Blog Sabin https://blog.sabin.com.br/ Conhecimento aliado ao bem-estar Mon, 10 Mar 2025 18:08:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://blog.sabin.com.br/wp-content/uploads/2021/03/favicons.png Blog Sabin https://blog.sabin.com.br/ 32 32 Detecção da nova cepa do mpox vírus: diagnóstico e manejo clínico https://blog.sabin.com.br/medicos/deteccao-nova-cepa-mpox/ https://blog.sabin.com.br/medicos/deteccao-nova-cepa-mpox/#respond Fri, 28 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4325 A mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, é uma infecção zoonótica reemergente causada pelo mpox vírus (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus. Desde sua descoberta em 1958, a doença manteve-se endêmica em regiões das Áfricas Ocidental e Central, mas ganhou relevância global com a disseminação em áreas não endêmicas durante o surto de 2022. A […]

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A mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, é uma infecção zoonótica reemergente causada pelo mpox vírus (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus. Desde sua descoberta em 1958, a doença manteve-se endêmica em regiões das Áfricas Ocidental e Central, mas ganhou relevância global com a disseminação em áreas não endêmicas durante o surto de 2022.

A mudança no nome da doença, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reflete um esforço global para reduzir o estigma associado ao termo “varíola dos macacos”. Para os médicos, essa atualização ressalta a importância de uma abordagem clínica mais abrangente e inclusiva, adaptada às realidades epidemiológicas atuais.

Em busca de ampliar soluções para diagnóstico e manejo eficazes da mpox, o Sabin Diagnóstico e Saúde desenvolveu um exame que combina PCR em tempo real com sequenciamento Sanger. 

Apresentação clínica da mpox e implicações da nova cepa

Em geral, a apresentação clínica da mpox inicia com sintomas prodrômicos, como febre, fadiga e linfadenopatia, seguidos pelo surgimento de erupções cutâneas típicas, que evoluem de máculas para vesículas e pústulas

Entretanto, o surto global de 2022 revelou manifestações atípicas e novas variações clínicas. Entre elas, destacaram-se lesões localizadas predominantemente em áreas anogenitais e mucosas, além de sintomas como dor anorretal, proctite, lesões orofaríngeas, amigdalite e lesões cutâneas em diferentes estágios de evolução. Essas características reforçam a necessidade de uma abordagem diagnóstica cuidadosa para diferenciar a doença de outras condições com apresentações semelhantes.

A nova cepa, classificada como clado IIb, demonstrou uma maior capacidade de transmissão, sendo considerada mais infecciosa em relação às variantes anteriores. Por outro lado, está frequentemente associada a manifestações clínicas mais leves e a uma taxa de mortalidade significativamente reduzida. Tal característica acaba diferenciando a clado llb de cepas previamente conhecidas, como as do clado I, que historicamente apresentaram maior gravidade clínica e letalidade.

Transmissão e patogênese da mpox

O vírus é transmitido pelo contato direto com lesões, comumente durante atividades sexuais, secreções respiratórias, superfícies contaminadas e, possivelmente, por via vertical. 

O período de incubação varia entre oito e 13 dias, a depender da via de transmissão. No organismo, o vírus se replica no citoplasma das células infectadas, gerando duas formas infecciosas: IMV (vírus maduro intracelular) e EEV (vírus envelopado extracelular). Esses mecanismos sustentam sua capacidade de evasão imunológica e disseminação.

Pacientes imunocomprometidos enfrentam um risco maior de evolução para quadros graves, o que exige cuidados especializados.

Diagnóstico da mpox: como e quando solicitar exames

O diagnóstico precoce da mpox é fundamental para interromper a cadeia de transmissão e prevenir complicações. Ele deve ser considerado em pacientes que apresentem lesões cutâneas características, especialmente quando há histórico de exposição ao vírus ou contato próximo com casos confirmados. A confirmação laboratorial é indispensável, sendo o teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) amplamente reconhecido como o padrão-ouro para detecção do mpox vírus (MPXV) em amostras de lesões cutâneas.

As amostras provenientes de lesões cutâneas demonstram uma eficácia elevada, com taxas de positividade superiores a 90%. Além disso, a carga viral permanece estável por até 30 dias em swabs coletados dessas lesões, permitindo um diagnóstico confiável mesmo em fases mais avançadas da doença. Por isso, a coleta de material em múltiplos locais de lesões, como áreas cutâneas e mucosas, pode otimizar a sensibilidade diagnóstica.

Importante frisar que as manifestações clínicas da mpox podem sobressair-se a outras condições, como varicela, herpes simples e sífilis. Nesse contexto, a combinação de achados clínicos e testes laboratoriais é essencial para diferenciar a doença de outras infecções com apresentações similares.

O exame molecular oferecido pelo Sabin, que utiliza PCR em tempo real, é uma solução altamente sensível e específica para a detecção do MPXV. Esse método analisa amostras de lesões e fluidos corporais, proporcionando resultados confiáveis e rápidos, atuando como uma ferramenta relevante no manejo clínico e controle epidemiológico da mpox.

Detecção molecular do mpox vírus

A tecnologia do Sabin combina PCR em tempo real com sequenciamento Sanger, o que possibilita maior confiabilidade no diagnóstico. O exame identifica exclusivamente o DNA do MPXV, eliminando a possibilidade de resultados falso-positivos relacionados a outros vírus Orthopoxvirus, como o vírus da varíola humana. 

Adicionalmente, o teste detecta a nova cepa do clado 1b, enfatizando sua importância no atual cenário epidemiológico. A coleta deve ser realizada em lesões ativas ou secas, com o uso de swabs. Preparos simples, como evitar cremes nas 24 horas anteriores, tornam o exame acessível para diferentes perfis de pacientes.

Prevenção e controle de infecção na mpox

A contenção da mpox requer uma combinação de medidas preventivas e educativas. O isolamento de pacientes com suspeita ou confirmação da doença é imprescindível para reduzir o risco de transmissão em ambientes hospitalares e comunitários. Além disso, práticas rigorosas de higiene, como lavagem frequente das mãos e desinfecção de superfícies, devem ser incentivadas.

A conscientização sobre práticas sexuais seguras, incluindo o uso de preservativos, também é uma medida que merece atenção, visto que a transmissão por contato íntimo desempenhou um papel de destaque no surto global de 2022.

Vacinação:

A vacina JYNNEOS/IMVAMUNE® é uma opção segura para indivíduos de alto risco e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Sua administração pode prevenir casos graves e reforçar o controle epidemiológico.

Monitoramento e acompanhamento de casos de mpox

Pacientes diagnosticados com mpox devem ser acompanhados de perto, sobretudo aqueles com sintomas graves ou fatores de risco para complicações. O monitoramento regular, incluindo exames laboratoriais e avaliações clínicas, é crucial para avaliar a resposta ao tratamento e identificar sinais de progressão ou resolução da doença.

Em casos leves, o acompanhamento pode ser menos intensivo, mas ainda necessário para garantir que as lesões cicatrizam adequadamente e que não ocorram complicações. Nos casos mais graves, exames de imagem ou repetição de testes moleculares podem ser indicados para avaliar a evolução.

A constante evolução genética do MPXV demanda vigilância e atualização das estratégias de tratamento. O diagnóstico precoce e o manejo adequado são determinantes para conter surtos e proteger a saúde pública.

Quer descobrir mais informações sobre como a tecnologia molecular está presente no diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis? Leia o nosso artigo “Conheça a utilidade da investigação molecular no diagnóstico de ISTs”.

Referências:

Lim CK, Roberts J, Moso M, Liew KC, Taouk ML, Williams E, Tran T, Steinig E, Caly L, Williamson DA. Mpox diagnostics: Review of current and emerging technologies. J Med Virol. 2023 Jan;95(1):e28429. doi: 10.1002/jmv.28429. Erratum in: J Med Virol. 2023 Feb;95(2):e28581. doi: 10.1002/jmv.28581. PMID: 36571266; PMCID: PMC10108241.

Lu J, Xing H, Wang C, Tang M, Wu C, Ye F, Yin L, Yang Y, Tan W, Shen L. Mpox (formerly monkeypox): pathogenesis, prevention, and treatment. Signal Transduct Target Ther. 2023 Dec 27;8(1):458. doi: 10.1038/s41392-023-01675-2. PMID: 38148355; PMCID: PMC10751291.

Saguil A, Krebs L, Choe U. Mpox: Rapid Evidence Review. Am Fam Physician. 2023 Jul;108(1):78-83. PMID: 37440743.

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A importância da detecção precoce de doenças neurodegenerativas https://blog.sabin.com.br/genetica/deteccao-precoce-de-doencas-neurodegenerativas/ https://blog.sabin.com.br/genetica/deteccao-precoce-de-doencas-neurodegenerativas/#respond Tue, 25 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4340 O cenário mundial das doenças neurodegenerativas é cada vez mais preocupante. Estima-se que milhões de pessoas, principalmente idosas, estejam afetadas por condições como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson, tornando essas doenças as mais prevalentes dentro desse grupo. No Brasil, por exemplo, mais de dois milhões de indivíduos convivem com Alzheimer, enquanto […]

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O cenário mundial das doenças neurodegenerativas é cada vez mais preocupante. Estima-se que milhões de pessoas, principalmente idosas, estejam afetadas por condições como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson, tornando essas doenças as mais prevalentes dentro desse grupo. No Brasil, por exemplo, mais de dois milhões de indivíduos convivem com Alzheimer, enquanto aproximadamente 200 mil pessoas enfrentam a doença de Parkinson.

Embora alguns tratamentos consigam aliviar sintomas físicos e mentais, a ciência ainda não conseguiu descobrir uma cura ou um método eficaz para retardar a progressão dessas doenças. O envelhecimento da população global, aliado ao aumento da expectativa de vida, está diretamente ligado ao crescimento da incidência dessas condições, o que representa um grande desafio para os sistemas de saúde em diversos países.

Além dos efeitos sobre a qualidade de vida dos pacientes, as doenças neurodegenerativas também impõem um ônus financeiro significativo. Custos com tratamentos, cuidados de longo prazo e suporte emocional para pacientes e familiares são alguns exemplos do impacto que essas condições causam. Diante disso, a busca por soluções inovadoras é necessária, especialmente no que diz respeito ao diagnóstico precoce e à prevenção.

Se você quer saber mais sobre o que são doenças neurodegenerativas e como os exames genéticos podem ser utilizados, continue a leitura deste conteúdo.

O que são doenças neurodegenerativas?

As doenças neurodegenerativas são condições que afetam principalmente os neurônios do cérebro e do sistema nervoso central, levando à perda progressiva de suas funções. Esses distúrbios resultam na degeneração dos neurônios, comprometendo funções motoras, cognitivas e outros aspectos essenciais do corpo, como a memória e o movimento. 

A idade é um dos principais fatores de risco, mas fatores genéticos e ambientais também desempenham papéis importantes no seu desenvolvimento. Apesar de existirem tratamentos para aliviar sintomas, atualmente não há cura para essas doenças.

Quais os principais tipos de doenças neurodegenerativas?

A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência no mundo. Caracteriza-se pelo acúmulo de placas de beta-amiloide e emaranhados de tau no cérebro, que levam à perda de sinapses e neurônios. Tendo como principal sintoma a perda progressiva de memória, pode evoluir para comprometimentos na linguagem, nas funções executivas e nas habilidades motoras.

A doença de Parkinson é uma condição progressiva que afeta o controle motor, causada pela perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra do cérebro. Os sintomas incluem tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações na postura e no equilíbrio. A presença de corpos de Lewy, que são depósitos de proteínas alfa-sinucleína, é uma característica patológica da doença. Como fatores genéticos e ambientais contribuem para o risco de desenvolvimento, há um crescente interesse em entender o papel de toxinas ambientais e predisposições genéticas.

A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença que afeta os neurônios motores, resultando em fraqueza muscular progressiva e eventual paralisia. Os pacientes perdem a capacidade de controlar os músculos responsáveis por movimentos voluntários, incluindo aqueles necessários para falar, comer e respirar. A maioria dos casos de ELA está relacionada a alterações em genes específicos, como o C9orf72, SOD1, TARDBP e FUS, que afetam a função normal dos neurônios motores.

A doença de Huntington é uma condição genética que afeta a função neurológica e provoca movimentos involuntários, problemas cognitivos e alterações emocionais. A doença é causada por uma mutação no gene HTT, que resulta em uma repetição excessiva de sequências de DNA, levando à degeneração progressiva dos neurônios. A idade de início dos sintomas geralmente está entre 30 e 50 anos, e o curso da doença é progressivo, culminando em incapacitação severa e morte.

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, no qual o sistema imunológico ataca a mielina, a camada protetora dos neurônios. Isso leva a uma variedade de sintomas, incluindo problemas motores, dificuldades de coordenação, fadiga, dor e problemas de visão. A progressão da doença pode variar, com alguns pacientes experimentando surtos agudos, seguidos de remissão, e outros com progressão constante dos sintomas.

Essas doenças são marcadas pela deterioração progressiva dos neurônios, ocasionando sintomas que comprometem tanto a função cognitiva quanto motora dos pacientes. Os avanços no diagnóstico, com destaque para o uso de exames genéticos e biomarcadores, têm permitido a identificação precoce de várias dessas condições, possibilitando um manejo clínico bem-sucedido.

Importância da detecção precoce

A detecção precoce permite aos médicos planejarem intervenções terapêuticas de forma mais eficaz, adaptando o tratamento às necessidades específicas de cada paciente. Isso pode envolver o uso de medicamentos para controlar os sintomas, terapias ocupacionais e ajustes no estilo de vida, que contribuem para prolongar a independência e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Outro ponto importante é o suporte emocional e prático que a detecção precoce proporciona tanto ao paciente quanto à sua família. Ao saberem do diagnóstico cedo, todos têm mais tempo para se preparar e buscar o melhor manejo possível da doença, tanto em termos de cuidados diários quanto de decisões de longo prazo.

Exames genéticos: utilidade do painel genético de doenças neurodegenerativas

O painel genético para doenças neurodegenerativas é uma ferramenta que oferece relevantes informações para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de casos com suspeita de origem genética. Ele é especialmente indicado para investigar doenças neurodegenerativas que surgem na vida adulta, abrangendo tanto genes relacionados a condições comuns, como Alzheimer e Parkinson, quanto doenças mais raras, como a demência frontotemporal, cuja genética desempenha um papel mais significativo.

No entanto, seu uso deve ser criterioso e sempre acompanhado de uma avaliação clínica detalhada. É válido lembrar que a presença de uma alteração genética não garante que a doença se manifestará. O resultado do painel genético deve ser interpretado em um contexto clínico mais amplo, permitindo uma abordagem precisa e personalizada para o paciente.

O exame não é recomendado para detectar predisposição em pessoas assintomáticas. Sua aplicação deve ser orientada por critérios clínicos bem definidos, como o início precoce dos sintomas e a presença de histórico familiar positivo para doenças neurodegenerativas. Trata-se de elementos fundamentais para justificar a solicitação do exame, assegurando que ele realmente contribua para diagnóstico e tratamento adequados.

Como o exame é realizado?

O painel genético para doenças neurodegenerativas é realizado de forma simples, através da coleta de uma amostra de sangue. O teste avalia 114 genes relacionados a essas condições, proporcionando uma visão do risco genético do paciente. Os resultados costumam ser liberados no período de algumas semanas, fornecendo aos médicos dados valiosos para o diagnóstico e o planejamento do tratamento.

Esse painel genético não faz análises relacionadas a expansões de nucleotídeos em genes específicos, como AR, ATXN1, ATXN2, ATXN3, ATXN7, ATXN10, C9orf72, FMR1 e HTT, que estão envolvidos em algumas doenças neurodegenerativas, como as ataxias espinocerebelares, e alguns casos de esclerose lateral amiotrófica. Entretanto, alguns desses genes podem ser incluídos no painel, pois podem sofrer mais de um tipo de alteração genética, como variantes pontuais e expansões (por exemplo, o gene FMR1).

Nova ferramenta para a doença de Alzheimer: exame PrecivityAD2™

O PrecivityAD2™ utiliza uma tecnologia para analisar uma amostra de sangue do paciente, identificando alterações nas proteínas indicativas da presença de Alzheimer. A partir dessa análise, o teste gera um índice chamado Amyloid Probability Score 2 (APS2), que indica a probabilidade de haver acúmulo de placas amiloides no cérebro, uma das principais características da doença.

O grande diferencial do PrecivityAD2™ é sua facilidade de aplicação e precisão, já que ele pode ser feito com uma simples coleta de sangue, tornando o exame muito mais acessível a uma maior quantidade de pacientes. Adicionalmente, o teste mostrou-se muito preciso em estudos clínicos, com uma acurácia de 88%, em comparação aos métodos mais avançados. Isso significa que, em quase nove em cada dez casos, o teste consegue prever com segurança se o paciente tem alterações no cérebro ligadas ao Alzheimer. Com o PrecivityAD2™, os médicos podem:

  • identificar o Alzheimer em seus estágios iniciais, mesmo antes de os sintomas graves surgirem;
  • acompanhar melhor a progressão da doença, ajustando tratamentos conforme necessário;
  • evitar que os pacientes passem por procedimentos mais invasivos ou caros para confirmar o diagnóstico.

O teste é particularmente útil para pacientes que apresentam sinais iniciais de perda de memória ou outros sintomas de comprometimento cognitivo leve, que podem ser os primeiros indícios da doença de Alzheimer. Contudo, deve-se ressaltar que o PrecivityAD2™ não é um exame preventivo para quem não apresenta sintomas. Ele é mais indicado para aqueles que já estão sendo investigados por possíveis sinais de Alzheimer.

Nos últimos anos, os avanços no diagnóstico de doenças neurodegenerativas têm sido expressivos, sobretudo em relação aos exames genéticos e biomarcadores. Essas inovações oportunizam a detecção das doenças nos estágios iniciais, contribuindo para um tratamento mais resolutivo e personalizado. Sem contar que pacientes e familiares podem ter mais chances de planejar e enfrentar essas condições de maneira antecipada, melhorando a qualidade de vida de todos os envolvidos.

Para entender mais sobre como os testes genéticos podem ajudar no diagnóstico de diversas condições de saúde, inclusive doenças neurodegenerativas, acesse nosso conteúdo completo: o que são testes genéticos e como auxiliam no diagnóstico. Boa leitura!

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Lamptey RNL, Chaulagain B, Trivedi R, Gothwal A, Layek B, Singh J. A Review of the Common Neurodegenerative Disorders: Current Therapeutic Approaches and the Potential Role of Nanotherapeutics. Int J Mol Sci. 2022 Feb 6;23(3):1851. doi: 10.3390/ijms23031851. 

Meyer Senhor , Kirmess KM , Eastwood S , et al. Validação clínica do teste de sangue PrecivityAD2: Um teste baseado em espectrometria de massa com algoritmo combinando %p-tau217 e razão Aβ42/40 para identificar a presença de amiloide cerebral . Alzheimer’s Dement . 2024 ; 20 : 3179 – 3192 . https://doi.org/10.1002/alz.13764

National Institute of Environmental Health Sciences (NIEHS). Neurodegenerative Diseases. Disponível em: https://www.niehs.nih.gov/research/supported/health/neurodegenerative.

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Doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica https://blog.sabin.com.br/medicos/doenca-hepatica-esteatotica-associada-a-disfuncao-metabolica/ https://blog.sabin.com.br/medicos/doenca-hepatica-esteatotica-associada-a-disfuncao-metabolica/#respond Fri, 21 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4319 A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) é uma condição que representa a manifestação hepática da síndrome metabólica. Essa nova nomenclatura substitui o termo anteriormente conhecido como doença hepática esteatótica não alcoólica (NAFLD), refletindo a relevância dos fatores metabólicos na fisiopatologia da doença.  Estima-se que cerca de 30% da população mundial apresenta algum […]

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A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) é uma condição que representa a manifestação hepática da síndrome metabólica. Essa nova nomenclatura substitui o termo anteriormente conhecido como doença hepática esteatótica não alcoólica (NAFLD), refletindo a relevância dos fatores metabólicos na fisiopatologia da doença. 

Estima-se que cerca de 30% da população mundial apresenta algum grau de MASLD, uma prevalência que cresce com a obesidade e outras condições metabólicas. O aumento da importância clínica da MASLD também está relacionado ao risco de progressão para formas mais graves, como esteato-hepatite associada à disfunção metabólica (MASH), fibrose avançada, cirrose e carcinoma hepatocelular.

Descubra as melhores estratégias para diagnóstico e manejo da MASLD, garantindo um cuidado mais completo aos seus pacientes. Continue a leitura!

Papel clínico da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica

A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado acima de 5%, detectado por métodos de imagem ou biópsia, combinado a pelo menos um fator de risco cardiometabólico, como obesidade, diabetes tipo 2, dislipidemia ou hipertensão arterial. A introdução dessa nomenclatura busca não apenas alinhar-se aos avanços científicos, mas também eliminar estigmas associados aos antigos termos “não alcoólica” e “gordurosa”, promovendo uma compreensão mais precisa e respeitosa da condição entre pacientes e profissionais de saúde.

O médico clínico desempenha um papel central na identificação precoce e no manejo dos pacientes com MASLD. O primeiro passo é reconhecer e estratificar aqueles em risco. Indivíduos com obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial ou dislipidemia devem ser avaliados de forma sistemática, uma vez que esses fatores estão intimamente ligados à evolução da doença hepática. A estratificação de risco é importante para prevenir a progressão da condição, permitindo que o clínico direcione intervenções de forma assertiva e personalizada para cada caso.

A utilização de ferramentas diagnósticas não invasivas, como escores de fibrose e exames de imagem, torna o processo de estratificação mais eficiente e acessível. Essas ferramentas possibilitam que médicos de diversas especialidades identifiquem, com mais rapidez, os pacientes com maior risco de complicações, facilitando a tomada de decisão clínica e, quando necessário, o encaminhamento a especialistas para um manejo mais detalhado.

Diagnóstico da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica

O diagnóstico da MASLD deve começar com uma avaliação clínica detalhada, considerando fatores de risco metabólicos e histórico médico completo. É recomendável excluir outras causas de esteatose hepática, como hepatites virais, doenças autoimunes ou uso de medicamentos hepatotóxicos. Exames laboratoriais, como TGO, TGP e GGT, são indicados para detectar alterações hepáticas iniciais. Complementarmente, a ultrassonografia abdominal é uma ferramenta acessível que pode ser usada para identificar a presença de esteatose.

Em casos mais complexos, a elastografia transitória, conhecida como FibroScan, é um método não invasivo que avalia a rigidez hepática, ajudando a determinar o grau de fibrose. Para uma análise mais exata da gordura hepática, a ressonância magnética pode ser utilizada, embora seja menos acessível. 

Ferramentas de estratificação de risco, como o escore FIB-4, auxiliam na identificação de fibrose avançada. Pacientes com escores baixos podem ser monitorados clinicamente, enquanto aqueles com risco intermediário ou alto devem ser submetidos a exames adicionais e, possivelmente, encaminhados para biópsia hepática em casos de incerteza diagnóstica.

Avaliação da fibrose hepática: estratificação de risco

A avaliação da fibrose hepática é um passo elementar na estratificação de risco da MASLD, uma vez que a fibrose é o principal marcador de progressão da doença. A combinação de escores, como o FIB-4 e o NAFLD Fibrosis Score, com métodos de imagem (a elastografia, por exemplo) fornece uma avaliação mais precisa e segura. Em situações de dúvida diagnóstica, a biópsia hepática pode ser solicitada para confirmar o estágio da fibrose.

Tratamento e manejo clínico da doença hepática esteatótica

O tratamento da MASLD é baseado em intervenções no estilo de vida, que desempenham um papel fundamental na prevenção da progressão da doença. A perda gradativa de peso, entre 7% e 10% do peso corporal, exerce impacto significativo na reversão da esteatose e melhora da fibrose. Uma dieta rica em vegetais, frutas, peixes e oleaginosas, aliada à prática de exercícios físicos regulares tem mostrado benefícios consistentes para a saúde hepática. Em alguns casos, as intervenções no estilo de vida podem ser complementadas com terapias farmacológicas. 

Exemplificando, a pioglitazona é indicada para pacientes com resistência à insulina, sendo eficaz na redução da esteatose e inflamação hepática, embora possa causar ganho de peso. Já a vitamina E também pode ser utilizada em pacientes sem diabetes, apresentando benefícios na inflamação hepática, mas com potencial para efeitos adversos que devem ser monitorados. Novos tratamentos, como agonistas de GLP-1 e inibidores de SGLT2, têm demonstrado resultados promissores, tanto no controle metabólico quanto na redução da gordura hepática.

As estatinas, amplamente utilizadas no manejo da dislipidemia, são seguras em pacientes com MASLD, mesmo na presença de cirrose compensada. O manejo eficaz das comorbidades metabólicas é essencial para reduzir o risco cardiovascular e melhorar os desfechos hepáticos.

Monitoramento e acompanhamento de pacientes

O acompanhamento contínuo dos pacientes com MASLD é necessário para monitorar a progressão da doença e ajustar as intervenções terapêuticas. Casos mais graves frequentemente exigem uma abordagem multidisciplinar, envolvendo hepatologistas, endocrinologistas e nutricionistas, para garantir um manejo integrado e resolutivo. A colaboração entre diferentes especialidades é crucial para abordar as comorbidades metabólicas e otimizar os cuidados com os pacientes.

O papel do clínico na identificação precoce, estratificação de risco e implementação de intervenções baseadas em evidências é determinante para prevenir a progressão da MASLD e melhorar os desfechos dos pacientes. Além disso, o foco em mudanças no estilo de vida e no manejo adequado das comorbidades metabólicas permanece como a base do tratamento dessa condição de alta prevalência.

Amplie sua abordagem diagnóstica em doenças metabólicas, explorando o conteúdo sobre como diagnosticar o diabetes.

Referências:

Kanwal F, Shubrook JH, Adams LA, Pfotenhauer K, Wai-Sun Wong V, Wright E, Abdelmalek MF, Harrison SA, Loomba R, Mantzoros CS, Bugianesi E, Eckel RH, Kaplan LM, El-Serag HB, Cusi K. Clinical Care Pathway for the Risk Stratification and Management of Patients With Nonalcoholic Fatty Liver Disease. Gastroenterology. 2021 Nov;161(5):1657-1669. doi: 10.1053/j.gastro.2021.07.049

Newsome PN, Buchholtz K, Cusi K, Linder M, Okanoue T, Ratziu V, Sanyal AJ, Sejling AS, Harrison SA; NN9931-4296 Investigators. A Placebo-Controlled Trial of Subcutaneous Semaglutide in Nonalcoholic Steatohepatitis. N Engl J Med. 2021 Mar 25;384(12):1113-1124. doi: 10.1056/NEJMoa2028395

Sanyal AJ, Chalasani N, Kowdley KV, McCullough A, Diehl AM, Bass NM, Neuschwander-Tetri BA, Lavine JE, Tonascia J, Unalp A, Van Natta M, Clark J, Brunt EM, Kleiner DE, Hoofnagle JH, Robuck PR; NASH CRN. Pioglitazone, vitamin E, or placebo for nonalcoholic steatohepatitis. N Engl J Med. 2010 May 6;362(18):1675-85. doi: 10.1056/NEJMoa0907929

Rinella, Maria E. 1 ; Lázaro, Jeffrey V. 2,3 ; Ratziu, Vlad 4 ; Francque, Sven M. 5,6 ; Sanyal, Arun J. 7 ; Kanwal, Fasiha 8,9 ; Romero, Diana 2 ; Abdelmalek, Manal F. 10 ; Anstee, Quentin M. 11,12 ; Árabe, Juan Pablo 13,14,15 ; Arrese, Marco 15,16 ; Bataller, Ramón 17 ; Beuers, Ulrich 18 ; Boursier, Jerônimo 19 ; Bugianesi, Elisabetta 20 ; Byrne, Christopher D. 21,22 ; Castro Narro, Graciela E. 16,23,24 ; Chowdhury, Abhijit 25,26 ; Cortez-Pinto, Helena 27 ; Cryer, Donna R. 28 ; Cusi, Kenneth 29 ; El-Kassas, Mohamed 30 ; Klein, Samuel 31 ; Eskridge, Wayne 32 ; Ventilador, Jiangao 33 ; Gawrieh, Samer 34 ; Cara, Cynthia D. 35 ; Harrison, Stephen A. 36 ; Kim, Seung Up 37 ; Koot, Bart G. 38 ; Korenjak, Marko 39 ; Kowdley, Kris V. 40 ; Lacaille, Florença 41 ; Loomba, Rohit 42 ; Mitchell-Thain, Robert 43 ; Morgan, Timothy R. 44,45 ; Powell, Elisabeth E. 46,47,48 ; Roden, Michael 49,50,51 ; Romero-Gómez, Manuel 52 ; Silva, Marcelo53 ; Singh, Shivaram Prasad 54 ; Sookoian, Silvia C. 15,55,56 ; Spearman, C. Wendy 57 ; Tiniakos, Dina 11,58 ; Valenti, Lucas 59,60 ; Vos, Miriam B. 61 ; Wong, Vincent Wai-Sun 62 ; Xanthakos, Stavra 63 ; Yilmaz, Yusuf 64 ; Younossi, Zobair 65,66,67 ; Hobbs, Ansley2 ; Villota-Rivas, Marcela 68 ; Newsome, Philip N. 69,70 ;  On behalf of the NAFLD Nomenclature Consensus Group. A multisociety Delphi consensus statement on new fatty liver disease nomenclature. Hepatology 78(6):p 1966-1986, 2023 Dec. | DOI: 10.1097/HEP.0000000000000520

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O que é malária? Saiba como identificar e prevenir https://blog.sabin.com.br/saude/o-que-e-malaria/ https://blog.sabin.com.br/saude/o-que-e-malaria/#respond Tue, 18 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4322 A malária é uma doença infecciosa que continua impactando milhões de pessoas ao redor do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, foram registrados 263 milhões de casos da doença em 83 países endêmicos, representando um aumento em relação aos 252 milhões de casos relatados em 2022. No Brasil, a região amazônica […]

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A malária é uma doença infecciosa que continua impactando milhões de pessoas ao redor do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, foram registrados 263 milhões de casos da doença em 83 países endêmicos, representando um aumento em relação aos 252 milhões de casos relatados em 2022. No Brasil, a região amazônica concentra mais de 99% dos casos autóctones, destacando-se como o principal foco da doença, devido às condições climáticas e ambientais que favorecem a proliferação do mosquito transmissor.

Crianças e gestantes estão no grupo mais vulnerável, enfrentando as maiores taxas de mortalidade e complicações. O Dia Mundial de Luta Contra a Malária, celebrado em abril, reforça a importância da conscientização e de esforços globais para reduzir casos e salvar vidas.

Para saber mais sobre o que é a malária, suas formas de transmissão, os principais sintomas, métodos de diagnóstico e opções de tratamento, continue a leitura deste conteúdo.

O que é malária?

A malária é uma doença causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos aos seres humanos pela picada da fêmea do mosquito infectado do gênero Anopheles. Regiões tropicais e subtropicais, onde o clima quente e úmido favorece a reprodução de mosquitos, concentram a maioria dos casos.

O parasita possui um ciclo de vida complexo que envolve o mosquito e o corpo humano. Ao picar uma pessoa contaminada, o mosquito ingere o Plasmodium, que se desenvolve em seu organismo até se tornar infeccioso. Na próxima picada, o mosquito transmite o parasita a outro indivíduo, permitindo que ele entre na corrente sanguínea, se instale no fígado e, posteriormente, infecte as células do sangue, ocasionando os sintomas característicos da malária. Abaixo, as principais espécies de Plasmodium.

  • Plasmodium falciparum: responsável pelas formas mais graves da doença, podendo causar complicações como malária cerebral e insuficiência de múltiplos órgãos;
  • Plasmodium vivax: predominante no Brasil, provoca sintomas recorrentes em razão da presença de formas dormentes no fígado, que podem reativar após meses.

Apesar de ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade em áreas endêmicas, avanços na prevenção e no tratamento têm reduzido substancialmente o impacto da malária em diversas regiões.

Qual é a forma de transmissão da malária?

A principal forma de transmissão da malária ocorre pela picada de mosquitos Anopheles infectados, que costumam ser mais ativos durante o anoitecer e à noite. O ambiente exerce papel relevante na proliferação desses mosquitos, particularmente em locais com água parada, condições precárias de saneamento e clima favorável. Além da transmissão vetorial, outras formas mais raras também podem ocorrer. Confira!

  • Transfusão de sangue contaminado: embora raro, pode ocorrer em ambientes com controle deficiente;
  • Transmissão congênita: da mãe para o bebê durante a gestação ou parto;
  • Compartilhamento de seringas contaminadas: mais frequente em cenários de uso inseguro de equipamentos médicos.

Quais são os sintomas da malária?

Os sintomas da malária surgem entre sete e 15 dias após a picada do mosquito infectado. Os mais comuns incluem febre alta, calafrios, suor intenso e cansaço extremo, além de dores de cabeça, musculares e articulares. Náuseas e vômitos também podem se manifestar.

Em casos graves, sobretudo aqueles causados pelo Plasmodium falciparum, podem surgir complicações como confusão mental, convulsões, insuficiência respiratória, insuficiência de múltiplos órgãos, colocando a vida do paciente em risco. 

Cabe ressaltar que sintomas iniciais da malária podem ser confundidos com outras doenças febris, como dengue ou gripe, o que reforça a necessidade do diagnóstico precoce.

Diagnóstico: como identificar a malária?

Como mencionado, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves e reduzir a transmissão. Conheça os métodos mais utilizados para a detecção da malária.

  • Exame de gota espessa e lâmina fina: considerado o padrão-ouro, identifica o parasita e a espécie envolvida;
  • Testes rápidos (RDTs): detectam antígenos específicos do parasita no sangue, oferecendo resultados em poucos minutos;
  • PCR (reação em cadeia da polimerase): método de alta precisão, usado em casos de baixa parasitemia ou infecções mistas.

Após viagens a áreas endêmicas, qualquer febre persistente deve ser investigada por um médico para descartar a malária. A demora no diagnóstico é uma das principais causas de mortalidade associada à doença.

Como é feito o tratamento da malária?

O tratamento da malária varia conforme a gravidade da infecção e o tipo de parasita envolvido. Ele é oferecido gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser iniciado o mais rápido possível, de preferência logo após o diagnóstico.

Os medicamentos utilizados têm como objetivo combater o parasita e prevenir complicações, sendo ajustados para atender às necessidades de diferentes grupos, como crianças, gestantes e pessoas em estado grave. É imprescindível que o tratamento seja realizado com acompanhamento médico, pois apenas um profissional de saúde pode determinar a abordagem adequada.

Casos mais leves podem ser tratados de forma ambulatorial, enquanto quadros graves, que podem comprometer órgãos vitais, requerem internação para cuidados intensivos. Além disso, o acompanhamento médico é importante para evitar recaídas e garantir a eliminação completa do parasita no organismo.

Prevenção: como evitar a malária?

A prevenção é a melhor estratégia para diminuir os casos de malária. Para isso, algumas medidas são altamente recomendadas.

  • Uso de mosquiteiros tratados com inseticida: mosquiteiros impregnados com inseticidas são uma das formas mais eficazes de prevenir a malária, especialmente em áreas endêmicas. Eles protegem durante o sono, período em que os mosquitos são mais ativos, e podem reduzir consideravelmente o risco de picadas;
  • Aplicação de repelentes: à base de DEET ou outros compostos indicados, os repelentes são cruciais para proteger áreas expostas da pele, principalmente ao anoitecer e durante a noite;
  • Roupas protetoras: usar roupas de manga longa e calças em áreas com alta incidência de mosquitos contribui para a redução das picadas;
  • Instalação de telas em janelas e portas: o uso de telas protetoras impede que mosquitos entrem nos ambientes domésticos, proporcionando uma barreira física;
  • Eliminação de criadouros: os mosquitos Anopheles se reproduzem em água parada. Esforços para eliminar esses criadouros, como drenar poças, tampar caixas d’água e evitar o acúmulo de água em recipientes, são extremamente necessários para reduzir sua população.

Existe vacina para a malária? 

Atualmente, existe uma vacina aprovada para a malária, mas ela é direcionada especificamente ao Plasmodium falciparum, a espécie mais letal do parasita e predominante na África Subsaariana. A RTS,S/AS01 (ou Mosquirix), recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021, foi um marco importante no combate à doença

No Brasil, a realidade é diferente, já que o Plasmodium vivax é responsável por mais de 80% dos casos no país. Até o momento, não há vacinas aprovadas para essa espécie, porém avanços promissores estão em curso. Pesquisadores estão desenvolvendo a Vivaxin, uma vacina direcionada ao P. vivax, que já passou por fases pré-clínicas e aguarda autorização para testes em humanos.

Embora a RTS,S tenha um alcance geográfico restrito, seu impacto na redução de casos e mortes em crianças é inegável, notavelmente quando combinada a outras estratégias, como o uso de mosquiteiros e repelentes, além do fortalecimento de sistemas de saúde para diagnóstico e tratamento. O desenvolvimento de vacinas como a Vivaxin traz expectativa de enfrentar a malária de maneira mais efetiva e específica, complementando as medidas de controle existentes.

A malária continua sendo um desafio significativo, entretanto, progressos relacionados a diagnóstico, tratamento e prevenção oferecem esperança para reduzir sua incidência e impacto. Em adição às medidas individuais, como o uso de mosquiteiros e repelentes, a ampliação do acesso à vacinação e o fortalecimento das estratégias de controle ambiental são fatores primordiais para combater a doença.

Interessado em saber mais sobre doenças transmitidas por mosquitos? Confira nosso conteúdo sobre como se proteger da dengue. Boa leitura!

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Antinori S, Giacomelli A, Casalini G, Ridolfo AL. How to manage adult patients with malaria in the non-endemic setting. Clin Microbiol Infect. 2024 Nov;30(11):1374-1383. doi: 10.1016/j.cmi.2024.06.021. Epub 2024 Jul 2. PMID: 38960312.

Ministério da Saúde. (n.d.). Situação epidemiológica da malária. Recuperado de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria/situacao-epidemiologica-da-malaria

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). (2024). Dia da malária nas Américas: OPAS faz chamado para ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento. Recuperado de https://www.paho.org/pt/noticias/6-11-2024-dia-da-malaria-nas-americas-opas-faz-chamado-para-ampliacao-do-acesso-ao

Portal Fiocruz. (n.d.). Malária. Recuperado de https://portal.fiocruz.br/doenca/malaria

Savi MK. An Overview of Malaria Transmission Mechanisms, Control, and Modeling. Med Sci (Basel). 2022 Dec 23;11(1):3. doi: 10.3390/medsci11010003. PMID: 36649040; PMCID: PMC9844307.

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Alergia à proteína do leite: o que você precisa saber? https://blog.sabin.com.br/saude/alergia-a-proteina-do-leite/ https://blog.sabin.com.br/saude/alergia-a-proteina-do-leite/#respond Fri, 14 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4316 A alergia alimentar acontece quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a proteínas presentes em certos alimentos. Diferentemente da intolerância alimentar, que está ligada a dificuldades na digestão, a alergia alimentar envolve diretamente o sistema de defesa do corpo. Para lidar com isso, é importante identificar o problema cedo, evitar o alimento que provoca […]

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A alergia alimentar acontece quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a proteínas presentes em certos alimentos. Diferentemente da intolerância alimentar, que está ligada a dificuldades na digestão, a alergia alimentar envolve diretamente o sistema de defesa do corpo. Para lidar com isso, é importante identificar o problema cedo, evitar o alimento que provoca a reação e contar com acompanhamento médico.

Entre as alergias alimentares, a alergia à proteína do leite da vaca (APLV) é uma das mais comuns em bebês e crianças pequenas. Tal condição acontece quando o corpo vê as proteínas do leite como algo perigoso, causando sintomas que podem variar de leves a graves. Muitas vezes confundida com a intolerância à lactose, a APLV é um problema distinto, que precisa de cuidados específicos.

Neste conteúdo, você vai compreender o que é a alergia à proteína do leite, como ela se diferencia da intolerância à lactose, quais são os sintomas mais comuns, como é feito o diagnóstico, além das opções de tratamento e o que esperar dessa condição.

O que é alergia à proteína do leite?

A alergia à proteína do leite ocorre quando o sistema imunológico reage de forma inadequada às proteínas do leite de vaca, como a caseína e a beta-lactoglobulina. O organismo identifica essas proteínas como perigosas, mesmo que não sejam, e isso provoca uma reação alérgica que pode afetar a pele, o sistema digestivo e até o respiratório.

Veja as duas formas principais de manifestação da alergia à proteína do leite.

  • Mediada por anticorpos do tipo IgE: os anticorpos são como “protetores” do sistema imunológico, que agem rapidamente quando o corpo percebe algo como uma ameaça. Nesse caso, os sintomas costumam aparecer logo, em minutos ou poucas horas após o consumo do leite;
  • Não mediada por IgE: nesse tipo, a reação alérgica é mais lenta, podendo levar horas ou até dias para surgir. Em geral, os sintomas estão relacionados a problemas digestivos, como diarreia ou desconforto abdominal.

Vale destacar que mesmo os bebês amamentados exclusivamente também podem apresentar sintomas de alergia à proteína do leite. Isso acontece porque, se o leite de vaca está presente na alimentação da mãe, pequenas quantidades das proteínas podem passar para o leite materno, desencadeando a reação no bebê.

Diferença entre alergia à proteína do leite e intolerância à lactose

A APLV e a intolerância à lactose são condições diferentes, embora frequentemente confundidas. Enquanto a APLV é uma reação imunológica, a intolerância à lactose resulta da incapacidade de digerir a lactose — o açúcar do leite — devido à deficiência de lactase. 

Os sintomas também diferem: a APLV pode causar reações gastrointestinais (vômitos, diarreia), dermatológicas (urticária, dermatite) e respiratórias (chiado, dificuldade para respirar); a intolerância à lactose se limita a desconfortos gastrointestinais, como gases, inchaço abdominal e diarreia.

Outro fator diferencial é que a APLV é mais comum em bebês e crianças pequenas, e a intolerância à lactose em crianças maiores e adultos. O diagnóstico da APLV é realizado com testes imunológicos e de provocação oral, e o da intolerância à lactose é feito com dietas de exclusão e reintrodução.

O tratamento da APLV envolve a exclusão das proteínas do leite, podendo requerer fórmulas especiais. Em contrapartida, a intolerância à lactose é manejada com produtos sem lactose. A APLV é, geralmente, superada na infância, já a intolerância à lactose costuma ser permanente.

Quais são os sintomas da alergia à proteína do leite?

Os sintomas da alergia à proteína do leite podem variar amplamente entre as crianças, dependendo do tipo de reação e da gravidade da alergia. Entre os sintomas gastrointestinais mais comuns, estão: diarreia, vômitos, presença de sangue ou muco nas fezes e cólicas abdominais intensas

Quanto aos sintomas que afetam a pele, podemos citar: vermelhidão, urticária e dermatite atópica. No sistema respiratório, as manifestações incluem dificuldade para respirar, chiado no peito e congestão nasal.

Como o tempo de surgimento dos sintomas pode variar, é fundamental estar atento a qualquer sinal. Em casos mais graves, a criança pode desenvolver anafilaxia, uma reação alérgica severa e potencialmente fatal que requer atendimento médico imediato de emergência.

Como é feito o diagnóstico da alergia à proteína do leite?

O diagnóstico da alergia à proteína do leite é um processo que exige atenção cuidadosa, pois não existe um exame único que confirme a condição de maneira definitiva. Confira os passos mais comuns.

  1. Histórico clínico: o médico analisa os sintomas relatados pelos pais e a relação com o consumo de leite ou derivados.
  2. Exclusão do leite da dieta: a retirada do leite e derivados, durante algumas semanas, pode ajudar a observar se há melhora nos sintomas.
  3. Testes específicos:
    • Testes cutâneos (Skin Prick Test): identificam alergias mediadas por IgE;
    • Dosagem de IgE específica no sangue;
    • Teste de provocação oral (TPO): é considerado o padrão-ouro para confirmar a alergia, realizado sob supervisão médica. 

O teste de provocação oral (TPO) é realizado em ambiente hospitalar e sob supervisão de um médico especialista capacitado, envolvendo a administração controlada do alimento suspeito para avaliar se há ocorrência de reação alérgica. É especialmente indicado na existência de dúvidas sobre o diagnóstico, visando garantir segurança e precisão na identificação da alergia.

Quais são os tratamentos disponíveis?

O manejo da alergia à proteína do leite implica na eliminação total das proteínas do leite da dieta da criança. Para assegurar um desenvolvimento saudável e equilibrado, é essencial o acompanhamento de pediatras e nutricionistas, que podem orientar a substituição adequada dos alimentos e a ingestão de todos os nutrientes necessários. Conheça as principais estratégias de tratamento!

  • Para bebês amamentados: a mãe deve eliminar o leite de vaca e derivados da sua alimentação. Isso garante que as proteínas não sejam transferidas para o bebê pelo leite materno;
  • Para bebês alimentados com fórmula: substituição por fórmulas especiais, como fórmulas extensamente hidrolisadas ou à base de aminoácidos, desenvolvidas para evitar reações alérgicas;
  • Reintrodução do leite: em alguns casos, quando indicado pelo médico, o leite pode ser reintroduzido gradualmente para avaliar se a criança desenvolveu tolerância.

Alergia à proteína do leite tem cura?

Sim, a maioria dos casos de alergia à proteína do leite de vaca tende a se resolver espontaneamente na infância, sobretudo nas formas mais leves, usualmente até os cinco anos de idade. 

No entanto, em casos mais severos, a alergia pode persistir por mais tempo. O acompanhamento médico regular permite avaliar o progresso e planejar possíveis reintroduções de forma segura.

Quando a alergia à proteína do leite é confirmada, a recomendação mais importante é evitar completamente o consumo de alimentos que contenham leite ou seus derivados. Isso inclui não só o leite em si, mas também alimentos como queijos, iogurtes, manteiga e produtos industrializados que contenham leite em sua composição.

Para algumas crianças, alimentos que foram cozidos ou assados, como bolos e pães, podem ser tolerados, uma vez que o calor modifica as proteínas do leite. Entretanto, essa possibilidade deve ser previamente avaliada por um médico.

Como prevenir a alergia à proteína do leite?

Embora não existam métodos totalmente garantidos para prevenir a APLV, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco. 

  • Amamentação exclusiva: é recomendada até os seis meses do bebê, fornecendo proteção contra diversas condições, incluindo alergias;
  • Introdução gradual de alimentos: após os seis meses, a introdução de alimentos alergênicos deve ser feita de forma supervisionada e gradual;
  • Histórico familiar de alergias: para famílias com predisposição alérgica, o pediatra deve recomendar estratégias específicas de alimentação.

Não há evidências científicas que indiquem que a exclusão do leite da dieta da mãe, no decorrer da gravidez, possa prevenir o desenvolvimento de alergia no bebê. 

Em suma, a alergia à proteína do leite é uma condição desafiadora, porém gerenciável, desde que tenha diagnóstico e tratamento corretos. Diferenciá-la da intolerância à lactose é crucial para evitar erros no manejo e promover o bem-estar da criança. Com o apoio de médicos e nutricionistas, é possível superar a alergia e levar uma vida saudável. Caso tenha dúvidas ou suspeite que seu filho tenha APLV, procure orientação médica. 

Agora, o que acha de entender melhor sobre a intolerância à lactose e aprender as diferenças em relação à alergia ao leite? Confira nosso conteúdo exclusivo e esclareça suas dúvidas!

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

ASBAI. (2023). Alergia alimentar: guia prático. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Recuperado de https://asbai.org.br

Darma A, Sumitro KR, Jo J, Sitorus N. Lactose Intolerance versus Cow’s Milk Allergy in Infants: A Clinical Dilemma. Nutrients. 2024 Jan 31;16(3):414. doi: 10.3390/nu16030414. PMID: 38337698; PMCID: PMC10856892.

Giannetti A, Toschi Vespasiani G, Ricci G, Miniaci A, di Palmo E, Pession A. Cow’s Milk Protein Allergy as a Model of Food Allergies. Nutrients. 2021 Apr 30;13(5):1525. doi: 10.3390/nu13051525. PMID: 33946553; PMCID: PMC8147250.

Sociedade Brasileira de Pediatria. (n.d.). Alergia ao leite de vaca. Recuperado de https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca/

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Beyfortus®: prevenção do VSR em recém-nascidos e lactentes https://blog.sabin.com.br/medicos/beyfortus-na-imunizacao-passiva-de-lactentes-contra-o-vsr/ https://blog.sabin.com.br/medicos/beyfortus-na-imunizacao-passiva-de-lactentes-contra-o-vsr/#respond Tue, 11 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4332 O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma das principais causas de infecções do trato respiratório inferior em lactentes, sendo responsável por elevadas taxas de hospitalização e morbidade. No Brasil, a sazonalidade do VSR varia conforme a região, impactando diretamente as estratégias de imunização. A introdução do imunizante Beyfortus® (Nirsevimabe) representa um avanço muito importante na […]

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O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma das principais causas de infecções do trato respiratório inferior em lactentes, sendo responsável por elevadas taxas de hospitalização e morbidade. No Brasil, a sazonalidade do VSR varia conforme a região, impactando diretamente as estratégias de imunização.

A introdução do imunizante Beyfortus® (Nirsevimabe) representa um avanço muito importante na prevenção do VSR. Trata-se de um anticorpo monoclonal desenvolvido para oferecer proteção imediata, indicado para lactentes na primeira sazonalidade do vírus e para crianças de até 24 meses com fatores de risco que estão na segunda sazonalidade.

Continue a leitura para acompanhar as atualizações sobre mecanismo de ação, indicações clínicas, posologia, assim como o impacto dessa imunização na pediatria e na saúde pública.

Mecanismo de ação e perfil farmacológico do Beyfortus®

O Beyfortus® (Nirsevimabe) é um anticorpo monoclonal de longa duração, direcionado à conformação de pré-fusão da proteína F do VSR. Seu mecanismo de ação impede a entrada do vírus nas células do hospedeiro, prevenindo quadros graves da doença.

Diferentemente dos imunizantes tradicionais, que estimulam uma resposta imune ativa, o Nirsevimabe é uma estratégia de imunização passiva que garante proteção temporária, com duração média de aproximadamente cinco meses. Quando administrado oportunamente, esse tempo é suficiente para cobrir a temporada de circulação do vírus.

Outro aspecto a ser destacado diz respeito à sua meia-vida, maior em comparação ao Palivizumabe, permitindo que seja aplicado em dose única para garantir proteção eficaz. Além disso, o Nirsevimabe confere cobertura contra os subtipos A e B do VSR, o que amplia sua efetividade clínica.

Indicações clínicas e recomendações de uso do Beyfortus®

O imunizante Beyfortus® está indicado para todos os lactentes na primeira sazonalidade do VSR, independentemente da presença de comorbidades. A administração deve ocorrer idealmente antes ou no início do período de maior circulação do vírus, o que proporciona uma resposta adequada à exposição viral.

Na segunda sazonalidade, a recomendação é restrita a crianças pertencentes a grupos de maior risco, incluindo prematuros com doença pulmonar crônica ativa que necessitam de suporte médico contínuo, pacientes com cardiopatias congênitas de repercussão hemodinâmica significativa, imunodeficiências primárias ou secundárias graves e fibrose cística com comprometimento pulmonar relevante.

Cabe ressaltar que o Beyfortus® pode ser administrado simultaneamente a outros imunizantes do calendário infantil, sem interferência na resposta imunológica. Para lactentes submetidos à cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea, pode ser recomendada uma dose adicional, a fim de fornecer níveis plasmáticos adequados para proteção sustentada.

Posologia e administração

O esquema de administração do Beyfortus® é definido conforme o peso e a sazonalidade do VSR. Para lactentes na primeira sazonalidade, a dose recomendada é de 50 miligramas para crianças com menos de cinco quilos e 100 miligramas para aquelas com peso igual ou superior a cinco quilos (ambas em administração intramuscular única).

Para crianças na segunda sazonalidade e pertencentes a grupos de risco, a posologia indicada é de 200 miligramas, em duas injeções de 100 miligramas, aplicadas em locais distintos para garantir a absorção adequada.

De acordo com nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde (MS), a sazonalidade do VSR, em nosso país, compreende o período de fevereiro a junho na Região Norte e de março a julho nas demais regiões, sendo que a Região Sul apresenta um período mais longo, de abril a agosto.

Segurança e efeitos adversos do imunizante Beyfortus®

A análise de estudos clínicos demonstrou um perfil de segurança favorável, com baixa incidência de eventos adversos. As reações relatadas incluem erupção cutânea transitória, febre autolimitada e reações no local da injeção, como edema, eritema e sensibilidade, consideradas incomuns.

O imunizante é contraindicado para crianças com hipersensibilidade ao Nirsevimabe ou a qualquer componente da formulação. 

Impacto na saúde pública e perspectivas futuras

A introdução do imunizante Beyfortus® trouxe uma redução expressiva das hospitalizações por VSR, evidenciada nos estudos clínicos e na experiência pós-comercialização. O impacto clínico e epidemiológico pode ser visto na diminuição substancial de internações pediátricas, do uso de suporte ventilatório e da necessidade de internações em unidades de terapia intensiva (UTI).

Do ponto de vista econômico, a implementação dessa estratégia tem sido considerada custo-efetiva, uma vez que reduz despesas associadas ao manejo de complicações respiratórias graves em lactentes. Ao longo dos anos, é esperado que a prevenção do VSR com imunização passiva tenha um impacto positivo na saúde infantil, minimizando a sobrecarga dos sistemas de saúde.

Outra ferramenta utilizada no combate ao VSR é a imunização materna com a vacina Abrysvo®, capaz de fornecer proteção ao bebê nos primeiros meses de vida. Entretanto, a administração do Beyfortus® em lactentes saudáveis, cujas mães foram vacinadas contra o VSR durante a gestação, não é recomendada rotineiramente pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), e a combinação das duas estratégias deve ser considerada em situações especiais. Entre elas, estão as mães imunodeprimidas, as mães vacinadas com menos de 14 dias antes do parto e os recém-nascidos de alto risco para doença grave por VSR.

Para continuar sua atualização sobre estratégias de proteção contra o VSR, leia mais sobre a vacina Abrysvo®.

Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Secretaria de Ciência e Tecnologia e insumos estratégicos. Nota técnica conjunta no. 05/2015. Estabelecer a sazonalidade do vírus respiratório sincicial no Brasil e oferecer esclarecimentos referentes ao protocolo de uso do palivizumabe. 2015. www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca/legislacao/nota-tecnica-conjunta-no-5-2015/  

Posicionamento conjunto – Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Imunizações Imunização passiva com Nirsevimabe para prevenção da doença pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças. nt-sbim-sbp-240118-nirsevimabe-vsr-crianca.pdf 

Griffin MP, Yuan Y, Takas T, et al. Single-Dose Nirsevimab for Prevention of RSV in Preterm Infants [published correction appears in N Engl J Med. 2020 Aug 13;383(7):698. doi: 10.1056/NEJMx200019.]. N Engl J Med. 2020;383(5):415-425. doi:10.1056/NEJMoa1913556 

Loe MWC, Soenong H, Lee E, Li-Kim-Moy J, Williams PC, Yeo KT. Nirsevimab: Alleviating the burden of RSV morbidity in young children. J Paediatr Child Health. 2024;60(10):489-498. doi:10.1111/jpc.16643

Hammitt LL, Dagan R, Yuan Y, et al. Nirsevimab for Prevention of RSV in Healthy Late-Preterm and Term Infants. N Engl J Med. 2022;386(9):837-846. doi:10.1056/NEJMoa2110275 

Ahani B, Tuffy KM, Aksyuk AA, et al. Molecular and phenotypic characteristics of RSV infections in infants during two nirsevimab randomized clinical trials [published correction appears in Nat Commun. 2024 Apr 8;15(1):3026. doi: 10.1038/s41467-024-47421-2.]. Nat Commun. 2023;14(1):4347. Published 2023 Jul 19. doi:10.1038/s41467-023-40057-8 

Tuffy KM, Ahani B, Domachowske JB, et al. Molecular and phenotypic characteristics of respiratory syncytial virus isolates recovered from medically vulnerable children: An exploratory analysis of a phase 2/3 randomized, double-blind, palivizumab-controlled trial of nirsevimab (MEDLEY). Vaccine. 2024;42(24):126276. doi:10.1016/j.vaccine.2024.126276

Bula Digital Beyfortus® – Bula foi aprovada pela ANVISA em 22/11/2024.

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Anticorpos antipeptídeos citrulinados cíclicos na artrite reumatoide https://blog.sabin.com.br/medicos/anticorpos-anti-ccp-na-artrite-reumatoide/ https://blog.sabin.com.br/medicos/anticorpos-anti-ccp-na-artrite-reumatoide/#respond Fri, 07 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4313 A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune crônica cujo diagnóstico precoce está associado à diminuição do impacto de sua progressão nas articulações e na qualidade de vida dos pacientes. Entre as ferramentas disponíveis para o diagnóstico dessa condição, destacam-se dois marcadores sorológicos amplamente utilizados: o fator reumatoide (FR) e os anticorpos antipeptídeos citrulinados cíclicos […]

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A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune crônica cujo diagnóstico precoce está associado à diminuição do impacto de sua progressão nas articulações e na qualidade de vida dos pacientes.

Entre as ferramentas disponíveis para o diagnóstico dessa condição, destacam-se dois marcadores sorológicos amplamente utilizados: o fator reumatoide (FR) e os anticorpos antipeptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP). Ambos desempenham papéis importantes e complementares na prática clínica, envolvendo pacientes com suspeita de doença reumática sistêmica imunomediada.

Neste conteúdo, abordaremos como esses marcadores atuam no diagnóstico e prognóstico da AR, enfatizando suas características, metodologias de detecção e os benefícios de sua combinação para aumentar a precisão diagnóstica. Confira!

Fator reumatoide (FR) e anticorpos anti-CCP: como eles se complementam no diagnóstico da artrite reumatoide?

O FR e o anti-CCP são os marcadores mais utilizados no diagnóstico da AR, cada um com características que os tornam complementares. O FR, um autoanticorpo contra a porção Fc da IgG, é sensível, mas menos específico, sendo detectado em até 78,8% dos pacientes com AR, assim como em outras condições inflamatórias autoimunes e não autoimunes. Já os anticorpos anti-CCP, com especificidade superior a 95%, estão associados ao diagnóstico precoce e a um curso clínico mais agressivo da doença, com mais erosões articulares e maiores índices de atividade da doença.

A combinação de FR e anti-CCP pode aumentar significativamente a sensibilidade e as especificidades diagnósticas, permitindo identificar casos que poderiam ser perdidos com a análise isolada de um dos marcadores.

Prognóstico e impacto clínico

A presença de anti-CCP e FR está fortemente associada a uma progressão mais severa da AR. Pacientes “duplamente positivos” (anti-CCP+ e FR+) apresentam maior atividade inflamatória, menor taxa de remissão e maior necessidade de intervenções terapêuticas. 

Estudos indicam que, não somente a positividade desses marcadores importa, como também sua concentração sérica, uma vez que títulos mais elevados de ambos os anticorpos estão relacionados a uma pior evolução da artrite reumatoide. Dessa forma, o anti-CCP em altas concentrações está associado à progressão radiográfica acelerada e a um curso mais agressivo da doença, enquanto títulos elevados de FR podem indicar maior atividade inflamatória.

A quantificação desses marcadores, portanto, é essencial para estratificar o risco dos pacientes e personalizar intervenções terapêuticas, reforçando a importância da dosagem precisa dos exames laboratoriais na prática clínica diária. A análise combinada de positividade e títulos desses anticorpos otimiza o manejo clínico, proporcionando diagnóstico e prognóstico mais robustos.

Como a presença desses anticorpos influencia o prognóstico da artrite reumatoide?

A presença dos anticorpos anti-CCP e fator reumatoide (FR) é considerada elementar no prognóstico da artrite reumatoide (AR). O anti-CCP está fortemente ligado à progressão radiográfica e a danos estruturais graves, mesmo em pacientes que alcançam remissão clínica ou baixa atividade da doença. Além disso, pode ser detectado em fases muito iniciais da doença e até mesmo antes do surgimento dos sintomas, oportunizando intervenções mais precoces.

Vale a pena reforçar que, pacientes positivos para ambos os marcadores, conhecidos como “duplamente positivos”, tendem a apresentar maior inflamação sistêmica e um curso mais agressivo da doença, com menor taxa de remissão. Embora o FR também esteja ligado a piores desfechos, o anti-CCP é relatado como um preditor mais abrangente de danos articulares, reforçando sua relevância na estratificação de risco.

A detecção combinada desses anticorpos evidencia-se como uma ferramenta valiosa para identificar pacientes com maior risco de progressão estrutural, otimizando o manejo clínico e o planejamento terapêutico.

Como o Sabin realiza as análises de fator reumatoide e anti-CCP?

No Sabin Diagnóstico e Saúde, os testes para FR e anti-CCP são realizados com metodologias que garantem excelente acurácia dos resultados.

  • Imunoturbidimetria para FR: técnica rápida e eficaz para a detecção de autoanticorpos e para a medição de sua concentração no sangue;
  • ELISA (anti-CCP2): método de alta sensibilidade capaz de identificar anticorpos anti-CCP em níveis baixos, oferecendo diagnóstico mais precoce e confiável.

A taxa de positividade combinada desses exames na AR varia entre 60% e 70%, reafirmando a relevância clínica desses marcadores no diagnóstico sorológico dessa enfermidade. O anti-CCP, com sua especificidade superior à do FR, é particularmente útil para diferenciar AR de outras condições reumatológicas, podendo garantir maior acurácia diagnóstica.

A detecção dos anticorpos anti-CCP e do FR atua de maneira crucial no diagnóstico, prognóstico e manejo da artrite reumatoide (AR). O FR, tradicionalmente, é o teste mais utilizado em larga escala, apresentando boa sensibilidade e estando associado às manifestações extra-articulares da AR, principalmente quando presente em altos títulos. Enquanto o anti-CCP sobressai pela maior especificidade e associação com danos estruturais mais graves. A combinação desses marcadores possibilita uma abordagem mais precisa da AR, ao identificar formas mais agressivas da doença e propor intervenções terapêuticas direcionadas e otimizadas.

A integração de marcadores laboratoriais é determinante para uma prática clínica mais personalizada e eficiente nos casos das doenças reumáticas imunomediadas. Para explorar outros aspectos do diagnóstico e manejo de doenças autoimunes, visite nosso conteúdo sobre doenças reumáticas autoimunes e descubra como a ciência está avançando para transformar o cuidado com os pacientes.

Referências:

Chan, Li Huan Angela Marie MBBS, MRCP1,; Leong, Khai Pang MBBS, FRCPE2; Tan, Justina Wei Lynn MBBS, MRCP2; Gao, Xiao MPH2; See, Wei Qiang BSc (Hons), MPH2; Koh, Ee Tzun MBBS, MRCP, Tan Tock Seng Hospital Rheumatoid Arthritis Study Group2. Dual rheumatoid factor and anti-cyclic citrullinated peptide antibody positivity affects the manifestations of rheumatoid arthritis. Singapore Medical Journal ():, April 28, 2023. | DOI: 10.4103/singaporemedj.SMJ-2021-104 

Marie Chan LHA, Leong KP, Lynn Tan JW, Gao X, See WQ, Koh ET. Dual rheumatoid factor and anti-cyclic citrullinated peptide antibody positivity affects the manifestations of rheumatoid arthritis. Singapore Med J. 2023 Apr 27. doi: 10.4103/singaporemedj.SMJ-2021-104. Epub ahead of print. PMID: 37171432.

Sulaiman FN, Wong KK, Ahmad WAW, Ghazali WSW. Anti-cyclic citrullinated peptide antibody is highly associated with rheumatoid factor and radiological defects in rheumatoid arthritis patients. Medicine (Baltimore). 2019 Mar;98(12):e14945. doi: 10.1097/MD.0000000000014945. PMID: 30896663; PMCID: PMC6709297.

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Exames laboratoriais em endocrinologia: entenda sua importância https://blog.sabin.com.br/saude/exames-laboratoriais-endocrinologia/ https://blog.sabin.com.br/saude/exames-laboratoriais-endocrinologia/#respond Tue, 04 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4308 Os exames laboratoriais são imprescindíveis na endocrinologia, especialidade que estuda o funcionamento das glândulas e dos hormônios. Esses testes são necessários para diagnosticar doenças como diabetes, distúrbios do cortisol e alterações hormonais reprodutivas. Além disso, permitem monitorar tratamentos e garantir a saúde metabólica e hormonal de forma eficiente. Neste conteúdo, vamos explorar os exames mais […]

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Os exames laboratoriais são imprescindíveis na endocrinologia, especialidade que estuda o funcionamento das glândulas e dos hormônios. Esses testes são necessários para diagnosticar doenças como diabetes, distúrbios do cortisol e alterações hormonais reprodutivas. Além disso, permitem monitorar tratamentos e garantir a saúde metabólica e hormonal de forma eficiente.

Neste conteúdo, vamos explorar os exames mais importantes dessa área e explicar como eles podem ser determinantes para a sua saúde. Continue lendo para descobrir!

Quando procurar um endocrinologista?

O acompanhamento com um endocrinologista é essencial para avaliação, diagnóstico e tratamento de distúrbios hormonais e metabólicos que podem comprometer o equilíbrio do organismo e a qualidade de vida. Muitos sinais indicam que algo pode estar errado com o sistema endócrino, exigindo atenção especializada. 

Alterações de peso sem explicação aparente, irregularidades menstruais ou características de puberdade precoce ou atrasada são alguns exemplos. Esses sintomas podem estar associados a problemas como disfunções na tireoide, alterações nos níveis de cortisol ou condições mais específicas, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

O endocrinologista também é responsável por tratar outra variedade de condições, como níveis elevados de colesterol e triglicerídeos, que aumentam o risco de doenças cardiovasculares e precisam de acompanhamento. Crianças com crescimento acelerado ou deficiente também devem ser avaliadas, pois a causa pode estar relacionada a desequilíbrios hormonais ou fatores genéticos

No caso do diabetes, sintomas como sede excessiva, aumento da frequência urinária e perda de peso são sinais de alerta que requerem intervenção médica. Da mesma maneira, problemas da tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, podem se manifestar por meio de alterações no peso, insônia e nervosismo.

Ainda fazem parte do campo de atuação do endocrinologista outras condições: obesidade, que representa riscos significativos para a saúde; distúrbios menstruais, que dificultam a gravidez; e até questões relacionadas à saúde óssea, como a osteoporose

Quais os campos de atuação de um endocrinologista?

O endocrinologista atua em diversas áreas relacionadas ao sistema hormonal. A seguir, confira as mais comuns.

  • Diabetes: diagnóstico e controle para evitar complicações;
  • Distúrbios do crescimento: avaliação de crianças com crescimento acelerado ou lento;
  • Doenças da tireoide: tratamento de disfunções que afetam o metabolismo e o bem-estar;
  • Obesidade: planejamento de estratégias para a perda de peso saudável;
  • Osteoporose: prevenção e tratamento de ossos frágeis e fraturas.

Exames laboratoriais para avaliar os níveis de cortisol

O cortisol, conhecido como hormônio do estresse, é produzido pelas glândulas suprarrenais e desempenha funções relevantes no metabolismo e na resposta do corpo ao estresse. Exames laboratoriais ajudam a identificar desequilíbrios nos níveis desse hormônio, determinantes para os diagnósticos abaixo.

  • Síndrome de Cushing: caracterizada pelo excesso de cortisol, pode causar ganho de peso, fraqueza muscular e hipertensão;
  • Insuficiência adrenal: o déficit de cortisol pode levar à fadiga, perda de peso e pressão arterial baixa.

Adicionalmente, o ACTH, hormônio que estimula a produção de cortisol, é analisado para identificar se o problema tem origem na hipófise ou nas suprarrenais. O teste de supressão com dexametasona é indicado para investigar o excesso de cortisol, sendo especialmente útil no diagnóstico da síndrome de Cushing.

Exames laboratoriais de hormônios sexuais

Os hormônios sexuais regulam a função reprodutiva e afetam a saúde geral. Veja os exames mais comuns.

  • Estrogênio e progesterona: avaliam a função reprodutiva feminina e ajudam a diagnosticar condições como menopausa precoce e síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • Testosterona: presente em homens e mulheres, níveis alterados podem indicar hipogonadismo ou SOP.

Exames laboratoriais para diagnóstico e monitoramento do diabetes

O diabetes, uma das doenças mais comuns tratadas na endocrinologia, é caracterizado por níveis elevados de glicose no sangue. Existem três tipos principais.

  • Tipo 1: uma condição autoimune que afeta a produção de insulina;
  • Tipo 2: associado à resistência à insulina e ao estilo de vida;
  • Gestacional: surge durante a gravidez e pode aumentar o risco de diabetes no futuro.

Os exames laboratoriais são cruciais para diagnóstico e acompanhamento do diabetes, possibilitando identificar a condição precocemente e monitorar seu controle de forma eficaz. A glicemia em jejum, por exemplo, mede a quantidade de glicose no sangue após um período de jejum e é amplamente utilizada para detectar diabetes ou pré-diabetes. Já a hemoglobina glicada (HbA1c) fornece uma visão mais abrangente do controle glicêmico, refletindo a média dos níveis de glicose nos últimos três meses e auxiliando na avaliação do progresso do tratamento.

Exames laboratoriais feitos no Sabin

O Sabin Diagnóstico e Saúde oferece pacotes completos para diagnóstico e acompanhamento do diabetes, incluindo exames como a glicose, que avalia os níveis de açúcar no sangue, e a hemoglobina glicada (HbA1c), que visa monitorar o controle glicêmico. Também está disponível o exame de microalbuminúria, destinado à detecção precoce de alterações renais, uma das complicações mais frequentes do diabetes.

A importância do acompanhamento médico para interpretar os resultados

A interpretação dos resultados laboratoriais exige conhecimentos técnico e clínico, sendo indispensável a avaliação de um médico endocrinologista. Apenas ele pode correlacionar os dados com o quadro clínico do paciente e determinar o melhor tratamento. O acompanhamento contínuo é fundamental para ajustar terapias e garantir o controle adequado das condições hormonais, promovendo saúde e qualidade de vida.

Os exames laboratoriais em endocrinologia são ferramentas valiosas para o diagnóstico e o monitoramento de condições hormonais. Com o acompanhamento médico adequado, é possível alcançar diagnósticos precisos e tratamentos eficazes, melhorando significativamente a saúde e o bem-estar dos pacientes. 

Por falar nisso, que tal entender melhor sobre o diabetes? Acesse nosso conteúdo clicando aqui.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). (n.d.). Principais exames da tireoide. Recuperado em 5 de dezembro de 2024, de https://www.endocrino.org.br/noticias-de-departam/principais-exames-da-tireoide/

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). (n.d.). Campos de atuação da endocrinologia. Recuperado em 5 de dezembro de 2024, de https://www.endocrino.org.br/campos-de-atuacao-da-endocrinologia/

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Painel molecular para detecção de infecções gastrointestinais https://blog.sabin.com.br/medicos/painel-para-infeccoes-gastrointestinais/ https://blog.sabin.com.br/medicos/painel-para-infeccoes-gastrointestinais/#respond Fri, 28 Feb 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4272 As infecções gastrointestinais são um problema global de saúde pública, afetando milhões de pessoas todos os anos. Estima-se que, anualmente, cerca de 600 milhões de pessoas no mundo sofrem de doenças causadas por alimentos e água contaminados. Entre elas, aproximadamente 420 mil evoluem para óbito, sendo crianças menores de cinco anos as mais afetadas, respondendo […]

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As infecções gastrointestinais são um problema global de saúde pública, afetando milhões de pessoas todos os anos. Estima-se que, anualmente, cerca de 600 milhões de pessoas no mundo sofrem de doenças causadas por alimentos e água contaminados. Entre elas, aproximadamente 420 mil evoluem para óbito, sendo crianças menores de cinco anos as mais afetadas, respondendo por 125 mil mortes por ano.

No Brasil, entre 2007 e 2020, foram notificados, em média, 662 surtos de doenças gastrointestinais por ano, resultando em mais de 150 mil casos. Esses dados mostram a relevância do diagnóstico precoce para o manejo clínico adequado e a contenção de surtos.

As causas dessas infecções envolvem uma variedade de patógenos, como bactérias, vírus e parasitas. Os sintomas, incluindo diarreia, dor abdominal e febre, muitas vezes se sobrepõem, tornando o diagnóstico diferencial desafiador. Isso ressalta a importância de ferramentas diagnósticas precisas e rápidas, que permitem identificar a causa exata da infecção, possibilitando um tratamento direcionado e eficaz.

Quer saber como o painel molecular pode melhorar o diagnóstico de infecções gastrointestinais? Continue lendo e descubra como essa ferramenta pode otimizar o tratamento e a gestão clínica.

Painel molecular para detecção de infecções gastrointestinais

O Painel Molecular para Infecções Gastrointestinais, como o oferecido pela tecnologia FilmArray®, utiliza a biologia molecular para detectar até 22 patógenos gastrointestinais de forma simultânea, a partir de uma única amostra de fezes. Esse método inovador possibilita a rápida identificação de uma gama de microrganismos, incluindo bactérias, vírus e parasitas, e oferece resultados em até um dia útil, otimizando significativamente o tempo para a tomada de decisões clínicas. Abaixo, estão os principais patógenos detectados pelo painel.

  • Bactérias: Campylobacter spp., Clostridium difficile (toxina A/B), Plesiomonas shigelloides, Salmonella spp., Vibrio spp., Vibrio cholerae, Yersinia enterocolitica, Escherichia coli (EAEC, EPEC, ETEC, STEC, O157), Shigella spp. / Enteroinvasive E. coli (EIEC);
  • Vírus: Norovírus GI/GII, Rotavírus A, Adenovírus F 40/41, Astrovírus, Sapovírus;
  • Parasitas: Cryptosporidium spp., Cyclospora cayetanensis, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia.

Essa abordagem multialvo oferece vantagens sobre os métodos tradicionais para fornecer maior sensibilidade e especificidade, particularmente em casos cujos patógenos não crescem bem em culturas ou são difíceis de detectar por métodos convencionais.

Aplicações clínicas

O painel molecular é uma ferramenta diagnóstica útil em diversas situações clínicas, conforme pode ser visto a seguir.

  1. Pacientes imunossuprimidos: indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos, como pacientes em tratamento quimioterápico ou transplantados, estão em maior risco de desenvolver infecções graves. A detecção rápida de patógenos como Cryptosporidium e Clostridium difficile é fundamental para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações graves;
  2. Surtos em ambientes hospitalares ou comunitários: a rápida propagação de patógenos em hospitais, creches ou escolas pode resultar em surtos de diarreia aguda. O uso do painel molecular permite a identificação rápida de agentes causadores, como o Norovírus, ajudando a controlar o surto de forma eficaz e a evitar a propagação do patógeno;
  3. Cenários de infecção de etiologia incerta: pacientes que apresentam diarreia grave de origem desconhecida, muitas vezes, são submetidos a uma série de testes para identificar o agente causal. O painel molecular simplifica esse processo ao detectar simultaneamente diferentes patógenos, proporcionando uma visão abrangente da condição do paciente e permitindo o tratamento direcionado e assertivo.

Um exemplo clínico é o caso de um paciente hospitalizado com diarreia grave causada por Clostridium difficile. A identificação rápida desse patógeno pelo painel molecular possibilita uma intervenção terapêutica imediata, diminuindo o tempo de isolamento e melhorando o prognóstico do paciente.

Vantagens do painel molecular em comparação aos métodos tradicionais

O Painel Molecular para Infecções Gastrointestinais oferece uma série de vantagens sobre os métodos tradicionais de diagnóstico. Saiba quais!

  • Velocidade e eficácia: enquanto a cultura de fezes pode levar dias para fornecer um diagnóstico, o painel molecular libera resultados em até um dia útil, permitindo que o médico inicie o tratamento mais rapidamente. Isso é particularmente importante em pacientes hospitalizados ou em situações de surto;
  • Maior sensibilidade e especificidade: o painel molecular é capaz de detectar patógenos que, em geral, não crescem bem em culturas, como Campylobacter e alguns parasitas. Além disso, é mais precisa a detecção de coinfecções, que podem passar despercebidas em métodos tradicionais;
  • Redução do uso estendido de antibióticos: a identificação exata do patógeno causal ajuda a evitar o uso empírico de antibióticos, que pode contribuir para o aumento da resistência antimicrobiana. Em vez disso, o tratamento pode ser ajustado para combater o agente específico identificado, diminuindo o risco de complicações e melhorando os resultados clínicos;
  • Menos exames complementares: ao combinar a detecção de bactérias, vírus e parasitas em um único teste, o painel molecular elimina a necessidade de múltiplos exames diagnósticos, economizando tempo e recursos, tanto para os laboratórios quanto para os pacientes.

Impacto no manejo terapêutico 

O painel molecular desempenha um papel crucial no manejo terapêutico de pacientes, especialmente em ambientes hospitalares. Sua capacidade de fornecer diagnósticos rápidos permite que os médicos tomem decisões mais precisas e iniciem o tratamento adequado sem atrasos. Adicionalmente, ao agilizar o diagnóstico, o painel ajuda a reduzir o tempo de internação e o período de isolamento, o que otimiza a gestão hospitalar e diminui os custos com o cuidado dos pacientes, promovendo uma maior eficiência no atendimento.

Em situações de surtos, a identificação precoce de patógenos como Norovírus ou Salmonella pode prevenir a propagação da infecção e proteger outros pacientes ou membros da comunidade.

Limitações do exame

Apesar dos muitos benefícios, o painel molecular apresenta algumas limitações. Ele não realiza a quantificação dos patógenos, o que pode ser importante em alguns contextos clínicos para avaliar a gravidade da infecção. Além disso, embora abra um amplo espectro de patógenos, o exame não detecta todos os possíveis causadores de infecções gastrointestinais, sendo necessário, em alguns casos, a complementação com outros exames.

O Painel Molecular para Infecções Gastrointestinais se destaca como uma solução avançada no diagnóstico dessas condições, oferecendo a detecção rápida e precisa de até 22 patógenos em uma única amostra. Essa tecnologia contribui substancialmente para um manejo clínico resolutivo, oportunizando decisões rápidas e informadas. Com benefícios como a redução no uso desnecessário de antibióticos, menor tempo de internação e maior agilidade no tratamento, o painel se consolida como um recurso importante na prática médica moderna, melhorando a qualidade do cuidado aos pacientes.

Para aprofundar seu conhecimento sobre o uso do painel molecular em diagnósticos virais, como herpesvírus e enterovírus, continue sua leitura neste conteúdo: painel molecular para herpesvírus e enterovírus.

Referências:

Piralla A, Lunghi G, Ardissino G, Girello A, Premoli M, Bava E, Arghittu M, Colombo MR, Cognetto A, Bono P, Campanini G, Marone P, Baldanti F. FilmArray™ GI panel performance for the diagnosis of acute gastroenteritis or hemorragic diarrhea. BMC Microbiol. 2017 May 12;17(1):111. doi: 10.1186/s12866-017-1018-2. 

CUNHA, A. Painel Molecular para Infecções Gastrointestinais. Sabin Medicina Diagnóstica.

CDC – CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Waterborne disease and outbreak surveillance reporting. Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/72/wr/mm7226a1.htm. Acesso em: 24 out. 2024.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Situação epidemiológica: doenças de transmissão hídrica e alimentar. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dtha/situacao-epidemiologica. Acesso em: 24 out. 2024.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Doenças transmitidas por alimentos. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/foodborne-diseases. Acesso em: 24 out. 2024.

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Aneurisma de aorta: entenda os riscos, sintomas e tratamento https://blog.sabin.com.br/saude/riscos-sintomas-e-tratamento-do-aneurisma-de-aorta/ https://blog.sabin.com.br/saude/riscos-sintomas-e-tratamento-do-aneurisma-de-aorta/#respond Tue, 25 Feb 2025 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=4264 O aneurisma de aorta é uma dilatação anormal da principal artéria do corpo, que leva sangue do coração para o resto do organismo. Ele pode ocorrer em qualquer parte da aorta, sendo mais frequente nas regiões torácica e abdominal. O aneurisma de aorta abdominal (AAA) é o tipo mais perigoso, pois, quando não tratado, pode […]

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O aneurisma de aorta é uma dilatação anormal da principal artéria do corpo, que leva sangue do coração para o resto do organismo. Ele pode ocorrer em qualquer parte da aorta, sendo mais frequente nas regiões torácica e abdominal. O aneurisma de aorta abdominal (AAA) é o tipo mais perigoso, pois, quando não tratado, pode resultar em ruptura, causando hemorragia interna e risco de morte. 

Os aneurismas da aorta abdominal são os mais comuns na prática médica, com uma estimativa de ocorrência de três a sete vezes em relação à aorta torácica. Eles são mais incidentes em homens, numa proporção de quatro para um quando comparado ao público feminino, especialmente após os 50 anos.

Neste conteúdo, vamos explorar o que é o aneurisma de aorta, fatores de risco, sintomas, formas de diagnóstico, opções de tratamento e como prevenir essa condição grave. Confira!

O que é um aneurisma?

Um aneurisma é uma dilatação anormal em uma parte da parede de um vaso sanguíneo, geralmente em uma artéria, que ocorre devido ao enfraquecimento de sua parede.

Esse inchaço cria uma espécie de “bolha”, que pode aumentar de tamanho ao longo do tempo. Os aneurismas podem acontecer em diversas partes do corpo, sobretudo na aorta, a principal artéria do corpo, e no cérebro.

Quando se rompem, os aneurismas podem causar hemorragias graves e risco de morte. A prevalência global dos aneurismas é de cerca de 1% a 2% da população, e a taxa de mortalidade é alta quando ocorre a ruptura.

O que é um aneurisma de aorta?

O aneurisma de aorta é caracterizado pela dilatação da principal artéria do corpo. Existem dois tipos: o aneurisma de aorta torácica, que ocorre na região próxima ao coração; e o aneurisma de aorta abdominal, que se forma abaixo dos rins. 

O aneurisma de aorta abdominal é o tipo mais recorrente e, na maioria das vezes, o mais arriscado, já que é propenso a se desenvolver sem sintomas até o ponto em que se torna uma emergência médica.

Quais são os sintomas?

Em geral, o aneurisma de aorta é assintomático, o que significa que a pessoa não apresenta sinais visíveis da condição. Os sintomas podem surgir quando o aneurisma está na iminência de se romper. Os principais sintomas de alarme incluem:

  • dor abdominal persistente;
  • dor nas costas;
  • sensação de massa pulsátil no abdômen.

Quando o aneurisma se rompe, os sintomas são intensos e podem acarretar dor repentina e severa, quedas bruscas de pressão e perda de consciência. Nessa situação, é fundamental procurar atendimento médico imediato.

Fatores de risco para aneurisma de aorta

Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver um aneurisma de aorta. A seguir, listamos aqueles mais tipicamente associados à condição.

  • envelhecimento: a maioria dos casos ocorre em pessoas acima dos 60 anos;
  • tabagismo: fumar é um dos maiores fatores de risco, contribuindo para o enfraquecimento das paredes arteriais;
  • hipertensão: pressão alta aumenta a força exercida sobre as paredes da aorta, favorecendo sua dilatação;
  • aterosclerose: o acúmulo de gordura nas artérias leva à inflamação e ao enfraquecimento das paredes arteriais;
  • histórico familiar: pessoas com histórico de aneurisma na família apresentam maior risco;
  • sexo e gênero: homens acima dos 60 anos têm maior risco de desenvolver aneurisma, enquanto as mulheres pós-menopausa têm um risco elevado de ruptura.

Como é feito o diagnóstico do aneurisma de aorta?

Pelo fato de, muitas vezes, ser assintomático, o aneurisma de aorta é comumente descoberto de maneira acidental, durante exames de imagem realizados por outras razões. Conheça os exames de imagem mais utilizados para diagnosticar um aneurisma.

  • ultrassonografia: é uma técnica não invasiva, com baixo custo, ideal para rastreamento em pessoas dos grupos de risco;
  • tomografia computadorizada (TC): utilizada para obter imagens detalhadas da aorta e avaliar o tamanho do aneurisma, geralmente com uso de contraste para melhorar a visualização;
  • ressonância magnética (RM): também pode ser usada para fornecer informações detalhadas sobre o aneurisma e sua localização em relação aos órgãos circundantes.

Qual é o tratamento para o aneurisma?

O tratamento depende do tamanho e da taxa de crescimento do aneurisma. Há três abordagens principais: monitoramento regular; cirurgia aberta; e reparo endovascular (EVAR).

O monitoramento regular é voltado para aneurismas pequenos (menor ou igual a cinco centímetros) e sem sintomas. Nesse caso, o médico pode sugerir acompanhamento com exames regulares para verificar se o aneurisma está crescendo.

A cirurgia aberta é indicada para aneurismas maiores ou com alto risco de ruptura, necessitando de intervenção cirúrgica. O procedimento consiste na substituição da parte danificada da aorta por um enxerto, que visa restabelecer o fluxo sanguíneo seguro e prevenir o rompimento da artéria.

Por fim, o reparo endovascular (EVAR) é uma opção menos invasiva, que insere uma prótese dentro do aneurisma para reforçar a parede da artéria. O EVAR é uma alternativa com tempo de recuperação consideravelmente mais reduzido quando comparado à cirurgia aberta. Durante o procedimento, uma prótese é introduzida por uma pequena incisão na virilha e guiada até a região da aorta afetada. Isso ajuda a reduzir o risco de ruptura e garantir maior sobrevida ao paciente.

Quais as formas de prevenção e controle para o aneurisma?

Embora não seja possível evitar todos os casos de aneurisma, algumas medidas ajudam a reduzir os riscos. Saiba quais!

  • parar de fumar: o tabagismo é um dos maiores fatores de risco modificáveis, e parar de fumar ajuda a reduzir significativamente a chance de desenvolver aneurisma de aorta;
  • controle da pressão arterial: manter a pressão arterial sob controle é crucial para evitar o estresse excessivo nas paredes arteriais;
  • alimentação saudável e exercícios: seguir uma dieta balanceada, pobre em gorduras saturadas, e praticar atividades físicas regularmente contribuem para a saúde cardiovascular e auxiliam na prevenção do aneurisma;
  • acompanhamento médico regular: para pessoas em grupos de risco, check-ups regulares podem detectar aneurismas em estágios iniciais, permitindo um tratamento mais eficaz e maior chance de sucesso.

O aneurisma de aorta abdominal é uma condição potencialmente grave que pode se desenvolver de forma silenciosa, mas que apresenta alto risco de complicações se não tratada a tempo. O diagnóstico precoce é importante para evitar as complicações decorrentes de uma possível ruptura. A consciência sobre os fatores de risco e a importância dos exames de rotina são essenciais para diminuir a taxa de mortalidade associada ao aneurisma.

Se você faz parte do grupo de risco, converse com seu médico sobre a necessidade de exames preventivos e mantenha um estilo de vida saudável. Isso faz toda a diferença na sua saúde! 

Para mais informações sobre como prevenir outras condições graves, leia nosso conteúdo sobre os sintomas do AVC em: quais os sintomas do AVC?.

Sabin avisa:

Este conteúdo é meramente informativo e não pretende substituir consultas médicas, avaliações por profissionais de saúde ou fornecer qualquer tipo de diagnóstico ou recomendação de exames.

Importante ressaltar que diagnósticos e tratamentos devem ser sempre indicados por uma avaliação médica individual. Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Somente o profissional pode esclarecer todas as suas perguntas. 

Lembre-se: qualquer decisão relacionada à sua saúde sem orientação profissional pode ser prejudicial.

Referências:

Correia de Assis, J. A., & Araújo Duque, M. A. (2020). Aneurisma de aorta abdominal, aspectos, patogenicidade, diagnóstico e terapia / Abdominal aortic aneurism, aspects, pathogenicity, diagnosis and therapy. Brazilian Journal of Development, 6(12), 93944–93958. https://doi.org/10.34117/bjdv6n12-018

Ministério da Saúde. Aneurisma . Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em: https ://bvsms .saude .gov .br /aneurisma.

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