o líquido amniótico. É realizado no segundo trimestre da gestação, entre 20 e 24 semanas.  

Existe a possibilidade de realizar um último ultrassom, que pode ser feito por volta da 32ª semana de gestação, para avaliação do crescimento fetal, maturidade da placenta e líquido amniótico.

Exames de sangue

Tanto o MS quanto a Febrasgo indicam a realização dos seguintes exames de sangue durante o pré-natal: tipagem sanguínea e fator Rh, hemograma completo e exames de glicemia.

A tipagem sanguínea e o fator Rh são de extrema importância e devem ser realizados juntamente com os primeiros exames no pré-natal. 

Quanto ao hemograma completo, recomenda-se realizar nos três trimestres. Ele é essencial para a detecção precoce da anemia e seu tratamento durante a gestação.

Já a glicemia atua na detecção precoce do diabetes gestacional, sendo a curva glicêmica o principal exame para diagnóstico, podendo ser realizado entre 24 e 28 semanas. 

Exames para detecção de doenças infectocontagiosas

Por meio de exames sanguíneos, é possível também a detecção de doenças como sífilis, toxoplasmose, hepatites B e C, rubéola e HIV, que podem representar riscos para o bebê. 

Esses exames são altamente recomendados durante o pré-natal para possíveis tratamentos e para evitar muitos problemas congênitos, que podem afetar o bebê desde a barriga da mãe de forma irreversível. 

Eletroforese de hemoglobina

A eletroforese de hemoglobina é outro exame indicado pelo Ministério da Saúde para identificar a doença falciforme, talassemia e outras hemoglobinopatias hereditárias que requerem cuidados especiais na gravidez.

Outras avaliações também podem ser solicitadas, como exames de fezes e urina e preventivo para o câncer de colo de útero. Somente o médico especialista está apto a indicar quais exames são necessários, conforme cada caso clínico.

Teste pré-natal não invasivo

Além dos exames citados, o teste pré-natal não invasivo (NIPT) é uma excelente opção para a detecção precoce de problemas de saúde no bebê. O NIPT é um exame que avalia o código genético (DNA) do feto presente no sangue materno.

Anteriormente, a detecção precoce de doenças e síndromes decorrentes de alterações no código genético do feto era feita por meio de técnicas invasivas, como a biópsia, as quais ofereciam riscos de saúde para a mãe e para o bebê.

Com o desenvolvimento de novas tecnologias moleculares, agora é possível realizar esse tipo de análise utilizando apenas amostras de sangue materno. Durante a gestação, uma parte das células do feto acaba passando pela placenta para a corrente sanguínea da mãe. Dessa forma, é possível detectar e analisar o DNA dessas células fetais diretamente no sangue materno, em busca de possíveis alterações cromossômicas que poderiam afetar a saúde do bebê. Entre essas alterações, estão as síndromes de Down, de Edward, de Patau e de Turner. 

O NIPT também possibilita a identificação do sexo do feto com grande exatidão.

Importância da vacinação durante a gestação

A vacinação desempenha um papel crucial nos cuidados durante a gestação. Além de proteger a própria gestante, a vacinação da mãe é fundamental para prevenir doenças infecciosas que podem prejudicar o desenvolvimento do feto.

Nessa fase, o sistema imunológico da mulher passa por algumas alterações naturais, o que pode torná-la mais suscetível a algumas infecções. Por isso, é recomendado que a mãe esteja com seu esquema de vacinação em dia antes mesmo de engravidar.

A gripe pode ser mais grave durante a gravidez, aumentando o risco de complicações. Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, é aconselhável administrar a vacina da gripe em qualquer idade gestacional para toda gestante e mulher até 42 dias após o parto, durante a campanha anual de vacinação.

A vacina dTpa protege a mãe e o bebê contra tétano, difteria e coqueluche e deverá ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Para as gestantes sem histórico vacinal, deve-se administrar duas doses da vacina dupla adulto (dT) e uma dose da vacina dTpa.

Caso a gestante apresente outras falhas no seu calendário vacinal, é aconselhável procurar auxílio para verificar a necessidade da vacinação. É importante também que as pessoas próximas a ela estejam com as vacinas em dia, especialmente a dTpa e a vacina contra a gripe. Os familiares e cuidadores que terão contato próximo com o bebê devem ser imunizados para evitar a transmissão de doenças infecciosas.

Além dos cuidados pré-natais, a mãe deve estar ciente da importância dos cuidados neonatais, que incluem a primeira vacina da hepatite B e exames para a avaliação e detecção de doenças ou condições logo após o nascimento do bebê. 

As principais triagens neonatais envolvem o Teste do Pezinho e o Teste Genético da Bochechinha. Ainda existem os testes do coraçãozinho e do ouvidinho — recomendado realizar até o primeiro mês de vida. Trata-se de importantes exames que auxiliam na detecção precoce de doenças e síndromes que podem afetar seriamente a saúde da criança.

Agora que você já sabe sobre a importância do pré-natal, sugerimos a leitura do conteúdo sobre como deve acontecer a vacinação de prematuros, para que você esteja bem informada e cuide da saúde do seu bebê recém-nascido.

Referências:

Alberry MS, Aziz E, Ahmed SR, Abdel-Fattah S. Non invasive prenatal testing (NIPT) for common aneuploidies and beyond. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2021 Mar;258:424-429. doi: 10.1016/j.ejogrb.2021.01.008

Ministério da Saúde. Aterosclerose. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca/pre-natal-e-parto Acesso em: 27/07/2023

Ministério da saúde. Caderneta da Gestante. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_gestante_versao_eletronica_2022.pdf Acesso em: 27/07/2023

OMS. Recomendações da OMS sobre cuidados pré-natais para uma experiência positiva na gravidez. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250800/WHO-RHR-16.12-por.pdf Acesso em: 27/07/2023SBP. A consulta pediátrica pré-natal. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_22375c-ManOrient_-_ConsultaPediatrica_PreNatal.pdf Acesso em: 27/07/2023

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Pré-natal: entenda a importância e os principais exames realizados; A gestação é um período mágico na vida de uma mulher, repleto de emoções, expectativas e felicidade. Por outro lado, é um período de extrema importância e crítico para a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê. Durante a gestação, o corpo da mulher passa por diversas transformações para propiciar o crescimento do feto e preparar-se para o parto. Nesse contexto, os cuidados pré-natais exercem um papel crucial para garantir que esse processo seja seguro e saudável. O pré-natal é o acompanhamento médico realizado ao longo da gestação pelo obstetra. É uma etapa essencial para assegurar a saúde da gestante e do bebê, pois possibilita a detecção precoce de possíveis complicações ou condições que possam surgir durante a gravidez, além de permitir que qualquer problema detectado seja acompanhado e tratado da melhor forma possível e em tempo hábil, minimizando possíveis riscos. Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre o pré-natal, quais os exames mais solicitados e as principais recomendações médicas. O que é o pré-natal? O pré-natal é um conjunto de consultas e exames médicos realizados ao longo da gravidez. Durante o pré-natal, a futura mamãe realizará uma série de consultas médicas regulares para avaliar o desenvolvimento do bebê, acompanhar o crescimento da barriga e verificar seu estado geral de saúde. Além das consultas, são solicitados exames periódicos para avaliação e monitoramento, como exames de sangue e exames de imagem. Cabe ressaltar que as consultas de pré-natal são uma excelente chance para o esclarecimento de dúvidas em relação à gestação. Durante o pré-natal, o médico poderá fornecer informações valiosas sobre alimentação adequada, prática de atividades físicas, sintomas esperados da gravidez, como lidar com eventuais desconfortos, bem como orientar sobre o uso correto de medicamentos, quando necessário, e sobre as vias de parto (normal e cesariana), suas indicações, benefícios e possíveis complicações. A gestante deve aproveitar esses momentos para conversar abertamente com o profissional de saúde. Isso contribui para que ela se sinta mais tranquila e segura ao longo da gestação. Qual a importância do pré-natal? Conforme mencionado, o pré-natal é a melhor oportunidade para monitorar a saúde da mãe e do feto, identificando possíveis complicações ou condições que possam afetar a gestação ou a saúde de ambos. A seguir, elencamos alguns dos principais benefícios de realizar o acompanhamento pré-natal. Importância para a saúde da mãe Durante as consultas de pré-natal, a equipe médica realiza exames de rotina para acompanhar a saúde geral da gestante, como verificar a pressão arterial, níveis de glicose no sangue, peso corporal, entre outros parâmetros. A hipertensão gestacional é uma condição que pode surgir durante a gravidez e que precisa ser devidamente monitorada e tratada, já que pode representar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. Outro fator de destaque é o diabetes gestacional, uma doença metabólica que pode ocorrer em mulheres grávidas devido ao aumento da resistência à insulina, resultando na elevação das concentrações de glicose no sangue da gestante. O diabetes gestacional não controlado aumenta o risco de obesidade, pressão alta, colesterol e o próprio diabetes para o bebe na infância e vida adulta.   Por meio do pré-natal, é possível detectar precocemente outras alterações na mãe, como a presença de anemia, doenças infecciosas ou qualquer outra condição que possa representar risco à saúde. Adicionalmente, durante o acompanhamento médico, o profissional poderá fornecer informações sobre o processo do trabalho de parto, os diferentes tipos, possíveis intervenções médicas e técnicas de alívio da dor. Essa preparação ajuda a mãe a se sentir mais confiante para o momento do nascimento do bebê. Importância para a saúde do bebê O pré-natal também desempenha um papel crucial na saúde e no desenvolvimento do bebê. É possível acompanhar a evolução fetal por meio de exames como o ultrassom, que permite visualizar o crescimento adequado do bebê e identificar possíveis problemas. Algumas condições, síndromes hereditárias e malformações congênitas também podem ser identificadas precocemente por meio de exames, permitindo um planejamento adequado durante a gestação, a melhor via de parto e o acompanhamento do bebê após o nascimento. Com a detecção precoce de alterações, os profissionais de saúde podem agir com rapidez, garantindo o tratamento mais adequado e evitando possíveis agravamentos. Quando começar o pré-natal? Assim que uma mulher descobre que está grávida, é altamente recomendado que ela inicie o acompanhamento o mais cedo possível. Quanto antes começar, mais tempo os profissionais de saúde têm para monitorar a gestação desde o início e tomar as medidas necessárias para garantir a saúde da mãe e do bebê. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), são preconizadas, no mínimo, seis consultas pré-natais ao longo da gravidez. Já o Ministério da Saúde (MS) recomenda, conforme a Caderneta da Gestante, consultas médicas mensais até a 28ª semana, quinzenais da 28ª até 36ª semana e semanais da 36ª a 41ª semana de gestação. No entanto, é necessário salientar que a periodicidade das consultas e exames no pré-natal pode variar de acordo com cada caso, sendo determinada pelo médico, que irá considerar fatores como a saúde geral da gestante, histórico médico, idade gestacional e quaisquer condições específicas que possam estar presentes. Quais exames são solicitados no pré-natal? Não há uma listagem fixa de exames que devem ser realizados durante o pré-natal. A solicitação e a frequência podem variar, a depender do critério médico e do histórico clínico e familiar da gestante, sendo um processo individualizado.  Conheça alguns dos exames que podem ser indicados durante a gestação: Ultrassonografia O ultrassom é um exame de imagem fundamental para acompanhar o desenvolvimento do feto. A Febrasgo indica o mínimo de dois exames de ultrassom, um no primeiro trimestre e o outro entre a 20ª e 24ª semana, caso a gestante realize um pré-natal correto e sem intercorrências. Entretanto, pode-se indicar a realização de um primeiro exame de ultrassom via transvaginal já a partir da 7ª semana de gestação, com a finalidade de confirmar a viabilidade, quantidade de fetos e a idade gestacional. O segundo ultrassom, sendo o primeiro recomendado pela Febrasgo, é realizado ainda no primeiro trimestre da gestação e visa avaliar a idade gestacional, a quantidade de fetos e a translucência nucal (TN), principal marcador cromossômico para trissomias, como a trissomia do cromossomo 21 (ou síndrome de Down). É realizado por via abdominal entre 11 e 13 semanas. O ultrassom morfológico, também recomendado pela Febrasgo, tem o objetivo de avaliar a morfologia e o crescimento fetal, assim como a placenta e o líquido amniótico. É realizado no segundo trimestre da gestação, entre 20 e 24 semanas.   Existe a possibilidade de realizar um último ultrassom, que pode ser feito por volta da 32ª semana de gestação, para avaliação do crescimento fetal, maturidade da placenta e líquido amniótico. Exames de sangue Tanto o MS quanto a Febrasgo indicam a realização dos seguintes exames de sangue durante o pré-natal: tipagem sanguínea e fator Rh, hemograma completo e exames de glicemia. A tipagem sanguínea e o fator Rh são de extrema importância e devem ser realizados juntamente com os primeiros exames no pré-natal.  Quanto ao hemograma completo, recomenda-se realizar nos três trimestres. Ele é essencial para a detecção precoce da anemia e seu tratamento durante a gestação. Já a glicemia atua na detecção precoce do diabetes gestacional, sendo a curva glicêmica o principal exame para diagnóstico, podendo ser realizado entre 24 e 28 semanas.  Exames para detecção de doenças infectocontagiosas Por meio de exames sanguíneos, é possível também a detecção de doenças como sífilis, toxoplasmose, hepatites B e C, rubéola e HIV, que podem representar riscos para o bebê.  Esses exames são altamente recomendados durante o pré-natal para possíveis tratamentos e para evitar muitos problemas congênitos, que podem afetar o bebê desde a barriga da mãe de forma irreversível.  Eletroforese de hemoglobina A eletroforese de hemoglobina é outro exame indicado pelo Ministério da Saúde para identificar a doença falciforme, talassemia e outras hemoglobinopatias hereditárias que requerem cuidados especiais na gravidez. Outras avaliações também podem ser solicitadas, como exames de fezes e urina e preventivo para o câncer de colo de útero. Somente o médico especialista está apto a indicar quais exames são necessários, conforme cada caso clínico. Teste pré-natal não invasivo Além dos exames citados, o teste pré-natal não invasivo (NIPT) é uma excelente opção para a detecção precoce de problemas de saúde no bebê. O NIPT é um exame que avalia o código genético (DNA) do feto presente no sangue materno. Anteriormente, a detecção precoce de doenças e síndromes decorrentes de alterações no código genético do feto era feita por meio de técnicas invasivas, como a biópsia, as quais ofereciam riscos de saúde para a mãe e para o bebê. Com o desenvolvimento de novas tecnologias moleculares, agora é possível realizar esse tipo de análise utilizando apenas amostras de sangue materno. Durante a gestação, uma parte das células do feto acaba passando pela placenta para a corrente sanguínea da mãe. Dessa forma, é possível detectar e analisar o DNA dessas células fetais diretamente no sangue materno, em busca de possíveis alterações cromossômicas que poderiam afetar a saúde do bebê. Entre essas alterações, estão as síndromes de Down, de Edward, de Patau e de Turner.  O NIPT também possibilita a identificação do sexo do feto com grande exatidão. Importância da vacinação durante a gestação A vacinação desempenha um papel crucial nos cuidados durante a gestação. Além de proteger a própria gestante, a vacinação da mãe é fundamental para prevenir doenças infecciosas que podem prejudicar o desenvolvimento do feto. Nessa fase, o sistema imunológico da mulher passa por algumas alterações naturais, o que pode torná-la mais suscetível a algumas infecções. Por isso, é recomendado que a mãe esteja com seu esquema de vacinação em dia antes mesmo de engravidar. A gripe pode ser mais grave durante a gravidez, aumentando o risco de complicações. Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, é aconselhável administrar a vacina da gripe em qualquer idade gestacional para toda gestante e mulher até 42 dias após o parto, durante a campanha anual de vacinação. A vacina dTpa protege a mãe e o bebê contra tétano, difteria e coqueluche e deverá ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Para as gestantes sem histórico vacinal, deve-se administrar duas doses da vacina dupla adulto (dT) e uma dose da vacina dTpa. Caso a gestante apresente outras falhas no seu calendário vacinal, é aconselhável procurar auxílio para verificar a necessidade da vacinação. É importante também que as pessoas próximas a ela estejam com as vacinas em dia, especialmente a dTpa e a vacina contra a gripe. Os familiares e cuidadores que terão contato próximo com o bebê devem ser imunizados para evitar a transmissão de doenças infecciosas. Além dos cuidados pré-natais, a mãe deve estar ciente da importância dos cuidados neonatais, que incluem a primeira vacina da hepatite B e exames para a avaliação e detecção de doenças ou condições logo após o nascimento do bebê.  As principais triagens neonatais envolvem o Teste do Pezinho e o Teste Genético da Bochechinha. Ainda existem os testes do coraçãozinho e do ouvidinho — recomendado realizar até o primeiro mês de vida. Trata-se de importantes exames que auxiliam na detecção precoce de doenças e síndromes que podem afetar seriamente a saúde da criança. Agora que você já sabe sobre a importância do pré-natal, sugerimos a leitura do conteúdo sobre como deve acontecer a vacinação de prematuros, para que você esteja bem informada e cuide da saúde do seu bebê recém-nascido. Referências: Alberry MS, Aziz E, Ahmed SR, Abdel-Fattah S. Non invasive prenatal testing (NIPT) for common aneuploidies and beyond. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2021 Mar;258:424-429. doi: 10.1016/j.ejogrb.2021.01.008 Ministério da Saúde. Aterosclerose. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca/pre-natal-e-parto Acesso em: 27/07/2023 Ministério da saúde. Caderneta da Gestante. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_gestante_versao_eletronica_2022.pdf Acesso em: 27/07/2023 OMS. Recomendações da OMS sobre cuidados pré-natais para uma experiência positiva na gravidez. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250800/WHO-RHR-16.12-por.pdf Acesso em: 27/07/2023SBP. A consulta pediátrica pré-natal. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_22375c-ManOrient_-_ConsultaPediatrica_PreNatal.pdf Acesso em: 27/07/2023